quarta-feira, 25 de junho de 2008

Linda...

http://www.imeem.com/people/bd11xZ2/music/Dk0aaUi2/srgio_godinho_espalhem_a_notcia/

Espalhem a Notícia - Sérgio Godinho

Espalhem a notícia

do mistério da delícia

desse ventre

espalhem a notícia do que é quente

e se parece

com o que é firme e com o que é vago

esse ventre que eu afago

que eu bebia de um só trago

se pudesse

Divulguem o encanto

o ventre de que canto

que hoje toco

a pele onde à tardinha desemboco

tão cansado

esse ventre vagabundo

que foi rente e foi fecundo

que eu bebia até ao fundo

saciado

Eu fui ao fim do mundo

eu vou ao fundo de mim

vou ao fundo do mar

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher bonita

A terra tremeu ontem

não mais do que anteontem

pressenti-o

o ventre de que falo como um rio

transbordou

e o tremor que anunciava

era fogo e era lava

era a terra que abalava

no que sou

Depois de entre os escombros

ergueram-se dois ombros

num murmúrio

e o sol, como é costume, foi um augúrio

de bonança

sãos e salvos, felizmente

e como o riso vem ao ventre

assim veio de repente

uma criança

Eu fui ao fim do mundo

eu vou ao fundo de mim

vou ao fundo do mar

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

Falei-vos desse ventre

quem quiser que acrescente

da sua lavra

que a bom entendedor meia palavra

basta, é só

adivinhar o que há mais

os segredos dos locais

que no fundo são iguais

em todos nós

Eu fui ao fim do mundo

eu vou ao fundo do mim

vou ao fundo do mar

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

domingo, 22 de junho de 2008

Roer o fio

No último dia de praia, conseguiu pôr o pai de castigo e a mando dela. Sentada, tendo como apoio a coxa do pai, descobriu um fio vermelho com uma bolinha de ferro na ponta, óptima para roer - era o fio dos calções de banho do B. Roeu, e roeu, e tornou a roer, e fez daquilo um entretém duradouro. Queria roer a ponta, mas como se tratava de um fio, de cada vez que o segurava mais a meio, a bola caía, o que a enervava e por isso dava gritinhos e chorava de frustração. O B. para além de não se poder mexer, senão o fio desviava-se do objectivo da M., ainda tinha de a acalmar de vez em quando. Mas o que nos impressionou nem foi esta brincadeira. Foi o facto de a certa altura, tendo a bola caído novamente, perante a incapacidade imediata de segurar na bola outra vez, a M. com uma genica levada da breca e com um ar muito irritado, dar um grito de chateada e atirar o fio para o chão, como quem grita "que nervos!!!"... Estão a ver o feitiozinho, não estão?...

Restaurante

Estreou-se nas férias. Desafiados pelo tio, fomos a uma marisqueira atrás de um rodízio de marisco a € 17/pessoa, bebidas excluídas. O D. Fininho, em Cantanhede, faz jus à fama que tem e aproxima-se perigosamente das parrilhadas de Vigo (nham! nham!...). Veio uma travessa gigante de marisco para a mesa, com gambas grandes fritas, gambas cozidas, gambas pequeninas com alho, ameijoas, mexilhões com natas, sapateira, ostras, navalheiras e perceves e ainda nos pediram desculpa porque o bloqueio dos camionistas não permitia pôr tudo a que tínhamos direito... Depois de esvaziada, esta travessa é levada para a cozinha para encher outra e outra vez, até rebentarmos de marisco. Acho que ficou provado nesse dia que a M. não é alérgica aos bichos, tendo em conta a quantidade que eu comi mesmo antes da mamada da noite... A nossa M. portou-se divinalmente. Não chorou, não dormiu e entreteve-se sozinha, porque isto de comer marisco, é com as mãos, por isso não deu muito para brincar com ela. Observou e mirou tudo e todos que lá estavam, nomeadamente duas meninas que brincavam, tendo ficado encantada com a mais nova, que teria o seu ano e meio. No final, recebemos os parabéns do dono do restaurante, que logo no início, ao explicar como funcionavam, aconselhou a que numa próxima ida não levássemos o bebé por causa da confusão e do barulho permanente.

Soneca da manhã

A M. tem por hábito dormir (quando dorme) duas sestas durante o dia - ao final da manhã e depois do lanche. Na semana de férias, cumpriu a primeira e antecipou em maioria a segunda para depois do almoço, por causa do calor e do cansaço. Todos os dias, por volta das 10h, dava-lhe o sono e começava a chorar com a birra do sono no meio da praia. Se já em casa mal consigo domesticar o marido para não a adormecer ao colo, então fora de casa... Pegava nela, levava-a para a beira da água e conversava baixinho. Ela enroscava-se debaixo do queixo e ali ficava, a adormecer ao som da voz serena do pai e das ondas que rebentavam de mansinho só para ela. Não me meti - foi um ritual bonito de se assistir todos os dias àquela hora.

Sentou-se sem cair!

Foi no dia 14 de Junho. A praia e aquela areia fofinha deram jeito para treinar.

Desajeitada

A minha sogra tem um edredão que serve de tapete de actividades gigante da M. Estendemos-lo no chão da sala, pomos almofadas em toda a volta e um de nós deita-se no chão ao pé dela. Estava sentada quando eu lhe fiz uma palhaçada qualquer. Riu-se. Ao rir, caiu para trás com um ar muito espantado. O ar era impagável!...

