segunda-feira, 28 de julho de 2008

Labrador chocolate

A M. agora anda atrás de nós como um cachorrinho contente e traquina. Quando vou para a cozinha, ela segue-me a gatinhar atabalhoadamente e senta-se junto ao tapete enquanto por ali estou. Se não for logo, basta eu baixar-me e chamá-la - "anda! Vem ter com a mãe!" E ela lá vem, com um sorriso enorme e a abanar aquele rabiosque de fralda, tal e qual um cãozinho. Por vezes, até leva um brinquedo na boca, geralmente o Marsupilami, para depois ter com que brincar. Costuma-se dizer que os cães ficam parecidos com os seus donos. Se tivesse ou pudesse escolher um para a M. era um Labrador chocolate - é a cara dela!

Debaixo da cama

Como já se põe de joelhos na cama e a progredir vertiginosamente para se pôr de pé, ontem baixámos o colchão para o máximo. Como não fica sozinha muito tempo, optei por levá-la para o quarto dela e enquanto ela andava por ali, nós fazíamos o que tínhamos de fazer. No final, enquanto fazia a cama e ajeitava os lençóis, ouvi um choro que vinha de debaixo da cama. Espreitei e vi-a sentada no chão, com a cabeça inclinada, sem saber como fazer para sair dali. Enfiar-se conseguiu, mas sair estava mais complicado. O B. espreitou pelo outro lado e deu-nos uma vontade enorme de rir ao vê-la ali enfiada com aquele ar. Agora temos um cãozinho que vai para todo o lado. Um verdadeiro perigo!!!

Banho de pé

Apanhou-lhe a mania - só quer estar de pé, até no banho! O pai vê-se e deseja-se para a sentar e lavá-la em condições. Ela quer é empinar-se para chegar com as mãos a todo o lado. Agora, só o pato ou o livro da estrela a seguram dentro de água. E mesmo assim...

Vestir e despir

Detesta! Assim que percebe que é para titar a roupa, começa logo a fazer cara feia e a choramingar. Então se o processo implicar mangas ainda é pior. Embirra à séria. Num livro, li que quando assim é, se deve tentar aproveitar os movimentos deles para ir vestindo ou despindo as criaturas. Por exemplo, quando passa a gatinhar por nós, enfiar-lhe a camisola pela cabeça, em pleno andamento. Por vezes resulta. Ponho-a em cima da cama, e enquanto ela se vira e revira, levanta e senta, rola e rebola, naqueles meios segundos de pausa, consigo cumprir um pouco mais da minha missão. Mas quase sempre que lidamos com mangas, inevitavelmente, temos choro, ou pelo menos beicinho... Nem que seja porque tem de perceber que nem tudo é como ela quer!...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Polos opostos

Dois dos seus traços mais marcantes são o seu choro e a sua gargalhada. O seu choro aflitivo não tem explicação. Quem já ouviu nem acredita. Como é que uma bebé tão querida e tão sorridente, sempre bem-disposta, chora desta forma? Parece mesmo que a estão a magoar ou mesmo a matar! É impossível ficar indiferente. Já a sua gargalhada é o mesmo no outro extremo: parece a gargalhada de um adulto. Então quando é o pai a brincar com ela, chega a ficar sem fólego. É mesmo de exageros!

Os meus planos para ti

Sempre quis uma menina para fazer com ela o que não fizeram comigo. Por isso, se me deixares e não achares que é foleiro ou que já não se usa, quero:

  • Fazer da casa-de-banho à porta fechada, à falta de melhor, o nosso QG para confidências e segredos;
  • Fazer bolos, doces e depois comida a sério, para não passares vergonha;
  • Levar-te a uma boa esteticista para fazeres a depilação desde logo, para não fazeres asneiras como eu;
  • Oferecer-te um ramo de tulipas e irmos jantar fora só as duas quando te vier o período;
  • Organizar uma festa linda nos teus 16 anos;
  • Escrever-te um texto aos 18, exclusivamente dedicado a ti e à pessoa fantástica em que te irás tornar;
  • Pedires-me a mim para te ajudar a escolher o vestido de noiva;
  • Estar sempre lá quando engravidares e tiveres os teus filhos, para os mimar, mas acima de tudo para te mimar.

