quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Gymboree

Seguindo o mesmo princípio do The Little Gym, o Gymboree tem um espaço mais pequeno no Parque das Nações. A aula decorreu no meio de outras crianças que já lá andavam e cujos pais já sabiam o que fazer. Contrariamente ao primeiro, aqui a professora apenas dá orientações genéricas e vai saltitando pela sala para ir brincando com os meninos à vez. Só ao fim de algum tempo é que fizemos actividades em conjunto com um objectivo comum. Aqui, só entrei eu, ficando o B. e a tia do lado de fora a assistir a tudo. A M. adorou um exercício em especial, rindo-se imenso das várias vezes que repeti com ela - o escorrega. Este tinha umas lombas e havia uma pele que ajudava a escorregar melhor. Nem sequer se assustou nem nada. Depois, ficou doida com as bolas. Ao ponto, de se deitar literalmente no chão para espreitar para debaixo de um móvel para onde tinha escorregado uma das muitas esquecidas pela professora (no The Little Gym há todo um ritual para ensinar a arrumar tudo aquilo que se utiliza). Fez sucesso ao atravessar sem qualquer medo uma passagem elevada que outros meninos um bocadinho mais crescidos recearam. E as bolas de sabão... Parecia cena de filme, sentada no chão, de braço levantado a admirar aquelas coisas leves e transparentes que pairavam sobre a sua cabeça. Foi divertido, pois está claro, mas no final, concluímos que o primeiro ginásio era mil vezes melhor.

http://www.gymboree.pt/index.php?section=9

The Little Gym

Chamo de ginástica, sessões de 45' ou 60' de divertimento puro, para ela e para nós, num ginásio, através de exercícios que põem em prática a seguinte teoria: "a forma mais eficaz para desenvolver as capacidades emocionais, sociais e físicas das crianças é ensinando e praticando actividades motoras. À semelhança de uma nova língua, quanto mais cedo começamos, mais fácil será o processo de aprendizagem. Assim, recorrendo ao acompanhamento personalizado, estimula-se o desenvolvimento das componentes psicomotoras, nomeadamente as cognitivas: atenção, percepção, memória, criatividade e as motoras: equílibrio, flexibilidade, coordenação." São palavras do Little Gym, o primeiro ginásio que experimentámos. As instalações são fantásticas, com uma noção de higiene bastante boa (só falta obrigar os pais a calçarem sempre meias - tens razão F...). O professor é um querido, com imensa paciência e atenção, que segue cada um dos esquilinhos em cada exercício. À medida que ensina um exercício, explica o como, para não haver disparates e o porquê, com o respectivo objectivo. No dia em que fomos, eu entrei com ela e o pai ficou do lado de fora. Seguindo as orientações do professor, dei largas à sua vontade de explorar, até que ela viu o pai do outro lado do vidro. Gatinhou velozmente para a janela, pôs-se em pé e apontava, olhando para mim a pedir o seu mais que tudo. Assim, a M. participou em todos os exercícios com a ajuda do pai que foi obrigado a entrar na sala - a rotação em cima de um rolo, a pega pendurada numa barra, ficar por baixo de um pára-quedas, subir e descer obstáculos e até andar na trave olímpica. Tudo com muitas canções e simpatia. Gostámos mesmo muito.

