Já reconhece as pessoas mais chegadas da família nas fotos. As nossas e as delas já as sabe de cor e vai apontando para cada uma e dizendo "pai", "mãe" e "bebé". Em casa da minha sogra, no quarto do tio, há uma foto dele com a tia S. Sempre que se lembra, foge para lá para namorar aquela, não importando estarem lá os originais. Chama-me para ver o "ti", usando a mesma palavra para ambos. As fotos das primas também se intitulam "bebé", apenas para eu de seguida lhe dizer o nome das duas. Agora, descobriu uma foto que tenho no quarto dos meus pais. Pediu para ver e quando eu lhe disse que eram a avó e o avô, olhou para mim e repetiu "ó!". Agora, quando entra no nosso quarto, pede a foto para repetir vezes sem conta "ó!". Fico feliz M. por saber que identificas a tua outra avó, nem que seja pela fotografia.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Cantoria da avó
Nesse fim-de-semana, no final do almoço de sábado, ao colo do B., a M. ouvia a avó a cantar entusiasmada canções típicas da Beira. Tanto a avó cantou, que a certa altura, começámos a ver os olhos a fecharem-se, a cabeça a pender e um esforço enorme para não se render. A avó apercebendo-se disso, continuou firme com a sua cantoria. Não é que adormeceu ao colo do pai?! Inacreditável...
Viagem infernal
É ponto assente. Viagens longas com a M. só em certas alturas do dia: ou de manhã, logo a seguir ao pequeno-almoço ou à tarde, logo a seguir ao almoço ou ao lanche. Isto porque a M. assim dorme pelo menos duas horas de sesta, momento de sono que pode ser feito sentada, fazendo o resto da viagem a refilar. Ela não gosta de estar sentada muito tempo, muito menos gosta de estar presa. Dormir à noite é na cama, pelo mesmo motivo - o mexe, o vira e o revira são pronunciados com veemência durante o sono - por isso já não resulta o truque de ir para Penedono tarde para ela fazer a viagem a dormir. Esta última viagem foi assim. Saímos depois de jantar, para ver se ela adormecia mais cedo com o embalo do carro e iamos descansados. Foi pior a emenda do que o soneto! Queria dormir, mas sempre que estava quase a adormecer, tentava virar-se de rabo para cima, algo impossível na cadeira do carro. Chorava e ficava irritada, conseguindo tudo menos dormir. Foi uma viagem de quatro horas looooonga para todos, comigo virada para trás muito do tempo, com pouco descanso e muito choro à mistura. Só quando se viu ao colo da avó é que descansou e riu-se, como se nada tivesse acontecido...
Bofetada
Acho que a M. não vai ser daquelas crianças que se vão deixar ficar. Na ginástica, estava ela a empurrar uma salsicha, algo que ela adora fazer, quando a amiguinha B. decidiu que aquilo era dela. Basicamente, encostou-se a ela e foi empurrando para o lado, para conseguir tirá-la dali. A M. pouco contente com a brincadeira, olhou para ela e com ar de poucos amigos, sem emitir qualquer som de pré-aviso, deu-lhe um empurrão com a mão na cara. Não lhe vou chamar bofetada pois faltou o "paf", mas só faltou isso para usar essa definição... A outra, um pouco maior, não se intimidou e aqui vai disto: empurrou-a da mesma forma. Como é maior e tem mais força, fez a M. cair para trás, deixando-a sentada no chão. Foi quando eu intervi, assim como o pai da B., pois a M. já se tinha levantado e aparentava querer continuar naquele pequeno jogo, sem se sentir intimidada... Ora, vamos lá ver: nunca te deixes ficar e se te derem, dá também, mas agora começar é que não!!!
