Adora animais. Os cavalos estão incluídos nesta sua paixão. Em Quiaios, fomos ao centro hípico, algo familiar e um pouco entregue ao Deus-dará. Entrámos na cavalariça sem ninguém por perto e por isso, fizemos festinhas em quase todos os cavalos que lá estavam. A M., ao colo do pai, foi vendo, até estender a mão para fazer o mesmo. Dava guinchinhos de contentamento e andava feliz da vida a fazer festinhas a um e a outro cavalo. Mas houve um especial. Um cavalo enorme preto que se encantou pela nossa M. e que a seguia com o olhar para onde quer que o B. se virasse. Ela, em contrapartida, só queria aquele - "cau pêto!". De tal maneira, que ainda hoje quando fala em cavalos, menciona logo o cavalo preto que viu naquele dia. Contei a história ao avô, que depressa arrematou: "ai sim? Então quando tiveres idade ensino-te a andar a cavalo.". Aqui a mãe, insurgiu-se. Passei a minha adolescência a pedir isso mesmo, para levar sempre com a mesma resposta: "ponho-te na equitação se quiseres". A burrinha, por questão de teimosia nunca foi e por isso à conta das casmurrices não sei andar a cavalo... Quando lhe atirei essa ao ar, remediou logo "Pronto. Ponho-te na equitação na GNR", olhando para ela. Menos mal... :)
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
'Roz!!!
Já aqui ficou bem claro que a M. adora comida. Arroz não é excepção, tendo-se passado o seguinte episódeo à conta do seu apetite voraz. Temos o hábito de pôr no parapeito da janela os restos de comida que sobraram da refeição. É uma maneira de juntar tudo para colocar no frigorífico de uma só vez. Até aqui tudo bem, nada de anormal. Problema? A M. já chega a este parapeito... Quando demos conta, estava sentada no chão, de tupperware cheio de arroz entre as pernas, a lambuzar-se. Isto depois do jantar!!! Escuso de dizer que a partir daí não ficou mais nada naquele parapeito. Ou melhor, houve alguns esquecimentos, que implicaram semi-corridas para apanhar as várias caixas antes de chegar ao chão... Ufa!...
Méda!
É verdade... Táo pequena e a minha filha já aprendeu a palavra... Não tenham pensamentos pecaminosos! São moedas!!! Ai essas cabeças!... Temos uma bilha em barro gigante em casa, que é suposto ir enchendo, com o intuito de um dia fazermos uma viagem. A primeira demorou 2 anos a encher e quando a partimos à martelada (foi uma festa!), tinha mais de 1000€... Esta foi comprada logo a seguir, mas encher que é bom estava mais escasso. Agora, com a M., tornou-se quase um movimento cívico... A M. aprendeu que as moedas se pôem na bilha e por isso, basicamente, crava todos os que passam lá por casa, pedinchando médas para a bia. E ninguém, ou quase niguém, tem coragem de lhe negar uma. Tem dias que me aparece na sala a arrastar a minha mala a pedir as ditas cujas!... É ao ponto de ver a M. a sacar dos porta-moedas e virar de cabeça para baixo, sacudindo fortemente, para confirmar que já não há mais... À filme, mesmo!... É claro que só tem autorização para fazer isto com a tia e o avô, porque os próprios deixam. Com a restante população só pede. O normal é lembrarem-lhe e ela passa ao ataque. Excepção feita ao desgraçado do meu padrinho, que já está velhote, e aquando da visita, tirou o porta-moedas para lhe dar uma nota. Ela, ao longe, viu luzir as amiguinhas do coração e gritou "médas!". Os meus padrinhos ficaram parados a olhar para mim, enquanto eu explicava. Então, o senhor decidiu ser amigo e deu-lhe uma moeda. Mas a criança não se contentou. Então se havia lá mais, porque lhe estava ele a dar só aquela. Não interessava se era a maior... Foi uma risota para todos e uma vergonha para mim, vê-la a rapinar moeda a moeda, até deixar a bolsinha vazia, virada ao contrário, com ar espantado por já não cair mais nenhuma... Eu a ralhar e a minha madrinha a dizer para deixar estar. Nem imaginam... Resumindo: a bilha já não é nossa, é da M. Ou seja, já não há viagem, mas a vantagem é que assim está a encher e bem depressa!!! :)
Amigos
Também já tem um elenco de nomes que associa aos amigos que a acompanham. Tem o grupo nuclear da ginástica que consiste na Mia(Margarida), na Pita (Filipa, mãe desta), na Anana (Joana), no Io (o prof. Rodrigo), no Quico e no 'Ui (Rui, pai da Joana). Depois, tem a Tita e o 'úbe, a Letícia e o Rúben, filhos da Lúcia, que já foram lá a casa passar o dia com ela. Finalmente, tem o 'cádo... Este é o pai da Margarida, que ela viu muito poucas vezes, mas que ela nunca esquece e inclui no grupo da ginástica, apesar de nunca o ter visto lá, apenas por ser pai da amiguinha que ela vai ver no ginásio...
