A M. tem uma noção de justiça quase perfeita. Agora, quando dá beijinhos a um de nós, tem de dar sempre a seguir ao outro. Distribui sempre de igual forma a mesma coisa. De tal maneira, que o pai já se faz ao beijinho sem sinais de que ele aí vem... E só se deu mal uma vez!
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Vómitos
Hoje de manhã, a M. recusou o leite, mal o provando. Não lhe conseguimos dar sumo, soro, água, nada. Desisti e deixei-a a brincar no chão comigo. Meia-hora depois percebi o porquê. Vomitou tudo - foram três esguichos que incluiram o jantar de ontem. Até fez impressão. Mais uma vez, não chorou e ficou muito séria a olhar para mim sem perceber o que se estava a passar. Por isso, enquanto eu era atendida pelo nosso médico, o B. levou-a às urgências do Hospital. A pediatra confirmou que era normal e que devíamos continuar com o bom trabalho. Muita água, chá preto diluído com açucar ou os sumos de maçã ou pêra que estávamos a fazer e não insistir com a comida. A regra agora é: ignorar as regras. Não há horários, nem medidas, nem tipos de comida obrigatórios. Come quando quiser, o que gostar e até querer, sem forçar. Para não nos preocuparmos com o apetite, que passando a doença ele regressa. Com um prognóstico de pelo menos mais três dias assim, descansou-nos - não há qualquer sinal de desidratação da nossa pipoca e só lá voltar se vomitar e depois de passado o tempo necessário, voltar a vomitar sem segurar os líquidos que lhe dermos entretanto. Nunca mais é sábado!!!
Fim-de-semana doente
Desmarcámos os encontros sociais e passámos o fim-de-semana de volta da filha sem fome e da roupa borrada. Por dia, foram à vontade 6 ou 7 mudas de roupa - não há fralda que segure tamanhas diarreias. Descobri que a melhor forma de tirar nódoas destas é pôr logo, logo água a ferver para tirar o borrão e depois esfregar com Fairy. Sai tudo limpinho, depois é só lavar com o detergente dela para evitar alergias desnecessárias - bem basta!!! Não teve febre nenhuma e ontem à tarde, tivemos a última demonstração de pintura à pistola, até ver. No entanto, a falta de apetite é mais que muita e continua. Felizmente, a boa-disposição mantém-se - continuou a brincar e a rir-se das nossas palhaçadas e sobretudo sem choros. Aqui a mãe, como não podia deixar de ser, teve de compartilhar a dor com a filha - como doença viral que é, passou para mim... O domingo foi passado entre a casa-de-banho e o sofá e à noite não fui capaz de dar assistência ao B. - foi ele que tratou da filha até se deitar. Já percebo a sua falta de apetite: a fome até chega a apertar, mas assim que se começa a comer, a agonia começa a subir, a subir... E não se consegue comer mais nada por muitas horas a seguir... Até beber custa... O meu almoço e jantar foram canja de galinha - que de acordo com o nosso querido médico é de facto curativa pois tem propriedades imunitárias - e mais nada. Fui ao médico hoje que me receitou Omeprazol para o estômago, UL 250 para a diarreia e sobretudo muito descanso. Fico em casa até amanhã. Avisou que a doença passa por via oral ou fecal, por isso, a ver vamos se o pai também não adere à permanência forçada em casa...
Pai mágico
Tem sido uma guerra convencê-la a comer. Sopa nem vê-la, papa de arroz só com açucar e mesmo assim quase nada, fruta cozida também é difícil. A única coisa que marcha mais ou menos bem são os boiões de fruta. Fica a olhar para nós com um ar muito sério e uns olhos quase divertidos e fecha a boca sem qualquer possibilidade de recurso. O B. desfaz-se na cozinha para a sua princesa - coze arroz de propósito para fazer água de arroz para o leite e a papa, que guarda em caixas, prepara chá com açucar para ela beber e inventou uma sobremesa de maçã e pêra cozidas com bolacha Maria que foi bastante do seu agrado. Mesmo assim, tem sido complicado e o mais importante tem de ser salvaguardado - a desidratação... Foi então que o B. se lembrou: a máquina das sopas da M. coze tudo a vapor, ficando a água no fundo do recipiente separada dos alimentos. Ora se se cozer maçãs ou pêras, o sumo que fica é perfeitamente bebível. Experimentámos. Resultou! O soro comprado na farmácia não quer, mas o suminho de pêra, e especialmente de maçã vão com uma grande pintarola! O que não vale ter um pai mágico, M.!...