Banho connosco

Experimentámos depois da praia, uma banhoca na banheira com um de nós, já de banho tomado, é claro, e de fato-de-banho vestido. Da primeira vez comigo, da vez seguinte com o pai, que tem de experimentar tudo (e ainda bem!). Pudemos encher mais a banheira, pois estava segura por nós, pelo que deu para lhe dar a noção do boiar e de alguns movimentos dentro de água. Foi divertido - não sei bem quem mais é que gostou da experiência, se ela, se nós. Eu sentei-a de costas para mim primeiro e levantei-a um pouco, o que imediatamente teve como consequência ela começar a dar às pernas como se fosse uma rã. É fantástico como o instinto nos é inato! Depois virei-a de frente para mim e com as mãos por baixo deixei-a a flutuar. Primeiro, estranhou e olhou em torno a tentar perceber o que se estava a passar, depois riu-se e deixou-se levar por mim. Com o pai, as brincadeiras foram outras: bater com as mãos na água para molhar tudo e todos, ficar de pé na banheira para cuscar tudo e observar tudo muito seriamente encostada ao seu mais que tudo. Para repetir!

Papa com água

Provou na semana de férias, pois não era prático levar o meu leite congelado para a Figueira. Para não ser diferente, adorou e quer mais como com tudo o que leva à boca de comida. Eu, pela minha parte, descobri que é mais fácil de fazer - fica mais depressa com a consistência de papa, enquanto que as feitas com leite parecem sempre mais aguadas. Agora que regressou a casa, voltou às não lácteas sem se queixar - fizemos as contas: se continuar a mamar sem percalços, temos leite para quase 3 meses de papa... Venha leite congelado!!!

Espelhos

A minha sogra tem uma catrefada de espelhos espalhados pela casa - um em cada uma das entradas, um em cada quarto e um em cada WC. A M. já gostava de se ver ao espelho, sorrindo para si mesma. Na casa de praia mudou um pouco o registo: agora, olha, ri-se e esperneia, fazendo uma festa enorme à coisa. Depois, olha para nós encantada e volta a olhar para o nosso reflexo. Também já nos direcciona o olhar através dos espelhos. Tenta lá chegar e quando deixamos, dá uma data de pancaditas com a mão deliciada. Resultado: no último dia, o pai andou de pano na mão a limpar os espelhos todos porque estavam cheinhos de dedadas e mãozadas da M.

I'm the Queen of the world!

Até parece que a M. viu o Titanic e o DiCaprio a gritar na popa (ou proa? Já não me lembro...) do barco... Agora que descobriu que é mais giro estar sempre de pé - com a nossa ajuda, é claro - um dia, na praia, agarrou-se ao guarda-sol, olhou para um lado e gritou "eihhhh!", olhou para o outro e fez o mesmo, esticando-se toda e ficando toda direita. Não sei se foi a grandeza da coisa, se a alegria, se pura e simplesmente feitio, mas foi engraçado de ver.

Praia

O primeiro e segundo dia não estavam bons para a praia - muuuuuuuuito vento tornou a praia fria. Ainda por cima, como somos principiantes nestas coisas, não tinhamos tenda para proteger. Fomos, mas atrasados (para variar), pelo que a praia já só seria para 1 hora de gozo, pois às 11h já não são horas para meninos pequeninos (nem niguém, já agora) levar com aqueles raios solares. Nem 1 hora estivemos. Estava um gelo. A M. nem percebeu muito bem o que era aquilo. No terceiro dia, melhorou e nós já tínhamos a famigerada tenda comprada. Deitámos a M. no meio de 2 toalhas para não ir parar à areia e montámos a dita. Depois, peguei nela e dei-lhe a conhecer a areia como deve de ser: sentei-a na respectiva e deixei cair em cima das mãos e dos pés. Adorou! De tal maneira, que a certa altura, começou a agarrar punhados de areia e desajeitadamente a levá-la à boca. Foi um fartote de rir para mim ver a filha a ficar com a boca cheia de areia e o pai, já a ficar zangado, a ralhar comigo porque ainda tinha menos juízo do que ela... A seguir, para parar com a brincadeira, o pai pegou nela ao colo e levou-a até á beira da água. Estava bandeira vermelha e um mar gelado (só para não variar...). Mesmo assim, a medo, o B. decidiu molhar-lhe os pés para ver a reacção. Voltou a adorar! Sempre que vinha uma onda, esperneava e dava aos pés como que a dizer baixa-me, baixa-me! Não chegou a tomar banho dia nenhum porque a água é gélida e no último dia, que até estava melhor e até eu fui a banhos, tinha acabado de comer a papa, por isso tivemos receio de uma congestão. Mas ficou comprovado que nós (mais o pai) vamos passar algumas horas de frio a segurá-la na água mais tarde...

Morder

Mamou, mordeu, sorriu com um "ehhh!" e voltou a morder, por esta ordem. Disse-lhe que não antes da segunda mordidela, mas ela foi e... mordeu outra vez, com o consequente sorriso acompanhado do "ehhh!", a mostrar os dentes de desenho animado. Voltei a dizer que não com ar zangado. Repetiu-se a cena, só que da terceira não chegou a morder - só abriu a boca, fez que ia fechar os dentes e olhou para mim. Como continuei de cara fechada a dizer não, franziu o sobrolho, sem perceber o que se estava a passar. O meu erro? Dizer não e deixar repetir - a pobre criança ficou sem perceber lá muito bem o que se estava a passar...

