Hoje prevariquei outra vez. Mas também devo dizer que já estou mais tolerante com o pai e as suas mimalhices - refilo menos. Hoje depois da mamada pu-la ao ombro para arrotar como de costume. Ao cabo de 10 min mais ou menos, como não se mexia (o normal é torcer-se toda) espreitei. Tinha adormecido. Soube-me tão bem tê-la ali a respirar tão serenamente ao meu ouvido, que a deixei ficar mais um bocadinho. Soube tão bem que fui escorregando no sofá, até ficar deitada com ela em cima da minha barriga e adormeci. Foi uma soneca de meia hora que pareceu de três. Soube que nem ginjas! Desde que ela nasceu que tento defender a teoria que é melhor não dar muito colo, nem gerar situações propícias à criação de manhas. Estou a ler um livro que recomendo - "Suave primeiro ano" da Dra. Gowri Motha - médica de famosas. Ajuda nalgumas noções e truques. A certa altura fala das crianças que são dificeis de adormecer e que acabam por se ficar apenas no colo da mãe ou do pai. Depois de aconselhar algumas coisas para evitar esse problema, conclui de uma forma inteligente, qualquer coisa deste género: se nada alterar o comportamento, lembre-se de que esse pequeno ser não a vai amar tão incondicionalmente, nem precisar tanto de si como agora. Por isso aproveite o seu calor encostado no seu peito e a respiração pausada que a embala a si também, enquanto isso dura porque o adolescente que aí vem, vai fugir de si. E é verdade. Cada vez mais me apercebo que é assim. Agora, olha para mim como se eu fosse O ser absoluto, aquela de quem ela mais precisa. Agarra-se ao meu cabelo, põe a mão ao pé do meu pescoço e encosta a cara à minha como se fosse a melhor coisa do mundo. E como isso sabe bem! Só espero que o tempo demore a passar e que a minha filha não saia a mim na independência exagerada, porque agora quem precisa destes miminhos sou eu...
terça-feira, 11 de março de 2008
Dar o biberão
Se for eu a dar, demora 4-5 min a tragar o leite todo e chora porque quer mamar mais. Se for o pai, demora 15-20 minutos e chega a adormecer. Há pachorra???
O Sempre em pé
Não é que não gosta de estar deitada?! Tapete de actividades é mentira. Bem me ponho ao pé dela com bonecos para a estimular, mesmo de barriga para baixo. Odeia. Começa logo a chorar. Para a segurar só na espreguiçadeira. No nosso colo cada vez se senta menos. A menina quer estar de pé e se a tentamos sentar, mesmo à laia de muita palhaçada para a distrair, mantém-se com as pernas esticadas, por forma a não o conseguirmos. Às vezes só há uma maneira, quando os braços já não aguentam o chumbinho: desatar aos saltos sentados. Como ela gosta do cavalinho turbulento, acaba por se sentar. Começamos cedo!...
Mau feitio
Começa-se a vislumbrar que tipo de feitio vai ter a M. Aposto que vai ser de gancho como o pai e teimosa como eu... Quando quer alguma coisa, como todos os bébés, chora. Ou melhor, faz que chora, porque para mim, chorar é com intenção - quem se cala do berreiro no mesmo instante em que obtém o que quer, não é choro... Pois é. A M. perde a paciência em miléssimas de segundos e berra como se a estivessem a matar. Ou é porque a chucha caiu e já não consegue pô-la outra vez na boca, depois de tentar teimosamente sei lá quantas vezes, ou é porque desapareci da sua vista por mais de 2 minutos, ou é porque a tirei de uma mama para a passar para a outra (autêntico!!!), tudo é motivo para começar com uns guinchinhos impacientes, que passam em poucos instantes para berreiro. No outro dia testei-a. Deixei-a na espreguiçadeira na sala e fui-me embora. É claro que berrou. Deixei-a estar um bocadinho e depois sem qualquer som fui para ao pé dela. Como berrava de olhos fechados, para dramatizar bem, não me viu. Conclusão berrou mais um bocadinho. No intervalo de um berro para o outro, abriu o olho. Viu-me. Resultado? Calou-se instantaneamente e sorriu. Nem lágrimas de crocodilo ela tem, a sacana!...
Voo picado
Algumas das coisas da M. são comuns a todos os bébés do tempo dela, acabando eu por sentir que devo parecer bastante parva em relatá-las. Não sei se esta característica também o é, nunca reparei, mas penso que esta é original dela. Quando lhe dou a mama, como já expliquei exaustivamente antes, ela pega logo e vai brincando, com o tira e põe irritante. Até aqui nada de novo. O cómico é vê-la a pegar novamente. Imaginem uma ave de rapina a mirar lá de cima uma potencial presa. Agora imaginem-na a cair em voo picado e agarrar a presa numa fracção de segundos. Imaginaram? Agora troquem a ave pela M. e a presa pela minha mama. É igual...
Dedo na boca
A M. sempre aceitou bem a chucha apesar de não ser sua dependente. Hoje em dia, começa a precisar para adormecer mais rápido em determinadas ocasiões (quando está muito cansada e não consegue adormecer ou quando está mal-disposta para acalmar). O dedo nunca foi algo que ela procurasse muito. De mais pequenina (como se ela já fosse muito grande...) tentava chegar ao polegar, metendo a mão fechada toda na boca, esfregando-a, até perceber qual o dedo que pretendia. Nós facilmente desviávamo-lo e ela esquecia-se. Com o aparecimento do dente, começou a meter a mão na boca com muito mais frequência, provocando a descoberta a sério do polegar. Agora já vai de dedo espetado, qual aviãozinho para dentro da garagem. Entramos numa "guerra" as duas, com ela a tentar pôr o dedo e eu a fazer que não com a cabeça e a enfiar a chucha. Ao fim de algumas tentativas desiste e acaba por se resignar à chucha. Giro é vê-la com algo na boca a tentar enfiar na mesma o dedo. O dedo bate em algo e não entra, mas ainda não percebe que tem de tirar o algo para lá chegar... Fica bastante baralhada, coitada!
E ela é mamona!!!
4 meses
Nem dá para acreditar. Já! Foi à "sô dra" ontem. 7,090 kg, agora bem pesada e sem roupa, e 62,50 cm. Está no percentil 90 de peso e 75 de comprimento. Tem a quem sair - o pai tem 1,86m... Está boa e recomenda-se. Fiquei um pouco mais apreensiva com a conversa da médica. Ontem fiquei com a verdadeira noção do que espera a minha M. num infantário. Ainda perguntou novamente se não havia mesmo hipótese de ficar em casa com alguém, tendo em conta que é o aconselhável até aos 2 anos. O meu coração ficou pequenino... Já dei mil voltas à cabeça para ultrapassar esta questão e a solução passa sempre pelo mesmo - quem e quanto... Ainda não me dei por vencida. Tenho 1 mês para descobrir como contornar isto. Para além disso, já deu ordem para introduzir a papa e a sopa visto que falta um mês para o infantário. Deu-me mais 15 dias só de mama e depois toca a começar mais uma pequena aventura. Sempre quero ver como é que o pai se vai safar porque de acordo com os ensinamentos da amiga enfermeira quem deve introduzir este novo elemento na sua vida é o pai quando a mãe ainda dá de mamar. Torna-se um pouco mais fácil para não criar uma maior angústia da falta da mama. Desta sexta a oito veremos.
quinta-feira, 6 de março de 2008
I feel good
Uma das suas canções preferidas. Se lha cantarmos os olhos até brilham. Bom sinal, filha, bom sinal...
Palhaçada
Fazê-la rir é fácil. Basta dar os bons dias quando acorda e rasga aquele sorriso. A conversa, os estalinhos com a língua, brincar com a Lola, ouvir o mobile quando não está a chorar, tudo a diverte. Alguns sons também - os sons que aprendemos e adaptámos do Concerto para bébés (ba, ba, ba. Ba,ba, prum. Brum, ba, ba, ba, ba ,ba, brum), os "ôhs!" do pai ou o can-can cantado. Agora descobri que adora ver-me a abanar o capacete! Se me meter com ela aos saltinhos ou a acenar com a cabeça vigorosamente enquanto invento qualquer patetice para lhe dizer, desmancha-se a rir! Se calhar vai ser fã do moche!
