As amigas de barriga decidiram criar um blog da turma mais endiabrada da enfermeira XXL no curso de preparação para o parto. Este é privado, por isso vamos podendo incluir fotos e filmes dos pimpolhos para irmos acompanhando a evolução de cada um deles. Excelente ideia!!!
terça-feira, 29 de abril de 2008
Luxa
Por ironia do destino, encontrei a irmã no sábado e o irmão no domingo. Fiquei com umas saudades de me furarem o coração desta melhor amiga de adolescência, que seria a madrinha da M., não fosse a maldita empresa, que nem sequer deu em nada. Mas quando alguém está zangado, há-que respeitar esses sentimentos, sobretudo se os compreendemos. Quem sabe um dia...
Política
Não posso deixar passar esta!... Já imaginaram o show que seriam as legislativas para o ano, se o Alberto João Jardim decidir candidatar-se a líder do PSD e por algum milagre ganhasse? Acho que era desta que a abstenção ficava reduzida a umas percentagens miseráveis!... Até os jovens, que tão perigosamente se revelam os maiores ignorantes na matéria desde sempre, passavam a perceber de política, para o ver aos bitaites com os adversários e os jornalistas!!!
Dor de dente
No outro dia cheguei a casa e a ama está com a cara mais desolada do mundo, com a M. ao colo a chorar. Tinha estado assim o dia quase todo, e mesmo quando adormecia, acordava a chorar. Desconfiava que fosse do dente, já tendo feito de tudo para a acalmar, sem grande sucesso. Nem o mobile, objecto milagroso para o choro, tinha resultado. Peguei nela ao colo, encostei a minha cara à sua bochecha e fui conversando e cantarolando até a acalmar. Expliquei à ama as bolinhas homeopáticas e como pegar nela ao colo, com a pura mimalhice da cara com cara e depois dediquei-me à M. por inteiro. Ainda demorou um bom bocado, mas lá acabou por se calar. Apoiou o queixo no meu ombro, depois enroscou-se no meu peito e enquanto serenava, ia suspirando, com aqueles suspiros dobrados de quem esteve a chorar muito tempo. Cortou-me o coração saber que tinha estado assim tantas horas e eu tão longe, sem a poder ajudar. Estive com ela ao colo uma hora e depois pu-la no carrinho e fui para a rua espairecer. Corri e saltei com o carrinho para provocar uns sorrisos e depois deixei adormecer aquela coisa pequenina que precisava de algo mais para aliviar na malvada dor do dente...
As mães
Parece-me que resume tudo. Qualquer coisa que lhe falte também não é relevante... http://www.youtube.com/watch?v=A-A8HWKUD14
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Pocahontas
Nascida exactamente 35 anos depois de mim, a Pocahontas é uma bébé que se define como uma observadora castiça, que não perde pitada do que se passa à sua volta, por debaixo de uma cabeleira farta e luzidia, para os seus 4 meses. Amiga de barriga fomos todos passear no sábado. Já dei uns palpites de como será o feitiozinho, tendo em conta que, pelo signo do Zodíaco, somos parecidas. Na despedida, ela estava ao colo da mãe, virada de frente, para não refilar. Eis senão quando, já não sei bem como, a cachopa vai de sorrir para mim. Meti-me com ela e ela... riu-se à séria. A partir daí, era eu a falar, a abanar a cabeça e a fazer-lhe cócegas na barriga e ela a gargalhar à grande. Se me distraía, lá a rapariga me dava a entender que me estava esquecer dela, desafiando-me. Foi muito engraçado e sobretudo, muito bom para o ego, ver uma criança que não dá parte de fraca com ninguém, não se desmanchando com as graçolas que lhe vão fazendo, partir-se a rir aqui com a je! Soube bem. Ficaram o filme e as fotos para a posteridade.
Tia
Ontem fizemos a boa acção da semana (a meu ver do mês!). A M. precisa de roupa de verão e o B. lembrou-se de tentarmos o Freeport, porque uma colega lhe tinha recomendado. Era para irmos no sábado ao final do dia, mas porque encontrámos uma amiga, com quem ficámos à conversa, acabámos por deixar para domingo de manhã. A minha tia soube que iamos e impingiu-se. Estava sozinha (o meu pai já tinha ido para a terra) e por isso tinha o dia por conta dela. Eu sabia que estávamos a cometer uma asneira, mas fui na onda. Deixámos a sopa da M. pronta para comer às 13h30 e arrancámos para lá às 11h com a tia. Iamos ver roupa para a M., lembram-se? Pois a minha tia achou que também se chamava M... Acabámos por lá andar 6 horas, a ver vestidos e fatos para ela levar ao baptizado, com ela a dizer que nada lhe servia, que estava tudo mal marcado e que a roupa que tinha era muito boa. A M. não se queixou, andando a saltitar do colo do pai para o da tia, e depois para o ovo, e ainda teve a sorte de só mamar nesse dia (a sopa estava em casa, certo?). Depois de uma estopada ao sol (abrasador), com um sítio cheio de gente (começou a encher de passeantes depois de almoço - que gente menos imaginativa!!!), viemos com a nítida sensação de que não tinha valido a pena a deslocação e o gasto do gasóleo, apesar da roupa que comprámos na Clayeux, e com uma conclusão inteligente: nunca mais sair com a tia para sítios que permitam a estada por mais de 2 horas... À noite, aterrei, sem banho tomado, e o B. não demorou muito mais. Mas deixámos a tia feliz em casa, com histórias para contar no dia seguinte às colegas.
Novidades a mamar
Agora, quando faz uma pausa ou quando para de mamar, lambe-se toda. Mete a língua para fora e lambe ou chucha, ainda não percebi bem, o lábio superior, como quem se está a alambazar com o leite... Glutona!