Despique

Na semana de férias descobri que a M. adora desafios. Ela faz "Hummmmm!!!!", esticando-se toda e cerrando os punhos, com ar malandro e divertido. Uma vez imitei-a. Ela deliciada, repetiu, e eu voltei a imitá-la. Daí para a frente foi vê-la a ela a fazer vários sons diferentes sempre da mesma forma e a mim a imitá-la à minha maneira. O pai também já faz e chega a provocá-la começando ele o jogo, assim como o tio (como não podia deixar de ser). Vamos entrando no desafio até um de nós se cansar. Normalmente, somos nós, pelo que não sei até que ponto esta brincadeirinha não é má ideia. Mas ela, ou melhor, nós divertimo-nos tanto!...

Prrrrfhhhpt!!!

O tio e a namorada tentaram, mas felizmente a M. teve mais juízo. Não é que os desgraçados andaram toda a semana a tentar ensiná-la a cuspir a comida. Era só verem o prato a ser preparado e lá começavam eles de volta dela, qual abelhinhas de volta das flores - "M! Prrrrfhhhhpt". Repetiam e repetiam, comigo a refilar e a fazer avisos e ameaças, sem qualquer efeito. A M. olhava para eles e sorria - com os olhos, porque a boca estava demasiado ocupada a abrir e fechar para emborcar a refeição. Não conseguiram. A sorte é que a M. é uma comilona de primeira água e adora comer, não tendo tempo por vezes para sequer saborear a comida, quanto mais para ainda a desperdiçar... Senão era banho de sopa e fruta todos os dias. Bem sei que os produtos naturais fazem bem à pele, mas não exageremos!...

Tio

Até à semana das férias (veremos a partir de agora), vivia na casa de praia o tio recém-licenciado. O meu cunhado mais novo, que eu fiz questão que tivesse um papel preponderante na vida da M. e por isso o convidei para padrinho, é o tio maluco - alcunha aposta pela sobrinha mais velha que o ama de paixão - e desempenha bem o seu papel, fazendo jus ao nome. A M. não parece ser excepção na perdição por este. Já bem pequenina, era o único que a controlava - tinha ela um mês acabados de fazer e já ninguém a calava quando tinha fome com excepção desta ave rara que calmamente pegava nela ao colo e conversava com ela - não à maneira do bebélez e sem bidu-bidus. Ela refilava e ele respondia-lhe - "tens razão, a mãe nunca mais vem", ela voltava a emitir um som e ele voltava à carga "é, nunca mais vem". Há qualquer coisa nele que fascina os míudos. Com 6 meses e meio, a M. já dá mais pica. Ri-se das piadolas e graçolas que lhe fazemos, por vezes com gargalhadas sonoras e reage, provocando-nos quando nos cansamos. Assim, o tio desempenhou o seu papel às mil maravilhas. Pregou-lhe sustos infindos, só para a ver a rir à gargalhada depois. Nem sempre media o volume do grito e às vezes viamos a desgraçada a dar saltos e abrir muito os olhos na cadeirinha e só depois sorrir. Até a mim, que não tenho tantos problemas com estas "brincadeiras parvas", como diz o pai, me doia o coração por vezes... Descobriu as cócegas nos pés e brincava com a chucha - tirava-lha e fazia que lha ia pôr na boca, nunca o concretizando. A M. ficava de boca aberta à espera, com um ar de expectativa, e quase que fechava quando a via vir. Vá lá, a frustração nunca a levou a chorar. Junto com a namorada, punham-se do lado de fora da janela e apareciam a fazer "cucu!" vezes sem conta só para ela, e recebiam em troca sorrisos e gargalhadas de derreter. Brincavam com a vaquinha Lola, o dou-dou dela, já sua amiga quase inseparável, pondo-a em cima da cabeça a tapar-lhe os olhos e depois tirando-a de repente para a fazer rir. No final, pode-se dizer que a terapia do riso funcionou - a M. vê o tio e até esperneia de felicidade!

Aventuras das férias

Fomos uma semana para casa dos meus sogros ao pé da Figueira da Foz experimentar pela primeira vez a praia. Ficam aqui as aventuras desses dias.

Ri-se com o nariz

Descobriu que, se franzir o sobrolho e o nariz e respirar com força, consegue emitir um som engraçado. Por isso, agora, ri-se muitas vezes assim. Costuma usar este método quando quer muito uma coisa. Olha fixamente para o que for (o prato de comida ou o iogurte por exemplo) e começa-se com aquilo. É de chorar a rir...

Suspiro

Por vezes, se lhe fizerem uma festa na cara quando está a dormir, esboça um pequeno sorriso. Se for eu, a resposta é mais gratificante ainda - dá um valente suspiro. Saio do quarto com um sorriso estampado na cara...

Lavar os dentes

Já tem 2 em baixo, por isso a conselho do meu dentista, já os lava. Não com escova e pasta de dentes, mas com uma compressa e água. Não é fã. Ao princípio achava graça - aquelas massagens na gengiva com ela a tentar morder tinha a sua piada. Mas com o tempo perdeu-a toda. Primeiro porque lhe lavo antes a cara com uma compressa para retirar o excesso de creme hidratante de fruta ou de papa que tem nos bigodes e depois porque me parece que a compressa não lhe sabe ao que ela quer. O dentista até disse que se conseguisse (foi esperto - fez a ressalva) lhe devia lavar a língua, para tirar os resíduos todos, mas isso nem pensar. Acho que tenho de mudar de estratégia...