Estalinhos
Para irritação do pai, por incapacidade de imitar, a M. faz estalinhos com a garganta como eu, por vezes quando acorda por vezes depois de mamar. Eu costumo usar esse truque para coçar a garganta, quando estou doente. Herdei da minha mãe e o meu pai também ficava irritado por eu conseguir e ele não. Se calhar é coisa de fêmea...
Confirma-se - é um dente
Pois é! Hoje a enfermeira examinou bem a boca da M. Descobriu um dente a sair em cima, do lado direito. O choro, a mão e os nervos estão explicados. Precoce, hein!?
Água e leite
Nunca bebia. Chegava a estar um dia inteiro sem levar água, ou qualquer outro líquido à boca. Quando engravidei, o B. começou a perseguir-me com garrafas de água Vimeiro, por causa do bébé. Era esta a marca porque eles vendem-na como fazendo bem às cólicas dos bébés, devendo-se começar a beber na gravidez. Como tinha de ser uma água qualquer, não fazia mal nenhum acreditar na teoria. O que é certo é que eu que sempre fui um problema com os intestinos, e havendo a regra normal de que durante a gravidez, mesmo quem não tem, passa a ter, eu deixei de ter. Quando ela nasceu e comecei a dar de mamar, comecei a beber água por livre e espontânea vontade por causa da sede imensa que dá a amamentação. Hoje em dia, eu que bebia um copo inteiro de água e ficava mal-disposta (genuinamente), bebo entre 2 a 3 litros de água por dia. Nos dias em que não bebo ou me fico por 1 litro, acontece algo automático: produzo menos leite. Dois ou três dias seguidos desta asneira e acabo por ter de espremer as mamas bem espremidinhas com a bomba para sair a quantia certa para a M. em cada mamada. Inteligente a natureza, não?
Serão dentes?
No sábado foi o que foi. No dia seguinte, atrevemo-nos e fomos à Batalha ter com o meu cunhado e família. Ia com medo, mas fui. Portou-se lindamente. A viagem é de hora e meia, por isso deu tempo de mamar, arrotar e dormir durante toda a viagem, para chegar lá com fome (essa lição já aprendi - só viagens com 2 horas no máximo). Passou bem o dia e ao final da tarde regressámos à base. Quando arrancámos, desatou a chorar. Tentei acalmá-la. Foram cerca de 30 min a chorar. Enquanto chorava metia a mão na boca e quase que a mordia. Ia prevenida e pus-lhe Bucagel nas gengivas. Não acalmou. Rendi-me às evidências, e a contra-gosto, pus Aeorom na chucha, acabando por adormecer. Fechei os olhos e achei que era mesmo dos dentes. Dormi meia-hora e acordei com ela aos berros outra vez. Via-se que era choro de dor (já consigo perceber os diferentes tipos). Fiz trinta por uma linha e nada a calava. Dei-lhe uma coisa de roer, própria para as gengivas, a chucha e o meu dedo. Mordia-me literalmente. Nem Bucagel, nem Aeoro-Om. Nada a calava. A certa altura bolsou. Interpretámos como sendo do choro excessivo. Depois com o passar do tempo, aproximou-se a hora de mamar e ela continuava a chorar. Chegados a casa, dei-lhe de mamar, coisa que ela fez vorazmente como de costume, mudei-lhe a fralda e pus-lhe um Ben-U-Ron. Não voltou a chorar nessa noite, nem nos dias seguintes. Ontem à noite, o pai deu-lhe o biberão enquanto eu aproveitava para mudar a cozinha. Não é que voltou a chorar da mesma forma? E voltou a meter a mão na boca com desespero e a morder o dedo do pai. Desta vez peguei nela, cantei-lhe, levei-a à janela para ver os carros e depois ao mobile. A malandra, deitada na sua cama com aquela coisa a tocar, ria-se para mim. Tirava-a de lá e chorava, com a mão na boca. Como arrotou mais umas vezes e bolsou outras quantas, interpretei como má-disposição. O B. continua com a teoria dos dentes. Eu estou na dúvida. Ou é dentes, e alguns sinais apontam para isso (morder a mão, desesperar com as coisas de roer, o choro que é a sério), ou é má-disposição por ainda não ter arrotado tudo (não era inédito e também houve indícios para isso, inclusive a mão na boca). Mas tenho ainda mais uma teoria: uma manha nova. No domingo podia ser má-disposição visto que bolsou, e ela chora assim quando isso acontece e depois fome. No sábado e ontem, quem lhe deu o biberão foi o pai e não eu, e ela não estava cansada o suficiente para adormecer. De há uns tempos para cá, habitualmente, acontece ela aguentar-se acordada a noite toda e quando chega a hora de comer acaba por adormecer na mama (que lhe dou sempre na última da noite). Junto com algum arroto mal dado, não será a mama que lhe faz falta para adormecer tranquila? Ontem acabou por chorar até à hora da mamada seguinte (1 h da manhã), altura em que mais uma vez adormeceu na mama, para dormir até às 11h da manhã de hoje. A ver vamos, como diz o outro. Se forem dentes, eles hão-de aparecer. O que sei é que nenhum de nós ainda não está habituadao àquele choro desalmado...
Dança comigo
Fomos ao Dança Comigo no sábado à noite - eu e as amigas de barriga, junto com a amiga enfermeira. Os pais ficaram em casa com as crianças e nós pusemo-nos a caminho. Umas mais nervosas, outras menos. Incluí-me no segundo grupo, por não ser a 1ª vez, a M. nunca chorar (mesmo) e ter total e plena confiança no pai da minha filha. Depois de uma aventura pelos montes e aldeias do Oeste e de umas quantas voltas às rotundas da região em comboio de 4 carros (demos 5 voltas numa e 4 noutra...), chegámos ao estúdio atrasados. Acabámos por nos sentar separadas para assistir à desgraça da Clara Pinto Correia. Inenarrável. Quem não viu não consegue imaginar a falta, não, a inexistência de noção do que é dançar daquela mulher. Rimo-nos um bom bocado graças à senhora. Como disse a São José Lapa, ainda bem que ela se dedicou à biologia. Quando acaba o programa, toca o meu telemóvel. Era o B. completamente desesperado porque a M. estava aos gritos desde as 9h da noite. Eram 11h30. Enquanto ele falava, eu ouvia-a. Chorava sem apelo nem agravo. Não era fome. Não pegava na chucha. Nem os carros à janela, nem o mobile milagroso a calava. O pai achava que eram os dentes e que aquilo era choro de dor. Foi o que me pareceu. O que senti? Um aperto demasiado grande no meu coração e uma necessidade urgente de me pôr a caminho de casa. Tinha 4 pessoas dependentes da minha boleia. Tudo conversava animadamente com a Catarina Furtado, que nos tinha arranjado os convites, por intermédio da enfermeira. Não queria ser indelicada, mas não fui capaz de disfarçar. A certa altura, tudo me perguntava o que se passava e eu só sabia dizer que a M. estava num berreiro non stop e que ela nunca chora, muito menos com o pai. Viemos embora mais depressa à minha conta. A enfermeira disse ao B. para lhe pôr um Ben-U-Ron e ele acabou por me ligar no regresso a dizer que já estava a adormecer com o biberão de cansaço. Quando cheguei já dormia. Aquele meu desejo desesperado de chegar a casa e pegar nela ao colo e mimar não se satisfez. Dei-lhe um beijinho na testa e deixei o pai deitá-la. Ele aterrou de cansaço. Fiquei eu. Sozinha com a minha culpa. Um verdadeiro disparate. Mas no meio da angústia, do medo e do choro preso na garganta, o que sobressaía dentro de mim era a culpa. Por não estar lá a afagar-lhe a cara, pegar nela ao colo e cantar o Manel, por não lhe dar beijinhos e tentar acalmá-la. Racionalmente sabia que não ia adiantar nada. Ia chorar igual se fosse realmente dor. Mas estava lá a tentar. Difícil de explicar...
