terça-feira, 30 de outubro de 2007

Árvore genealógica

Estou a fazer um diário para a minha filha. Basicamente estou a tentar deixar-lhe um legado do seu passado, que inclui não só a sua família, como as aventuras e desventuras da sua gravidez, do seu parto e dos seus primeiros anos de vida. Resume-se àquela informação à qual não temos acesso, a não ser que nos contem ou que a nossa memória não retém. Deve-se ao facto de ainda hoje eu própria ter muitas lacunas nessa área - as minhas fontes de informação são muito limitadas e tenho a frustração de não saber certas coisas que gostaria de saber, tal como qual o prato preferido da minha mãe, se eu era um bébé muito chorão, e por aí adiante. Entre outras coisas quero fazer uma árvore genealógica para a Madalena situar os tios, primos e afins, um dia em que a minha própria memória comece a falhar. Vai daí, uma colega toda desenrascada com as nets, descobriu este site fantástico. Deixo-vos esta referência - pode ser que achem graça. http://www.meusparentes.com.pt/

sábado, 27 de outubro de 2007

Uma ginasta de 2 kilos e 700!!!

Fiz a ecografia das 35 semanas na 5ª feira. Pois é. A miúda está com 2,7 kg, portantos no percentil 75, a cabeça está já completamente encaixada e está numa posição digna da mãe ex-ginasta e ex-bailarina que tem - está a fazer a ponte! Ou seja, tem a cabeça em baixo, a coluna contorna todo o lado esquerdo da minha barriga e os pés estão do outro lado, à direita. Esticadinha, que encolhida não tem gracinha nenhuma - é mesmo o paizinho... Mas o pormenor engraçado, é que tem a cabeça virada para fora, como se tivesse feito a ponte. À conta disso, estou o dia inteiro com contracções de Braxton-Hicks - costumo dizer que a barriga parece um calhau permanente - e sinto uma pressão enorme por baixo da barriga. Os pés estão espetados para fora e consigo brincar com eles com muita facilidade. Ela espeta aqui, eu empurro para dentro, e ela vai, e... espeta ao lado! Passamos o dia neste jogo da apanhada. É desconfortável, mas reconfortante. Sei que está cá e boa de saúde. Para além disso, já aprendi a refilar com ela com algum humor - normalmente é o meu típico "raios partam a miúda, que não está sossegada". Choco alguns, mas não faz mal. Sei que ela sabe que estou a meter-me com ela. Enfim, resumindo, a cachopa está no bom caminho para nascer da forma natural sem grandes complicações. Na 3ª feira já sei a sentença do médico - quando e como!... Depois vos direi.

Amizades antigas

O que a amizade tem de bom quando é verdadeira, é que podemos estar décadas sem falar, mas ela persiste para lá do tempo. Por vezes sentimos que os amigos desapareceram, que nos sentimos sozinhos, e de repente aparece aquele alguém que acena lá do fundo, com um sorriso quente e nos aquece o coração. Eu estava habituada a estar rodiada de pessoas. Era tão impossível encontrarem-me em casa, que me ofereceram um telemóvel (confesso que fui uma das últimas resistentes a esta tecnologia) só para poderem falar comigo. De repente, a vida mudou, os amigos dispersaram - e eu tive a pontaria de preservar os Amigos que sairam da minha terra e foram para lá longe - ou por este ou aquele motivo desligaram. E assim, dei por mim sozinha, sem ninguém com quem estar. Não quero com isto ser ingrata para com os resistentes, apenas não me habituo à ideia de que dos 30 malucos que contavam comigo para nos encontrarmos, nem que fosse no cinema, apenas restam por perto os dedos de uma mão, e destes, a maioria, como é aliás normal, tem uma vida que não permite grandes convívios. Os meus últimos desabafos passam muito por aí. Por vezes sentimo-nos sedentos de contacto humano e de amizade - ou pelo menos demonstrações desta, porque sabemos que ela está lá. A conversa, a compreensão, o saber ouvir, a parvoice e o disparate. E agora, que mais preciso, apareceu aquela mão amiga do passado, que nunca esqueci e que nunca me esqueceu. Um obrigada para ela do fundo do coração e que o tempo nos permita provar que a amizade é um dos bens mais valiosos que preservamos...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sonhos...