Pai doente X mãe só para mim

O pai ficou doente. Quando regressámos do fim-de-semana do baptizado, à conta da busca quase infrutífera do fato certo em Viseu, fiquei constipada. De mim passou para a filha. Desta passou para o pai. Eu reagi relativamente bem, a filha mais ou menos, o pai ficou de molho à séria... Por causa disso, fiquei uma semana com a filha só para mim. Depois de jantarmos as duas, pegava nela e ia para cima da cama de visitas que ainda está no quarto dela, e brincava até à hora do banho e da mamada, com o pai no quarto ao lado, de molho, a morrer. Foram inúmeras as brincadeiras que tive de inventar para a entreter e como não tenho coragem de a deixar presa na cadeirinha entregue a si mesma (ainda não temos parque), eram cerca de 2h30 de palhaçada todas as noites com sua excelência. Era o upa para se levantar com a minha ajuda, era o escorrega nas minhas pernas, era o cavalinho e o xó-xó, eram as cócegas, era a formiguinha a passear no seu corpo, era o força! para a encorajar a ficar de gatas e muitos da-da-das. Ficávamos as duas exaustas... A consequência de tanto tempo só nós duas, foi que depois não queria outra coisa... Também graças ao estado de desgraça do pai, fomos as duas para o quarto dela dormir - se adoeço agora, acaba-se o leite. Assim, estreou a cama dela na véspera de irmos embora de férias, mas com batota, porque eu fiquei na cama ao lado...

Não

Os bebés não têm a mesma percepção do que nós da realidade - não vale a pena dar palmadas ou castigar que eles não perceber. Temos de ir pelo não, com ar sério e depois distrair com outra coisa, caso seja preciso. Pois é... Eu tenho fama de má. E exerço esse papel cá em casa como um dado adquirido. Mas... Já tentei - por vezes consigo, outras também não. É que a M. já nos topou a todos. Nós dizemos que não, ela vai e... sorri com um "ah!" à mistura, que por coincidência ou não, parece ser à laia da malandrice. Repete-se o não com um ar sério a desmanchar-se, e ela vai e repete a dose! Por vezes, derreto-me - mea culpa, mea mui grande culpa, grito eu, batendo com mão direita no peito, mas que hei-de fazer com uma marota assim?!

Ecocardiograma

Quando nasceu, o pediatra detectou um "sopro", que após o ecocardiograma feito à tarde, confirmou que não era nada - por vezes os recém-nascidos nascem com a membrana (canal arterial) que separa as válvuvas ainda por fechar, tendo até aos 6 meses para o fazer com naturalidade. Por isso mesmo, aos 6 meses marcou-se novo exame só para ter a ceretza que estava tudo bem, apesar de a pediatra não auscultar nada nas conslutas mensais de rotina. Lá fui, uma manhã para a Cruz Vermelha fazer uma visita à "sô toura" para ver se estava de facto tudo bem. Estava. Ainda recebi os parabéns da médica por ter uma fortalhaça bem-disposta e tão sossegadinha - a M. passou o exame inteiro a olhar com um ar muito espantado para a mulher que não conhecia de lado nenhum e lhe estava a pôr aquelas coisas no peito.

Beber água

É suposto beber em média 50 ml entre refeições. Pois... A M. sai à mãe - beber água está quieto ou brincas. O pai B. comprou-lhe água para bebés... Mais uma das mariquices que se inventaram para pais babados que gastam dinheiro para os seus meninos terem o melhor... Por mim, era água del cano fervida, mas ainda não me consegui impor (confesso que também ainda não tentei muito - deixá-lo com a sua água xpto). Dá-se-lhe o biberão pequeno com um pouco de água e ela sorri, larga a chucha com prontidão e abre a boca. Quando percebe que é água que sai do dito... Começa-se a rir, a mordiscar a tetina e a afastar com a mão quando está farta da brincadeira, com a água a escorrer pela boca até ao pescoço. O B. descobriu então os sumos da Milupa, supostamente sem aditivos ou açucar. É vê-la a mamar! Se lhe tiramos o biberão da boca, berra por mais, como se não houvesse amanhã e ainda é complicado conseguir acalmá-la. Felizmente, neste assunto a ama está comigo - água é melhor. Assim, durante o dia, vai insistindo e diz que a M. até bebe - não o suposto, mas bebe. Quando eu chego a casa, mostro-lhe as minhas tentativas frustradas e ela ri-se. Diz que é por eu cheirar a leite que não lhe consigo dar água. Eu já vi com os meus olhos - da ama ela aceita bem e bebe, a sacana!!! Quando acaba de beber, leva com um "ai que fresquinho!"como incentivo e a coisa dá-se. Mas o pai também não consegue, e não cheira a leite. Só se é porque já percebeu que o consegue levar melhor e tenta a sorte com o sumo!...

Comprou a ama

Já está! Diz-se que os bebés descobrem-nos os pontos fracos num instante. A M. confirma a teoria. Em pouquíssimo tempo apercebeu-se de que a ama não a pode ver chorar, e usa isso em seu proveito com uma pintarola que só vista... Quando chego a casa encontro-as sempre no sofá - uma a embalar e a outra a dormir embalada. Eu bem digo que não pode ser, mas a única coisa que recebo em troca como resposta é um sorriso envergonhado e doce de uma ama babada, que não é capaz de me dizer que não consegue, nem de que vai tentar. À minha insistência do não pode ser, o sorriso mantém-se até que muda de conversa - ou para as gracinhas da M. do dia, ou para o tchau de quem se vai embora para a sua protegida. Uma manhã confessou-me que os seus 3 filhos fizeram-lhe o mesmo - não pode ver os cachopos a chorar - "ainda por cima a M. tem um choro aflitivo!". É um facto. Quando chora, seja por que for, parece que a estão a esventrar viva. É uma exagerada. Com o pai B. a ajudar à festa e a dizer que acha muito bem, que a menina não tem nada que chorar, a ama sente-se protegida e por isso continua... Estou tramada!!!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Fase mãe

Até aos 6 meses era mãe ou pai, não importava qual o colo, era-lhe indiferente. A partir daí, é mais mãe. Se estiver no colo da ama, estende-me os braços para vir para mim, já o pai nem sempre tem direito ao mesmo mimo. Na semana passada, pela primeira vez, chorou no colo do pai porque queria o meu. Escuso de explicar a cara de desolado do B., a dizer "Oh filha! É o pai!", certo?...