http://www.thelittlegym.pt/default.jsp?file=ver_artigo&nivel=1&id=76&idRec=26

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Baby Ioga

Já tínhamos ido a uma aula com as amigas de barriga, mas como o pai não assistiu e eu gostei tanto, tentei marcar outra. Falei com outra professora, que dá aulas no Parque das Nações, que nos aceitou na sua aula experimental. Desafiei a amiga F. e juntas, mais as filhas e o B. lá fomos num sábado de manhã. Contrariamente ao que se possa pensar, esta prática não é ioga. É sim, o aproveitar de alguns movimentos e posições do ioga, que os bebés naturalmente já fazem (as suas pernas parecem de borracha), assim como o facto de serem por natureza calmos e usarem a respiração do ioga, que nada mais é do que respirar exclusivamente pelo nariz. São aulas com um mínimo de 4 e máximo de 8 crianças que, acompanhadas por um dos pais, vão repetindo em conjunto o que a professora faz com um boneco. Assim, no meio de muita brincadeira, fazemos várias posições que permitem o desenvolvimento motor da criança, fomentando ao mesmo tempo um maior vínculo emocional com o pai ou mãe que os acompanha. Tudo sempre acompanhado pelas cantilenas que a professora vai cantando. Foi o B. que fez a aula com ela desta vez (o único papá, o que encantou a professora) e também aprovou a prática desta actividade. A professora era excelente, tinha imenso carinho e desejo que tudo corresse bem, parecia ter imensa experiência e o local era óptimo, com umas condições muito boas. Fizeram o sol, a mão à lua, o cavalinho, o comboio, entre outros. As que consegui fixar, repito em casa, para gáudio da nossa filha. Há um exercício em particular que ela gosta de fazer: com ela sentada ao meu colo de costas para mim pego nos pés e esfrego as pontinhas (os dedos) dos pés umas nas outras, depois os calcanharitos e finalmente sola com sola, para depois levar os pés à lua, abrindo ambas as pernas ao mesmo tempo. Por nós, escolheriamos esta actividade, não fosse o facto de as aulas serem aos sábados e isso implicar necessariamente algumas faltas por mês, não justificando uma mensalidade tão cara. Quem sabe mais tarde não seja possível...

http://babyogaportugal.com/

Para alguém interessado, as aulas no país estão no seguinte blog: http://babyogaportugal.blogspot.com/

Aulas experimentais

Hoje em dia, existem "n" actividades diferentes para bebés - natação, ioga, inglês, música, ginástica, todas elas para frequentar com os pais. Havendo disponibilidade financeira, assim como tempo, já não há razão para que não se estimule os nossos filhos em campos diversos. O marketing destes centros e ginásios é quase perfeito, não fosse a crise que vivemos: oferecem uma aula experimental e por vezes até um desconto para a inscrição nos dias a seguir. Qualquer pai ou mãe que se preze, tendo dinheiro (às vezes até nem tendo muito) depois de ir, quer ficar - para os nossos filhos nunca é demais, sobretudo quando são actividades pedagógicas. Espertos! Assim, aqui a je, também se armou em chica esperta e marcou todas aquelas que encontrou - acredito que sejemos muitos a fazê-lo... Experimentámos o Gymboree e o Little Gym - que fomentam o desenvolvimento das capacidades motoras e sociais dos bebés -, assim como o inglês na Helen Doron e o babyioga. Ficou a faltar a música, que é já este sábado que vem. Deixo nos próximos posts as minhas impressões sobre cada um deles.

Concerto para bébés partilhado

Fomos no dia 21 de Setembro, ao reinício da temporada dos espectáculos no Olga Cadaval. Ainda não faltou a nenhum desde os 4 meses e não pretendo que falhe sem razão válida. A novidade deste espectáculo foi a companhia: foram mais 7 amiguinhos de barriga connosco. A Gui ficou ao nosso lado, ao colo do pai, os outros ficaram espalhados pela sala. Todos adoraram. A nossa amiga Pocahontas, a mais novinha da turma, foi a mais expedita - pôs-se a caminho pela sala afora, tomando conhecimento de perto os instrumentos que tocavam, sempre debaixo de olho dos pais e das artistas para o efeito. A nossa M. adorou, para não variar. Desta vez, dançou ao som do Laurindinha, fazendo parelha com a sua amiga, e ficou compenetrada a ouvir o saxofone que veio ter com ela, enquanto punha a mão para sentir a vibração. Como já gatinha, eu esperava que ela também se pusesse a andar, mas depois de várias tentativas falhadas, viu o pai atrás de mim e já não quis mais nada. Tive de trocar de posição com o B. e ali ficou aos saltos, toda contente até ao final do espectáculo. Até Outubro, com outro instrumento para descobrir!