Esguicho de leite
É oficial. Sou uma exagerada e a minha filha tem de se safar... Não é que me armei em peguiçosa e não tirei leite à noite antes de me deitar, nem de manhã antes dela acordar. Fizemos um sono até às 10h00. Estava a rebentar de leite. Pareciam 2 ogivas nucleares. A M. mamou só de um lado. Ao fim de 1 min a tentar engolir repetidamente sem descanso, acabou por largar a mama para descansar um bocadinho. Saiu um esguicho contínuo da minha mama para a cara dela!!! Tive de pôr o dedo para tapar o buraco, tipo BD, enquanto ela respirava, e depois lá pegou outra vez a mamar desaustinadamente. Já sei de quem é a culpa dela ser sôfrega...
quarta-feira, 5 de março de 2008
segunda-feira, 3 de março de 2008
Era uma vez um rei
Refrão Era uma vez um rei Com uma grande barriguinha. Comia, comia E mais fome tinha. Bom dia senhor rei! Como passa vossa alteza? Se continua a comer tanto Vai rebentar com certeza. Isto dizia o bobo No meio de uma palhaçada. Mas o rei continuava Como se não fosse nada. Refrão Bom dia senhor rei! Viva vossa majestade! Depois de tanto comer Como é que ainda tem vontade? Isto dizia a rainha Meia triste, meia zangada. Mas o rei continuava Como se não fosse nada. Refrão Bom dia senhor rei! Vossa alteza é o maior! Um rei deve ser grande, Se for gordo ainda é melhor. Isto dizia o cozinheiro Olhando o rei de alto a baixo. O rei que coma, que coma Quero lá perder o tacho. Refrão Bom dia senhor rei! Faz vossa alteza muito bem! Os reis são feitos para comer Pra beber e dormir também. Isto dizia o conselheiro Esfregando as mãos de contente O rei que coma, que coma Enquanto eu sou regente. Refrão E para final desta história Ainda com tanto que contar, Vamos dizer-vos meus amigos Como o rei se passou a chamar. Sua alteza por tanto comer, Já só andava à cambalhota. O povo chamou-lhe então de não sei quê "El rei Bolota" Refrão
O Manel
Refrão Olha a bola Manel (bis) Foi-se embora, fugiu. Olha a bola Manel (bis) Nunca mais ninguém a viu. O Manel tinha uma bola Que rolava pelo chão. Na calçada ela rebola, Deu-lhe uma dentada o cão. Refrão O Manel tinha uma bola. Mas agora não tem não. E a gente a ver se o consola, Vai cantar-lhe esta canção. Refrão O Manel tinha uma bola. Mas por falta de atenção, Lá deixou ele ir a bola Presa no dentes do cão. Refrão
Joana come a papa
Refrão Come a papa Joana Come a papa. Come a papa Joana Come a papa Joana Come a papa. 1, 2, 3 Uma colher de cada vez. 4, 5, 6 Era uma história de reis E uma colher de papa. Refrão 7, 8, 9 'Inda nada se resolve. 10, 11, 12 À espera que a mosca pouse E uma colher de papa. Refrão 13, 14 e meia A coisa não está tão feia. 15, 16, 17 Mais um pingo no babete E uma colher de papa Refrão
Músicas do meu imaginário
Uma grande amiga ofereceu-me o CD no final do espectáculo "O fungagá da bicharada", quando fiz questão de levar o seu filho. É claro que fui por ele e por mim - recordei com um aperto no coração, misto de entusiasmo e nostalgia. Escuso de dizer que a criança, com 6 anos na altura, achou giro, mas não achou nada de extraordinário. Fiquei frustrada, confesso. Agora, quando lhe ponho o CD já fica atenta a ouvir, desde que... eu cante também, ou pelo menos esteja por perto. Aproveitei algumas músicas para a M. Assim, o "Joana come a papa" foi adaptado para "Madalena come a papa". Quando lhe dou o biberão, uma das formas de ela mamar mais devagar uns micro-segundos é cantar-lhe a música em 33 rotações baixinho. Para a embalar e acalmar resulta "O Manuel". Mas mesmo assim, acho que "Era um vez um rei" é a música que mais se adequa à minha filha... Deixo a seguir as letras para a malta da minha geração que queira recordar ou mesmo ensaiar com os filhos.
Cantiga do arroto
A M. depois de mamar, fica n tempo para arrotar. Quando não chora de irritação por estar mal-disposta, agora palra à sua maneira, como que a queixar-se. Parece quase que dá para perceber, para quem esteja a observar desde o início, que a sua expressão, junto com aquela cantiga, quer dizer "quero arrotar e não consigo". Ou então, está-nos a avisar que vai largar lastro, com aquele leite todo nhanhoso, que já quase parece nata às vezes...
Biberão
Como a minha filha se esquece que eu não sou feita de borracha, vai puxando e empurrando, espreitando para trás e brincando ao gato e ao rato com a minha mama. À conta disso, tenho de tirar o leite com a bomba para depois dar de biberão, para sarar as feridas. Uma verdadeira seca! Primeiro tenho de tirar antes de ela mamar, o que nem sempre é evidente porque é um ritual que demora cerca de 20 a 30 min. Segundo porque é uma chatice andar a esterilizar biberões, tendo tanto leite. Finalmente e acima de tudo, porque é uma frustração não poder usufruir do prazer de dar de mamar em condições. Felizmente, quando não dou em preguiçosa, arranjei uma estratégia para dar um bocadinho a volta à coisa. De manhã, como já disse várias vezes, tenho sempre excesso de leite, chegando a acordar cheia de dores. Por isso, acordo antes dela, o que é sempre uma incógnita, e tiro o leite de uma das mamas - dá pelo menos para uma mamada (150 a 180 ml). Depois quando ela acorda, dou-lhe a outra mama, que ela esvazia lindamente. Assim, no caso de ela avariar e não me der tempo de na próxima mamada tirar leite, já tenho o biberão pronto e tiro depois. É claro, que isto avaria por completo o horário do meu organismo. Felizmente, leite é coisa que não me falta. O problema é mesmo a M. Aminha filha sabe o que é bom - mamar na mama da mãe é mil vezes melhor e ela sabe-o bem. Pega bem nos biberões todos, não é esquisita, mas dá cabo do leite em 3 tempos. Na mama são 20 min, no biberão são cerca de 6-7. Resumindo, tenho de ter sempre a postos a chucha, para lha dar assim que acaba o biberão, senão é um berreiro na certa. A miúda fica irritada porque já não tem mais nada para mamar. Mas entenda-se. Não é fome. Dou-lhe 180 ml na primeira mamada quando as dores são maiores e 150 ml nas restantes, e ela aguenta-se as 3, por vezes 4 horas de intervalo. É mesmo a necessidade do acto de mamar. Portanto, a chucha tem mesmo de estar por perto. Ainda refila um bocado, choraminga e olha para mim com ar de zangada, mas depois com um pouco de conversa melódica e um valente arroto, seguido de um bolsar, normalmente acalma. E esta, hein?!
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Lola
Descobriu uma nova chucha! Até aqui a sua preferida era a da Chicco, de borracha, que tal como a nossa amiga enfermeira ensinou, são as melhores porque são moles e não marcam a boca. Agora, a sua preferida passou a ser a Lola! A vaca da Noukies que serve de chó-chó, ou ó-ó se preferirem. Dorme sempre com ela, apesar de ainda não dar pela sua presença, por ainda ser pequenina. Achava eu. Este fim-de-semana pusemos-lhe a Lola nos braços, enquanto estava na espreguiçadeira para ver se a começava a entreter. Comecei a brincar com a vaca, que é muito macia, passando-a na cara, para ela sentir a textura. Ao fim de um bocado deixei-a e quando dei conta, estava a chuchar na sua orelha. Prefere a orelha esquerda porque já está feita ao jeito dela (reparem na foto). Faz um som muito engraçado e lá fica a chuchar o boneco. Descobri que quando está a fazer fita é das poucas coisas que a acalma. Mas... Sim, tem um mas. A criança ainda não domina a perícia de segurar o objecto do seu desejo como pretende. Resultado: puxa a vaca sem querer e depois tenta voltar a enfiá-la na boca. É claro que não consegue. Quando isso acontece, é dar-lhe 3 minutos. Começa com uns nervos, a irritar-se, e vai daí, chora. Portantos, é preciso segurar-lhe a vaca junto à boca, para que ela inadvertidamente não a arranque de lá. Ou seja, pensando eu que tinha encontrado um entretém para a menina não precisar permanentemente da minha presença, afinal, descobri mais uma coisa que me prende a ela. Um dia há-de conseguir. Não há bela, sem senão, já dizia o outro...
Está crescida!
Ontem na banheira, pela primeira vez, quando o pai a virou de barriga para baixo para lavar as costas, em vez de ficar pendurada no ar, pôs-se de joelhos e ficou esticada ao longo da banheira. Estás a crescer depressa filha...