Domínio do corpo

Aos 6 meses, já segurava perfeitamente a cabeça levantada, estando de barriga para baixo e virava-se de costas em segundos. Era vê-la a contorcer-se e a virar e revirar até chegar ao brinquedo que queria. Nessa mesma posição, desloca-se para trás, fazendo força com os braços. Depois, com as brincadeiras com a ama, descobriu que é engraçado ficar de pé. Não quer outra coisa. Se estiver sentada, faz força com os pés como que a pedir que lhe segurem nos braços para se pôr de pé. Depois, toda contente, de sorriso vincado e ar altivo, olha em volta e tenta avançar com a nossa ajuda. É claro que ainda não dominava a técnica do andar e que nada mais fazia do que querer avançar meia arrastada por nós, mas não deixava de ser engraçado. Agora com 7 meses já quer pôr um pé à frente do outro, apesar de ainda não saber bem como. Está uma espertalhaça!

Manha da sopa

A M. come sempre sopa e fruta ao almoço e ao jantar. Descobriu que lhe davam a comida por esta ordem num ápice. Gosta de tudo e até hoje ainda não recusou nada. Mas gosta mais de fruta do que de sopa, como é normal, por ser doce. Assim, começa a choramingar a meio da sopa e a fazer de conta que a recusa. Mas só a fazer de conta, porque se lhe der mais uma colher, e mais outra ela abre a boca - nunca se nega! Primeiro pensei que fosse de não gostar, mas não fazia sentido por depois continuar a comer e porque o fazia com todas as sopas que já tinha provado antes. Depois pensei que fosse porque estava cheia, mas também não podia ser porque começava a fazer a fita a meio e ela come bem mais. Depois percebi. Queria saltar para a parte da fruta mais cedo... A malandra percebeu que a fruta estava à espera e queria era do bem bom! Mas não lhe dei trela. Come sempre a sopa toda e depois a fruta, que lá em casa não há pão para malucos...

Boné

Não costumo falar da roupa, mas este tem de ficar para a história. Aos 5 meses, o pai comprou-lhe na Benetton um boné rosa choque, a dizer "Sweet", com uma pala mole, própria para bebé, pelo qual ficou apaixonado. Ficava-lhe a matar! Os tamanhos nesta loja são pequenos - a M. , por si já grandona, também é cabeçuda (percentil 95 de perímetro cefálico... O pai detesta que eu diga isto ;) ), por isso comprou-se o último tamanho - para 9 meses. A ama passava a vida a pô-lo, apesar de haver mais chapéus, por gostar tanto de a ver com ele. Aos 6 meses e meio já não lhe servia... O pai desolado, não desistiu. Foi à loja para comprar o tamanho a seguir. Não havia. A senhora disse mesmo que não existia. Não conformado, foi a outra loja perguntar o mesmo. Nesta, lá lhe disseram que havia, mas que era para 1 ano, ou seja, já não era de bebé. Tudo bem, disse o pai contente, desde que seja igual... Lá veio o boné do armazém. A pala já é maior e dura, o rosa é mais escuro e atrás tem uma coisa para apertar. Mas não faz mal, o pai queria tanto, que se adaptou às diferenças. Depois, eu vi defeitos na pala - estava às manchas... O pai que tem o olhar apurado para estas coisas (muito mais do que eu) não viu, e ainda me perguntou se fazia mal... Lá raciocinou um pouco e perguntou se dava para ver onde havia noutras lojas. Havia um no Oeirasparque. Não é que mandou reservar?! E foi buscá-lo. Vaidosices de pai babado...

Óculos de sol

Fica um must! A M. com o sol nos olhos, fecha-os e faz cara de incomodada, virando-a para o lado. Perguntei à pediatra, que me respondeu que mais importante do que o protector solar, são os óculos de sol - o sol está perigosíssimo e de facto os bebés ficam muito incomodados. A conselho dos amigos de barriga, comprámos via net (www.babybanz.com), uns cor-de-rosa, com protecção UV e tira para segurar à cabeça, todos fashion. O pai estava numa ansiedade só para os experimentar. Quando chegaram, tentou-se. Para os pôr refila e choraminga, mas assim que fica com eles bem postos na cara e se apercebe que até são utéis, cala-se e fica muito quieta. Depois é vê-la, toda vaidosa, no carrinho, muito direita, toda tesa, e de ar muito sério a olhar para todos, qual rainha a passear por entre os seus súbditos.

Unhas...

Mania! Achou que era engraçado, enquanto mamava, cravar-me as unhas na mama... De uma falta de quietude, abanava-se toda, levantava a cabeça, olhava para os lados e para trás, a dar às pernas, sempre de mama na boca. Como isso não é muito compatível com mamar, implicava nem sempre conseguir saciar a fome e a curiosidade ao mesmo tempo. Assim, resolveu o problema: cravava as unhas e segurava a dita... Não imaginam a gracinha que isso tinha... As unhas da madame são como as dos gatos pequeninos - afiadinhas. Isso somado ao facto de a mama andar para trás e para a frente, upa, upa! Optei por pôr a minha mão a tapar a mama e via-a a tentar agarrar a coisa mole a que ela estava habituada. Como não conseguia, acabava por acalmar. Tantas vezes lhe fiz isso que acabou por desistir... Bolas!