Bolsar

Ainda o faz, quanto à comida não sólida - iogurte, papa, sopa, água... Às vezes muito tempo depois de comer. A roupa fica toda manchada e quando é iogurte, o cheiro de azedo é horroroso. Já aprendi a não lhe dar água antes de muita ginástica, pois já sei que vai dar mau resultado. Tenho de perguntar à pediatra se é normal...

Já lhe dou banho

Graças à minha tendinite de Quervain, derivada do pega a toda a hora num bebé, poucas vezes lhe dei banho, por ser preciso segurá-la por debaixo do braço para não cair para trás e a minha segurança ser muito pouca para não a deixar cair - é que se ela desse de repente um esticão para trás, o mais certo era não a conseguir segurar, por me falhar a mão. Agora, já se senta na banheira com segurança e até já se põe em pé com a nossa ajuda. Por isso, apesar de continuar a ser um ritual de pai/filha, já tenho capacidade para o substituir quando ele não está. Ela adora ficar dentro de água - sem ajudas pois não gosta que a seguremos (as minhas mãos estão estrategicamente escondidas atrás dela, não vá o diabo tecê-las...) - a brincar com o pato, o peixinho (um termómetro dos tempos de bebé, que se revelou inútil) e um livro em forma de estrela. Fica sempre mais do que o necessário dentro da banheira porque não quer sair e é aí que reside a minha dificuldade agora. Quando a tiramos, fica mole, escorregando pelas nossas mãos tipo enguia e esperneia, chorando que não quer sair. Para a convencer, pomo-nos em frente ao espelho para ela se ver e esquecer a água. Vejo-me aflita para a conseguir tirar e costumo ficar molhada por ter de a encostar a mim antes de lhe enrolar a toalha.

Muito cuspo

Não o faz a comer (ainda não é desta que levas a tua avante, tia S.), mas já descobriu o pffffrtttt! Andou uns dias com aquele hábito badalhoco de pôr a língua de fora e fazer aquilo, para ficar toooooda babada. Vá lá, gosta demasiado de comer para se lembrar de fazer tal brincadeira à hora da refeição, senão era sopa por todo o lado!...

"Vou-te apanhar!!!" X "Esconde, esconde!!!"

Qual delas a sua brincadeira preferida. Eu ponho-me de gatas, faço ar de malandra e começo a dizer com ar ameaçador e divertido "vou-te apanhar!". Quando ela me vê fazer aquela cara já sabe, prepara-se, abana-se toda de excitação e aos guinchinhos, começa a fugir à minha frente. Dou-lhe um pequeno avanço e depois agarro-a, para lhe fazer cócegas no pescoço. Por seu lado, o pai adora agarrá-la ao colo e desafiando-me começa a dizer à M. "esconde, esconde!", abraçando-a em seguida, para lhe tapar a cara, enquanto eu lhe faço um "cucu!", ajudado de cócegas. Ela desmancha-se a rir à gargalhada com o jogo. Delira com qualquer uma!

"Cresceu!" disse eu espantada...