Dentes
A pediatra aos 5 meses não auspiciou nada de muito rápido. Acertou. A M. anda aos tombos com os dentes, que não há maneira de nascerem. Morde tudo o que apanha, não intereesa se é grande ou pequeno, duro ou macio. E de este fim-de-semana para cá tem sido com uma violência sem explicação. Na sexta-feira, o desespero foi de tal ordem que afinfou na minha mão, e foi mordendo. Eu estava distraída na conversa com umas amigas, com ela ao colo, e não me apercebi do seu serviço. A certa altura, soltei um "au!" à conta da sua energia em morder. Quando fui ver, tinha-me feito um verdadeiro chupão vermelhão na mão esquerda! Mas não é só a minha mão que morde. Se a deitar no tapete com o ginásio por cima, torce-se toda e vai girando, girando sobre si própria para tentar abocanhar os suportes laterais deste último. Hoje à tarde, estava eu sentada numa cadeira com ela ao ombro, quando dei por ela a puxar no sentido contrário. Espreitei para trás e vejo a M. a segurar as costas da cadeira com força e a puxar na sua direcção de boca escancarada! Parece um autêntico cão. Para além disso, descobriu que coçar a gengiva resulta, por isso se não tiver a chucha, passa a vida a coçar a gengiva superior com o lábio inferior, como que a chuchar no próprio lábio - tem esperto no cabeça!
Já se senta
Dou conta de que já são muitos jás... No chão ainda não se segura sozinha, mas já se senta direitinha a 90 graus na espreguiçadeira. Um perigo! Por vezes é de tal maneira que fica dependurada para o lado ou então toda dobrada a agarrar os pés. Uma verdadeira ginasta! Com tanto avanço e com a fisionomia a mudar, o pai já lhe chama raparigaça, com alguma nostalgia, misturada com orgulho por ver a sua menina crescer tão bem.
Esfregar o olho
Fá-lo quando tem sono ou para acordar, mesmo com aquele ar de bébé ensonado, com as bochechas mais em evidência. É uma querida quando o faz.
Descobriu o pé
Há cerca de duas semanas, descobriu a sua extremidade - o pé. Um dia, na nossa ginástica no tapete, sentei-a e deixei-a ficar assim um bocadinho. Ao fim de uns momentos, começou a mirar os pés e a tentar chegar lá. É de tal maneira que agora sempre que anda de ovo, põe a mão no pé e lá vai ela a fazer ginástica. Já tentou chegar lá com a boca sentada, mas ainda não conseguiu, e também ainda não percebeu que deitada essa proeza é mais fácil.
Vinguei-me!
À conta da faringite, que podia ser de origem viral, andei a tirar leite para deitar cano abaixo. Por isso, comi morangos e Mon Chéri (simplesmente o melhor bombom do mundo). E toma! Para além do mal-estar, do ficar de cama sem pachorra e do andar de máscara por causa da M, a febre ainda trouxe alguma coisa de bom...
Miminhos da ama
Na semana que fiquei em casa doente, tive a oportunidade de perceber muita coisa da perspectiva febril da minha cama. Descobri que a ama a chama de "princesa" e "meu amor", que brinca com ela frequentemente apesar de todas as tarefas domésticas que vai encaixando pelo meio, canta muito, vai à rua ver o "ão" e delicia-se com as suas gargalhadas quando o vê, não a deixa sozinha muito tempo (também a M. não lhe dá essa alternativa...), andando com a espreguiçadeira para todo o lado, adora empinocá-la, ao ponto de ma trazer de boné posto só para eu ver como a filha está bonita e vai estimulando a criança - "Olha o pé! Onde está o pé?", "palminhas, palminhas", "faz uma festinha, faz", entre outros. Descobriu que a M. adora ser penteada, por isso, cada muda de fralda, cada penteadela, com direito a cheirinho de água de Uriage, porque o pai gosta, na última vez, antes de sair. Não quero deitar foguetes antes do tempo para não ter desilusões, mas até ver, não está mal...
Água
Manda-ma beber a mim... Só marcha se for logo a seguir à papa, por ser tão doce, mas isso não convém nada, certo? De resto, ponho-lhe o biberão na boca e ela começa por mamar. Assim que percebe que é água, ri-se e com a tetina na boca faz cara de malandra e com uma expressão de quem está a dizer "tu estás a ver se me enganas, mas não consegues". Mas temos de lhe dar o desconto: afinal ainda mama leite de mãe fora das refeições sólidas...
Dormir sozinha
Curiosamente, apesar das manhas que anda a ganhar com a amiga ama, à noite, se for preciso, adormece sozinha no berço. Deixo-a com a vaca entre as mãos e a chucha na boca, e ela vai afagando o boneco cada vez mais devagar, até dar as mãos a Orfeu e ficar a dormir até de manhã. Linda menina!
Quase que se vira!
Há cerca de duas semanas que a M. já se põe de lado na perfeição. Dá balanço e ali vai ela a caminho de se virar. Mas depois o braço fica ali a empatar. Ainda não descobriu como se faz para ultrapassar esse pequeno grande obstáculo, mas está quase, quase... No tapete, mostro-lhe como se faz e ela delira quando se vê de barriga para baixo. Já não falta muito. Está um perigo!...
Birras de sono
A culpa é da querida ama. No fim-de-semana anterior fez duas brutais a seguir à sopa do almoço. Descobri porquê na semana a seguir, porque fiquei em casa doente com uma faringite. A Lúcia depois da sopa, pega na menina e, ou no sofá, ou à janela, embala a madame, a cantarolar até ela adormecer. Durante a semana, ao ver, disse-lhe que não queria que o fizesse por sistema, a não ser que estivesse aflita dos dentes ou outros quejandos. A resposta foi um silêncio, acompanhado de um sorriso. Escuso de dizer que só à terceira vez é que percebeu que não era mesmo para fazer daquilo sistema... Fiquei a saber que pelo menos mimo a minha filha recebe e muito.
Já dá o corpo ao manifesto
É só esticarmos as mãos para a sua cintura. É vê-la a arquear as costas para ir mais depressa para o colo!