Leite

Já não tiro leite... Aos 6 meses e 1 semana, como de costume, de manhã dei uma mama à M. e liguei a bomba para tirar o leite da outra. A bomba tirou 50 ml. O normal eram 80/90 que eu acumulava com o da noite e dava para a papa do dia seguinte. Achei que era falta de água. À noite, repetiu-se. Nos dias seguintes, a quantidade foi diminuindo, até que já não saía nada. Optei por deixar a M. mamar dos 2 lados em cada uma das mamadas (pequeno-almoço e ceia) para estimular a produção. Ela não se chateia nada, e no final arrota com bocados de leite a sair pelo canto da boca. No congelador, há leite para 80 dias de papa dia sim, dia não. O medo agora é acabar sem prévio aviso ou ficar doente e não poder dar à filhota o bem-bom.

Mão na minha boca

Adora. Põe a mão na minha boca e eu simulo que a vou comer. Farta-se de rir. É bom ver como coisas tão simples a divertem e fazem feliz.

Actualização

Estive uns tempos sem escrever... Por isso agora, tenho uma lista infindável de posts para escrever, que vou apontando em papéis, para não me esquecer. À conta disso, algumas das coisas vão parecer fora de tempo, mas tendo em conta que este blog é também para a M., acho pertinente escrevê-los por ordem cronológica. Assim, algumas das estórias e aventuras são de há mais de 1 mês atrás. As minhas desculpas aos meus amigos assíduos...

Melhor fase da vida

É agora. Ainda faz o que quer (ou quase), não leva reprimendas (ou quase), ainda não percebe o não (ou quase) e leva muitos, muitos miminhos (sempre). Até aos 6 meses, vivemos a nossa época dourada, em que os sermões, os castigos, as más vontades são realidades paralelas, que não se revelam perante nós. Aproveita, filha, está quase a acabar...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Baptizado

Chegou o dia. Fui ao baieta, junto com a madrinha e a amiga Sofia - correu bem e ainda consegui arranjar as unhas por tuta e meia (o que não vale a santa terrinha!). O vestido e restante indumentária estavam prontos para serem vestidos pelos padrinhos. Com uma madrinha que já foi mãe há 8 anos de um rapaz e um padrinho que não percebe nada de bodies, a desgraçada da M. portou-se lindamente. Com os paparazzis de volta, o pai a dar palpites e a ser vestida no ar (...) só chorou no fim de saturada. Valeu-lhe a mãe que lhe fez festinhas na cara enquanto acabavam de calçar os sapatos. Ficou um doce e aquela touca era um must! Ao sairmos, a sogra que estava a chegar da missa da outra neta, ainda perguntou se levávamos tudo - a toalha, o casaco, a vela... Dissemos que sim e arrancámos. À entrada da igreja já estava o padre, junto com o meu pai e a minha tia. Para fazer justiça, devo sublinhar que o marido e o pai cumprimentaram-se mutuamente, mesmo que a fugir e entredentes. Fiquei contente. A cerimónia começou à porta da igreja, com a parte de quem é a criança e quem a entrega e o que lá vamos fazer. Depois entrámos, o padre fez o sermão e depois começou a eucaristia. Os meus cunhados chegaram mesmo aí, pelo que quase que não perderam nada. Quase na altura do baptizado propriamente dito, a minha tia pergunta-me pela concha, que ela tanta questão fez em oferecer. Pois... Ficou em casa... O olhar de fúria dela, fez-me cometer segunda asneira: pedi ao meu cunhado mais velho que fosse a casa buscá-la. Correu mal. O padre, sem prévio aviso, chamou a minha sobrinha para segurar na jarra da água benzida, e ali mesmo junto ao altar, molhou a cabeça à M., sem concha, nem pias. Nos entretantos, o meu cunhado andava à procura da bendita concha e não assitiu ao baptizado... Mea culpa, mea mui grande culpa!!! No fim, a cerimónia foi muito bonita, e recebemos os elogios do padre por ter feito uma coisa à séria e sem o pesadelo de meio mundo de convidados e de muitos fotógrafos e cameramen. À saída, choveu e até granizo caiu (o meu cunhado acertou...). O almoço foi fantástico - a comida muito bem confeccionada, com fartura e com gosto. O cozinheiro esmerou-se! Depois veio o bolo e o champanhe, que eu me ia esquecendo de oferecer às empregadas, não fosse o cunhado a lembrar, e o padrinho fez um discurso curto e conciso que resultou e resolveu o problema. No fim, portaram-se todos muito bem, tendo a M. ganho a medalha de bom comportamento, mesmo depois de ter brincado ao passa o testemunho pela mesa afora...

