sábado, 27 de outubro de 2007

Amizades antigas

O que a amizade tem de bom quando é verdadeira, é que podemos estar décadas sem falar, mas ela persiste para lá do tempo. Por vezes sentimos que os amigos desapareceram, que nos sentimos sozinhos, e de repente aparece aquele alguém que acena lá do fundo, com um sorriso quente e nos aquece o coração. Eu estava habituada a estar rodiada de pessoas. Era tão impossível encontrarem-me em casa, que me ofereceram um telemóvel (confesso que fui uma das últimas resistentes a esta tecnologia) só para poderem falar comigo. De repente, a vida mudou, os amigos dispersaram - e eu tive a pontaria de preservar os Amigos que sairam da minha terra e foram para lá longe - ou por este ou aquele motivo desligaram. E assim, dei por mim sozinha, sem ninguém com quem estar. Não quero com isto ser ingrata para com os resistentes, apenas não me habituo à ideia de que dos 30 malucos que contavam comigo para nos encontrarmos, nem que fosse no cinema, apenas restam por perto os dedos de uma mão, e destes, a maioria, como é aliás normal, tem uma vida que não permite grandes convívios. Os meus últimos desabafos passam muito por aí. Por vezes sentimo-nos sedentos de contacto humano e de amizade - ou pelo menos demonstrações desta, porque sabemos que ela está lá. A conversa, a compreensão, o saber ouvir, a parvoice e o disparate. E agora, que mais preciso, apareceu aquela mão amiga do passado, que nunca esqueci e que nunca me esqueceu. Um obrigada para ela do fundo do coração e que o tempo nos permita provar que a amizade é um dos bens mais valiosos que preservamos...

1 comentário:

Dob's disse...

Merci. Les relations vraies sont éternelles et cela fait beaucoup de bien dans notre monde qui devient de plus en plus un monde d'individualistes et un monde où les relations sont la majorité du temps de l'ordre du paraître ou de la convenance. Merci