Nunca mais! É que nunca mais. Não volto a fazer uma viagem de mais de 2 horas com a M. para lado nenhum enquanto for assim pequenina! No regresso do fim-de-semana voltámos por Coimbra para visitar mais 2 tias (a família dele é composta no total por 15 tios...). Decidimos assim porque era inevitável parar para a M. mamar e achámos que entre uma bomba de gasolina e a casa de alguém, mais valia a segunda. Enganámos-nos. A viagem, que começou às 17h00, correu bem até lá, com ela sempre a dormir. O desgraçado do cunhado até vinha aflito para ir à casa-de-banho e não se atreveu a parar o carro, não fosse ela acordar porque já passava da hora da mamada. Mamou na tia n.º 1 e foi arrotar para a tia n.º 2 (são vizinhas). O problema foi o arroto... As casas estavam gélidas, mas a n.º 2 era pior. Por causa disso, e porque a M. estava a ficar gelada, o B. ficou cheio de pressa e quis ir embora. Com claros indícios da parte da M. que os arrotos ainda não estavam todos cá fora (chega a estar 2 horas a arrotar e bolsar, tal é a sofreguidão) e com os meus sucessivos avisos de que era asneira. Resultado: desatou num berreiro na bomba de gasolina de Pombal, onde tinhamos parado para comer qualquer coisa (não comia desde o almoço e já eram 8h da noite). Tirei-a da alcofa, pus a arrotar, sairam mais uns quantos e, com as pressas do pai, metemo-nos à estrada outra vez. Nem 10 min... Berrou outra vez. Fui a fazer ginástica até Leiria, de joelhos em cima do banco para a tentar acalmar com beijinhos, conversa, cantoria e a chucha, enfim o que me lembrei. Em Leiria, arrotou mais um bocado e parecendo mais calma, arrancámos outra vez. Pois. Já adivinharam. Chorou outra vez. Mais ginástica da minha parte, mais nervos do pai, uns quantos semi-gritos entre os 2 à conta do stress (ninguém se lembrou do trato), até Santarém. Em Santarém arrotou, bolsou e... Chorou com fome! Já estava na hora dela, que entretanto já tinha chegado à conta de tanta paragem. Toca de pôr a mamar e voltar ao ciclo vicioso do arroto. Para animar as hostes, enquanto ela mamava, desafiei o marido e o cunhado a jogar aos nomes de animais por ordem do abecedário, jogo que acabou à chegada a Lisboa, na letra U. Depois de arrotar umas quantas vezes, tentei deitá-la na alcofa, mas não dei ordem de partida, para ver a reacção. Se se contorcesse era sinal de que ainda não estava. O B. para testar as capacidades soporíferas do carro deu umas voltas à bomba (deve ter sido interessante de ver). Contrariando-me, como ela não chorava, apesar de não estar sossegada, arrancou novamente. A lógica foi: também não custa nada parar em Aveiras, também já só faltava visitar esta... Pois. O problema eram as minhas costas que já não iam a achar graça nenhuma à brincadeira. Mas vá lá. Dessa vez quem se enganou fui eu. A M. adormeceu 2 km depois e veio até Lisboa assim. Mas como uma desgraça nunca vem só, ainda consegui rebentar a garrafa de litro de água que ia aos meus pés, ensopando as minha botas e o carro queixou-se com falta de gasóleo logo a seguir a termos passado Aveiras, último sítio possível para abastecer até casa (o B. com o stress da filha nem se lembrou de tal pormenor até ele dar sinal de si). Felizmente, ainda deu. Em Santarém, tinha apontado a chegada a casa lá para a 1h da manhã. Enganei-me em meia-hora para menos. Pareceu uma viagem feita há muitos, muitos anos atrás, quando ainda não havia auto-estrada e tinhamos de ir pela nacional até à terra, demorando com isso umas módicas 7 horas de caminho. Nunca, nunca mais. Aprendi a lição: os bébés tão pequenos não fazem viagens tão grandes...
Há 8 anos
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