Este fim-de-semana, viu cebola descascada em cima da banca da cozinha e começou com a técnica costumeira de pedir para comer. Tentei demovê-la distraindo-a, mas não tive sucesso. Como insistia, decidi fazer o contrário - dar a provar para perceber que não presta... Hum-hum... Encostei-a à boca a medo, para não haver uma reacção exagerada. Lambeu os lábios e apontou outra vez. Voltei a molhar só os lábios. Voltou a pedir. Então, tirei um bocadinho com a unha e pu-lo na boca. Depois de saborear - era tão pequeno que não deu para mais - pediu mais. Optei por lhe dar a cebola para a boca. Deu uma trinca ainda simpática. Franzi o sobrolho impressionada, à espera de algo mau. Nope... Gostou e quis mais! Não é que agora a miúda não pode ver cebola que pede logo?!
domingo, 19 de outubro de 2008
Nova pediatra
Não satisfeitos com a que tínhamos, por falta de disponibilidade (consultas com Multicare só às 2ªs e 5ªs) e alguma falta de sensibilidade para pais de primeira água também (aos telefonemas, raros por não gostarmos de aborrecer por dá cá aquela palha, e por isso só feitos em circunstâncias em que a preocupação aumentava, tal como a sua primeira febre de 39,5º, respondia sempre que não nos preocupássemos e esperar mais um tempo, sem mais), procurámos outro profissional que nos desse a sensação de um maior apoio. Afinal, como disse a amiga F., é alguém com quem teremos de contar até aos 18 anos... Por indicação de uma colega do B., marcámos consulta para a Dra. Margarida Lobo Antunes, médica que dá consultas todos os dias, excepto às 4ªs (dia em que está de banco de urgência, por isso vai dar ao mesmo), no Hospital dos Lusíadas. Fui só eu com a M. no final da crise de gastrenterite. Após uma consulta de quase uma hora, descobri uma médica com imenso profissionalismo, muita atenção aos pormenores e muito directa, sem grandes mimalhices. Questionou-me sobre bastantes coisas, examinou a fundo a M. e pareceu-me mais sensível a questões parvas de pais inexperientes. No final, deu-me um recado para o B.: para pôr óculos quando olhasse para a filha, pois ela de magra não tem nada (depois da gastrenterite, dizia tristemente que ela tinha perdido a sua barriguinha de bebé...). Está boa e recomenda-se, ficando o conselho de um maior cuidado nas quantidades de comida, por exageradas. Depois disso, falei com a amiga enfermeira, um excelente barómetro para estas coisas, que me deu excelentes referências da médica, definindo-ma tal e qual como eu a tinha achado. Acho que desta acertámos...
Já está boa
No sábado já não havia redutos da doença - o apetite voltou em força e regressámos à velha história do já chega. A nossa preocupação terminou e agora é vê-la comer com gosto outra vez...
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Pontinha, pontinha!
A aula de ioga já produz efeitos. Em casa, vou repetindo os exercícios que ainda me lembro, sendo um deles este: deitada ou sentada no nosso colo, pegamos nos pés dela e cantando, acompanhamos com os pés "Pontinha, pontinha! Calcanharito! Sola com sola! E abriu!". Farta-se de rir, especialmente na parte de esfregar as solas uma na outra. Aproveitei para o fazer no muda-fraldas para a conseguir manter sossegada uns minutos. E resulta! Agora é ela que segura nos pés e bate um no outro, sorrindo para mim, à espera que eu cante e faça os pormenores. Bem qua a professora de ioga nos tinha avisado que eles fixavam este a mudar a fralda.
Ontem
A diarreia já se despediu e os vómitos também. Almoçou sopa e maçã cozida, lanchou papa e jantou outra vez sopa e pêra à dentada. Apesar de não comer nas quantidades desejadas está no bom caminho. Mesmo assim, percebe-se que continua mal-disposta, pois certas coisas ainda a agoniam, recusando-as, para além do que demora o dobro do tempo a comer, distraindo-se, fechando a boca ou querendo o livro ou a colher. Foi para a cama cansadíssima da noite anterior, que não recuperou durante o dia e à meia-noite o pai deu-lhe um biberão de leite, com um reforço de duas colheres de papa que foi todo.
