sábado, 1 de novembro de 2025

Tia Joana

Há coisas assim na vida. Ter uma irmã por perto com quem não nos damos e ter uma irmã longe que queremos muito ter ao nosso lado diariamente. Eu sou a segunda, mas não faz mal, pois nem a distância consegue retirar seja o que for a esta ligação eterna. Ontem, tivemos direito à visita da tia J. A M. já a viu, até aprendeu a andar em casa dela, na longínqua Braga, mas tendo em conta a idade, como é evidente, não se lembrava dela. Fomos buscá-la ao Metro, aproveitando para passear um bocadinho no jardim lá perto. Quando ela vinha a subir a rampa, disse à M. "olha quem vem lá! Vai dar um xi à tia Joana, anda!". Olhou para mim de lado e, depois de empurrãozinho meu de ajuda, correu na sua direcção. O à vontade com que a recebeu em nada me espantou. A forma como nos ligamos é intensa e transmiti, é certo, toda a confiança à minha filha para o fazer sem medos. Apanhámos flores e voltámos para casa. Na banheira, ouvimos uma vozinha gritar: "tia!". Nem reagi, mas a visada assumou logo à porta da casa-de-banho e acabou por ficar a brincar com ela até à chegada do pai. Vestiu-a, depois do creme, penteou-a e ajudou a comer, quase que intimada para isso. Brincámos um bocadinho e chegou a hora do beijinho de despedida. "Não!" foi a resposta pronta da nossa M. Após a nossa saída, ficou a conversar com o pai, dizendo ele que o discurso era "amanhã, a tia J., a mãe out'a véch". É tão bom saber destas coisas...

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