Baptizado - véspera

24 de Maio. Penedono. Chuva, frio e granizo... Até à véspera, disse que não comprava roupa porque o meu segundo vestido de casamento era excelente para a ocasião - pérola, com um corte à Audrey Hepburn, discreto e de manga cava, com um ligeiro decote nas costas. No sábado, rendi-me às evidências. Iria congelar com o dito. Por isso, toca de ir para Viseu à procura do impossível com mais 3 malucos que me aturaram o dia inteiro. Parecia a diva com os seus 3 gestores de imagem que assim que entravam numa loja espalhavam-se e me vinham depois mostrar as suas opções à vez. Eu, desempenhando o meu papel estoicamente ia experimentando. Ou não me servia (estou com menos 4 kg e tudo me cai mal), ou era muito decotado e via-se o soutiã de amamentação, ou era muito fresco (a colecção de verão está aí em força), ou não me ficava bem porque sou "de cor desmaiada", como dizia a Paula. Acabei por descobrir um fato de casaco e calça pérola, acetinado, com uma risca discreta e uma blusa lilás de seda a condizer (mais ou menos) com a gravata que o B. levava para a ocasião. Correu bem e caro (um obrigado a quem me aturou)... À noite, fui aturar o padre. Passei-me. O B., à laia da boa educação, perguntou-lhe quanto era, ao que ele respondeu "não é nada... as pessoas costumam dar € 50 para a igreja"... Assim, foram estes para a igreja logo ali, e outros tantos para o padre num envelope no dia seguinte, por ter emprestado a igreja, porque parece mal!!! Odeio, odeio, odeio padres e padrecos! Deixámos as coisas mais ou menos alinhavadas para o dia seguinte porque, ainda por cima, havia a missa do Pai Nosso da nossa sobrinha quase à mesma hora e que por causa disso ia chegar atrasada... Pontaria!!! De cabeleireiro marcado (confesso que fui muito a medo, mas nem correu mal depois de uma correcção minha no final), fui-me deitar estoirada com a correria pelas ruas de Viseu...

Baptizado - bem marcado...

É preciso ter sorte!!! O dia do baptizado para além de calhar no dia de anos do pai (propositadamente), também foi calhar no dia do idoso. À conta disso, havia missa a dobrar naquele dia: uma perspectiva de mais de 2 horas... A minha ideia original sempre tinha sido haver uma cerimónia só para nós, mas como em Roma temos de ser romanos, tive de me contentar em gramar a missa com toda a gente, à hora normal, e no final, o nosso padre (que nos casou e antes disso os meus pais) celebrava a cerimónia do baptizado para nós e para os curiosos que não saissem da igreja nos entretantos. Agora com a missa do idoso ainda se tornava pior. A sugestão do padre: irmos às 10h00 e aguentarmos até ao fim. O B. lá lhe explicou que era uma bebé de 6 meses e que isso não era muito fácil de se concretizar, ao que ele replicou "façam pelo melhor". Até sugeriu que quando a M. ficasse muito irrequieta fossemos para a sala ao lado, onde inclusive, poderiamos dar a sopa... Tive de me chatear. Eu que não me queria meter nestes assuntos de sacristão e catequista liguei para o sr. padre e disse-lhe que assim não ia. A M. não ia ficar 3 horas a levar com os velhinhos, passar a hora da sopa e aguentar valentemente a estucha sem pestanejar, como é obvio! O senhor não queria abrir precedentes e deixar fazer 2 eucaristias no mesmo dia, por isso o combinado foi fazer-se só a cerimónia do baptizado sem missa no final da que já estava prevista e nós tinhamos autorização a baldarmo-nos à dita. Escuso de dizer que interiormente agradeci, mas não percebi o porquê de tanto problema. Afinal, o "sô padre" lá me telefonou a dizer que tinha pensado melhor e que nos autorizava a eucaristia às 12h30, hora a que já ninguém estava a ver coisissima nenhuma (damned!!!). Assim ficou marcado. Ultrapassado este problema ainda havia outro: no dia, a minha sobrinha e afilhada tinha a missa do Pai Nosso (antecipa a 1ª comunhão - novidade!) quase à mesma hora, por isso, os meus cunhados e sobrinhas iam chegar atrasados... Mas como marcámos para aquela hora, podia ser que o atraso não fosse grande...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Baptizado - preparativos

Acordei baptizar a M. Não concordo, nem participo da crença, mas entre a minha filha levar com água na cabeça sem dar por ela (ou quase), ou mais tarde precisar e ter de levar com aulas e sermões, achei que devia ser amiga dela. Para além disso, o pai acredita e queria, e eu respeitei a sua vontade. Convidámos os avós, os tios (um deles é o padrinho), a madrinha, a bisavó e a avózinha Zulmira, a amiga também considerada para madrinha e a irmã emprestada do B. e a sua mãe - ao todo eramos 21, já com o padre. Quando casámos, combinámos que o baptizado do eventual filho seria na terra onde ele também o foi, pelo que tivemos de tratar de tudo lá. Logisticamente até era mais fácil porque os convidados são quase de todos de lá. Problema: onde fazer a festa depois. Na santa terrinha não há propriamente muitas alternativas, e cada uma pior do que a outra. Num hotel, chegaram a pedir € 40/pessoa para almoçar na sala de restaurante com as restantes pessoas que nada tinham a ver com a nossa festa e partilhar com estas das mesas de entradas e sobremesas!... Já sem grandes alternativas, por sugestão de uma amiga, fomos espreitar o Convento de N. Sra. do Carmo, adaptado para hotel, no Freixinho, concelho de Sernancelhe (http://www.hoteldocarmo.com/). Local fantástico com uma capela convertida em sala de refeições junto ao claustro, onde se servem os buffets. Alugam o espaço a um cozinheiro da região, também dono de um restaurante. Adorámos o local e fomos falar com o responsável pelo catering. No restaurante dele descobri um espaço mais adequado ao pretendido - uma festa só para os familiares directos e por isso algo mais pessoal e "cosy". A Casa do Avô, literalmente era isso que era, foi convertida por este cozinheiro com muito bom gosto, num restaurante pequeno e acolhedor. Por causa disso, e por ser mais em conta, optámos por esta solução. Escolhi as margaridas para a decoração, pois o seu significado é a inocência das crianças. Adequado, não? A ementa também nos parecia bem - tábuas de enchidos, creme de cenoura, bacalhau com broa, lombo de porco recheado com farinheira de caça, gelado de bolacha com chocolate caseiro e fruta laminada. Tudo servido à mesa, sem ninguém andar com o pratinho na mão a esticar o pescoço a ver o que mais pode provar. O bolo de baptizado ficou entregue ao cunhado, que tem pasteleiro a cargo.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Vestidos de baptizado