O pai quer ensinar-te a dançar fabulosamente como só ele sabe. Não me contou mais nada, mas também ainda é cedo.

Não sossega um segundo!!!

Mas nem um segundo! Não estou a exagerar. Se está no nosso colo sentada, em instantes quer ficar de pé e a tentar chegar a tudo o que nos rodeia. Se está ao nosso colo de pé, vira a cabeça para um lado e para outro sem parar, vergando-se para chegar às coisas. Se está no chão, é um corropio de gatinhar, sentar, deitar, voltar a sentar e regatinhar. Se está na cama acordada, é outro corropio igual, com a diferença de estar mais limitada fisicamente. Se está a dormir, vira e revira e enfia a cara nos protectores e acorda muitas vezes com a cabeça no lugar dos pés e os pés na cabeceira. Lençois é um conceito que desconhece. Se está sentada a comer, empurra com os pés, ergue-se como pode, põe o pé para cima, põe o pé para baixo e o prato tem de sair do seu alcance, senão vai parar ao chão. Resumindo? Aposto que deveria usar trela aos 2 anos, tal e qual como eu. É isso, e pedirmos a bica à vez, para segurarmos nela à vez, senão ou vai tudo parar ao chão ou vai ela parar à rua. Conta o meu pai com um ar cansado apesar de já terem passado tantos anos...

Cheirou-lhe!

A M. faz uma determinada careta engraçada em duas circunstâncias diferentes: quando quer uma coisa ou quando é contrariada. Franze o nariz, faz biquinho com a boca, levantando o lábio superior, e respira com força pelo nariz para fazer barulho. Isto aplica-se à comida - se vir o prato dela, mesmo que vazio, começa logo naquilo e a começar a ficar ansiosa porque não chega o que ela quer. Anteontem, fez uma muito gira. Deixei-a no meio do seu puzzle a brincar e fui tratar da papa para o lanche. Ia espreitando pela porta, para a controlar. De repente, numa fracção de segundos, olhei ao longe para a sala e não a vi. Logo a seguir, ouvi barulho, olhei para baixo e lá estava ela: à porta da cozinha, de gatas, com aquela careta dela, a respirar violentamente e a olhar para o prato da papa enquanto ficava extremamente impaciente. Parecia um cão de caça que tinha descoberto a toca do coelho! O que vale é que a minha gargalhada provocou um sorriso e um breve relaxar...

Um verdadeiro perigo

A M. já calcorreia a casa a gatinhar. Já não se pode deixar no meio do puzzle, no meio da sala, pois em segundos põe-se de joelhos e vai ter connosco. É um facto desde há 2 dias. Acabou-se o sossego...

Malvado João Pestana!

Também já aderiu - birras de sono. Daquelas grandes, inexplicáveis, cansativas. Agora, quando tem sono, resiste como gente grande não consegue. Chega ao cúmulo de dormitar uns minutos e depois fazer um último esforço para chorar e acordar, dando um safanão com a cabeça para espantar o sono. E consegue. Chora, chora, chora, esfrega os olhos, esfrega a Lola na cara, pende a cabeça e continua a chorar. Nunca vi tamanha teimosia (foi somar a minha e a do pai juntas). Já não adormece calmamente na cama dela, mas também não ao colo. Fica num estado de excitação tal, que parece um radar a virar incessantemente para o lado de onde vem uma luz ou um som. Ontem, adormeceu aos soluços ao colo do B. Hoje, tomámos rédeas e por isso adormeceu na cadeira de comer (já tinha quase adormecido na cama) com ar de má, os olhos a revirarem para não se fecharem e com trejeitos na boca de quem ameaça o choro. Para quê tornares a coisa tão difícil, filha?!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Meus amores