Guta
A Guta é a Lúcia, a sua ama do coração, que costuma entrar no rol de familiares em 3.º lugar... Foi uma guerra aprender o seu nome. Enquanto que quase que nem foi preciso repetir os outros todos para ficarem na memória, este estava difícil. Repetia eu, repetia a ama e, nada, para tristeza desta, que via todos com nome, menos a pessoa que mais tempo está com ela. Um dia, cheguei a casa e a Lúcia sorridente, inchada mesmo, comunicou-me que era a Guta. Agora, já vai evoluindo para Guxia. Como penso que a amiga prefere ficar com um diminutivo carinhoso, tal como a tia S. que prefere "Pi", não corrijo e vou-me referindo sempre à Guta, em vez de Lúcia. Tem dias que a M. chega a casa e chama por ela, mesmo se esta já se foi embora. Depois de confirmar que aquela não está em casa, lá afirma que a Guta de nôte pa caja Tita e 'úbe comeri babis e pêias (tradução: vai para casa da Letícia - filha mais nova - e do Rúben - filho mais velho - comer bolachas e pêras...) :)
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Pequenos milagres
A M., como todos os seres vivos, é um pequeno milagre. A diferença entre a M. e estes, é que ela é o Nosso pequeno milagre. Eu e o pai participámos e participamos diariamente para que continue a sua jornada e a conquista de pequenos grandes passos. Mas nem tudo é da nossa autoria e estou convicta que, por vezes, é ela que participa para que nós consigamos pequenos milagres. A exemplo disso, foi a sua última vitória, e digo vitória, pois será ela quem mais ganhará com este milagre em concreto. O pai e o avô fizeram das tripas coração e tentaram. O avô começou e o pai arrematou e conseguiram. Foi uma prova do que sentem pela filha, pela mulher e pela neta e uma prova do que são capazes. Mas é certo que isso só foi possível graças ao pequeno milagre que é a M. É engraçado como um pequenino milagre conseguiu tão grande milagre... E ainda bem. Ganhámos todos com isso - menos solidão, menos tristeza, uma maior participação na sua vida e uma coisa chamada Família, algo que já fazia falta há muito tempo. A ela, já lhe agradeci directamente. Aos outros: em meu nome e no da minha filha, um muito obrigada aos dois por mais este esforço e esta prova de Amor.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Tem medo!
A M. deu em medricas... Aprendeu a palavra "medo" com o chuveiro. Estava a tomar banho comigo e eu liguei-lhe o chuveiro para ela o poder segurar, enquanto eu me esfregava. Não quis, rabujando um bocadinho, com uns "não! não!" pelo meio. Perguntei-lhe se tinha medo do chuveiro, ao que obtive uma resposta afirmativa. Aprendeu a palavra. Um dia, chegámos a casa estava o pai a aspirar o chão. Entrou, encostou-se à porta da rua e não se mexeu dali enquanto aquele barulho não acabou e o pai não desligou o "Dôí". Depois disso, passou a ter medo do aspirador. Ao ponto de uma noite ter de adormecer de luz acesa, de mão dada, a olhar para mim, muito quietinha, por causa do malfadado electrodoméstico! Passava pelo armário da cozinha, onde o dito está arrumado, e afastava-se a dizer "tem medo". "Medo do quê, M.?". "Dôí...". Depois disso, a tia S. foi com ela à Worten e andou de volta dos aspiradores, para lhes fazer "festinhas"... Tantas fez que já se habituou à ideia daquele electrodoméstico amigo. Um dia, dei com ela a a chegar-se devagarinho ao aspirador e a tocar-lhe devagarinho. Afastava-se, ficava a olhar e voltava à carga. Agora, o discurso mudou: "Não. Não tem medo.". "Não tens medo do quê, M.?" "Dôí!", com um ar de vitória. Boa, M! Mais uma conquista!!!