Há dias assim. A malta lembra-se de todos os sonhos que foi construindo na sua cabeça desde pequena. Uns foi perdendo com o fim da ingenuidade infantil, outros foi guardando como puras utopias que sabem bem e outros ainda que vai fomentando e acreditando que um dia vai conseguir. O problema é quando não se consegue acreditar muito neles porque as coisas não correm nesse sentido. O sol até brilha lá fora, mas qualquer coisa em nós não nos deixa olhar para as coisas com predisposição para andar para a frente. Os blues instalam-se e nós ficamos encarcerados numa cela de pessimismo e tristeza sem explicação. Esperamos que quem nos rodeia nos mime um pouco e pergunte se está tudo bem, mas como isso não acontece, a cela acaba por ficar mais escura ainda. Só tenho pena que a interpretação geral seja explicar com a gravidez este estado de espírito - nem sempre as hormonas aos saltos explicam tudo...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Contagem decrescente

Não, não sou eu. Eu tenho uma bola de futebol escondida debaixo da camisola. De costas nem se percebe que estou grávida e já lá vão quase 8 meses... Até a Catarina Furtado me elogiou a barriguinha dias antes de dar entrada na maternidade! Estou em 34 semanas, pelo que a coisa está-se a aproximar velozmente. Não tenho nada a sensação que nunca mais, e que estou farta e pesada, como a maioria das grávidas nesta fase. Por mim aguentava mais uns tempos. Devo confessar que me assusta mais o depois que o durante. O parto assusta, mas tem de ser. O problema são as mazelas depois, o amamentar que não é nenhum sonho, o sono que fica em crédito e nunca mais se cobra e o ram-ram da mama/arroto/fralda/adormecer em non-stop durante as 24h do dia. Isso sim, assusta a sério. Mas como diz o outro, estando em sintonia com o universo, eu SEI que a minha filha vai ser um bébé calmo e querido que vai comer e dormir bem para me dar espaço (pouquinho, mas algum) para dormir e descansar também... ; )

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Os pais também são maus exemplos