Li no outro dia num jornal que está provado que as pessoas que não conseguem dizer "amo-te", "preciso de ti" e outras expressões do género, foram modeladas pela sua própria educação. Ou seja, quando em casa não se exterioriza estes sentimentos por palavras, mesmo que as acções o demonstrem sem sombra para dúvidas, as crianças não aprendem e reprimem essa capacidade. Confirmo. A partir dos meus 12 anos, altura em que a minha avó também deixou a nossa casa, deixou de haver qualquer demonstração do que quer que fosse nesse sentido. O meu pai era e é incapaz de ultrapassar essa barreira, que ele próprio construiu com a viuvez, ao ponto de eu ficar impressionada por o ver despedir-se da neta com um beijinho (mesmo que a fugir). Eu, durante anos, não fui capaz de o fazer. Sou pouco meiga ou carinhosa, e só mesmo o meu marido é que teve direito a exteriorizações orais. Nunca fui de fazer festas às amigas e quando choravam tinha uma dificuldade monstruosa em abraçá-las. Esforcei-me por ultrapassar tal entrave, mas estou consciente que não fui muito bem sucedida. Nasceu a filha. Os sentimentos foram progressivos e não imediatos. Não foi logo que eu afirmei "é minha e muito minha e por isso é a mais linda e a melhor do mundo". Ao ler aquela notícia, em introspecção, revi-me no meu pai e assustei-me ao concluir que provocaria o mesmo nela, como que um círculo que se fecha. Fiquei a matutar no assunto uns tempos. Até que me apercebi. Nunca lhe disse "amo-te muito filha", e garanto que já tentei e não saiu, mas... Passo a vida a chamá-la de "meu amor", "minha pipoca", pergunto-lhe vezes sem conta "quem é a coisa boa da mãe?". Enfim, sem dar por ela, a M. conseguiu mais um pequenino milagre, que não me pensei ser capaz. Por isso, encho-me aqui de coragem e deixo escrito num sítio que nem o mar, nem o vento, nem o tempo apagam - Amo-te muito filha, como algo que doi cá dentro sem fim. Amo-te muito meu querido, sempre mais, apesar do que passou e ainda há-de passar. Pronto já disse. Já só falta dizê-lo em voz alta para que hajam testemunhas.

... o segundo ditado

Disse-mo uma senhora que afirmou que não acreditava em nada disso quando lho diziam em nova - "então alguma vez depois de criados davam mais trabalho do que enquanto pequenos, quando precisam de nós para tudo?!". De facto, é difícil imaginar que todo o trabalho agora preciso seja superado em dificuldade já em adultos. Acredito piamente que sim. Em circunstâncias de desigualdade, pois já não se controla nada, apenas podemos dar o apoio que nos é pedido. Isto quando pedem, o que nem sempre acontece. Daqui, extrapolo de mim para a M. Hoje em dia, a nossa família é composta pelo B., a M. e eu. Não se estende aos nossos pais por vários motivos - uns por causa do orgulho que impede sequer laços de cordialidade, outros pela distância. Hoje em dia, sentimos-nos um tanto ou quanto isolados, abandonados até. Não há o almoço ou o jantar em casa dos pais, não há um baby sitter natural para uma ida ao cinema ou para um dia mais complicado, qualquer favor que seja feito é encarado (pelo menos por nós) como isso mesmo, um favor e não algo normal entre gente que se gosta. É sempre tudo muito difícil. Dou por mim a rebentar de saudades da minha mãe, que já cá não anda desde os meus 10, mas que fantasio, tornaria com toda a certeza tudo isto em algo bem diferente. Por isso mesmo, prometo-te M., do fundo do meu coração, que sempre, mas sempre, estarei lá, seja quando for, porque for ou com quem for. É a minha promessa, com a firme convicção de que aquela senhora tinha toda a razão. E se algum dia me esquecer desta promessa, que quem é hoje minha testemunha mo recorde com toda a veemência na altura.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Dizeres