Conversa
Já tenta repetir alguns dos sons que ouve sairem da nossa boca. Assim, até agora já se aventurou no mamã (que chama a tudo o que quer - não importa se sou eu, o pai, a ama, a bolacha ou o biberão...), no papá (bem menos fácil de sair), no já 'tá, na papa, no pato, nas botas e na titi. Isto para não falar no xarabiá que se ouve o dia inteiro e que já tem algum significado para ela (para nós é chinês...). É divertido vê-la nestas experiências de língua e sobretudo ficamos doidos quando ela consegue dizer o que nós já estamos a repetir há horas...
Meu rico pai!
O B. está com problemas de costas, ao ponto de lhe darem guinadas por dá cá aquela palha. Ontem, isso aconteceu. De repente, torceu-se com dores, sentou-se no chão quase sem conseguir respirar e sem conseguir mexer o braço direito. Eu pousei a M. no chão e pondo-lhe as costas direitas com os joelhos, puxei o braço para cima. Não sei se foi o gesto, se a cara de dor do pai, se tudo junto, só sei que de repente a M. desatou a chorar. Um choro de assustada que foi difícil de parar, mesmo com muitos miminhos. O pai até se esqueceu da dor para pegar nela ao colo, tal era a sua aflição. Quando finalmente acalmou, com umas graçolas que lhe fizemos, ainda esteve um bocado a confirmar que estava tudo bem - o B. no chão do nosso quarto e ela a tentar espreitar para o checkar. Não sei se, não fosse o banho nos entretantos, ela não voltaria ao mesmo...
Televisão
A única que tem autorização para ver é a Baby Tv, muito com o intuito de a acalmar. Dos inúmeros programas que aquele canal passa, há uns que ela adora - Pitch&Potch. Quando toca a música deles, olha para nós de sorriso na cara, abana-se para a frente e para trás e abana a cabeça, rindo-se imenso. Fazem as suas delícias. Para além disso, todos aqueles que mostram animais têm uma consequência imediata: aponta e chama a nossa atenção, como que a perguntar como se chamam. Continuamos a verificar a sua adoração por bichos de toda a espécie, o que para mim é muito bom sinal. http://www.babytvchannel.com/view_program.aspx?l=4&i=7&si=7&p=33
O sono fugiu
À noite, a M. adormeceu às 21h30, como é normal, sem grande coisa no estômago. Aquilo que lhe demos ao jantar saiu inteirinho pela boca para dentro do bolso do seu babete - pareceu um tiro certeiro... O B. adormeceu cansado no sofá e eu aguentei-me acordada à espera da meia-noite para lhe dar um biberão, para lhe confortar a barriguinha até de manhã. Mudei-lhe a fralda, tirei-a da cama e tentei dar-lhe o leite. Recusou peremptoriamente. Como já estava desperta, tentei dar-lhe o resto do chá que ela tinha bebido antes de dormir. Ao fim de um bocado, lá a consegui convencer que era de noite e adormeceu outra vez. Deitei-me e estive a ouvi-la durante cerca de meia-hora na cama para trás e para a frente. Quando eu já estava quase a passar para a terra de Orfeu, a M. começa a chorar. O B. levantou-se e tirou-a da cama, avisando-o eu de que não queria leite e que a fralda já estava mudada. Instantes depois, ouvi-a no chão a gatinhar e o pai a perguntar-lhe para onde tinha ido o sono, ao que ela contente respondia com muitos "dadás!"... Acabei por passar pelas brasas, mas sempre com um ouvido cá e outro lá. Duas horas depois, estava o B. desesperado a tentar adormecê-la. Pô-la na cama e tentou, em plena escuridão (esquecendo-se que assim ela não o via) a técnica do agora vamos ver quem se cansa primeiro. Ela entrou em pânico e desatou num berreiro atroz. Até fazia impressão... Soluçava sem parar, até que não aguentei mais e fui lá. Tirei-a da cama, e estive uma série de tempo com ela ao colo a acalmá-la. Respirei fundo, inspirando e expirando, falei-lhe baixinho ao ouvido, até que já só se ouvia um soluço muito de vez em quando. Acabou por me pedir cama, como de costume, e eu deitei-a. Ficou-se de rabo para o ar, enquanto eu ficava ao lado da cama. De repente, apercebeu-se de toda a técnica para a adormecer, sentou-se na cama e chorou! Voltei a tirá-la para recomeçar tudo de novo, mas o B. chegou com um biberão de chá e conseguiu o feito de pôr a nossa filha a dormir às 4h00 da manhã. Às 6h30, acordou outra vez a chorar. Desta feita, tentei novamente o leite, que agora marchou, com o estômago a rosnar enquanto aquele caía - estava vazio... Deitei-a na cama, deitei-me na cama ao lado e a agitação era tal que só conseguiu adormecer com a minha mão dentro da cama a tocar-lhe... Fiquei ali até ouvir o nosso despertador às 7h15, levantei-me e tapei-a, achando que ia esticar até meio da manhã. Afinal, às 8h15 estava acordada outra vez... Só de manhã é que fiz clique... O chá que estava no biberão que eu lhe dei à 1h00 era chá preto, remédio receitado para os vómitos... A miúda bebeu um excelente estimulante que a pôs a gatinhar toda feliz corredor afora, noite dentro. E por causa do chá preto, passámos nós uma noite quase em branco...