Desde que se consegue pôr em pé que adora gatinhar até à cadeira de comer, levantar-se e tentar chegar com o dedo aos buraquinhos por baixo do tabuleiro. Fica na pontinha dos pés e quase, quase que chega, mas fica-lhe sempre a "faltar um bocadinho assim". Ora, precisamente uma semana depois de ter observado esta cena, com a madrinha dela em casa, a M. repetiu a sua tentativa de se esticar. E eu, ao reparar, mostrei-lhe tal graça. Não é que a M. chegava na perfeição aos buraquinhos?! Nem em bicos dos pés se pôs! Fiquei abismada o quanto ela tinha crescido numa semana. A madrinha sorriu com tal evolução e fez um ar de aprovação. O B. chegou e eu repeti-lhe o surto fantástico de crescimento, ao que ele naturalmente me respondeu que "é normal. Ela está a crescer...", com um ar entendido. Eu não estava em mim - ela tinha crescido à vontade uns 10 cm no espaço de uma semana! É... À noite, como de costume empurrei a dita cadeira até à nossa mesa, para nos fazer companhia ao jantar. Como esta tem uma tábua por debaixo do tampo, tenho de baixar aquela dois níveis para que a M. consiga enfiar as pernas. Vou carregar nos botões e... Já estava na posição certa... Fez-se luz... Afinal, a M. não tinha crescido extraordinariamente. A cadeira é que tinha descido... O que vale é que não fui só eu a embrutecer momentaneamente - estava acompanhada de mais dois tontos que foram na onda do cresceu.. E ainda por cima, a madrinha já tem um filho de 8 anos, por isso, já tinha a obrigação de saber melhor... Ai, ai... Na brincadeira, por vezes digo que estou com Alzheimer galopante. Por vezes, não sei se não é verdade... :S

Ai! Ai! Ai! Ai! Ai!

No segundo dia de regresso das férias, portanto ainda bem treinada nas birras de contrariada, ao chegar a casa, perguntei à ama se tinha dormido. Respondeu-me que sim. Quando perguntei como, confirmou as minhas suspeitas: no carrinho para trás e para a frente no corredor de casa. Com a M. ao colo, olhei para a ama e em tom de brincadeira, fiz "Ai! Ai! Ai! Ai!". No instante a seguir, a M. faz beicinho e começa a chorar. Mas a chorar a valer, com lágrimas gordas e tudo! Nem queria acreditar! Estive que tempos a abraçá-la e a explicar-lhe que não era com ela, até se acalmar. Ficou a olhar para nós com um ar muito sério, sem perceber muito bem o que se estava a passar. A ama, tão espantada quanto eu com aquela reacção, testou-a. Olhou para ela, e com aquele ar meigo que tem, tentou fazer um "Ai! Ai! Ai! Ai!" convincente. Não é que a M. começou logo, logo a fazer beicinho. Só não chegou a chorar porque a ama é demasiado doce para conseguir fingir à séria e nem seria essa a sua intenção. Lá lhe dei mais uns beijinhos e ficou satisfeita. Mimada é o que ela está, com toda a certeza, mas ainda bem, é sinal de que é feliz. A ver vamos se conseguimos equilibrar as coisas para não a transformarmos numa peste!...

Boa noite, papá!