Cores
Já conhece uma catrefada delas. Graças ao lápis de cera de abelha que lhe comprei - são uns blocos rectangulares, não nocivos e que não se partem, com 8 cores - a M. aprendeu num instante. Comecei na ginástica a bater nos colchões coloridos, enquanto dizia as cores respectivas. Ela achava graça à brincadeira e ia batendo atrás de mim, à espera que eu gritasse "azul!". Depois, começámos a dizer as cores de tudo o que nos rodeava, primeiro as primárias, depois outras mais difíceis. Com os lápis, arrematámos. O pai arranjou um jogo engraçado que refinou a capacidade: como ela adora bolas, mesmo desenhadas, ele fazia uma bola de cada cor e depois pedia-lhe para pôr o respectivo lápis em cima da cor correspondente (esperto, não?). Conhece o preto, o branco, o azul, o roxo, o amarelo, o verde, o vermelho, o castanho, o laranja, o rosa e o cinzento. Aprendeu por esta ordem, o que fez com que na consulta dos 18 meses, quando a pediatra perguntou se ela já sabia alguma cor, a M. identificou um brinquedo roxo. O espanto da médica foi o de ela não conhecer, na altura, a cor das meninas - o rosa... Tive de explicar que os lápis dela não tinham essa cor, mas sim o roxo, daí conhecer uma cor tão pouco evidente para um bebé e não reconhecer uma bem mais evidente para a maioria da população...
Adormecer
A M. ainda adormece acompanhada. Primeiro, já no quarto, às escuras, tenho de lhe dar "miminhos", afagando-a ao colo, enquanto canto algumas canções infantis reduzidas quase aos refrões. Ela enfia a cara no meu pescoço, esconde o dô-dô entre o meu peito e ela e ali fica a respirar profundamente. Depois, digo-lhe que está na hora de ir para a cama e, após uma pequena negociação, lá vai resignada, com a certeza que eu fico ali. Tenho de ficar no puf até ela adormecer, e por vezes, até tenho de lhe dar a mão ou segurar-lhe nos pés. Isto, após uma ordem concisa que apenas diz no escuro: "mão!". Nunca consigo sair à socapa, até porque ela vai-me dirigindo a palavra e só depois de um bom bocado, quando eu me zango e quando ela já está mesmo quase, quase a adormecer, é que ela se cala de vez. Saio do quarto sem leh mexer pois pode acordar por dá cá aquela palha e depois é um inferno. Quando me vou deitar, entre 1 e 2 horas depois, vou sempre espreitar a filha. Só temos esta janela temporal para lhe mexer e mesmo assim sem grandes sacudidelas. Mudar-lhe a fralda a meio da noite implica acordar, por isso, evitamos. Ponho-a com a cabeça na cabeceira da cama - costuma adormecer ao contrário para me poder ver no puf - e tapo-a. Agora no verão, nem chego a tapá-la, pois ela transpira desalmadamente e ao fim de 5 minutos, se lá for espreitá-la, o lençol já voou... Depois, o ritual é sempre o mesmo: afago-lhe a cabeça e digo-lhe para dormir bem, com os anjinhos e com a avó, para depois dizer uma reza antiga - "Anjo da guarda, minha companhia, guarda a minha alma de noite e de dia". É estranho eu fazer isto, mas sem saber explicar melhor, acho que devo... Mal não faz, por isso... Acabo com um beijo na testa ou onde consigo chegar. É a parte que mais gosto, pois normalmente tenho direito a um suspiro profundo como resposta. Um suspiro que me enche por completo e me rouba inevitavelmente um sorriso. Tem uma boa noite, M.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Pá e Vassoura
É uma das diversões preferidas em casa da avó: ir buscar a pá e a vassoura, gigantes para este ser pequenino, e tentar usar. Por vezes parece uma cena de filme cómico, com toda a gente a fugir do cabo da vassoura, que anda descontrolado de um lado para o outro, ao sabor das suas voltas e contravoltas. Esperemos que mantenha o gosto por ambas na adolescência!!!