Azelhice?
Hoje foram 4 bodies, 4 calças e 5 babygrows lavados. Basicamente, cada mamada, cada muda de roupa lavada! Não sei se fui eu que fui trapalhona a pôr a fralda, ou se é a M. que anda rota... Por isso, já sabem, nada como ter muita roupa interior. Oferecçam a amigas grávidas. É uma excelente prenda...
Arroto preguiçoso!
É só para verem que não exagero - no outro dia, com ela sentada ao meu colo como se eu fosse uma cadeira, no espaço de uma hora foram 23 arrotos... Contei-os todos! Destes, arroto, arroto, daqueles à séria, de bejeca, foram só 3. O resto são umas coisas pequenas, mas que deitada não permitem o conforto e por isso provocam o choro.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Dia dos namorados
Esqueci-me de contar, mas vale a pena, por isso volto um bocadinho atrás no tempo. Fez nesse dia um ano que decidi começar a tentar. Saí a correr do trabalho e fui às compras ainda mais a correr. Preparei um rolo de carne fantástico (receita da tia Palmira, cozinheira de mão cheia), uma sobremesa e um bom vinho. Mesa posta a rigor, quando o marido chegou a casa, foi só sentar à mesa e jantar à luz de velas, com uma boa música de ambiente. Depois... Deixo as vossas imaginações funcionar. Como não dou valor a este dia como de S. Valentim, recuso-me a entrar em esquemas comerciais. A minha prenda de 2007 foi um jantareco e a decisão mais do que ansiada de ter filhos (esperou 4 ou 5 anos, o desgraçado!). Não sonhei na altura que um ano depois já teria uma filha de 3 meses, confesso que pensei que demorasse mais. Este foi o filme de 2007. Passo a relatar o filme oscarizado de 2008. Com uma bébé pequenina não dá para inventar muito, por isso optei por outro jantar romântico, nos mesmos moldes do ano passado, mas com um prato diferente. A M. costuma ficar sossegada na espreguiçadeira enquanto jantamos e mama por volta das 22h30, adormecendo uma hora depois com uma directa até às 8h da manhã. Por isso, tendo grelos frescos, fiz o bacalhau da tia-bisavó da Madeira (recomendo) - o B. adora. O jantar estava feito à hora de almoço - era só ligar o forno para dourar, a mesa também estava posta novamente a rigor e a M. a mamar, porque tinha de ir à minha vacina das alergias e ainda queria dar um salto nos Francisquinhos para ver a malta amiga. Só utopias! A M. mamou tardíssimo e o arroto veio mais tarde ainda - eram quase 17h quando saí de casa. A vacina demorou e quase apanhou a hora da mamada seguinte. Como gosto de aventuras meti-me a caminho da ginástica para espairecer a cabeça de dias enfiada em casa. A M. adormeceu e só mamou às 18h50, logo a promessa de não chegar tarde caiu por terra... Ideias tristes... Chegada a casa, ligou-se o forno e o B. teimou em ir comprar gelado para a sobremesa - ideia ainda mais infeliz... Chegado ele a casa, apagaram-se as luzes, acenderam-se as velas e a M. foi para o seu trono. Pois, neste dia achou que era um reizinho mal-disposto e vai de chorar o tempo todo. Resumindo: jantei eu primeiro a correr porque sua excelência estava com fome e depois, enquanto ela mamava, o B. jantou. A seguir... Era suposto ela dormir para nós namorarmos. Nããããããão. Foi um inferno para arrotar. O B. comeu demais e ficou super, hiper mal-disposto e acabou por adormecer. Aqui a je aguentou-se até à 1h da matina, hora a que a minha filha se dignou adormecer, para depois também eu, derreada, cair na cama. Digam lá se os filmes não são parecidos?!
Frase do pai
Uma das melhores comparações até hoje... Ontem a mudar-lhe a roupa, o pai pegou nela e encostou-a ao peito só de fralda. Ela para variar aninhou-se naquele pai enorme. Perguntei-lhe se não achava que havia uma grande diferença em pegar na M. com e sem roupa - sem roupa é muito melhor. A resposta foi: "É como fazê-lo com ou sem preservativo"! Sem comentários...
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Manhas
A primeira a sério já está: não pode estar sozinha. Não tem de ser no colo, pode estar na espreguiçadeira, mas não me permite ignorá-la. Tenho de estar presente e a conversar, a cantar, a dançar, o raio que o parta, não interessa, o que importa é dar-lhe importância. Se a deixar sozinha, o resultado é sempre o mesmo: chora. Primeiro, só um aviso, com uns Ãhs mais altos, depois entra num crescendo, que até parece que anda nas aulas de canto. Hoje deixei-a chorar. Fui tratar do jantar e deixei-a chorar. Foram 10 min de crescendo. Ao fim desse tempo, vim ver o que se passava porque o choro já tinha entrado num tom aflitivo. Assim, que me viu, parou de chorar e riu!!! A sacana riu-se! Nem deu tempo de secar lágrimas se as ouvesse. Por isso, o truque, quando não a quero ouvir, é ler em voz alta. O meu livro, um livro para ela da Branca de Neve e até as legendas da televisão. A madame, desde que olhe de vez em quando para ela, fica satisfeita. Mas penso que a culpa também é minha. Sempre tive o cuidado de não a habituar ao colo, a nossa cama, adormecer no nosso peito, enfim às manhas que eles normalmente ganham. Quando bébézona e dormia muito, sempre que a apanhava acordada, aproveitava para brincar e conversar com ela. Agora que dorme menos, quer o mesmo, mas muito mais tempo. Mas o mea culpa não é só meu. Também é do feitio dela!
Concertos para bébés
A M. foi no domingo ao seu primeiro espectáculo - um concerto para bébés, para meninos a partir dos 3 meses no Centro Cultural Olga Cadaval. Por trabalhar lá, tenho o privilégio de conseguir sempre bilhetes (comprados, é claro!) para este espectáculo, cuja temporada inteira esgota na primeira semana em que é aberta a bilheteira. O Olga Cadaval já apresenta este espectáculo tão procurado há uns anos - penso que desde 2004. O objectivo é iniciar as crianças na música, interagindo com os instrumentos. Cada espectáculo, seu tema, com um instrumento central, os músicos cantam e vão buscar os miúdos para mexer no instrumento. Sentamo-nos no palco, em quadrado no chão, numas almofadas coloridas, com os meninos ao colo. Os bébés à frente, os que já andam atrás. A certa altura até dão soltura aos meninos para andarem pelo palco. A canalha adora. A M. ficou no meu colo, com o pai a ver do outro lado, e teve o acórdeão e o saxofone alto ao pé, que vieram ter com ela e com quem estava no nosso canto. Não pestanejou. Em todo o tempo do espectáculo esteve muito séria a olhar para tudo, sem chorar, nem se distrair. A menina que estava ao lado, que teria talvez 6-7 meses, ainda se meteu com ela, deitando-lhe a mão, mas a M. nem lhe ligou. Ignorou e continuou siderada a olhar para tudo o que se passava à frente dela. Foi uma experiência positiva. Voltamos em Março, Abril e Maio. Estes já estão esgotados, mas estejam atentos porque em Junho e Julho há mais. Recomendo vivamente.
Caroladas
É cada uma que até parecem 3! Quando está ao ombro para arrotar, como ainda não segura a cabeça, por vezes esta anda à solta por segundos, e é nestes breves momentos que ela me agride sem mais nem ontem. Às vezes acerta no queixo, às vezes na boca e uma vez no nariz. Até vi estrelas!!!
Queijo!