Já escolhe
Para sobremesa não sabia o que lhe dar, por isso optei por lhe dar liberdade de escolha a ver se tinha resposta. Mostrei-lhe o iogurte e uma banana, cada um em sua mão. Ela mostrou boa cara aos dois, olhou para um, olhou para outro e apontou para a banana enquanto fazia estalinhos com a boca, o seu som característico para comer. Assim, torna-se mais fácil!
Sesta de quatro horas
Na terça, depois de uma manhã quase sem comer, dormiu quatro horas seguidinhas, como já não fazia desde bebezinha. Fechei os estores até cima e encostei a porta e foi esse o resultado. Estava tão sossegada que me fez lá ir vê-la mais do que uma vez para ver se estava tudo bem, como no princípio... Assim, só almoçou às 4h da tarde e já conseguiu tolerar um pouco mais de creme de cenoura e 2/3 de uma banana. Às 18h, dei-lhe um iogurte que ela comeu com vontade. Fiquei a achar que já estava melhor. Afinal, o jantar saiu todo outra vez...
Enganou-se...
Na aula de ginástica, a M. já se sente completamente à vontade. Pedi ao B. para tentar ir ele sempre que puder porque eu não tenho tanta força e a minha tendinite não me permite muitas aventuras. Ele foi à da semana passada e portaram-se os dois lindamente. No final da aula, a M. andava a gatinhar ao sabor do vento, acompanhada pelo sua amiga Pocahontas, quando sentiu necessidade de retornar à sua base de segurança - o colo do pai. Assim, lá foi ela, no seu gatinhar a olhar para o chão em direcção às pernas masculinas de sua eleição. Apoiou-se, levantou-se e... era o pai, mas não o dela! A cara foi de "Upppsss! Já me enganei", mas diz a F. que não se desmontou. Com um ar meio desconfiado, de quem diz "não era bem isto que eu queria, mas está bem...", mas de quem não dá o braço a torcer, deixou-se ficar - até porque o pai estava mesmo ao lado...
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Mas será que nunca mais acaba?!!!
Parei de amamentar há 1 semana e meia. Porque me estava a fazer mal, sobretudo a nível imunitário e hormonal. No dia 4 de Setembro, comecei a ter hemorragias, que presumi ser o período e só pararam quando parei de amamentar e de tomar a pílula da amamentação, ou seja mais de um mês depois (faz-me lembrar os meus tempos de adolescência em que, por não ter mãe que me levasse ao ginecologista, tinha períodos de três em três meses e que duravam três a quatro semanas sem exagero com hemorragias brutais, que me faziam passar vergonha...). De acordo com o meu médico, os meus ovários já estavam a trabalhar à parva, a 200 à hora... Pois... Parou na semana a seguir, mas agora estou com uma coisa manhosa, castanha e que não se parece com nada... Acho que é desta que o Benfica veio para chatear, mas não há meio de sair dos balneários!!! Ainda por cima, o leite ainda não secou! A fonte continua! Chiça penico, que estou farta! É ou não desperdício?!
Minha ou tua?
Quando falo com o B. a propósito da M. costumo referir-me à "tua filha", hábito que adquiri há já muito. Contrariamente, só ontem, me apercebi de que o B. quando me pergunta por ela, diz a "minha filha". Ou seja, ao que parece, eu não sou tida nem achada na parte da posse, mas por ambos!... O que vale é que é só da boca para fora, pois no resto, ela é a Nossa filha...