Sempre de babete
Ou babeiro, como lhe chama a minha madrinha madeirense. É que quase não há fotos sem o dito, à conta do bolsar e agora da baba em excesso... Já começo a dizer que não quero saber e que se sujar, muda-se - já não sou eu que lavo e passo! ;)
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Burradas da ama...
É claro que tinha de as haver... Por engano, deu de sopa à M. os nossos legumes estufados e temperadinhos à maneira. A pediatra, depois de confirmar que não havia vómitos, nem diarreias, ainda comentou que lhe devia ter sabido que nem ginjas... No esterelizador só se podem pôr 90 ml para a coisa fazer efeito, facto que lhe foi explicado. Já lhe expliquei o que eram os ditos 90 ml, mas a criatura sempre a dizer que sim, deixa sempre a coisa com mais água dentro. Não percebo se erra na quantidade, ou se se esquece de o esvaziar de cada vez... Para além disso, pôs o saca-macacos (aspirador nasal) no esterelizador, sem o lavar. Quando lhe disse que não era preciso, respondeu que tinha caído no chão. Portantos, não lavou os macacos que tirou do nariz da M., mas achou que precisava de os esterelizar... Pensando bem, do mal o menos: quer dizer que para a boca não vai nada que tenha caído no chão. Pensamento positivo!!!
terça-feira, 15 de abril de 2008
Vinho do Porto
Felizmente, apesar de o meu pai não conseguir ver estas coisas, há quem o veja, mesmo que à distância. Hoje, deram-me os parabéns por este meu blog e pela forma como me tenho vindo a revelar nesta minha nova função de ser mãe. Mas o melhor elogio que me podiam ter feito foi ao nosso núcleo familiar - eu e o B. somos como o vinho do Porto: com o tempo só melhoramos. Isto veio de uma fã incondicional do B., mesmo nos tempos mais escuros e dificeis, quando eu aparecia zangada. Não há nada como uma família de amigos, que já nos conhece há muitos anos, e que funciona como algo de coeso, quente e seguro, que tem por principal papel ser a nossa terapia do riso. Obrigada, Palmira, por esse calor permanente e eterno que eu sei encontrar sempre no mesmo sítio. Um beijo grande.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Mundo
conheço 7% do mundo...
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Uma amiga tinha no seu blog. A título de curiosidade fui lá e acabei por copiar para aqui. Não sei se fique contente com o resultado, se triste. Na proporção, e tendo em conta a idade, não está mal, mas ainda falta tanta coisa para conhecer!...
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Mimalhice
Desde que comecei a trabalhar, depois de me perdoar por a ter deixado, a M. entra num processo de mimalhice pura. Ao nosso colo, encosta a cabeça à nossa, ficando bochecha com bochecha, sem se mexer. Fica assim tempos infindos. Ou então, namora o pai, e renamora, com uns olhos que mal pestanejam de carneiro mal-morto. É claro que nós cedemos a esta mimalha pequenina - é a sua recompensa de tal abandono...
Deu-lhe uma branca!
A M. estava meia ranhosa, com alguma tosse e espirros. Deve ser dente, somado ao facto de ter estado em contacto com a prima doente, mas nada de extraordinário. O pai decidiu pôr-lhe um Ben-U-Ron para passar bem a noite. Não é a primeira vez que o faz. Pois desta vez ficou parado, sem perceber onde enfiava o supositório. Tive de ser eu, porque ele estava muito aflito a achar que se ia enganar no buraco... Disse que lhe deu uma branca de repente. Tal branca!!!
Tentativas de basquete
Tira e põe a chucha vezes sem conta - por vezes acerta, outras também não. É todo um processo de múltiplas tentativas, giro de se ver. Parece que está a treinar, tal como um jogador de basquete treina várias vezes seguidas o encestar da bola. Comparação do pai.
Adormecer
Há um truque só meu que nunca falha, seja ao colo, na espreguiçadeira ou no berço: passar devagarinho o polegar pelas sobrancelhas e no 3º olho - o ponto entre as sobrancelhas - em direcção ao nariz. Os olhos começam a fechar devagarinho, e apesar de resistirem um bocadinho, acabam por ficar firmemente fechados. Para além disso, a minha mão por vezes parece mágica. Quando está quase, quase lá, mas o arroto não quer deixar e ela esperneia um bocadinho ou quando a levo para a cama e sente que algo se está a passar, encosto a mão à bochecha e faço festinhas com o polegar. Parece magia: acalma logo e fica-se. Se quando tiro a mão, esperneia outra vez, basta voltar a pôr a mão na mesma posição e adormece de vez.
Os seus cognomes
Eu chamo-lhe macaca ou macaquita, por causa da forma macaca como se ri. Estou a ver se gosto de Nocas, derivado rebuscado do nome. O pai adoptou de vez em quando Floco, graças às amigas de barriga. O avô materno gosta de bochechas, bochechuda e cachopa. O avô paterno de risonhita. No meio disto tudo, responde a todos da mesma forma cusca, desde que o tom seja o apelativo.
5 meses
Está grande... Na consulta dos 5 meses pesou 7,660 kg. Tem uma diferença de 200-300g do Vicente, o buzinão risonho, amigo de barriga, que nasceu no mesmo dia que ela. Já quase não cabe no berço, nem na alcofa de viagem. Como dizia o outro: "já só te falta um bocadinho assim!". Ou seja, esse bocadinho é o que falta para dar o grito de Ipiranga e seguir para o seu quarto e a sua cama de grades... Vai-nos fazer diferença, uma boa e outra má. A boa porque o terceiro elemento, como diz a amiga enfermeira, sai do quarto (apesar de ela nem se sentir depois de ferrada a dormir). A má porque de madrugada, lá por volta das 5h30/6h, quase que acorda à conta dos puns que querem sair (raio de hora que ela escolheu para tal) e só não abre a pestana porque lhe ponho a chucha antes disso. Agora é só isso e virar-me para o outro lado. Depois implica levantar...