A minha filha é uma fábrica de queijo!!! Toma banho todos os dias e uso água da Uriage fora do banho se está muito borrada, no entanto, as suas várias pregas criam sebo em barda. Nunca pensei que fosse possível... É nos dedos dos pés, por detrás dos joelhos, nas axilas, nas virilhas, por detrás das orelhas, por debaixo do queixo e sobretudo, no umbigo. Sai um produto nhanhoso, tipo sebo, com cheiro a queijo. E queijo dos bons, daqueles que cheiram mal! Diz que é normal. É ter cuidado e ir passando uma compressa molhada para limpar. É sobretudo normal quando se é rechonchuda como a M. ; )
Roupa
O pai sempre foi vaidoso com ele e comigo. Agora com a filha, nem comento! Ele é calças de bombazina, ele é vestidos cor-de-rosa, ele é babygrows pipis com lacinhos... Mas apesar desta descrição, o rapaz até tem bom gosto. Era escusada tanta roupa para uma criança de 3 meses, mas enfim, cada um com as suas idiossincrasias... A nossa preferência em termos de qualidade e adequação à idade, pelo menos para bébés, é a Chicco. São sinceramente bons e tem coisas lindas e giras. Sobretudo se queremos fugir ao padrão rosa querido da menina e ir para algo mais traquina e colorido, apesar de feminino. A Jacadi também tem coisas lindas de morrer, mas aí não há alternativa - é menina meninice e é caro para burro, mesmo nos saldos. É claro que o pai também se perdeu por lá. E a roupa é fantástica!!! (eu não disse isto...). Aprendi contudo uma grande lição: - esperar pelos saldos (a Chicco começa com 40% logo à partida), - nunca comprar muita roupa porque deixa de servir num piscar de olhos, - comprar sobretudo babygrows porque é o mais prático e mais confortável, - muita, mas muita roupa interior porque as borradas até às costas e a fugir pela perna são mais que muitas - e o tamanho é sempre o a seguir, ou seja, se tem 1 mês comprar para 3 ou para 56 cm (não imaginam a roupa para 6 meses que tinha guardada que afinal já lhe serve e está mesmo a fugir...)
6 e 600!!!
Era o peso da M. com 3 meses e 3 dias... Não é à toa que a minha tendinite tenha vindo a piorar de dia para dia... Já quase não dou uso à mão esquerda!...
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Presente
Quem me conhece sabe que adoro de paixão banda desenhada. Há uma que acho de leitura obrigatória para quem tenha de lidar com adolescentes - Zits. De autoria americana, narra as aventuras e desventuras de um jovem com 15 anos, que nasceu no seio de uma família dita normal, sem disfunções, com uns pais amigos e extremosos e uns amigos porreiraços. Aconselho vivamente a sua leitura para perceber um pouco as reacções que tanto nos enervam na idade do armário, e para além disso, o sentido de humor é genial. Ontem li uma tira na qual me identifiquei. No primeiro quadrado vê-se o pai debruçado sobre um berço com ar embevecido a prometer ao filho que estará sempre presente na sua vida. No segundo quadrado, o mesmo pai, já com um ar convicto, diz a mesma coisa ao filho com 7 anos. No terceiro e último quadrado, o dito, de braços cruzados e cara de poucos amigos, diz ao filho já com 15 em frente ao PC, "estou aqui quer queiras, quer não". Desde que a M. nasceu, já lhe prometi várias vezes a mesma coisa. Quero e vou estar sempre com e por ela, mesmo que ela não queira. Como uma vez me disse uma mãe, é conseguir que ao entrarem na idade do armário, deixem a porta aberta, para podermos espreitar lá para dentro de vez em quando...
3 meses
Ontem, às 22h00, lembrei-me. Àquela hora estava a fazer a respiração tão bem ensinada e a preparar-me para o facto de ir ser mãe em breve. Não imaginava na altura como ia ser, só palpites. Uns certos, outros nem por isso. Ontem, às 00h30, com o pai e a filha a dormirem ao meu lado, espreitei para dentro do berço, e pela primeira vez caiu-me a lágrima da emoção. Em silêncio, afaguei-lhe o rosto. Em resposta, obtive um profundo suspiro, que sei, ser de serenidade.
Obrigada tia Joana!
A lembrança de que as amigas estão vigilantes e se mantêm firmes, apesar das distâncias... Um beijo de retorno com o mesmo carinho que foi impresso no presente.
Hormonas
Cabeça de alho chocho que estou, no final da caixa da pílula de amamentação, aqui a je esqueceu-se de no dia seguinte começar outra. E esqueceu-se por mais 7 dias. Conclusão: no belo do sábado seguinte andei mal-disposta o dia todo. Era uma má-disposição esquisita, não era de estômago, tipo comida que me tivesse feito mal, não era muscular, mas era tudo ao mesmo tempo. O B. passou o dia a dizer para eu beber água com gás, por mais que eu lhe explicasse que não era esse tipo de má-disposição... À noite, percebi. Era o período!!! Uma dor estúpida nas entranhas, como nunca tive na vida! Como se não bastasse, fiquei de caganeira. O desaranjo hormonal deu em desanranjo intestinal também... A certa altura já nem me tinha de pé e a M. a chorar com o mal-fadado arroto preguiçoso que não queria sair. Às tantas o B. lá percebeu que era a sério, levantou-se apesar do cansaço, e pegou nela até ela adormecer. Eu aterrei na cama, depois de confirmar com a amiga enfermeira que era normal isto acontecer quando se tem a cabeça cheia de ar, e lá adormeci também enroscada, para doer menos. Durou 3 dias o desgraçado do benfica. Depois... Depois quando passou, tive outra surpresa... Não é que me subiu o leite outra vez?! Acordei de manhã com as mamas tipo pirex virado ao contrário, a rebentarem de cheias que estavam! O que me valeu: a M. já ter quase 3 meses e por isso saber mamar e ser mamona (abençoada filha) e já ter a lição aprendida da primeira vez. A M. esvaziou quase uma (depois dormiu um sono de 5 horas, tal foi o fastio) e eu com a bomba tirei grande parte da outra. Para saberem a vaca leiteira tirou 250 ml só da mama direita que é a que produz menos. Depois voltei aos pachos quentes - as luvas cheias de água aquecidas no micro-ondas - e às massagens feitas por mim, porque o marido estava a trabalhar. Posso dizer que doeu à brava desfazer os nódulos que ficaram. A minha cabeça está cada vez pior, e como se costuma dizer, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que as paga...
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Afinal constipou-se...
Disse que a M. tinha resistido à aventura do fim-de-semana e respectiva viagem de regresso cedo de mais. Na segunda-feira estava óptima e sem sintomas. Na terça foram espirros e tosse. Agora está com o nariz entupidíssimo, a espirrar e com tosse até a dormir. Mas não tem febre, do mal o menos. A ver vamos se o soro, o saca-mamas e os vapores resolvem...
Fui egoista...
Fui à ginástica pós-parto como de costume. A M. mamou lá, dando-me uma janela de tempo confortável para chegar a casa. Por isso, e para esperar um bocadinho pelo marido que queria boleia do trabalho, fui visitar o avô. Como fui sem pré-aviso, foi uma loucura. O meu pai já pega nela assim que a vê e agarra-a contra o peito com entusiasmo e felicidade. Nisto chegou a minha tia. Pela 3ª vez consecutiva, a M. que estava toda contente a rir para o avô como é normal, começou a choramingar no colo dela. Resumindo, antecipou a hora da mamada. Como a casa está fria e cheira a tabaco, já eram 8h da noite, ela demora a arrotar e eu não gosto de lá estar, para ser sincera, peguei nela e vim-me embora para casa. Nunca mais. Pode estar uma névoa de fumo, mas não repito a proeza. Vim o caminho todo, que durou cerca de 15 minutos, com ela aos berros. Um choro de cortar o coração, porque com fome a rapariga faz-se ouvir (sem exagero - quem já a ouviu não quer acreditar que é só fome). Resumindo, fiz a viagem numa pilha de nervos, ela não se calou e quando chegou a casa e finalmente mamou, só o fez por metade do tempo e caiu redonda a dormir no meu peito de cansada que estava... Senti-me do tamanho de uma formiguinha, de má que tinha sido. Prometo que não repito, filha.
Quer conversa
A M. descobriu que é divertido palrar por dá cá aquela palha. Ontem, não dormiu nada o dia todinho. Só queria companhia. Mas atenção! Não basta estar ao lado dela como presença passiva. Nããããão. Tem de se conversar. E ela ri-se e palra. Nem imaginam o que eu já inventava para não me calar. Houve uma altura que me cansei - mãe também se cansa - e calei-me por uns minutos a olhar para a televisão. De repente ouvi uma espécie de guinchinho a ameaçar o choro. Perguntei logo o que se passava e em segundos o beicinho transformou-se em sorriso de felicidade. Para perceberem, para limpar a casa (tarefa ingrata, com tanto melhor para fazer...) tive de ir levando a espreguiçadeira atrás de mim e ir explicando o que estava a fazer à madame - ora limpava o pó à linda prateleira, ora passava a esfregona no chão do quarto para não ficar pó... Tudo numa voz mais aguda, como intuitivamente se fala com bébés. Depois, o banho foi num instante. Acho que nunca poupei tanta água como agora - eu gastava rios de água no duche (é verdade. Mea culpa, mea mui grande culpa. Mas também é o único momento em que esqueço da ecologia) - de porta aberta da banheira a falar enquanto me esfrego à pressa, porque sua excelência, lá do seu trono, refila se acordada sem companhia. À conta disso, chegou à noite exausta e caiu a dormir depois da mamada. Mal arrotou e tudo!