Depois de se perceber qual é o problema, foi fácil de resolvê-lo. Agora, todos os dias à noite, entre as 9h30 e as 9h45 o mais tardar, quando a M. começa a revelar sinais de cansaço, pego nela ao colo, o pai dá-lhe sempre as boas noites com vários beijinhos, enquanto digo por ela "boa noite, papá!" e depois levo-a para o quarto. De luz apagada, já com a cama aberta, nas primeiras noites tive de acalmá-la primeiro ao colo. Pegava no ursinho Babiage, punha a música a tocar e embalava-a até ela parar de chorar. Era um choro pouco normal, que depois de saber o motivo era facilmente identificado como de medo, senão mesmo de pânico. Falava-lhe baixinho ao ouvido, conversava com ela, enquanto ela ia sossegando e encostando a cabeça no meu ombro. Quando já estava calma e meia grogue de sono, punha-a devagarinho na cama. As duas primeiras noites resultaram numa choraminguice, que passou com umas massagens nas costas - abro os dedos médio e indicador e com alguma pressão subo-os e desço-os pelas costas dela, cada um de seu lado da espinha. Adormecia de rabo espetado, muito mais calma. Nas noites seguintes, as massagens já não resultaram. Apesar de se pôr na posição, ao fim de alguns minutos, resistia e sentava-se ou punha-se em pé para me impedir de realizá-las. Assim, sentei-me no chão do quarto, ao lado da sua cama sem dizer palavra, com uma mão dentro da cama para ela me ver. Se choramingava, dizia-lhe baixinho que estava ali e ela, ouvindo a minha voz, olhava para mim, arrastava-se para ao pé de mim e acabava por aí adormecer. A sua única necessidade é sentir-me ali, ao pé dela. O tempo que demorava a adormecer era também resultado de me estar a controlar - entreabria os olhos para me ver de x em x tempo, mexia a mão ou o pé para me sentir... Houve um dia que já estava de costas para mim há um bom bocado. De tal forma, que achei que já estaria a dormir. Levantei-me devagarinho para sair do quarto, quando se ouviu o meu joelho a estalar. Um pequenino estalido, mas que a fez levantar a cabeça e olhar para trás. Só tive tempo de me levantar, olhar para trás, ouvi-la choramingar e voltar para trás para o meu lugar ao lado da cama. Automaticamente, parou, baixou a cabeça e ficou-se depois de alguns controlos em como eu ainda ali estava... Depois, criou-se o ritual: chegamos ao quarto e ela pede-me logo para ir para a cama, já não precisando primeiro do meu colo para acalmar. Eu deito-me sem palavras na cama ao lado e ali fico à espera que ela adormeça. O normal é adormecermos as duas, cada uma na sua cama, ao som do ursinho.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Medo de dormir

Calhou a M. adormecer na cadeira de comer no dia em que a tia S. me ligou a confirmar as noites difíceis que se avizinhavam, por isso respirei de alívio por não ser preciso entrar logo em medidas drásticas. No dia seguinte, sábado, fomos para Quiaios ter com o tio F. e a tia S. Jantámos fora, com uma M. muito bem-disposta a mordiscar pão. Até que... Começou a revelar o seu cansaço. Desatou a chorar sem grandes intervalos, por isso peguei nela e fui para casa, deixando o resto da malta a ver a selecção nacional. Confesso que ainda dei umas voltas de carro pela vila (que é enooooorme...) para ver se não tinha de assistir ao cinema fora da minha casa, mas em nada adiantou - chorava a plenos pulmões. Fui para casa, fiz as camas (a nossa e a dela) com ela a passarinhar pelo quarto e depois de um bocadinho de mimo ao colo, dei-lhe um beijo de boa noite e pu-la na cama, ao mesmo tempo que o B. e a tia S. chegavam a casa. O B. sabendo o que me esperava, aproveitou o intervalo do jogo para me ir dar apoio moral. Saímos do quarto e deixámos a nossa pipoca a chorar desalmadamente. Ao fim de alguns minutos, já eu e o pai estávamos em polvorosa, por isso, a tia S., para nos acalmar, perguntou-nos se podia ir ela ao quarto. Eu agradeci secretamente do fundo do coração e acho que o B. também. Assim, estivemos os dois na sala, durante uma hora e meia a ouvir a M. a chorar no quarto, com pausas cada vez maiores e uma amiga incansável a tentar conversar calmamente com ela. O B. conseguiu devorar duas sandes e sei lá mais o quê com os nervos e eu acompanhava-o a bufar de 10 em 10 minutos com os nervos. Confesso: não fosse a tia S. lá estar não sei se conseguia. E ainda bem que ela lá estava. No dia anterior, quando falou com o seu professor, este também tinha posto a hipótese dos pesadelos, tendo-a descartado para segundo plano por ainda ser cedo. Ou seja, os bebés por volta do ano já conseguem reproduzir mentalmente durante o sono imagens que assimilaram durante o dia. Por vezes, estas assustam-nos e eles têm os chamados pesadelos. A M., por estar sobre-estimulada, e por isso mais à frente nalgumas coisas, já chegou a esta fase. E confirma-se. Naquela semana, acordei uma noite com ela aos soluços a dormir, e nem as minhas festas na cabeça, nem os meus sussuros a acalmaram logo, não tendo nunca acordado durante todo o processo. Quando, naquela noite, a tia S. assistiu ao cinema, pelos vários sinais percepcionados percebeu - a M. tinha era medo de dormir e fazia o impossível para não adormecer. Assim, a solução era precisamente a contrária: ela precisava da nossa presença para se deixar ir para o vale dos lençóis sem grande resistência...