domingo, 12 de outubro de 2008
Surpresa
Papá e Titi
Hoje, à hora de almoço, fez finalmente o gostinho ao pai e disse nitidamente papá para ele ouvir. Eu já tinha ouvido no carro há dois dias, mas iamos sozinhas e não consegui que ela repetisse aquela proeza. Deve ter tirado o dia para a fala, pois à tarde, estando cá a tia (que ela aliás recebe com umas boas-vindas muito sorridentes) e ajudando-me a mudar-lhe a fralda pela enéssima vez, foi-lhe repetindo "ti-a". A M. acabou por lhe responder "ti". Como teve sorte, passou à tentativa do "titi". Não é que a piquena o disse?! E repetiu, o que fez com que a tia fosse embora a dizer vezes sem conta "titi, titi", depois de me ter dado o recado que eu tinha de insistir durante a semana para ela não se esquecer. Imagino que esta semana os seus colegas de trabalho não vão ouvir mais nada... :)
Até ao pescoço
A M. acordou esta manhã às 6h00 (é a segunda noite seguida) a chorar. Dei-lhe o biberão de leite com água de arroz, embalei-a e deitei-a outra vez. Adormeceu calmamente e fez mais um sono até às 9h00. Quando voltou a acordar, pedi ao B. para ir, para me compensar o madrugar, ao que ele acedeu prontamente (até porque às 2h00 fui eu que lhe dei o chá...). Cinco minutos depois chamou-me a pedir ajuda: à conta da diarreia, a M. tinha cocó literalmente até ao pescoço... Despi-a e demos-lhe banho. Mal comeu a sopa ao almoço, ao lanche comeu meia papa de arroz (a qual tive de aldrabar com um bocadinho de açucar, senão não ia nada, por não saber a nada - é mesmo horrível...) e o jantar resumiu-se a um boião de fruta, não aceitando mais nada. Felizmente, o suplemento energético que a pediatra sugeriu não é do seu agrado e por isso, temos compensado e hidratado com o muito chá que nos recomendaram nas urgências. Não dormiu nada o dia inteiro até às 18h30. Sempre que estava quase lá, fazia outra descarga, tornando-se necessário mudar-lhe a roupa. Acho que hoje foi o dia que mais banhos tomou. Acabou por adormecer na cadeira de comer, comigo a cantar "O Manel tinha uma bola", derreada de cansaço. Nem uma hora dormiu com mais uma descarga que nos obrigou a mudar a roupa da cama inclusive... Foram sete mudas de roupa hoje, quase tudo o que ela tem, que já teve de ser lavado para recomeçar o ciclo esta noite... O que vale é que continua bem-disposta e a querer brincar, senão acho que o B. morria do coração e eu ficava muito, muito triste...