Gargalhada!
Foi sem querer. Pus a M. a dobrar o riso. Quando lhe mudo a fralda já faz parte do ritual os beijinhos na barriga. Desta vez foi no pescoço. Não é que a miúda tem cócegas no pescoço?! Saiu uma gargalhada bem clara. É claro que o pai, estando ao lado, aproveitou logo para repetir a façanha e ela correspondeu. Graças a isso, consegui filmar a sua primeira gargalhada. Foi um correr até à sala para apanhar a máquina e voltar para o quarto... Escuso de dizer que não sei quem se riu mais - se ela, se nós...
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Palrar
A minha filha já palra. Começou no dia 1 de Fevereiro com o tio mais novo, que fiz questão de convidar para padrinho por achar que era a pessoa ideal para seu compincha. Estava a choramingar, ou melhor a refilar com o desgraçado do arroto preguiçoso, e ele pegou nela para eu poder tomar banho e vestir. Foi de repente. Olhou para ele com um ar muito sério, depois sorriu como de costume e começou numa conversa que nunca mais acabava. Tem um palrar cantado e faz uns sons de chorar a rir, e ele não se descoseu e foi-lhe respondendo para a fazer falar mais. Resumindo, com os encantos, não me adiantou de nada ele segurá-la. Não fui tomar banho, nem me vestir, para assistir ao espectáculo. E que espectáculo!
Viagem infernal...
Nunca mais! É que nunca mais. Não volto a fazer uma viagem de mais de 2 horas com a M. para lado nenhum enquanto for assim pequenina! No regresso do fim-de-semana voltámos por Coimbra para visitar mais 2 tias (a família dele é composta no total por 15 tios...). Decidimos assim porque era inevitável parar para a M. mamar e achámos que entre uma bomba de gasolina e a casa de alguém, mais valia a segunda. Enganámos-nos. A viagem, que começou às 17h00, correu bem até lá, com ela sempre a dormir. O desgraçado do cunhado até vinha aflito para ir à casa-de-banho e não se atreveu a parar o carro, não fosse ela acordar porque já passava da hora da mamada. Mamou na tia n.º 1 e foi arrotar para a tia n.º 2 (são vizinhas). O problema foi o arroto... As casas estavam gélidas, mas a n.º 2 era pior. Por causa disso, e porque a M. estava a ficar gelada, o B. ficou cheio de pressa e quis ir embora. Com claros indícios da parte da M. que os arrotos ainda não estavam todos cá fora (chega a estar 2 horas a arrotar e bolsar, tal é a sofreguidão) e com os meus sucessivos avisos de que era asneira. Resultado: desatou num berreiro na bomba de gasolina de Pombal, onde tinhamos parado para comer qualquer coisa (não comia desde o almoço e já eram 8h da noite). Tirei-a da alcofa, pus a arrotar, sairam mais uns quantos e, com as pressas do pai, metemo-nos à estrada outra vez. Nem 10 min... Berrou outra vez. Fui a fazer ginástica até Leiria, de joelhos em cima do banco para a tentar acalmar com beijinhos, conversa, cantoria e a chucha, enfim o que me lembrei. Em Leiria, arrotou mais um bocado e parecendo mais calma, arrancámos outra vez. Pois. Já adivinharam. Chorou outra vez. Mais ginástica da minha parte, mais nervos do pai, uns quantos semi-gritos entre os 2 à conta do stress (ninguém se lembrou do trato), até Santarém. Em Santarém arrotou, bolsou e... Chorou com fome! Já estava na hora dela, que entretanto já tinha chegado à conta de tanta paragem. Toca de pôr a mamar e voltar ao ciclo vicioso do arroto. Para animar as hostes, enquanto ela mamava, desafiei o marido e o cunhado a jogar aos nomes de animais por ordem do abecedário, jogo que acabou à chegada a Lisboa, na letra U. Depois de arrotar umas quantas vezes, tentei deitá-la na alcofa, mas não dei ordem de partida, para ver a reacção. Se se contorcesse era sinal de que ainda não estava. O B. para testar as capacidades soporíferas do carro deu umas voltas à bomba (deve ter sido interessante de ver). Contrariando-me, como ela não chorava, apesar de não estar sossegada, arrancou novamente. A lógica foi: também não custa nada parar em Aveiras, também já só faltava visitar esta... Pois. O problema eram as minhas costas que já não iam a achar graça nenhuma à brincadeira. Mas vá lá. Dessa vez quem se enganou fui eu. A M. adormeceu 2 km depois e veio até Lisboa assim. Mas como uma desgraça nunca vem só, ainda consegui rebentar a garrafa de litro de água que ia aos meus pés, ensopando as minha botas e o carro queixou-se com falta de gasóleo logo a seguir a termos passado Aveiras, último sítio possível para abastecer até casa (o B. com o stress da filha nem se lembrou de tal pormenor até ele dar sinal de si). Felizmente, ainda deu. Em Santarém, tinha apontado a chegada a casa lá para a 1h da manhã. Enganei-me em meia-hora para menos. Pareceu uma viagem feita há muitos, muitos anos atrás, quando ainda não havia auto-estrada e tinhamos de ir pela nacional até à terra, demorando com isso umas módicas 7 horas de caminho. Nunca, nunca mais. Aprendi a lição: os bébés tão pequenos não fazem viagens tão grandes...
Parabéns avó!
A minha sogra fez anos na 5ª feira e os filhos decidiram fazer-lhe uma surpresa. Assim, combinou-se um jantar em Viseu, ao que ela foi ao engano, para lá chegar e ver a família inteira à sua espera - os filhos, as noras e as netas. Foi engraçado de ver a sua reacção, mas mais cómico foi o meu sogro, que de parvo não tem nada, a entrar no restaurante a dizer "eu é que tinha razão!". O homem adivinhou! E ainda bem, porque à cautela, fizeram a nossa cama de lavado e deixaram o aquecimento ligado, não fosse o diabo tecê-las... Senão estaria um frio pouco simpático quando chegássemos com a piolha. O jantar correu lindamente e o fim-de-semana também. Aproveitámos e convidámos o padre para o baptizado, que para mal dos meus pecados o B. faz questão que seja o mesmo que nos casou. O raio do homem escolheu a leitura da mulher submissa para o casório! A ver vamos o que vai fazer desta vez... Mas como nos casou e aos meus pais, ele achou que devia seguir para a 3ª geração... As visitas foram mais que muitas, até porque ainda faltavam algumas tias-avós para conhecer a M. e por isso desta teve de ser. Estava com medo que a garota se constipasse, mas parece ser das resistentes - aguentou o frio de rachar nas várias saídas (também ia dentro de um saco térmico e levava 2 mantas de lã em cima...), as casas frias dos velhotes que não ligam ao aquecimento porque já estão habituados aquele clima e até ao fumo da lareira da aldeia. Conheceu a Bisa (avó do B.) que chorou de emoção ao vê-la e a avózinha (ama do B.), que com 98 anos ainda segura nela ao colo na boa! A coitada teve de vestir o vestido de lã que aquela tinha feito, juntamente com as botas e o gorro com 2 ponpons, um de cada lado, para lhe dar esse prazer. Não comento a figura, mas posso dizer que ficou o registo fotográfico para o futuro - é uma arma e pêras para uma adolescente rebelde um dia mais tarde... No sábado, porém, a M. estava exausta. Com tanta saída e visitas, à noite ainda teve de levar com um jantar de família, que incluiu 2 primas, uma com 6 e outro com ano e meio, histéricas com a sua presença. a minha filha é um anjo de pacatez. Apenas se ri quando nos metemos com ela e fica no seu canto sem chatear ninguém, mesmo quando 2 crianças a incomodam permanentemente. Ainda por cima, estamos a falar de uma família muito activa e faladora - a confusão foi mais que muita, com tudo aos gritos e a televisão a fazer de música de fundo. Aguentou-se bem. O pior foi depois ao final da noite para dormir. O cansaço era tal que fez a verdadeira birra de sono. Eu, desesperada com dores (de período e desaranjo intestinal, tudo ao mesmo tempo) e o B. cansado até mais não, quem a conseguiu acalmar foi a avó. Depois de hora e meia nos nossos colos, embalos e canções, sempre a chorar, assim que passou para o colo da avó, calou-se e adormeceu. Nem deu para ficar frustrado. Agradecemos mortos de cansaço e dormimos até de manhã. A M. deixou dormir das 00h00 às 9h00, tendo mamado pela última vez às 21h30! Cansaço é uma expressão pouco realista...