Sestas - nem vê-las...

Convém aqui explicar que a M. já não andava a dormir nada durante o dia - de manhã é raro tal proeza e à tarde, ou porque teve a visita do avô ou da tia, ou porque a ama não insistiu por causa do choro, tal facto reproduzia-se. Chegou a fazer sestas de 20 minutos num dia inteiro e aguentar acordada até às 22h00. Apesar de adormecer tarde (às vezes à meia-noite) por causa das birras, acorda sempre entre as 7h30 e as 8h15, salvo raras excepções, que estica até às 9h00. Isto porque desenvolveu um relógio interno à conta das mamadas que tinham de acontecer o mais tardar até às 8h15 (foi o único grande senão de dar de mamar, pois até eu ir trabalhar, ela acordava bem mais tarde, por volta das 10h30...). Faz noites inteiras - o problema é adormecer e não dormir - desde que tem um mês, mas mesmo assim, não dorme o suficiente para compensar a falta das sestas. Sai a mim: desde muito cedo que a minha mãe desistiu de me fazer dormir a sesta e ainda hoje odeio dormir de dia - é preciso estar num estado febril ou de cansaço muito grande para tal acontecer, senão o humor é terrível quando acordo... Assim, à noite, chega derreada e com um cansaço brutal em cima. Levei nas orelhas da tia S., que me disse que um bebé nesta idade tem de dormir por volta de 14 horas por dia, pelo que repercuti a reprimenda à ama, que por sua vez começou a tentar mais afincadamente. Para além disso, impus a regra das visitas a partir das 17h00 ou então antecipadas por um telefonema para saber o estado da criança: acordada ou a dormir...