Ontem fui ver o meu pai antes de irem para a terra - foram hoje e só voltam daqui a 1 mês. Contam-se pelos dedos de uma mão as vezes que vi o meu pai desde que engravidei, e mesmo dessas, apenas duas foi ele que foi ter comigo, porque estive doente em casa um mês e meio, senão é Maomé que tem de ir à montanha... Achei que era simpático dar-lhe a oportunidade de mais uma espreitadela à barriga antes de ela nascer. Enganei-me. Começaram por implicar comigo porque não ia lá jantar, não interessando nada para o caso o facto de ter uma prima do B. em casa à minha espera - como a minha tia sabiamente salientou, qual era o mal de ela jantar sozinha, em minha casa, sendo ela minha convidada... Depois, continuaram com o problema de não ter levado um PC velho, mas ainda funcional, para a terra por não ter cabido no carro. Mas afinal que raio levava eu no carro para não caber lá um caixote com um computador e um monitor lá dentro?! É claro que aqui a tontinha ainda justificou e explicou o que levou para efectivamente não caber. Finalmente, como uma grávida de 7 meses é uma potencial candidata a enervar-se - até lhe faz bem (sobretudo à pele) - o meu pai achou divertido acusar-me que o tinha expulso da minha casa, porque lhe pedi para não aparecer sem avisar. Mas atenção! Este avisar é grave... É que eu não percebi que durante o dia ou mesmo às 8h da noite, é normal chegar a casa dos nossos filhos e, sem tocar à campainha, meter a chave à porta e entrar como se a casa fosse nossa. Realmente foi uma falha minha não ter percebido tal conceito... Mea culpa, mea mui grande culpa! (direi eu batendo com a mão no peito). Enfim, resumindo, uma visita a casa do pai pode tornar-se uma aventura entusiasmante e cheia de surpresas novas. É claro que a visita durou apenas e tão-só meia hora (e já foi muito, tendo em conta), quando saí de lá ainda ouvi da tia um "tem uma hora feliz" num tom choroso (é que nem há telefones para falar durante um mês!) e ao entrar no elevador, fiz uma mossa na parede com um pontapé... Isto tudo para chegar a uma conclusão: espero sincera e francamente, e sublinho con ênfase esta frase, nunca, mas NUNCA entrar neste tipo de jogo de guerra com a minha filha. Não quero ser uma pessoa amarga, rancorosa, que guarda as coisas e não diz nada para mais tarde as atirar à cara, por as ter remoído durante tanto tempo até as ter elevado ao quociente a dobrar. Espero conseguir ter a capacidade para dialogar, sem gritos, tentar perceber o porquê que está por detrás de determinada atitude que me desagradou mais, antes de tirar conclusões precipitadas que giram em torno do meu umbigo. Espero conseguir ter a capacidade de demonstrar o carinho e amor que sinto por ela, estar sempre presente e não desaparecer da vida dela. E espero acima de tudo, que ela nunca deseje que eu desapareça da vida dela. Essa é a maior prova de que algo falhou no nosso papel de mãe ou pai. Procuro sempre, e faço-o desde que me conheço (ou melhor desde que esta relação impossível com o meu pai existe), guardar bem guardadas estas memórias, não para ficar ressentida, mas para aprender a lição. Para saber o que é errado e o que deve ir para a lista do "Nunca fazer". E repito-o ao marido e aos amigos. Não vá alguém andar distraído...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Um repente

Este fim-de-semana fomos lá acima fazer a última visita sem a M. Estivemos com as sobrinhas, com a sra. Z. e com alguns amigos. Quando nos despedimos foi um "até para o ano" que espantou tudo e toda a gente. Lá tivemos de explicar que no próximo mês e meio não é lá muito inteligente andar a fazer 400 km para lá e outros tantos para cá e que depois de nascer não vou levar a miúda a passear em pleno inverno para a terra onde o frio foi inventado e muito menos irei eu com 3 semanas de puerpéreo meter-me em aventuras. Algumas mulheres diziam que sim com a cabeça, mas os olhos diziam "que mariquinhas!...". Não me ralei. Este ano, o Natal e o fim de ano vão ser para curtir a família em casa. Quem quiser que apareça. O caminho tem dois sentidos! Tanto dá para o ir como para o vir, por isso... Quando vinhamos a caminho de Lisboa, às 10h da noite para fugir ao trânsito, tive de repente a percepção que quando lá voltar já serei mãe. Sentimento muito estranho... Tenho repentes destes de vez em quando que me fazem entrar num misto de pânico e surpresa. Ao descer a serra e ver aquelas luzinhas ao longe ao longo do vale, vieram-me não sei quantas reminiscências à ideia - fiquei nostálgica. Ainda por cima fizemos o regresso por Trancoso, percorrendo por isso o caminho que fizemos no dia em que nos conhecemos e outra vez uma semana depois quando começámos a namorar. Quem diria que 8 anos depois iria estar a passar ali com uma M. a calcar-me a costela direita, tirando-me quase o ar. Enfim, regressámos a casa depois de 4 horas de caminho e estes sentimentos ficaram outra vez amolecidos e recalcados, até à próxima vez que me surgir outra situação que me faça aperceber o que me está a acontecer. Até lá vou vivendo o dia-a-dia com uma ideia meio ténue do ir ser mãe, que de dia para dia se está a tornar maior. Que surpresas me espererão? A ver vamos...