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Passeio
Hoje fomos fazer a visita às duas tia-avós do meu lado. Primeiro fomos à querida: sorriu por dá cá aquela palha, foi ao colo e lá ficou a ouvir espantada a pronúncia madeirense. Aproveitou e fez uma cagada monumental. Estava toda pirosa com um vestido de ganga e um casaco traçado vermelho (cache-coeur), eis senão quando, a madame decidiu aliviar a tripa de ontem, hoje e amanhã. Tive de lhe dar um semi-banho e mudar a roupa toda - TODA! Foi até às orelhas, quer dizer, sem exagero, foi até ao umbigo e até meio das costas... Depois, já atrasadas (é elementar meu caro Watson...), fomos à outra tia. Não usei adjectivo de propósito. A boa da M. entrou em casa e viu o avô. Riu-se como de costume. Chegou a tia-avó... Fez beicinho três vezes e chorou!!! Já é a segunda tentativa e deu no mesmo. Da outra vez também chorou. A teoria (da tia, é claro) é que tenho de a levar mais vezes a casas de outras pessoas, porque não está habituada e estranha. Não tive coragem de dizer que é só ali e só com ela. Faz-me lembrar o Mico. O gato ao princípio também não podia estar ao pé dela. Era o Garfield em versão cinzenta e sem lasanha. Era tipo cão com o meu pai e servia-me de almofada. Mas com ela, ficava no corredor e se ela tivesse a infeliz ideia de passar à frente dele, ele eriçava-se, bufava e fugia. E ela não se metia com ele. Atravessava-se à sua frente. Costuma-se dizer que os animais e as crianças detectam à distância a bondade e a maldade. Sem comentários...
Gracinhas
Já se ri com 2 sons. Agora passou do "Ãhhh" sorridente quando nos responde para "a-hãããã" com uns olhos rasgados de felicidade e muito atentos. E o beicinho é de derreter! Quando vai chorar, com o sobrolho franzido faz primeiro um beicinho perfeito com o lábio inferior, sem emitir qualquer som. Repete umas duas ou três vezes. Depois, se o aviso não for suficiente, então sim, abra a goela e chora. É claro que o aviso do beicinho nunca resulta. A pobre da minha filha não percebe que aquele beicinho nos faz rir. Mas rir à séria. Ninguém resiste. Ela por vezes até mostra um ar misto de choro e riso de tão baralhada que fica com a nossa reacção! Para além disso, adora festas na cara. Quando lhe afago a cara, ela até inclina a cabeça com aqueles olhos penetrantes a brilhar, como quem diz, "Hum!!! Tão bom!" É engraçado como as coisas são. Antes de ser mãe, mesmo durante a gravidez, quando ouvia este tipo de comentários todos babosos, achava parvo. Quer dizer, não era bem parvo, era mais não perceber qual era a graça, para chegar ao ponto de ter de se divulgar e esperar que os outros se riam da mesma maneira de quem conta. Percebia que os pais achassem graça, mas tanta?! Agora percebo. Um sorriso, um trejeito das sobrancelhas, um saltar na espreguiçadeira de contentamento... Felizmente o pai acha tanta graça quanto eu, por isso à noite obtenho a reacção desejada no nosso íntimo de pais babados - ver alguém a achar o nosso filho o supra-sumo por causa de algo tão simples. A graça deriva de dois grandes factores: primeiro e sobretudo porque são nossos filhos e o que sentimos por eles tem essa consequência, o orgulho e um derreter soberbo, segundo porque pela primeira vez acompanhamos na primeira pessoa a evolução de um indivíduo. É fascinante ver como um ser humano, que nasce apenas com instintos básicos de sobrevivência, de dia para dia vai apreendendo a realidade que o rodeia. Nesta fase vemos o desenvolver das reacções no seu mais genuíno. É o sorrir, o espanto, o descobrir do carinho, o irritar-se, a dor, a tristeza, a solidão. Só quem já é pai percebe, não porque acha a mesma graça que nós, mas porque já passou pelo mesmo e se recorda ainda de como foi com o seu.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Avô
Hoje adormeceu no colo do avô. Agora que já reage a estímulos, o avô já se aguenta mais de 20 min cá em casa. Antes via-a, estava com ela ao colo uns minutos e punha-se a andar. Agora já brinca com ela, alivia nos arrotos e até a adormece! Não há como um bébé para fazer um pai visitar a filha...
Ai!
Fui ontem pela 2ª vez ao osteopata... Não imaginam os estalos que o meu pescoço e as minhas costas deram. O homem disse-me que tenho uma série de vértebras rodadas e teve de as pôr no sítio. Foi no mínimo interessante perceber como a coluna consegue estalar... Para a semana vai terminar a terapeutica manipulativa e pensa que ficarei apenas com dores musculares - às quais, é claro, nada há a fazer. É giro ver como se acha natural uma mãe de uma criança de 2 meses e meio ter dores nas costas, estas são normais, balelas! Que é isso de choradinho, isso não é nada!... De qualquer maneira, agora já me consigo deitar de costas sem dores. Que alívio!
11h da manhã!!!
No sábado foi nosso privilégio dormir até às 11h non-stop! Vejam lá se ela não sabe que o pai precisa de descansar ao fim-de-semana...
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Gritos
Na minha casa sempre foi hábito gritar. Primeiro com a minha avó materna, que coitada era surda e não ouvia nada (e só nessas circunstâncias, porque a minha mãe, pelo seu simples carácter doce, não permitia tal coisa), depois com a tia e com o pai, por causa do mau feitio, da revolta pela perda, da adolescência descontrolada, da viuvez desesperada, eu sei lá... Quando demos conta, todos gritavam uns com os outros por dá cá aquela palha. E é claro, a minha mãe já lá não estava para contrariar essa tendência. Quando conheci o B., este não gritava. Ao fim de uns anos a conviver com a minha família, aprendeu. É algo que se aprende fácil, fácil. Dei por nós a levantar o tom de voz, mesmo que sem discussão, só porque nos irrita o não ter percebido a explicação, só porque temos de repetir alguma frase mais do que 2 vezes. Enfim, tontices sem jeito nenhum, que se entranharam nesta casa também. Entendam-me. O levantar a voz nem sempre se explica por estarmos zangados. É apenas a reacção infeliz derivada da falta de paciência pura. Lembro-me de em conversa com um amigo, este uma vez me dizer que na casa dele, ao contrário, quando se grita é um escândalo. É-lhe tão estranho tal fenómeno que fica chocado se alguém cai nessa tentação. Agora que a M. nasceu, tal objectivo está no topo da minha lista infindável de coisas que imagino para ela. Não QUERO do fundo do coração que a M. ache normal gritar ou levantar a voz. Assim, entre nós assumimos esse compromisso: se um grita, seja por que for, o outro obriga a repetir mais baixo e exige um pedido de desculpa. Não se tem vindo a revelar fácil contrariar um defeito já tão enraizado em nós. Mas temos tentado. Não sei se por já ser mãe e sentir o peso da responsabilidade sobre os ombros, ou se por já ter 35 e a idade fazer perceber que a vida são 2 dias e temos de a viver da melhor forma, mas aflige-me que a minha filha, tão pequenina, assimile tal tendência nesta casa. Fazemos o melhor, sempre, e acredito que o vamos conseguir. É só mais uma tarefa entre as milhares a que nos propusemos quando a M. nasceu.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Observar um anjo
A imagem que tenho de um anjo é a de um ser sereno e belo. Ver um bébé a dormir é observar isso mesmo. A calma, a tranquilidade que transparece nas suas caras e a respiração que mal se ouve dão-nos um sentimento de paz que nos completa e faz esquecer por momentos o que de mau nos transtorna. É uma boa terapia... (a não ser, é claro, quando somos mães com algumas paranóias e de vez em quando, como não se mexe, temos de pôr o dedo por baixo do nariz para ter a certeza que ainda respira... Mas não acorda!!!)