Ama doente
As suspeitas de ontem confirmaram-se. Foi-se embora agoniada, com cólicas, depois de 6 idas à casa-de-banho (desgraçada tinha uma viagem de uma hora pela frente até casa...). Hoje faltou. Desconfio que o vírus a apanhou mais a ela do que a mim, pelo que parece-me que a falta vai-se manter amanhã... Cá em casa, só se safou o pai B. (por enquanto!...). Bem que disse a tia enfermeira que tem famílias inteiras doentes - até os avós que foram visitar os meninos foram apanhados... Cuidem-se, eles andam aí!!!
Creme de cenoura
Ontem tentei um creme com uma batata, duas cenouras e uma cebola quase inteira, esmagado com água de arroz e rigorosamente mais nada. Até agora, foi a única sopa que comeu... Já fiz mais para hoje...
Até aos pés...
Depois do vómito da manhã, passou o dia muito bem, apenas com o senão da falta de apetite. Não houve um cocó o dia inteirinho, de tal forma que achei que a diarreia estava a passar e que se calhar até já estava a ficar presa dos intestinos com tanta água de arroz, maçã cozida, papa de arroz, creme de cenoura, eu sei lá... Decidi parar com a água de arroz, mas... Ontem à noite não foi até ao pescoço, mas sim até à outra extremidade do seu pequenino corpo - os pés. Tinha acabado de tomar banho, vestida de lavado e acabadinha de petiscar qualquer coisa parecido com um jantar, quando vimos uma mancha descomunal pela perna do babygrow abaixo. Foi outra vez para dentro da banheira e logo a seguir a estar novamente vestida, voltou a borrar-se toda. Desisti e fui ao Colombo às 22h00 comprar mais babygrows para desenrascar, assim como o HN25 da Milupa para diarreias agudas e Nestum de arroz por sugestão da amiga enfermeira.
Virou mais famosa ainda!!!
http://www.barrigasxxl.blogspot.com/
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Livros
Desde que me lembro que sou uma apaixonada por livros. São um mundo por descobrir, com aventuras e estórias que preenchem o nosso imaginário. Em pequenina, gostava ao ponto de o meu pai me perguntar se não me esquecia do livro antes de sair de casa em vez de se queria ir à casa-de-banho. É que enquanto tivesse livro para ler, ficava num canto esquecida, sem aborrecer ninguém. Assim, que acabava de o ler (devorava-os), começava a puxar pela manga e a perguntar quando é que íamos embora... Mais tarde, o meu pai comprava-me uma BD do tio Patinhas e eu vinha a ler pelo caminho, enquanto ele me punha a mão no ombro para não ir de encontro a nada. É uma paixão que nem o curso de direito me tirou (apesar do prognóstico de uma professora de filosofia...). Hoje em dia, já não tenho assim tanto tempo, mas continuo a gostar de ler um bom livro. O B. é o oposto. Não tem paciência para começar e acabar um livro, mesmo tendo vontade de o fazer. Ambos somos reflexos da educação que tivemos: enquanto que os meus pais fomentavam à brava a leitura e levavam-me todos os anos à feira do livro para eu escolher uns quantos livros (como boa sagitariana que sou, durante uns anos eram sempre sobre animais...), os pais do B., por falta de noção e de tempo, nunca o fizeram. Para mim, a leitura é fundamental para todos, mas sobretudo para as crianças. Para além de treinar a língua portuguesa, para que esta não se transforme num caldeirão de experiências mal-sucedidas, também desenvolve a imaginação, a criatividade e oferece um mundo sem fim de cultura, não importa qual o livro (ainda me lembro que aprendi o que era um remoinho de água e Veneza com um tio Patinhas...). Assim, e como de pequenino se torce o pepino, já ando de volta da M. com este meu projecto - é assim que vejo esta minha intenção. Tem alguns de cartão, outros de pano e ainda de plástico, mas os seus preferidos são os da colecção "Dicionário por imagens dos bebés". São de facto giros. Com aminha ajuda, ela folheia-os às mil maravilhas e aponta para algumas das imagens que lhe chamam mais a atenção. Já está familiarizada com eles ao ponto de ir buscá-los onde estão guardados e trazer-mos contente para os ver ao meu colo. A tia também já participa nesta minha epopeia, comprando alguns. Veremos quais os frutos que daqui retirará daqui a uns anos...