Birras - 2

O choro antes de dormir... Inexplicável. Chegada a Lisboa, começou por adormecer embalada no carrinho pelo nosso corredor afora, por iniciativa do pai. Conforme a minha previsão, a certa altura, tal truque deixou de resultar. Tentou-se de tudo - até o colo... Nada, mas nada, a calava, a não ser o cansaço, depois de uma hora, ou mais, ao colo, a berrar. Literalmente, a berrar. Dava guinchos nada normais. Achei que era birra de sono, conjugada com cansaço (não quer dormir de dia), com três semanas de rotina para adormecer e mimo a mais que tinham resultado numa super-manha. Uma noite, como não se calava, nem ao colo, pu-la na cama sentei-me ao lado a falar baixinho. Depois, tentei calar-me. Como também não resultou, sentei-me no chão escondida atrás da cama a ouvi-la a chorar (sou masoquista, sou...). Ao fim de talvez 40 minutos, a chorar com ela, não aguentei mais e peguei nela ao colo. Talvez por se sentir aconchegada depois daquele abandono tão grande, talvez vencida pelo cansaço, adormeceu pouco depois embalada por mim. Nessa noite, sozinha em casa (como não consegue ouvir a filha a chorar, o B. deu boleia à tia para casa e depois passeou por Lisboa, para dar tempo...), estava uma pilha de nervos: primeiro pelo choro dela incontrolado e segundo por ter contrariado a minha própria teoria. Quando o B. chegou, cheguei a dizer-lhe que se ela adormecesse ao colo sem choro desde o início, connosco sentados, desistia das minhas belas teorias e passava a fazer isso, mas ela só nos quer em pé e já pesa muito, quanto mais daqui a uns tempos. Delírios!... Sabia qual era a solução: uns dias a chorar na cama, sem apelo, nem agravo. A minha dúvida porém era outra: como deixar chorar? Comigo ao lado sem falar, com a mão dentro da cama, vir-me embora e deixá-la sozinha? É que se era para chorar, que pelo menos fosse uma solução eficaz - sofrer sem resultados não valia a pena. Falei com a amiga enfermeira para lhe pedir um conselho de mãe. A sugestão foi pô-la na cama, vir embora e deixar chorar, não importa quanto tempo, porque manha é assim que se combate, por mais que nos custe. Calhou a tia S. telefonar nesse mesmo dia e aproveitei uma borla psicológica. Depois de algumas perguntas lógicas - tipo, mudou alguma coisa na rotina, como é o choro, etc... - achou que a enfermeira tinha razão, mas ficou de confirmar com o seu mestre em psicologia infantil. Nessa noite, calhou a M. estar tão cansada que antes de a pôr na cama, tentei embalá-la e a técnica resultou: já ia mais para lá do que para cá quando a deitei e deixou-se ficar sem grandes cinemas, comigo a fazer-lhe massagens nas costas. No dia seguinte, a tia S. confirmou-me a resposta dada no dia anterior. Podia apenas ir ao quarto de x em x tempo tentar acalmá-la sem pegar ao colo, mais por mim, mãe, do que por ela, por forma a não sentir que a estava a abandonar à sua sorte. Se não resultasse, para lhe ligar outra vez. Preparei-me mentalmente para o que aí vinha e avisei o B. para que ele me desse apoio - é que deixar a filha chorar assim não é fácil e sozinha em casa mais ainda...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Birras - 1

O regresso das férias teve uma consequência evidente: birras por tudo o que quer e por tudo o que não quer. Se lhe dizíamos que não, chorava. Se não lhe dávamos, chorava. Se a ignorávamos, chorava. Para além disso, começou a berrar sem explicação na hora de dormir, fosse na cama, no carrinho, ao colo, eu sei lá... Na semana de regresso, à tarde, simplesmente não me deixou pôr a fralda. Torceu-se, contorceu-se, parecia uma enguia, enquanto chorava, berrava, guinchava. Um verdadeiro disparate. A muito custo e muitos nervos depois, consegui. Só acreditou em mim a tia porque estava presente e assitiu a tudo. Tanto o B., como a ama fizeram cara de gozo e de exagero da minha parte. No dia seguinte, fiz o sermão à ama sobre a necessidade de contrariar a menina, ao que obtive como resposta o costume: silêncio, pressupondo-se a anuência. Achei que ela não me tinha levado a sério, sério - só por metade. Quando cheguei, na rua, recusei a ida do colo para o chão porque sabia que ela queria gatinhar cimento fora. Encostou o queixo ao peito, fez cara de má e berrou (literalmente) com um "agrrrmmmm!" de zangada, enquanto se torcia para conseguir chegar ao chão. Calmamente, segurei-a com força e repeti várias vezes que não. Ao fim de uns minutos, distraiu-se com a árvore e foi como se nada fosse com ela - apontou e "dá! dá!". A ama assistiu a tudo. Entendeu melhor o sermão... No dia a seguir, voltei a repetir a importância do não à ama de manhã. Ao regressar à tarde, percebi que a ama tinha interiorizado definitivamente o sermão. A M. tinha-lhe feito uma birra similar à que fez comigo, a propósito da fralda. Contou-me a desagradável experiência, que tinha começado a dizer não e como isso estava a fazer efeito. Ao fim de três semanas, a M. já percebe verdadeiramente o Não. Agora, o normal, é insistir uma ou duas vezes quando quer mexer nas coisas ou em certos casos, como o da mesinha da sala, já olha para nós antes de mexer, como que a pedir autorização, e desiste com a negativa. É claro que não temos nenhum génio em casa - continua a fazer birras, a tentar mexer onde não pode e a não querer ficar deitada no muda-fraldas mais do que uns segundos, mas o exagero já não é exagerado. Quero acreditar que com o tempo chegamos lá...