Aprendi dois com os velhotes de ontem: "mãe deve dar asas para voar e colo para voltar" e "filhos criados, trabalhos dobrados". Dois bons ensinamentos. O primeiro parece-me óbvio, apesar de nada evidente de cumprir. Em algumas circunstâncias, dar asas para voar é algo de intrinsecamente contrário ao que de mais fundo está no nosso ser - o desejo de protecção é enorme... Bem sei que é necessário contrariá-lo permanentemente e com o tempo essa necessidade vai aumentar exponencialmente. No entanto, parece-me a mim que mais ou tão difícil do que dar asas é dar o colo depois. Tantas e tantas vezes que nos irá contrariar, achando que está a fazer melhor, para depois perceber que afinal tínhamos razão. Para alguém como eu, que gosta de impor a sua razão, não vai ser pêra doce, mas fincarei pé contra o meu feitio para ter sempre o meu colo pronto, sem o típico "eu bem te avisei". Parecendo exagero, mas garanto que é uma coisa que já lhe vou prometendo agora baixinho ao ouvido. Farei o meu melhor para não pecar onde o meu pai e outros nessa mesma função pecaram. Quanto ao segundo ditado...

Ser pai é...

Já estou a vê-lo, tal e qual :) (passo a publicidade!!!)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Encontros de 3ª idade

Ontem e hoje a ama da M. ficou doente. Fiquei eu em casa a tomar conta dela. Ontem, o passeio da manhã foi perto de casa, por entre prédios e ruas vazias. Hoje achei que merecíamos melhor e por isso levei-a à Quinta das Conchas, um jardim público simpático e muito verde. Fomos logo cedo, artilhadas para lá passar a manhã até à hora do almoço. Foi engraçado ver o encontro de gerações - maioritariamente, só se viam avós com os netos. Uma data deles, com as brincadeiras e conversas típicas de avós. Uma senhora que mal se mexia, estava a ajudar a neta de um ano a aprender a andar "Ummm, doiiissss, três!" - é fantástico a energia e força que se arranjam quando se trata dos nossos. Passeei por entres as árvores, fazendo metade da Quinta, até que a M. adormeceu. Encostei-me a um banco e folheei uma revista que levava comigo até ela acordar. Parece que ela adivinhou que devia aproveitar aquele bocadinho e antecipou o fim da soneca. Calcei-lhe os sapatos, tirei-a do carrinho e fiquei ali na brincadeira com ela. Sempre que passava alguém, ela metia-se olhando fixamente e sorrindo. A maioria ria-se e seguia, alguns acenavam e outros pararam para se meter com ela. Umas quantas senhoras riram-se, falaram, deram conselhos e acima de tudo recordaram. No fim, iam embora contentes e de cara iluminada a comentar "Mas que simpática", dando uma última olhadela para trás. Assim, ontem, conseguimos fazer uma quantidade de velhotes felizes. Fiquei com a nítida sensação de que a maioria dos que pararam eram solitários sedentos de uma conversa qualquer, quanto mais de uma bebé sorridente que lhes fez a festa por algo tão simples como um olá. Quando viemos embora, vinha babada e cheia. Babada por todos terem adorado tanto a minha filha. Cheia de uma sensação positiva de ter feito a boa acção do dia.

Santa Madalena

É hoje o seu dia. 22 de Julho é o dia em que se celebra a memória de Maria Madalena. Disse-mo uma velhota encantada com os seus sorrisos.

Levantou-se!

Foi ontem, cá em casa, enquanto eu distraída via as notícias na televisão. Quando dei por ela, estava de pé agarrada a mim. Tinha conseguido amarinhar por mim acima até dar um gritinho de vitória por estar de pé. E já não o faz atrapalhadamente!