Miminho de mãe
Costuma adormecer na mama - não é grande hábito, mas não há muito a fazer - não a vou acordar de propósito para poder adormecer na cama sozinha, certo?... No outro dia não conseguiu por causa do malvado arroto. Arrotou e continuou irrequieta. Peguei nela e pu-la ao ombro para ajudar a arrotar mais, enquanto cantarolava o "Manel tinha uma bola" baixinho e lhe afagava a nuca para a acalmar. Ao fim de 5 min senti uma respiração compassada ao ouvido. Espreitei. Dormia tranquilamente. Cheguei à conclusão de que só precisava daquele miminho para adormecer. Senti-me a maior, especialmente porque quando a fui deitar e disse ao pai que era o miminho de mãe que estava a faltar, ele ofereceu-me um olhar quente e cheio.
Vai fazer dele gato sapato
Já faz... Agora chama-me para a pôr na espreguiçadeira para não chorar com ele... Só tem 5 meses e basta um olhar de pestana mais cabisbaixa e consegue o que quer. Nem imagino com 15 anos...
Paixão pelo pai
É uma loucura quando o pai chega a casa. Começa com um sorriso de orelha a orelha decorado com um "ah!" de felicidade. Depois vai para o seu colo e começa a macacada. É um pouco de tudo: desde conversa, a sons engraçados, a cócegas, a "tétés" de brincar às escondidas e a aviõezinhos. Ele fica cansado de tanto saltar, pular e falar. Ela ri-se, gargalha, fica histérica com guinchinhos muito engraçados e chega a rir-se por antecipação quando vê a mão dele a aproximar-se. Ele retribui com um ar apaixonado e muitos "oh filha!" e "oh meu amor!". É bonito de se ver. Qualquer outra coisa não sabe tão bem ver e assisto de primeira plateia a esta paixão assolapada e correspondida.
Pai artista
Abuuuuu!
Descobriu uma nova forma de se expressar - faz boca de velhinha desdentada e vai fazendo movimentos como se estivesse a falar sem som. Depois, com a mesma boquinha começa a fazer "abuuuuu!" e diverte quem a vê. Não tarda aprende a fazer o mesmo com a sopa. Depois é que é ver sopa a voar!...
20 minutos de qualidade
Dizem os psicólogos que bastam 20 min por dia de tempo de qualidade com os pais para que as crianças sejam estáveis emocionalmente e serem felizes. A M. deve ser um poço de felicidade e equilíbrio. Todos os dias, tanto eu, como o pai brincamos com ela bem mais do que isso. Então agora que estou a trabalhar, o resto da tarde é da exclusividade da minha filha. Começo com colo e miminhos, passo à palhaçada e depois à ginástica no seu tapete de actividades. Não sei quem se diverte mais, nem do que é que ela gosta mais - se das cócegas na barriga ou no pescoço, se do se sentar e deitar com a minha ajuda, do virar de barriga para baixo e ver o mundo de outra perspectiva, ou se do se mirar ao espelho. O ritual do banho à noite com o pai já traz diferenças, com o sentar-se na banheira, o agarrar a compressa com que foi lavada e o bater dos pés na água ajudada por ele. Depois, a brincadeira do secar com a toalha por mim e dos "pfreeeeee!" que fazem cócegas naquela barriga destapada. Só sei que chega à noite cansada e adormece muitas vezes a sorrir.
Eles também se sentem
A característica mais marcante da M. são os sorrisos. Pois comigo agora estão mais dificeis. No primeiro dia que fui trabalhar, demorei uma hora e meia a arrancar um! Quando acordou e me viu em casa, fechou a cara e nada, nem meiguice, nem gracinha nenhuma a fez sorrir para mim. Fiquei triste, triste. A minha filha literalmente amuou comigo e estava-me a castigar! No segundo dia, foi igual. No meu colo, eu a dar-lhe miminhos e beijinhos e a sacana nada. Vem a Lúcia faz-lhe um simple "psiu!" do lado de lá e ela vai e atira-lhe um grande sorriso! Chegou o pai, diz um "olá filha!" e ela vai e lança-lhe um sorriso com um "ah!" de contentamento. Eu tive de trabalhar para o conseguir... Não só já custa deixá-la sozinha com a ama e ela ainda me castiga por cima. Ingrata! Vá lá, no terceiro dia já me recebeu com um sorriso e reagiu logo à brincadeira. Também, desta vez, consegui chegar a horas da mamada a seguir à sopa, por isso em vez de ir ao biberão, foi logo comigo. Deve ter achado que o pedido de desculpa era suficiente...
Regresso ao trabalho...
Sabia que era difícil, sabia que me iria custar, não imaginava que fosse assim. Primeiro, já não estava habituada a acordar tão cedo (não esquecer que tenho uma filha que acorda sozinha depois das 9h) - eram 7h15 quando me levantei. Depois de me arranjar e estar despachada, fui tirar a M. do berço, que dormia tranquilamente. Cortou-me o coração senti-la a torcer-se de preguiça no meu colo enquanto a levava para mamar. Mamou a dormir, depois de refilar um bocadinho. Chegou a Lucia entretanto, que assim que acabou a mamada ma tirou dos braços para tratar dela. Foi tipo filme - eu a segurar sem largar, enquanto ela gentilmente a puxava para si... Depois tinha de sair de casa. A lágrima ameaçava perigosamente no canto do olho. O B. via-me a andar para trás e para a frente, tipo barata tonta, sem saber o que fazer. Acabei por me decidir e fui ao quarto da M. dar-lhe um beijinho (muitos) de até logo. Não parei para olhar. Dei muitos beijinhos e saí disparada para a ama não ver a figura. Já no elevador o B. deu-me a mim muitos beijinhos, enquanto dizia que eu já sabia que isto tinha de acontecer. Correram-me as lágrimas a caminho de Sintra. 5 meses, 24h sobre 24h com a nossa filha, é muita carga de uma só vez. No trabalho fui bem recebida. A colega de sala está de férias, por isso fiquei sozinha na sala, mas foram-me vindo dar umas palavras, para não me sentir tão desamparada no primeiro dia - afinal as colegas são todas recém-mães, por isso sabem bem o que custa. Não sabia o que fazer pois o chefe não teve tempo para mim de manhã - o trabalho foi escasso. As 15h30 demoraram uma eternidade a chegar - dou graças pelo horário de amamentação! Quando chegou a hora, desci as escadas num tiro, enfiei-me no carro e fui directa para casa - ia com fogo no rabo! Cheguei a casa cheia de vontade de lamber a cria, mas a malandra estava a dormir!!! Tive de esperar que acordasse, mas depois vinguei-me...