Jantar entre amigos
Convidámos a nossa XXL e a família Pocahontas para jantar num sábado lá em casa. Assim, aproveitávamos e matávamos todos saudades da primeira, a M. tinha a sua amiga só para ela por uma noite, para além de convivermos um pouco entre amigos. Para nosso espanto e deleite, a amiga XXL manteve-se firme na combinação, sem mais 500 compromissos à mesma hora e aos quais nunca consegue dizer que não, e não apareceu nenhuma grávida ou recém-mamã aflita a interromper a ceia. A M. e a Gui deliraram e fartaram-se de brincar, havendo eu sei lá quantas trocas de meiguices. A sua amiga chegava a correr para a apanhar e abraçar pelas costas, atirando-a ao chão, o que ela achava natural. Andaram de mão dada, partilharam brinquedos e jantar e riram-se imenso. Nós gozámos da companhia de uns bons amigos, que partilham ao mesmo tempo a mesma experiência que nós, dando gozo acompanhar a evolução delas e nossa como pais a par e passo. A querida XXL fez as delícias das meninas com um brinquedo para cada uma e ainda foi brindada com um "tá! tá! tá!" que a M. imitou quase na perfeição a certa altura da noite. A Gui aterrou já fora de horas, por volta da meia-noite, dormindo na cama da nossa M., deixando a nossa piquena, bem desperta, sem perceber onde estava a amiga. Perguntava-me pela bebé, e não aceitando a resposta do está a fazer ó-ó, disparava a correr para o quarto dela para a ir chamar. A partir dali, fizemos uns sprints até à porta do quarto, para evitar que ela acordasse a Gui. Já era cerca da 1h da manhã quando demos por terminado o jantar, dizendo um até à próxima a estes amigos que surgiram graças à gravidez e que tão bem nos acompanham (o objectivo de primar pela diferença é sem sombra de dúvida algo mais do que alcançado...). A M. adormeceu com o biberão, ainda perguntando pela bebé mais umas quantas vezes e no dia seguinte, quando acordou e eu lhe perguntei quem estava em casa, referindo-me à minha tia, ela iluminou a cara com um sorriso e exclamou "bebé!!!". Não, filha, não era, mas fica prometido que é uma experiência a repetir. Soube mesmo muito bem, tanto a adultos como a bebés. Um obrigada a todos pela companhia!
O gato cor de lalanja
O B. comprou uma quinta interactiva bilingue na Chicco, com os animais e respectivos sons. A coisa até está engraçada, apesar de eu achar que já não são precisos mais brinquedos destes. Fui experimentando os bonecos todos e verifiquei que, mais uma vez, como em todos os brinquedos da M. até hoje, a versão em inglês é muito mais correcta na linguagem. Por exemplo, em inglês o passarinho azul em tom paternalista, tranforma-se num blue bird very british (e não num little blue bird). Mas a pólvora, descobri-a quando cheguei ao gato cor-de-laranja... Não é que o senhor diz nitidamente "o gato cor-de-lalanja"!!! Chorei a rir. Já o B. não achou graça nenhuma e fez aquilo que ele sabe fazer tão bem: reclamou. A Chicco já respondeu, pedindo um contacto telefónico paa falarem. Sempre estou para ver o que vão dizer... ;p
Tem cocó
Já nos vem comunicar, de mão na fralda, na zona das virilhas, que tem cocó. Não se rala muito com isso, seguindo geralmente à sua vida, salvas raras excepções, em que vai insistindo nesse facto, repetindo de boquinha meia fechada "Cocó! Cocó!". Não creio que o objectivo seja mudar a fralda, pois a guerra para a deitar no muda-fraldas continua, mas sim comunicar-nos aquele facto. Pode ser que seja um primeiro passo para a aprendizagem do penico daqui a uns tempos.
Trapalhice
Nisso sai a mim... Eu não sei o que é passar por um tapete, por um móvel ou uma porta, sem o virar de alguma forma, tirar do sítio ou ir contra a ombreira. Com 36, ainda não sei o que é ter pernas sem nódoas negras, chegando ao cúmulo de me arranhar na parede de tinta de areia e magoar-me noutras partes do corpo. A M. parece que vai pelo mesmo caminho. Apesar de já andar há quase dois meses, ainda tropeça imenso, inclusive nos seus próprios pés. Então andar às arrecuas parece ser uma das coisas que a acompanham diariamente. De vez em quando, vê-se a M. a começar a dar uma espécie de saltinhos para trás, uns passinhos mais rápidos e... Pumba! Lá dá ela mais um bate-cu... Até a professora de ginástica já confirmou esta sua faceta e que é uma herança genética da minha pessoa... O que vale é que é previdente. Normalmente, olha para onde põe os pés e tem cuidado a descer das coisas. Menos mal. Assim, tem-se aleijado pouco. Quanto ao rabiosque, a fralda ainda lhe ampara a queda.
Atchim! Saúde!
Quando alguém espirra, a M. olha para mim de sorriso expectante. Eu exclamo "saúde!" e ela desmancha-se a rir. Habituei-a a isto e agora não importa quem, nem onde, é este o ritual. Agora, temos uma variante: a M. aprendeu a imitar o espirro, repetindo quase nas pontas dos pés, enquanto estica o pescoço, "Tsi!". Depois, é só eu dizer o saúde da praxe, para ela se deliciar. Um dia, estivemos nisto eu sei lá quanto tempo, acabando por perder a noção de quem se estava a rir mais.