sábado, 11 de outubro de 2008
Beijos
O B. hoje beijou-me à sua frente, estando ela ao meu colo. A sua reacção foi rir-se e querer dar beijinhos também - distribuiu um a cada um. O B. insistiu em beijar-me. Ela repetiu. O B. também. Ela empurrou com a mão e só me beijou a mim. O B. tirou-a do meu colo para o dele e voltou a fazer o mesmo. Ela voltou a empurrar e quis o meu colo para me dar um beijo a mim. E tungas! 1-0 para a mãe! ;)
Gastrenterite
Hoje de madrugada, a M. acordou agitada. Achámos que era da chucha e demos-lhe o biberão de leite das 8h00 para ver se ela acalmava e dormia mais um bocado. Não mamou tudo e minutos depois, ao colo do pai, vomitou. Mudou-se-lhe a roupa, o B. acalmou-a ao colo e sem qualquer refilanço deitou-a na cama - estava podre... Ele nem teve tempo de se deitar em condições. A M. vomitou outra vez, desta feita, molhando cama e tudo. Toca de levantar, fazer a cama de lavado e mudar-lhe a roupa outra vez. O B. à terceira não caiu e ficou com ela no sofá meia direita ao colo para não vomitar outra vez. Dormiram assim mais 45 minutos até à hora de acordar. Ele deitou-a e arranjámos-nos para sair. Quando a ama chegou, acordou e vomitou outra vez, já quase sem nada no estômago. Demos-lhe chá morno e saímos com uma preocupação em cima dos ombros e de plantão. Ao longo do dia, aos nossos milhentos telefonemas, a ama foi dizendo que estava tudo bem, que tinha comido tudo e que não tinha voltado a vomitar. Afinal, quando cheguei, descobri que esteve chochinha todo o dia, não sendo o furacão M. de todos os dias, apesar de não chorar, nem vomitar (a ama não disse nada para não nos preocupar, estando nós no trabalho). Para além disso, estava a ficar com diarreia (tinha acabado de a fazer quando cheguei). Ao telefone, a sua pediatra mais uma vez desdramatizou e apenas disse para lhe comprar um suplemento de energia na farmácia (temos mesmo de encontrar outra). Levámo-la ao médico das urgências. Este foi um querido e explicou que metade da população pediátrica de Lisboa está com este vírus. Cortar nos verdes, continuar com a alimentação normal, apostando mais no arroz e na banana, assim como a maçã e a pêra cozidas, papa de arroz ou de cenoura com água da fervura de arroz e preparar o leite com menos uma medida de pó para a mesma água de sempre, para os intestinos regularizarem. Não pode comer, nem beber uma hora depois de um episódio de vómito, nem comer nas três horas seguintes, compensando-se com chá preto com açucar às colheres. Ultra-Levur para a diarreia se não passar daqui a três dias e a indicação para estarmos muito atentos aos sintomas de desidratação - olheiras profundas e falta de saliva à volta da boca - que deve ser imediatamente vista por um médico. À noite, não quis comer (marchou uma banana, parte de uma maçã cozida e duas bolachas) e estava muito mais calma, até mesmo mais mimocas. Mesmo assim, bem-disposta e a querer brincar - menos mal. Adormeceu na cama sem choros, depois de muitos miminhos ao meu colo. As melhoras, filha!
Ficou com o avô
A ama teve de faltar pela última vez. Pedi ao meu pai para ficar com ela. Prontificou-se logo e às 8h30 em ponto já cá estava. Teve o cuidado de bater à porta, em vez de tocar a campainha, não fosse a cachopa estar a dormir, e não me deixou acordá-la para lhe mudar a fralda - "cá me desenrasco depois". Deixei as indicações todas da comida, expliquei os lados da fralda e fui-me embora. Foi o dia em que acordou às 10h, com uma fralda cheia de cocó, que o meu pai mudou sem agonias. Disse que só se viu atrapalhado com o fecho da fralda - não via os adesivos de lado... Quando liguei, a M. estava no parque, disse ele "há imenso tempo" e a única coisa que ele fazia eram "motetes" (caretas) de vez em quando. Deu-lhe o almoço, e em vez do boião que eu achei mais fácil de dominar, optou por uma banana. Quando a ama chegou, estavam os dois na sala a brincar, com muita coisa espalhada pelo chão e um rabo e roupa borrados porque a fralda se abriu sem querer. Conta a ama que a M. não quis ir para o seu colo quando chegou, pois só queria o avô. Pudera! Deixou-a fazer tudo o que queria... Quanto ao meu pai, a M. fez a sua alegria naquele dia. À noite, fartou-se de falar ao telefone, a contar divertido a aventura e dizendo que só não a levou à rua a passear porque não sabia onde estava a roupa... :)
Biberão da noite
Há meses que a M. já não precisa de leite à noite. Começou a adormecer a seguir ao jantar, não acordando mais senão de manhã. Como mamava, não havia razão para biberões antes de ir para a cama. Agora que já está a biberão exclusivo, estamos a tentar que ela deixe de acordar tão cedo (acordar às 7h30 ao fim-de-semana não está com nada!), dando-lhe leite à noite. Na primeira manhã a seguir à experiência, acordou às 8h na mesma, mas depois ficou-se a dormir com a ama mais um bocado. Na segunda manhã, acordou à hora do costume e nem sequer dormiu a seguir. À terceira, acordou, mas o pai adormeceu-a logo a seguir e acordou às 10h00! Era bom que ela voltasse aos seus velhos horários de recém-nascida, quando eu não tinha de sair de casa (abençoada licença!) acordando por volta dessa hora. A ver vamos se temos sorte...