Vida de dondoca
A outra face da medalha de ter alguém em casa para fazer tudo é que se deixa de ter o que fazer em casa. Como queria ver como a M. se dava com a Lúcia, também não tratei da filha, pelo que que durante uma semana tive a verdadeira vida de dondoca à séria (quer dizer, à séria seria com massagens e esplanadas com outras dondocas, mas não faz mal). Tive tempo de me demorar no banho, fazer a depilação, arranjar sobrancelhas e unhas, de ir ao café com uma amiga de barriga e passear pelas lojas para ver o que havia de novo. Não fosse a solidão, porque quem conheço não tem esta vida, até me dava bem com isto, desde que é claro, tivesse um entretém para a mente se exercitar. Ou seja, tenho perfil para não fazer quase nenhum, desde que acompanhada...
Que personagem infantil você é?
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Ama - Primeiros dias
Foi terrível... A Lúcia chegou às 8h15, com a M. a mamar. Disse-lhe para ir arrumando o quarto enquanto isso. Ela lá foi sem dizer palavra. Depois da mamada, passei a M. para o seu colo, para ela tratar do resto - arroto, fralda, limpar cara, etc... Escuso de dizer que foi um aperto tal façanha, estando eu em casa e podendo fazer isso tudo. Não fui capaz de largar as saias à fralda da minha filha e por isso fui fazendo companhia e brincando com ela enquanto a Lúcia tratava de outras coisas. Quando chegou a hora da sopa, expliquei-lhe tudo e peguei na M. para lhe dar a dita. Antes perguntei retoricamente se ela queria dar ou se preferia ver da primeira vez. Felizmente, ela respondeu que queria dar e tirou-ma do colo. Foi mais esperta do que eu... Almoçou comigo, sem grandes conversas e à tarde, arrumou e limpou mais um bocado. Sempre que a M. chorava ou refilava por estar sozinha, ela vinha prontamente, conversava com ela, brincava um bocadinho, punha-lhe música e seguia para o que estava a fazer, não lhe pegando ao colo. Note-se que a M. estava na espreguiçadeira ao pé de mim na sala... Ao final do dia, o meu balanço era 50/50. Estava cheia de medo de estarmos a cometer uma grande asneira... No dia seguinte, voltou a aparecer, desta vez já a M. tinha mamado, por isso mal tive tempo de a ter ao colo. Tirou-ma logo do colo e foi tratar dela. Desta vez ouvi-a a conversar meigamente com a minha filha - tentei não me meter. Quando apareceu na sala, estava de roupa mudada e ar satisfeito. Felizmente, uma amiga telefonou e acabou por almoçar lá em casa, obrigando-me a abstrair da M. e a facilitar a vida à Lúcia. Para além disso, foi-se embora com uma opinião positiva da ama, o que me deixou um bocadinho mais reconfortada. À tarde, disse à Lúcia que podia pegar na M. ao colo, pois eu não tinha nada contra isso (a pergunta da entrevista assustou-a!...). Depois disso, andou sempre com ela ao colo, até a querendo adormecer assim depois da sopa. Tive de dizer que colo era muito bom, mas q.b. A criança ainda adormece sozinha, não a estraguemos... Ao 3º dia, estava mais à vontade, já falava um pouco comigo e até cantou, não, desafinou à grande e à francesa, para a M. Depois da 1ª mamada da manhã, mudou-lhe a roupa, lavou-lhe a cara e limpou-lhe os olhos, penteou-a e pôs cheirinho no cabelo (o meu comentário de que o pai gostava do cheiro da água da Uriage no cabelo foi registado). Canta-lhe o "Papa a papa" da Cerelac, que resulta muito bem e já dá passeios com ela para ir ver os cães porque a "M. ri-se muito com os ãos". Ao 4º dia mandou-me uma mensagem às 5h30 a dizer que a filha estava muito doente e por isso não ia - "que parecia mal faltar logo assim, mas era por motivo de doença". Ficámos de pé atrás, mas às 17h30 mandou outro sms a pedir desculpa, mas "só àquela hora tinha conseguido sair do hospital". Liguei-lhe e disse-me para ficar descansada porque na 2ªfeira já ia... E foi, com a justificação do hospital e tudo! Resumindo, de 0 a 10, dou-lhe 6,8, a caminhar para o 7. Tendo em conta de que sou a mãe e que nunca irei dar mais de 9, porque ninguém é tão bom quanto eu, não me parece mal para a primeira semana...
Ama - Escolha
Foi dificil escolher. A Damiana era mais simpática e afável, parecia despachada e tinha excelentes referências. Para além disso, mora perto e à porta do metro. O senão era ter um português muito incorrecto e tinha uma apresentação que encaixava menos naquilo que nós imaginamos como ama de uma criança da nossa classe social (não consigo dizer isto sem parecer elitista... Não tenho nada contra seja quem for, mas temos sempre exigências maiores ou menores a nível de maneiras e saber estar. Para tentar explicar, quando perguntei do colo disse que achava muito bem e que os africanos até andavam com os bébés a tiracolo para não ficarem sozinhos). A Lúcia era mais correcta a falar e nas maneiras (penso que o termo é que é mais "fina" ou "limada"), é filha da Sra. Maria, que eu conheço há anos e de quem gosto bastante, e tem 3 filhos, por isso domina bem a situação. Aliás, na entrevista fez-me perguntas pertinentes acerca dos hábitos e necessidades da M. O senão é que é casada e tem o apoio financeiro do marido, por isso precisa menos, tem 3 filhos, aumentando a probabilidade de faltar por doença, mora mais longe, pareceu mais calada e parada e pediu mais € 50, valor já difícil para nós. Depois de muito falarmos e fazermos contas, liguei para a Damiana. Chegámos à conclusão de que teria mais dificuldade em arranjar emprego, precisava mais de algo certo, e acima de tudo tinha criado uma maior empatia com o seu dinamismo e sorriso rasgado e permanente. Disse que me ligava às 18h a confirmar - ia a outra entrevista primeiro. Adoraram-na também e ofereceram mais 100€, valor incomportável para nós... Chorei outra vez. O B. olhou para mim e depois da frase "entre mortos e feridos alguém há-de escapar" ligou para a Lúcia. Propôs-lhe menos € 50 e ela aceitou. Ao que ele respondeu: "então amanhã por volta das 8h apareça"...