Parece um chinês
A M. agora fala pelos cotovelos. Anda o dia inteiro para trás e para a frente, enquanto vai debitando cá para fora o seu charabia. Ela fala, fala, fala, usando imenso os sons "ati" e "atê". Conversa imenso e muitas vezes dirige-nos a palavra, sentindo-me eu incapaz de a acompanhar naquelas chinesices todas. Acho que é isso que parece: um chinezinho pequenino, muito sorridente, muito mexido e muito conversador, ignorando o facto que nós, seus interlocutores, não falamos a sua língua.
Outras palavras
- maínho - cavalo marinho
- pó - porta
- ta - flauta
- pá - palmeira
- body (com pronúnica perfeita!)
- pin - pintainho
- pinpin - pinguin
- nhonha - anona
Horários de sono
A pediatra perguntou-me qual era o horário. Respondi-lhe que não tinha. A única coisa consistente é no adormecer tarde - nunca antes das 23h30. Já o acordar era conforme, sabe-se lá do quê... Tanto acorda às 9h00, como às 12h00, como a meio da noite, ficando acordada mais de duas horas, obrigando-nos a levantar de madrugada. A Dra. Margarida aprovou o biberão da noite apenas porque era essencial para a adormecer, senão era de eliminar, e concluiu aquilo que nós já sabíamos: que há crianças sem padrão de rotina no que toca a dormir. É aguentar e fazer os possíveis por implementar um horário, mas sabendo à partida como isso seria difícil. Usou uma boa expressão, que me parece bastante adequada: cá em casa vive-se uma pequena ditadura, que gira em torno da rainha que põe e dispõe. O que fazer? Aguentar... Depois da médica dizer isto, não há muito a fazer. Uma explicação possível é o facto de a M. estar numa idade em que o cérebro absorve tanta informação que é normal que tenha mais dificuldade em desligar e descansar. Outra, é o facto de estar em casa e não ser obrigada a acordar sempre à mesma hora e a gastar energias no infantário. Seja qual for o motivo, agora, ficamos contentes quando o biberão resulta e não é preciso ir para o chão do quarto, esperar que ela adormeça, por vezes até uma hora e meia, ficando com o rabo quadrado...
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
15 meses
Fomos à consulta dos 15 meses no dia a seguir a celebrar a data. A pediatra, de quem sou cada vez mais fã, ficou espantada com a criança. Assim que entrámos no consultório, a M. foi para o chão e foi ter com ela. Esta tem um saquinho com brinquedos para entreter a miudagem, tendo entre outras coisa, uns cubos ocos que têm ao centro um animal. São umas coisa pequenas, que nada têm de evidente para uma criança tão pequena. A M., encostada às suas pernas, às tantas diz do nada "cão!". Como não vi nada, questionei-a, enquanto procurava o cão. A médica, ao mesmo tempo, fez um gesto de boquiaberta e respectivo fechar da boca e disse: "Estou parva! Oh mãe! O cão está aqui!". Dentro do dito cubo, estava um cão malhado mínimo, que a M. identificou quase de imediato. Depois de uns minutos com ela, chamou-lhe atrevida e confirmou aquilo que já sabíamos - a M. está hiper-estimulada e já diz imensas coisas. Deu os parabéns à ama e aos pais pelo trabalho feito. Não queria crer quando lhe contei o que a M. responde quando se lhe pergunta pelo pai, dizendo de seguida "pão" e "papa", repetindo aquilo que a Lúcia lhe ensinou: que o pai foi comprar pão e papa. Ao que parece, aos 15 meses não é evidente associar dois conceitos a uma ideia e muito menos expressá-los. Quando lhe falei na ginástica e na natação, riu-se e perguntou a brincar se também não estava no inglês, ao que eu lhe respondi que ainda ponderámos, mas já não nos era possível suportar mais uma actividade. Não fez mais comentários... :) Quanto a números... Tem 10 dentes: 4 em baixo e 6 em cima. Tem 77 cm de altura, ou seja, está entre o percentil 50 e 75. Continua cabeçuda, estando no percentil 90. E... Tem 11,760 kg, ou seja, percentil 90... O comentário foi "Está fofa...". A pediatra não se mostrou excessivamente preocupada, mas frisou que o seu dever é não deixar que a M. seja "fofa". Assim, manteve a "dieta" que eu lhe impus: uma refeição mais completa ao almoço e só sopa e fruta ao jantar. Sendo a sopa sem carne ou peixe,visto que ao almoço já come a quantidade diária necessária. Escuso de dizer que o tradutor interno do B. foi ouvir "fofinha", desdramatizando por completo a parte da M. estar gordinha... :) No final, enquanto a observava, a palavra de ordem da pediatra foi: "Não se preocupem com a vossa filha! Ela está gloriosa!", explicando que desde a última consulta, três meses antes, ela evoluiu imenso e dando-nos a entender que em matéria cognitiva e de desenvolvimento está muito acima da média. Não podia em mim de inchada. E o pai, então rebentava pelas costuras... Que bom que é saber que o esforço está a compensar!