Carrinho

Perdi a cabeça e uns tempos depois, fui lá buscar o carro da mesma marca... Enquanto anda, toca uma música super-engraçada, que põe a M. a abanar-se toda, acende e apaga as luzes e ainda tem uma cenoura escondida no porta-bagagens que ao puxar-se regressa ao sítio, tremendo por todo o lado, com um "bzzzzzz!" divertido.

Espelho

Com base nas dicas da Dodot (tem um site fantástico, com bastante informação) sobre os brinquedos adequados para as crianças dos 0 aos 12 meses, andava à procura de um espelho para ela brincar. Já aqui fiz antes a referência de como ela gosta de se ver ao espelho (como, aliás, todos os bebés nesta fase). Só descobri o da Imaginarium, que me parecia excessivamente caro (como quase tudo lá) para o efeito, por isso continuei à procura. Um dia, lembrei-me de procurar na net o site da Taf Toys, marca de um cubo fantástico que lhe comprei. Fiquei fã da marca. Têm coisas lindas e só tenho pena de não a ter descoberto mais cedo, pois há coisas que já não são adequadas para a M. (como por exemplo, um brinquedo que se pendura nas costas do banco de trás do carro enquanto eles vão no ovo, e por isso de costas para a estrada, com estímulos aos quais eles conseguem chegar). E de facto, tinham um espelho. Mas encontrá-lo cá?... Enfim, reservei a ideia de o encomendar via net, sem estar muito convencida, pois o preço, com as despesas de envio, acabava por se aproximar da Imaginarium. Entretanto, tive de ir buscar a cadeirinha para o carro à loja em Sintra e descobri que a senhora também tinha descoberto a marca, tendo-se tornado sua representante. Encomendei o espelho sem compromisso. Quando regressei de férias, já tinha recebido um telefonema a dizer que já lá estava para eu ir ver - é muito giro, tem três fases - pendurado na cama de grades, deitado no chão e depois em pé - e custa quase metade do preço do outro. Trouxe-o. A M. também adorou e mais uma vez provou que é uma espertalhona. Quando cheguei a casa com ele, abri o embrulho com ela ao colo. Pus-lho à sua frente e ela como de costume começou a mirar-se e a rir-se para si mesma. A certa altura, ao ouvir-me falar, em vez de olhar para mim directamente, baixou a cabeça, para poder espreitar e ver-me através do espelho. A seguir fez o mesmo com a ama. Pôs-nos a rir às duas com a gracinha.

Quando chego a casa

Na maior parte das vezes, quando chego a casa, está no jardim com a ama, na sua aprendizagem da difícil tarefa que é aprender a andar. Quando me vê ao longe, começa a dar saltinhos de contente, a querer dar passos de gigante, enquanto se abana toda e dá guinchinhos de satisfação. Dá-me cá um gozo!!!

A saia do pai

Não o largava. Teve uma fase depois das férias, que eu pura e simplesmente só existia na ausência do seu mais que tudo. Esticava-lhe os braços a pedir colo, ia atrás dele com o seu "nha! nha! nha!" característico, aflita por ele ir "só ali, filha!" e eu era ignorada com uma pintarola que só vista! De manhã, depois de mamar, queria o pai. À tarde, quando ele chegava, queria o pai, ao ponto de ele não ter tempo de se desembaraçar do fato e da gravata ou mesmo lavar as mãos. Confesso que por mais bonito que seja e mesmo satisfatório, a pontinha do ciúme está lá. Sobretudo, quando quer sair do nosso colo para o dele... Agora já acalmou, já partilha o entusiasmo pelos dois outra vez.