Pois é. Grávida. De 7 meses. Quem me conhece sabe como estas duas realidades não jogavam - eu + gravidez. Foi premeditado, muito pensado e mesmo muito desejado. Mas o meu lado rebelde e independente, somado ao facto de ter sido abençoada por uma fertilidade impressionante (foram precisas duas semanas apenas para conseguir engravidar) e à falta de apoio familiar e mesmo de amigos, não me permitiram gozar na plenitude esta gravidez que no fundo, no fundo (e é difícil admiti-lo) já era muito esperada. Isso misturado com uma crise vesicular grave que me obrigou a parar 1 mês e meio em pleno verão, não veio ajudar em nada. Assim, a expectativa de que quando começasse a sentir uma vida dentro de mim me permitisse assimilar o facto saiu frustrada. Só agora, com 7 meses de gestação é que me estou realmente a aperceber de que tudo o que conheço como vida está prestes a mudar. Vem aí alguém que dependerá completamente de mim e do pai, a minha relação com o meu marido vai necessariamente mudar, a minha posição na família vai mudar, enfim, o meu mundo vai deixar de rodar em torno de mim e do homem que amo, para girar em torno de mais uma. É estranho só agora ter assimilado este facto - estou grávida. Até aqui era como se algo estivesse para acontecer, mas sem saber efectivamente o quê, sempre com o espírito do "logo se vê". Agora começaram as aulas de preparação para o parto, as compras do enxoval, do berço, da cadeirinha, dos biberões e das chupetas. A barriga já treme de tanto se mexer, já me custa calçar os sapatos e o marido fala com a barriga sem motivo aparente. Percebi. Ou melhor, assimilei. É difícil. Ter um feitio destes e de repente ter de assumir que se está feliz por perder um pouco da nossa independência... Raio de feitio este!!!
Há 8 anos
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