Já endireita a chucha
Finalmente, já dá pela diferença. Agora, sempre que enfia a chucha na boca, endireita-a se esta ficar de cabeça para baixo. Já não tem razão de ser, o espanto de muita gente, quando a via a chuchar a sua pêpê ao contrário.
Aninha-se
A M. está mais mimalha. A criança que não quer muitos apertos ou colo, já o pede, de braços esticados e dizendo "có!". Depois, tem momentos. De manhã, chega a aninhar-se, muito aconchegada, de queixo apoiado no nosso ombro, com um ar de satisfação só visto, sem se mexer, só a disfrutar daquele momento só nosso. Eu chamo-lhe o miminho da manhã e sabe-me que nem ginjas! Mas, com isto não quero dizer que já gosta de colo à séria. Apenas já aprendeu a oferecer-se, e a nós também, bocadinhos destes, que por serem curtos e poucos, têm muito mais valor.
Manhãs difíceis
A M. entrou numa fase mais complicada. Está muito apegada a nós, sobretudo a mim. As segundas-feiras são terríveis, com choro à mistura e muitos chamamentos da minha pessoa. A Lúcia chega a mentir, quando lhe telefono, dizendo que não, que foi só quando nós saímos de casa de manhã, que depois passou, para, no final da tarde, quando chego a casa, me confessar que a M. passou o dia a perguntar por mim e a chorar. Acorda cedo, apanhando-nos ainda em casa, apesar de não ter dormido tudo e não me larga. Até parece que tem um radar que detecta movimento e a avisa que está na hora de sairmos, por forma a nos impedir. Nem me vestir em condições consigo, com ela a esticar-me os braços e a pedir colo, enquanto choraminga meia desesperada. Mal ouve a chave na porta e percebe que é a Lúcia a entrar, desata num pranto que até dá dó. Depois de sairmos, ainda demora uma hora ou mais a conseguir adormecer outra vez, para dormir o que ainda falta. Um dia, chegámos a sair meios a correr para não prolongar o sofrimento. Custa-me horrores deixá-la e tenho vontade de ceder e ficar. Bem sei que é uma fase, que se habitua, mas não deixo de ficar impressionada com aquele ser pequenino a chorar pelos meus colo e miminhos.
Costas acima
Apesar de já ter quase 15 meses, ainda não me livrei dos cocós que saiem pela fralda, que borram a roupa toda, chegando à terceira camada, e mesmo até ao pescoço... Desta vez, foi literalmente até meio das costas e mais uma vez saltou de seguida para o lavatório para se lavar. Oh filha! Então isso nunca mais acaba?!
Vaidosa
Mais uma prova de que à mãe não sai nesta característica, que parece cada vez mais vincada. A M. não tem muito cabelo, mas os caracóis já começam a dar o ar da sua graça, dando-me vontade de comprar coisas giras. Há uns tempos, na vã esperança de que até lá tivesse motivos para a usar, comprei-lhe uma fita cor-de-rosa com umas flores brancas, para a festa de anos. Já dá para tentar imaginar como será, e com um bocadinho de boa vontade, a fita já pode ter uso (acabo sempre por desistir de a pôr, por achar que se calhar ainda não se justifica, mas em casa vou fazendo experiências...). Assim, pu-la no cabelo e para a convencer a mantê-la no sítio, exclamei "Ai, tão linda! Que linda que ela está!". A minha filha endireitou-se, levantou a mão e de palma da mão virada para cima, fez um gesto como que a ajeitar uma farta cabeleira nas pontas (imaginem uma senhora a confirmar que as pontas estão todas enroladas para dentro), com um ar muito feliz. Disse-lhe para se ir mostrar ao pai, o que ela prontamente cumpriu, dirigindo-se à sala. Este exclamou o mesmo, deixando-a ainda mais feliz. Era vê-la a andar de um lado para o outro a revirar as mãos como quem dança sevilhanas, sem nunca tocar no cabelo, e olhando para nós com um ar inchadíssimo. Pirosa!!!