sábado, 1 de novembro de 2025

Bolo

O B. é muito guloso. À conta disso, por vezes, gosta de fazer um bolo para devorar em pouco tempo. A filha adora todo esse processo, desdo o fazer ao comer. Quando ele lhe diz que vai fazer um bolo, ela segue-o entusiasmada até à cozinha, dizendo "a mena ajuda!". Anda a sirigaitar de volta dele, por vezes dando-lhe alguma coisa, mas sobretudo empecilhando. Quando ele deita a massa na forma, ela comunica-me que o bolo "está cú!", querendo com isto dizer que já aprendeu que ainda não é hora de comer. Isto, depois de muita guerra entre os dois, insistindo um que queria comer e explicando o outro que ainda não pode ser porque está cru e tem de ir para o forno. Quando finalmente o dito sai do forno, é vê-la a saltar e a correr da sala para a cozinha e vice-versa - "mãe! o bolo 'tá feito!" -, querendo prová-lo na hora. O pai tem de explicar variadíssimas vezes que não pode ser, que está muito quente e depois, a sequência é sempre a mesma: choro, birra, explicações em vão, mais choro, zanga dele, acalma-se ela e espera. Menos do que um tempozinho, para voltar logo à carga: "o bouo 'tá feito! a mena quêi comêi!". Um dia, queimou-se nos dedos, porque, gasganeira, enfiou-os bolo dentro para roubar à má fila um pedaço de bolo! Depois, enquanto vir a caixa do bolo em cima da banca da cozinha, "a mena quêi bouo!", que chega a durar apenas 2 dias lá em casa... Não há quem aguente com 2 gulosos assim!!!

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