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Galaró
Dia de ginástica. Muita agitação como de costume. Uma corrida pelo tapete afora, um tropeção e... Pimba! Um mergulho com a testa direitinha ao alvo - o pilar de uma trave. Vi o galo crescer no meio da testa em segundos. Nem queria acreditar que era possível visualizar a coisa. A M. chorou ao colo e depois ficou parada, sem grandes reacções. Arrotou três vezes. Foi o suficiente para decidir levá-la às urgências (mãe de 1ª água, bem sei...). Fui a casa buscar o B., senão o drama seria maior, e seguimos para o hospital, onde por acaso estava a pediatra da M. de serviço. Tivemos sorte. Viu-a logo e explicou que estava tudo bem. A parte frontal é demasiado dura para fracturas, pelo que será muito difícil que uma mera pancada, mesmo que seca, cause maiores danos para além de galos. A zona parietal, sim, é que é de preocupar, pois fractura muito facilmente. A falta de reacção dela pode ter sido só a reacção à dor. Prescrição: muito gelo e Arnigel, um stick feito à base de arnica que é bom para nódoas negras e galos. Mais um susto. Pequenino.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Evoluída
Tem de ser... Não consigo não contar, mesmo que pareça que me estou a vangloriar... A tia S. é psicóloga e está a especializar-se em psicologia infantil, o que me permite ter muitas dicas do trabalho feito em casa com a nossa filha. Há uns tempos, contou-me que fez uma avaliação a uma criança com mais meio ano do que a M., o que nesta idade faz muita diferença em termos cognitivos. No final do teste, concluiu que aquela menina estava dentro dos parâmetros normais, na escala de 50 em 100. Mas também concluiu que ela sabia fazer menos coisas do que a M., o que implicava que ou o teste não estava bem feito, ou a M. é super inteligente. Questionou o seu professor e mentor, um supra-sumo na área em Portugal nesta matéria. Resposta: "a sua sobrinha não é super-dotada, está é sobre-estimulada. Se os pais quiserem e tiverem paciência conseguem pô-la a ler aos 4 anos.". Não vou tão longe, mas que inchei, inchei... Não tem explicação, o perceber-se o como se está a fazer um bom trabalho com os nossos filhos.
1, 2, 3
Há cerca de mês e meio, a minha tia estava a entretê-la enquanto eu lhe mudava a fralda. Pegou na mãozita dela e foi contando devagar os dedos - um, dois, três, quatro, cinco! Tantas vezes disse, que a M. tentou repetir o som. Ficámos espantadas, a minha tia em êxtase por ter iniciado a M. nos primórdios do contar. A partir daí comecei a contar tudo o que desse para contar - os degraus, os dedos, as bolas, não interessa. Não me estiquei para além do três, por achar já estar a pedir muito da filha. Hoje em dia, já conhece bem o 1, 2, 3, tentando imitar o som. Sai qualquer coisa como "hmmm, dêêê, têêês!". E se lhe perguntar quantos balões estão no livro, apesar de ainda não saber contar (também não é nenhum génio!!!) já percebeu a lógica e diz aleatoriamente "dêêê" ou "têêês". Boa!
Pai à nora
É engraçado como ser-se macho faz tanta diferença. O B. é um pai dedicado, sem sombra de dúvidas - brinca, lê livros, dá de comer, adormece, enfim faz tudo com a filha, sem excepções. Porém, o pai tem muito mais dificuldade em perceber o que a filha diz do que eu. Às vezes, alguma palavra que para mim já é conhecida, para ele não é nada evidente. É certo que, por exemplo, as brincadeiras com ele são menores do que as minhas, pelo que não apanha certos pormenores. Mas não é só por isso. Eu faço por prestar atenção às palavras mal-amanhadas da M. para depois saber o que querem dizer. Se não tiverem um som parecido com a real, chego a repeti-las em voz alta para não me esquecer. Para além disso, parece que tenho um sexto sentido que me faz interpretar correctamente o pretendido pela petiz. O B. não consegue esta proeza. É hilariante a cara dele quando eu gozo com ele por não perceber a filha... No outro dia, por exemplo, a M. pediu ao pai "quio!" incessantemente, enquanto ele estava perto do frigorífico.
- - "Leitinho? Agora?"
- - "Quio! Quio!"
- - "Sim, filha, já vais papar..."
- - "Quio! Quio!". Ele olhou para mim com ar interrogativo, ao que eu expliquei: - "Queijo..."
- - "Ahhhh! Queres queijo! Toma."
Gajos... :)