A madrinha quis pagar o que lhe competia. Como não queria abusar da sua boa vontade, e não cometer o mesmo abuso da cunhada que me pediu uma pequena fortuna pela fatiota completa da minha sobrinha, comecei a procurar calmamente nas lojas mais conhecidas - Praça do Chile e Av. Almirante Reis. Vi uns engraçados e baratos, mas nada que nos enchesse o olho. Um dia, por acaso, à procura do tecido para o cortinado da M. dei com uma loja pequenina, perdida numa esquina de Campo de Ourique - Mariadelina. Gerida e atendida por uma família, mãe e filhas, de bom gosto (por vezes demasiado "bem"), aposta na roupa, sobretudo de cerimónia/baptizado, e na decoração de quarto de bebés. Para o carote, mas acima de tudo com coisas diferentes. Espreitei e gostei tanto que fiquei de lá voltar no fim-de-semana com o B. para que ele dissesse de sua justiça. Lá fomos, num sábado de manhã, e o B. gostou, mas quis ver mais, até por causa dos preços. Fomos para a baixa, directos para a Coquette, a loja (que recomendo vivamente) onde comprei o meu vestido de noiva, onde vimos um que o pai adorou. Ficámos num impasse. O meu era branco (ponto a favor, tendo em conta que era um baptizado), em cambraia, com rendas q.b. e uma touca de morrer. Lembrava os vestidos antigos ingleses. O do B. era mais comprido, em seda selvagem, por isso creme, e com muito poucos pormenores, mais ao jeito dos vestidos de baptizado actuais de bom gosto. Ambos gostávamos dos dois, mas cada um com a sua preferência. Combinei com a madrinha e num outro sábado (chovia a cântaros), fomos primeiro a Campo de Ourique e depois pusemos-nos a caminho da baixa pombalina, para tirar teimas. Experimentámos os dois na M., que toda sorrisos, parecia uma bonequinha, com a touca a arrematar o quadro, fazendo as delícias de toda a gente. A madrinha ao ver o primeiro achou que não ia gostar do segundo. Afinal, gostou imenso do segundo também. Como não desempatou, disse-nos para chegarmos a uma conclusão entre os dois, senão ela atirava a moeda ao ar. Depois de algum tempo a tentarmos convencermo-nos mutuamente, o B. acabou por ceder e deixou-me comprar o meu. Não se arrependeu. Ficou linda! Foi um sucesso, com touca e tudo, e arrebatou corações no dia do baptizado.

4 anos de casados

Depois de juntos há 4, decidimos casar para podermos pensar na etapa seguinte - os filhos. Depois, vieram os projectos, os medos, as mariquices e o egoismo ao de cima, e afinal aqueles, ou aquela, melhor dizendo, só apareceu agora. O balanço de um casamento, para mim que sou jurista agnóstica, e que por isso encara estas coisas de uma forma muito simples - o casamento nada mais é do que um contrato - é acima de tudo positivo. Muitos dizem que depois de casados a relação começa a correr mal, que os primeiros 3, 7 ou 12 anos são os melhores, que o sentimento de compromisso é diferente e fica-se mais agarrado, entre outras teorias brilhantes. Para nós, não tem sido assim. Casar é igual a estar amancebado (em homenagem ao meu caríssimo pai ;), ninguém se sente agarrado a nada - estamos porque queremos e gostamos - e quanto muito, o primeiro ano (de união de facto, não de casamento) foi o pior porque tivemos de nos adaptar às idiossincrassias, caprichos e manias do outro. Entre o bom e o mau, a saúde e a doença, a bondade e o mau feitio, fomos-nos fortalecendo como casal e como pessoas. Agora, 4 anos depois, com a filha já cá fora, descobrimos outras coisas, coisas novas no outro - o carinho, a facilidade de lidar, a ternura e a capacidade de brincar - novidades sempre boas de descobrir. Espero que estes 4 se repitam e se multipliquem por muitos mais, para que a M. tenha um bom exemplo do que é uma Relação a sério, que pode ou não implicar um casamento.

Pêlos

Descobriu que o pai tem pêlos nas pernas. É giro de ver a M. a tentar agarrá-los, fixando-se num ponto da sua perna, e depois desajeitadamente tentar agarrá-los às três pancadas. Quando finalmente alcança o seu objectivo, de contente, puxa com força e olha para o pai com ar feliz. O pai corresponde com um ai valente ou com uma careta que só vista. Mas tirar-lhe a mão e impedi-la de repetir, que é bom, está quieto!...

Amama!

Quando está zangada e quer chorar, faz queixinhas... Assim, tal e qual. Parece que se está a queixar de mim ou a mim, dependendo da perspectiva.

Dadadadadadada!!!!

É a nova conversa da minha filha. Está imenso tempo com isto e deixa o pai quebrado de sentimento quando revê o filme que guardou para a posteridade mais esta gracinha.

Ainda é possível fazer amizades sinceras

"Apareci por um acaso, pelo destino, mas continuo porque quero e tu também, por isso, não deixarei mais de estar. Com ou sem passeios frequentes; com mais ou menos e-mails ou telefonemas, é para ligares quando quiseres, puderes ou precisares; é para "abusares" sempre, porque não abusas. O mesmo ao teu marido e à tua filha, que estarão sempre e igualmente debaixo da minha asa - que tanto é enorme, como precisa de ser cuidada… Mas quanto a isso, somos todos assim, certo?"... Obrigada, amiga!...