Ama - Entrevistas
Ambas as senhoras do Ocasião traziam referências. Combinámos para o dia seguinte à noite, para nos conhecermos. Fomos buscar, à vez, ambas ao Metro, por ser mais fácil para elas. A primeira deixou-nos cheios de desalento. Não falava, não mostrou grande interesse, nem ligou à M. que com os seus sorrisos ia mostrando que também ali estava. Se já estávamos aterrorizados, mais ficámos. A segunda encantou-nos. Uma rapariga com 32 anos, de sorriso fácil e muito afável, coerente nas respostas e sobretudo muito interessada na M. Eu tinha um papel A4 repleto de perguntas, escritas a verde, e fui perguntando uma a uma, algumas inteligentes, outras total e completamente disparatadas. Quis ver a reacção a tudo, até ao dito papel... Para perceberem, até perguntei o que achava do colo e da televisão... Teve nota positiva. No final, passei-lhe a M. para o colo, que por nunca ter visto ninguém de cor, ficou parada com um ar espantadíssimo a olhar para ela directamente. Como não lhe arrancava nenhum sorriso, pus as mãos em posição para vir para o meu colo, mas a Damiana não desistiu e tanto lhe falou que acabou por conseguir o pretendido - um valente sorriso. Foi embora mais contente. Combinámos com a Lúcia, a filha da empregada da mãe da Carla, e conhecêmo-la no dia seguinte. Com 20 e tais (não sei ao certo), 3 filhos dos 7 aos 2 anos, cara meiga e respostas certas ao meu papel. Também gostámos dela, mas assustou-nos o facto de morar mais longe e ter 3 filhos, apesar de estarem com a avó. Para além disso, criou menos empatia, por ser mais reservada e calada. Liguei para a referência da Damiana, a senhora onde trabalhou até agora (durante 5 anos), que só lhe teceu elogios. Disse-me maravilhas e fez-me acreditar que era de confiança. Faltava uma semana. Falei outra vez com a amiga enfermeira e pedi uma opinião amiga. Achou que era de tentar e que numa semana se conseguia ver muita coisa. Fui para casa a pensar que o Não era certo, por isso, não havia nada como tentar...
terça-feira, 8 de abril de 2008
Ama - Procura 2
Depois, lembrei-me da namorada do cunhado mais novo que foi criada, junto com o irmão, por uma rapariga que cresceu com eles (começou aos 20, tendo agora 41). Liguei-lhe e ela disse que ia ver. Por um mês não a consegui - a mãe da Sofia dispensou-a e tinha-lhe arranjado emprego num infantário um mês antes. Não fosse isso e tinha ficado connosco. Ainda tentei um estratagema baixo com uma emboscada - dar-lhe a conhecer a M. e os seus sorrisos cativantes sem saber ao que ia para a convencer, mas não chegou a isso porque ela está feliz no infantário onde ficou. Quando recebi o sms a confirmar que não havia nada a fazer quanto à Florbela, chorei. À séria. Arrependi-me de todas as decisões disparatadas que tomei até hoje a nível profissional, sem excepção, inclusive, a maldita empresa de animação turística que todos os entendidos no assunto acham que é uma galinha de ovos de ouro e que não consegui pôr a funcionar de maneira nenhuma por pura maldade do sistema de oferta de turismo em Portugal. Já se tinham passado duas semanas desde então e o tempo era escasso. O B. não tinha levado mesmo a sério esta história da ama, porque achava que não iriamos conseguir arranjar alguém em tão pouco tempo. Mas a minha decisão já estava intrinsecamente dentro de mim, e quando ele se apercebeu disso e me viu naquele estado, mexeu-se. É verdade. Mais uma vez, foi ele. Foi à net, e procurou noite adentro. Tanto andou, que ligou para umas quantas pessoas com anúncios. Eu lembrei-me da Carla. Uma irmã de uma amiga que ficou amiga também e que nos tinha arranjado há uns anos uma mulher-a-dias fantástica, que não fosse o facto de já ter falecido devido à sua saúde, seria a pessoa indicada para deixar a M. (soubemos da sua morte com o telefonema que fizemos à Carla - que fique finalmente em paz D. Albertina, pois bem a merece). Podia ser que conhecesse alguém... Ela ia ver com uns amigos que tinham passado pelo mesmo e gostado de 2 ou 3 pessoas, podendo ser que ainda tivessem o contacto delas. A uma semana de trabalhar, tinhamos 3 possibilidades: duas do Ocasião e uma da Carla - a filha da mulher-a-dias de há mais de 15 anos da sua mãe estava desempregada...