E do fado!
No dia seguinte, estava a dar uma reportagem sobre a Amália, e como é óbvio, passaram algumas canções dela. A M. estava na sua cadeira de comer amarrada, mas não foi isso que a impediu de abanar o corpo ao som daquela música tão portuguesa, olhando para nós com ar satisfeito. Que gostos tão díspares, filha!
Ao som dos Sheik
Domingo à noite, televisão ligada na RTP1 com a Catarina Furtado e o seu novo programa "A minha geração", cujo tema eram os anos 60. O B. e eu estávamos a brincar com a M. de costas viradas para a caixinha mágica, enquanto a famosa apresentadora anunciava os próximos convidados - os Sheik, banda de música da época com o Fernando Mendes e o Paulo de Carvalho. De repente, a M. desliga o botão da nossa brincadeira, vira-nos costas, gatinha até à mesinha de apoio, e em pé começa a abanar-se, vidrada na TV. Ficámos os dois pasmos a ver a nossa filha a dançar à grande com aqueles senhores a tocar música dos anos 60. Não é que a miúda gosta daquela música?!
Miminhos à Lola
Quando lhe damos A vaquinha Lola, pega nela, inclina a cabeça e encosta-a à cara em gesto de miminho. Dantes era só quando estava com sono e sentada. Agora, varia o momento, já não sendo preciso o sono para acontecer e chega a deitar-se no chão com a vaca por baixo. A única coisa que se mantém é o objecto do mimo - a sua amiga Lola. Fica tão querida!
Mau Maria!
Tanto dei na cabeça do B. que as crianças ganham a manha da cama dos pais num ápice que ele cumpre à risca: não tenta levá-la para a nossa cama - até porque eu começo logo a dizer que não quando ele entra no nosso quarto, seja qual for a sua intenção. Mas... Já foram duas as noites nestas últimas semanas em que a M. acordou a meio a chorar. O pai vai logo ver o que se passa e acaba por tirá-la da cama para a acalmar. Da primeira vez, cheio de sono, deitou-se no sofá com ela e ali ficaram os dois uma hora e meia a dormir. Já eu estava na cama enervada, à espera de deixar de a ouvir para lhe ir dizer para a deitar, na certeza que o inevitável acontecesse. Acabei por me levantar e acordá-lo para a ir deitar, ficando eles os dois a dormir a sono solto e eu de pestana aberta, irritada por isso ter acontecido. Da segunda vez, como lhe preguei o sermão do sofá, foi para a cama de visitas que ainda está no quarto dela, ali ficando até ela adormecer... Assim, não há quem aguente!!!
Escorregar para trás
Desde que descobriu tal efeito no ginásio onde experimentou o ioga para bebés, que de vez em quando a vemos esticada no chão, de barriga para baixo, a empurrar com as mãos para escorregar para trás. O pior é que ainda não percebeu que no tapete o efeito de deslizar não é o mesmo e por isso, de vez em quando, empanca no respectivo, ficando a olhar para trás com um ar de quem não consegue perceber onde está o gato...
Que vergonha!
Estávamos na Zara a ver roupa para ela e o B. decidiu começar a dançar ao som da música à sua frente. Esta teve a reacção de pôr as mãos em cima da cabeça e puxar o couro cabeludo para baixo. O pai, na brincadeira, imitou-a dizendo "ai, que vergonha!". É que parecia mesmo! Dava mesmo o ar de uma filha encavacada pela figura do seu cota em público! Ora, o gesto de imitação do B. teve por consequência a M. ter descoberto o seu novo truque. Agora, se lhe perguntarmos pela vergonha, ela automaticamente leva as mãos à cabeça e faz um ar comprometido. É de chorar a rir!