Areia + terra = delícia

Este fim-de-semana fomos até à Figueira para fazer praia com a M. A experiência anterior tinha sido positiva, com areia pela boca adentro à mistura. Desta vez, repetiu-se. Assim que se apanha em cima da toalha, a M. começa a gatinhar velozmente até à ponta para chegar à areia. Aí, fica deitada de barriga para baixo e vai levando punhados, sim, punhados, de areia à boca. Eu sento-a e ela fica satisfeita a comer e a lambuzar-se com a areia. Ora mete uma mão-cheia dela, ora chucha no dedo, como se a areia fosse açucar. Na manhã de sábado, foi controlado porque o sono era muito e a tentação da água era maior. À tarde, acabámos por vir embora da praia por já não saber o que fazer para a impedir de comer mais. É que o que é demais, é moléstia! Chegados a casa, e por estar um tempo óptimo, estendemos um edredão velho no jardim e pusemo-la à sombra da palmeira. Pior a emenda do que o soneto! Não satisfeita com o lanche de areia, achou que precisava de rematar com um repasto de terra! Gatinhou até à ponta e começou a comer torrões de terra... Foi uma guerra pegada entre mim e ela - ela arrancava relva, apanhava caruma, raízes cheias de terra - tudo para a boca. Acabou à hora do banho com uma M. toda suja, com as unhas pretas e os pés negros, mas feliz.

Pão e bolachas

De manhã, quando iam a sair, a minha sogra deitou cá para fora mais uma das suas sabedorias de avó: se lhe derem uma códea de pão ela fica entretida por um bocado. Por isso, o B. vai e dá-lhe um bocado de pão. Fiquei em casa sozinha com a M. que claro está, no meio de muita chafurdice, foi comendo o pão. Quando acabou, chorou. Só para não variar. Vi-me e desejei-me para a calar... À tarde, na praia, a minha sogra, como verdadeira avó que é, desempenhou bem o seu papel e levava bolachas, leitinho de pacote e iogurtes para toda a gente. A M. viu passar uma bolacha Maria em frente do nariz. Começou a ficar frenética, como sempre que vê comida. O pai deu-lhe uma. Ficou a roê-la pacientemente, com aqueles dois dentinhos dela, até a bolacha desaparecer. Desatou num berreiro logo a seguir. Eu neguei a segunda bolacha e a avó a contra-gosto respeitou, dizendo que não percebia nada destas modernices de agora. Como a M. não se calava, o B. ignorou-me e deu-lhe outra bolacha, enquanto a minha sogra dizia com um ar satisfeito "as avós têm sempre razão!". A terceira e quarta bolachas foram inevitáveis. Depois impus-me e acabaram-se. Para a calar, foi simples - o pai pegou nela e pô-la na piscina de água gelada que o tio tinha enchido para ela e para a prima. Espero que rapidamente percebam que os snacks entre refeições são dos piores hábitos alimentares que podem incutir numa criança. Senão lá vou eu ter de ser a má outra vez...

Domingo com os avós

Foram matar saudades da neta a Quiaios. Já não a viam há um mês, por isso, eram mais que muitas. Ao chegar no sábado à noite, mal se lembraram que também lá estávamos. Foi preciso o B. recordar a mãe com um olá de chateado - filho também se sente! :) Depois andou no colo de um e no colo do outro. Eu passei a pasta e aproveitei para poupar as minhas costas. No domingo, os meus cunhados apareceram com as filhas, assim como 3 irmãs da minha sogra e respectivas familias. Por isso, os meus sogros pouco gozaram a neta. À tarde, fomos à praia. A avó encarregou-se dela e por incrível que pareça, a M. até se esqueceu de comer areia! Fartou-se de brincar com a prima mais nova, que só tem um ano e meio a mais e uma paixão assolapada por ela. E desta vez a M. retribuiu. Quando se vêm é uma loucura! Uma ri-se, a outra corresponde e depois fazem um "mi-mi" uma à outra. Parece-me que vão ser melhores amigas. À noite, a avó para se despedir, pegou nela ao colo (não sem antes tomar um banho a correr porque estava "toda suja e molhada") e ficou distraidamente na conversa comigo. Quando demos por ela, já tinha adormecido de cansaço da azáfama daquele dia de praia e família. A avó passou-a ao pai para a deitar, chamou o marido para dar um beijo à neta, que ele fez a rir de nervoso, e depois despediu-se com um beijinho triste, já cheio de saudades até um próximo fim-de-semana.