Ama - Procura 1
Comecei por me tentar lembrar de quem nos poderia ajudar. A primeira tentativa passou pela mãe de uma amiga de barriga, que fica com a neta e mora muito perto de nós. Ofereci-me para contratar uma ajuda e assim tomarem conta de duas em vez de uma. Não era possível. No dia seguinte, foram buscar a roupa lá a casa para passar e lembrei-me que talvez a dona da empresa, minha amiga, conhecesse alguém. Indicou-me uma senhora que eu já conhecia, por ter feito limpezas em nossa casa através da sua empresa. De muita confiança, ao ponto de lhe deixar o seu filho, brasileira, educadora de infância, no desemprego por ser ilegal. Decidimos conhecê-la e se gostássemos dela, tratariamos de tudo para que ficasse legal e devidamente contratada e inscrita. Não podia encontrar-se connosco naquele dia, marcou para o dia seguinte e não apareceu porque a sua boleia tinha disparatado, não aparecendo, nem dito nada. Confirmei que era verdade. Passou-se o fim-de-semana e nós a roer as unhas que já não tinhamos. Na 2ª feira voltou a marcar para as 20h no metro. Fui buscar o B. à mesma hora e esperámos por ela. E esperámos. 15 min depois, liguei e depois de várias tentativas, atendeu-me o marido a dizer que ela não ia, nem iria, e que tinha avisado a amiga em comum para me avisar... Ainda bem que tal aconteceu assim - provou de uma forma simples que não interessava nem ao menino Jesus... Fiquei com vontade de bater em alguém. Se já estávamos aterrorizados com a ideia da ama desconhecida, mais ficámos. Mas como eu sou teimosa, seguimos em frente. A política era: o certo é ir para o infantário, se não for, melhor...
Ama - Decisão
Fomos à consulta dos 4 meses. Com o trabalho a espreitar na esquina, a pediatra perguntou-nos como iamos fazer. Explicámos que não tinhamos avó, nem ninguém da família a quem confiar a M., pelo que não havia alternativa ao infantário. Ela insistiu na pergunta, se não conheciamos ninguém de confiança, pois era muito melhor para a M. ficar em casa até aos 2 anos, devido às doenças que iria evitar. Como não conheciamos, virou o disco e disse que não era drama nenhum, que iria com certeza correr tudo bem e que a M. era uma fortalhaça. Mudámos de assunto e este ficou por aqui. O dia seguinte foi terrível para mim. Pensei, matutei, magiquei e inventei. No fim, decidi. O B. chegou a casa à noite e comuniquei-lhe que tinha tomado uma decisão, se ele estivesse de acordo - queria contratar uma ama lá para casa. Por seu lado, a conversa da médica também tinha surtido efeito na sua cabeça - ele também queria o mesmo. Um dos grandes motivos porque nunca ponderámos esta hipótese a sério e com calma foi o facto de financeiramente tal não ser possível. Tendo em conta que existia algo para onde canalizar todos os meses uma parte considerável de dinheiro, à conta da Different Ways, não havia forma de tornar a intenção em algo de concreto. Ao afagar o pouco cabelo da minha filha, a minha decisão passou por desistir do meu sonho mal-nascido, que só me estava a dar dor de cabeça, em prol de algo bem mais precioso - o bem-estar da M. Problema: faltava um mês para eu começar a trabalhar... O B. falou com a amiga enfermeira, que apoiou a ideia de deixar a M. em casa, e assegurou-nos de que em tão pouco tempo era possível perceber se quem nós escolhêssemos tinha valor e era de confiança. Fomos para casa amadurecer a decisão...
Infantário
Como não temos avó para tomar conta do rebento (uma já morreu e a outra vive a 400 km), ainda enquanto grávida, discutimos as várias hipóteses e chegámos à conclusão de que era melhor algo que ficasse perto do meu trabalho, pois este fica a 50 km de casa, por forma a eu chegar rapidamente, havendo alguma urgência. Em Sintra, foram-nos aconselhados dois muito bons: o João de Deus, em Albarraque, e o Catarina de Bragança, a caminho das praias. O conselho veio de um amigo de longa data que acabou agora o curso de educador de infância, depois de um percurso atribulado em engenharia civil, tendo sido o melhor aluno do ano e convidado para dirigir a parte do infantário do João de Deus da Figueira da Foz (onde está agora). Levou-me a Albarraque, apresentou-me às pessoas e fez-me sentir segura quanto à hipótese de lá pôr a M., ao dar-me a conhecer algumas coisas que os pais não chegam a ver e ao perceber o carinho que existe por lá. Fomos ao outro e também gostámos - a própria directora fez-nos a visita guiada e demonstrou imenso cuidado, carinho e noção do que andam a fazer. Vantagens do primeiro: é um dos infantários mais conceituados de Lisboa, é uma IPSS, pagando-se de acordo com os rendimentos (penso que para nós não devia fazer grande diferença), utiliza o método da cartilha, facilidade em entrar graças ao amigo, muito bem cotado a nível de preparação e boa-educação entre os professores da primária que recebem os seus alunos. Desvantagens: é um berçário com um máximo de 25 bébés com 5 pessoas responsáveis - é um facto que chegam, até porque nunca ocupam os lugares todos por regra (têm um acordo com a Tabaqueira que os obriga a tal), mas a probabilidade de apanhar doenças é maior. Vantagens do segundo: é uma vivenda fechada, com o máximo de cuidados com a segurança, boa formação da parte do pessoal, muito boas condições, com jardim e salas com excelentes acessos (inclusive janelas para os pais espreitarem sem serem vistos), uma enorme compreensão pelos stresses das mães galinhas e uma sala só com 9 bébés. Desvantagens: frequentado por meninos bem (os netos do Jardim Gonçalves andam lá), cheios de manias e vícios, entrando alguns para a primária com a etiqueta de mal-educados (no sentido de gritarem mais e falarem menos). O que nos fez decidir? Um episódio caricato no segundo... Estávamos à conversa com a directora no jardim, quando um menino passou e sem querer foi contra ela, seguindo caminho sem água vai, nem água vem. Ela chamou-o e calmamente, explicou-lhe que tinha de ter cuidado e ver por onde andava, perguntando-lhe de seguida o que faltava, ao que ele respondeu pedindo desculpa. Até aqui excelente. O problema foi o a seguir... Ela, não satisfeita, perguntou-lhe "desculpe, quê?", ao que ele retorquiu "desculpe, babá querida"! Não consegui imaginar a minha filha chegar a casa e dizer, com pronúncia de Cascais, "olá, mamã queridaaa"!!! Mas à parte isto, é muito bom.
Cocó...
Com o início das sopas, a caquita liquída e amarelada deu lugar a uma coisa mais sólida, acastanhada e mal cheirosa. Na primeira destas, com o pai a comandar as tropas, só deu para ver a sua cara de agoniado, com o vómito a querer aparecer... Nem deu para perceber como era, tal foi a pressa em esconder a porcaria! Hoje em dia, o pai até já diz que é preciso reduzir na cebola, porque o dito cheira muita àquela... Digam lá se não está a ficar expert na coisa?! ;)
Cusca!!!
Nunca vi! Tem mesmo a quem sair (ao pai, entenda-se)... Observa tudo com uma atenção enorme, procura os sons todos à volta dela, não descansa enquanto não os descobrir, esboçando um sorriso quando consegue e reage imenso às luzes. Agora deu-lhe para fazer o mesmo quando mama... Depois de ter mamado 5 min (tempo durante o qual consegue extrair 90% do que precisa, segundo os especialistas), começa a cuscar. Se eu, o pai ou outra pessoa com voz mais alta falar, espreita. Fica parada a olhar para mim ou para trás, vê o que tem a ver e depois volta ao trabalho. Se reagirmos à sua pausa, sorri, olha mais um bocadinho e depois pega outra vez na mama a rir... Muitas vezes não aguento e desmancho-me a rir com a expressão dela. Resultado: não chega a pegar outra vez. Olha, abre a boca em frente à mama, volta a olhar, volta a abrir a boca, volta a olhar, ri-se imenso e com ar de traquina (como quem já fez asneira e ficou satisfeita) volta a mamar, para uns segundos depois fazer o mesmo se sentir que eu ainda estou a rir... Em suma, é assim que agora percebo que já não quer mais. Sacana da miúda!
1, 2, 3, uma colher de cada vez
Uma colega do B. recebeu o livro do pediatra na consulta dos 4 meses com a indicação de que era assim que devia fazer as sopas do filho. Fiz uma pequena pesquisa na net e descobri comentários positivos ao dito, por isso, o B. comprou-o. Quando o folheei achei algumas receitas estranhas e diferentes do indicado pela nossa pediatra, por isso decidi não inventar e seguir à risca o papel de instruções da sra dra. Assim, fui alternando os pigmentos - primeiro o verde, depois o branco e depois o laranja (aliás como a amiga enfermeira também tinha ensinado) - até a M. provar um pouco de tudo. Só faltam os bróculos e a couve por serem os mais indigestos. Ontem, fui com a M. à médica tirar dúvidas (estupidamente, foi tão somente uma forma de me sentir mais segura por vir trabalhar hoje...) e levei o tal livro. O comentário foi: "pois... não está errado do ponto de vista médico, mas...". Basicamente, é muito diferente da típica alimentação que nós fazemos em casa diariamente, sendo que o objectivo da introdução dos alimentos também passa por habituar o paladar da criança. Sopa com farinha de arroz ou puré de cenoura com maçã não se enquadra muito naquilo que depois vamos comer em família. Parece-me a mim que é melhor não inventar muito até aos 6 meses, depois há lá coisas que talvez sejam engraçadas de experimentar. Veremos...
Batata doce e fruta
Experimentámos os doces possíveis de dar agora. Com a sopa de legumes, já bem habituada, tudo vai às mil maravilhas. Já percebe a lógica da colher e já a vai aceitando sem chuchar de língua enrolada. Com a sopa de batata doce e a fruta (para já só maçã e pêra) nem se fala. A primeira tentativa, como com todos os sabores novos, doces ou não, faz uma careta de experiência nova. Saboreia a primeira colher como um enólogo a bebericar um vinho desconhecido, e depois começa a comer como se fosse algo que já tivesse comido muitas vezes. Abre a boca e abana a cabeça como um passarinho esfomeado e não tolera grandes atrasos. Tive a ousadia de coçar o nariz entre duas colheradas de maçã e a criatura refilou!!! Boca abençoada!...
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Babetes
Estou mestre no assunto, tendo em conta que a minha filha precisa de uma esfregona e de uma esponja permanentemente atrás a limpar... Recomendo os da Bébéconfort - são redondos, com velcro para apertar atrás e plastificados na parte de trás. A vantagem é que as abas que colam atrás são mais largas e por isso, mesmo deitada, o leite bolsado não passa para a roupa ou para detrás da cabeça - a M. faz-me lembrar a rainha Elizabeth I com aquelas golas lindas... Para além disso, têm dois tamanhos, o 0 e o 1, pelo que acompanham o crescimento da criança. Depois para a sopa, recomendo os da Zara: são quadrados e traçam atrás nas costas, ficando coladinhos ao corpo, não sujando nada mais do que o necessário. A desvantagem é que são de pano, por isso, por vezes, as nódoas são chatas de tirar. Quando eles crescem mais um bocadinho, enquanto ainda nas sopas dadas por nós, a Bébéconfort tem uns todos de plástico, muito bons, de enfiar os braços, sem mangas. Têm é de ficar bons no pescoço porque senão, por serem de plástico, sobem para a cara e sujam tudo do queixo para baixo, inclusive a roupa que está por baixo...
Máquina das sopas
Ofereceram-nos a Easymeal da Chicco para fazer as sopas da M. Põem-se os legumes no recipiente e deixa-se cozer. A coisa apita quando acaba o tempo da cozedura (máx de 30 min) e depois põe-se a lâmina, tritura-se e está feita a sopa. É prática e tem a vantagem de cozinhar os legumes a vapor. Penso que será essa a grande vantagem em relação a fazer a sopa à maneira antiga. A desvantagem: têm de se se cortar os legumes muito pequeninos porque senão não cozem bem e depois dá-se sopa com a cenoura quase crua no meio do triturado. Resultado? Não a comeu, pois está claro!!!