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Gluglugluglu!
Até hoje aquilo que mais faz rir a minha tão doce M. Imaginem um gelado cremoso ao sol a derreter - somos nós com a resposta dela ao glugluglu...
Mãe...
Ser-se mãe dá-nos uma perspectiva diferente da realidade. As preocupações são outras, as notícias do telejornal são vistas com outros olhos, enfim, tudo aquilo que se diz, confirma-se. Umas sentem-no mais na pele, outras menos. Eu penso que consigo relativizar e não exagero nessa mudança (penso eu de que!!!). Mas ser mãe deu-me também outra coisa. Descobri, ou melhor, sinto mais na pele as saudades da minha propria mãe. É que isto de ser mãe não traz mais sapiência. Pelo contrário. Traz-me mais dúvidas, mais receios, que vêm junto com a receita do gostar e do amor incondicional acrescido. E as dúvidas não são só as de aprache - como faço isto ou aquilo para a M. São também dúvidas quase existenciais - afinal em que me tornei, como me vou revelar neste novo papel. Só quem nos conhece a alma consegue responder, ou pelo menos tentar responder, a estas questões. E esse alguém, regra geral, é a mãe. Sei que no meu caso, esta teoria confirma-se. Apenas a minha mãe, tendo em conta a relação que tinhamos, o conseguiria fazer hoje. Ao darmos miminhos e carinhos ao nosso filho, remetemos a nossa memória para aquilo que recebemos previamente - é um facto confirmado: aquilo que recebemos é aquilo que mais tarde saberemos dar. Por isso, tenho saudades das festas e beijinhos daquele sorriso morno e moreno da minha mãe e das conversas no nosso QG que era a casa-de-banho. Mas isso, como tudo, tem uma vantagem (porque acredito que tudo na vida tem algo de positivo, nem que seja a lição que aprendemos do que não podemos fazer) - dou extra-mimos à minha filha por dois motivos: primeiro para satisfazer a própria necessidade de lhe transmitir da melhor maneira o que sinto por ela e segundo para garantir que ela não terá as mesmas dificuldades que eu tive em mostrar sem medos e vergonhas o seu lado afectivo. O meu tão grande desejo de ter uma menina, era por isso mesmo - continuar aquilo que a minha mãe tão bem começou e não chegou a acabar porque aos meus 10 anos foi para outro lado - e os planos são muitos!!! Com alguma tristeza, mas sobretudo com muita determinação, um beijo, mãe...
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Vacinas : (
A minha valente foi ao castigo outra vez. Para quem não sabe, desde que nascem até aos 6 meses os bébés levam pelo menos com uma todos os meses. Felizmente temos a enfermeira amiga que nos faz o favor de dar as picas no centro de saúde dela ou no sítio da ginástica pós-parto fora de horas. Assim, o pai também pode ir. É que quem me conhece também conhece a minha fobia às agulhas. Fobia. E não medo, esquisitice ou mania. Fobia no sentido do dicionário. Pareço um boneco dos Looney Tunes a querer atravessar a parede e deixar a silhueta no lugar. Quem me controla agora é o B. - segura-me e não me deixa fugir... Agora que sou mãe, descobri que aquela teoria de se ao filho doi, doi à mãe, é verdade. E olhem que doi mesmo!!! Portanto, a minha fobia das agulhas também funciona em relação à M., logo o B. também de ir. Cabe ao desgraçado segurá-la e aguentar com a pica in loco. Eu mantenho-me à distância, sem olhar, e quando ela chora, qualquer coisa aperta-se cá dentro (não sei bem que órgão é...). A M. chora é claro, mas depois o colo e os miminhos do pai ou da enfermeira resultam e em pouco tempo ela cala-se. Na 4ª, lá fomos nós os 3 às ditas. As vacinas dos 2 meses são horrivéis porque podem dar reacção - uma é conhecida como a penta por ser para 5 doenças ao mesmo tempo. Avisados que estávamos dos efeitos secundários viemos para casa. Febre não teve, mas o dia seguinte foi infernal... Não consegui fazer rigorosamente nada. Almocei às 4 da tarde porque decidi deixá-la chorar um bocado enquanto fazia a refeição e a comia. À noite ainda foi pior. Chorava desalmadamente. Até doía o coração ver a criança que por natureza não chora naquele estado. Felizmente foi só um dia mau. Hoje já está boa e já acordou com o seu sorriso de aprache! Ufa! Que alívio!
Toda sorrisos
A acreditar n' "O segredo", a minha filha saiu tal e qual como eu desejei. Come e dorme lindamente, não faz grandes birras (contam-se pelos dedos de uma mão), não é muito dependente do colo e, sobretudo, é de uma simpatia a toda a prova. Nunca vi tal coisa. A rapariga desfaz-se em sorrisos para toda a gente e atira-nos com um charme que conquista o coração mais empedrenido. Agora, descobriu que a chucha não tem só a função para que foi criada. A chucupa, como carinhosamente lhe chamo, também é um brinquedo. Se lhe dermos a chucha, a primeira reacção costuma ser um sorriso rasgado. Depois ninguém resiste cá em casa em roçá-la no lábio inferior para repetir a brincadeira, mesmo que o nosso objectivo inicial ao dar a dita seja o de acalmar e adormecer. Ela ri-se, emite uns sons de derreter (pelo menos a nós pais, que achamos gracinha a tudo) e dá um saltinho e torce-se toda como se lhe estivessemos a fazer cócegas. O pai descobriu um truque giro - basta fazer-lhe "glegleglegle" umas quantas vezes e o resultado é o mesmo. É de chorar a rir. E aqueles "agus" e "arres" que ela junta ao espectáculo são a cereja no cimo do gelado...
Saiu a mim!!!
A M., com os seus singelos 2 meses, puxou à mãe. À noite, depois da mamada das 9-10h, quer converseta e não dorme até à mamada seguinte. O pai põe-lhe a chucha e ela ri-se, dá às pernas, agita-se, atira literalmente o seu charme para cima de nós - e resulta. Depois da última mamada, estamos, eu e ela, porque o pai vai dormir para ir trabalhar de manhã, acordadas até às 2-3h da matina. Mas não me chateia nada! É que depois, é de enfiada até de manhã. E quando digo de manhã, nunca é antes das 9 horas! Já esticou um dia até às 10h30! Quando lhe dá para acordar mais cedo, depois de mamar compensa com uma soneca até à hora de almoço!... Ela até parece que sabe que tem de se abastecer melhor, porque na última mamada da noite, em vez dos 20 min de aprache, vai à meia-hora a encher o bandulho, para garantir que não lhe dá a fome antes! É mesmo minha filha, a valente!!!sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
El Corte Inglês...
Aproveito para fazer má publicidade daquela coisa. Em Setembro, aproveitámos uma campanha de promoções nos artigos para bébés e comprámos a mobília do quarto da M. A entrega da cama era no final do mês e a cómoda no final de Novembro. Tive esperanças de que esta chegasse antes da M. nascer (estava previsto para 30). Pois. A cama, depois de muitos telefonemas e ameaças do B., acabou por ser entregue. Numas condições deploráveis. Marcaram para a tarde de um dia de semana (eu estava em casa mesmo), e chegaram às 8h20 da noite porque telefonei a perguntar se tinham feito algum desvio pelo centro do país para dar com o sítio. Vinha um fulano sozinho, com a cama montada. Felizmente o elevador estava a funcionar, porque senão o desgraçado tinha sido obrigado pelo B. a subir os andares necessários para a trazer, com a fúria com que já estava. Chegado à porta, chegou à brilhante conclusão de que não passava pela porta de entrada de maneira nenhuma! Liga o B. para lá e enviam um chefezeco com uma chave de fendas para desmontar e montar novamente no quarto. O B., à procura de sarilhos para descarregar, e com aquele olhar de lince dele, vai e... descobre um defeito - a tinta estava lascada de lado. Liga novamente para lá e descobre que não havia mais camas e só daí a 2 meses é que havia outra! Foi de ameaça - a mulher ia parir no seguinte de cesariana marcada (para castigo, nasceu mesmo!) e a cama era precisa JÁ! Desencataram uma e entregaram-na intacta no dia 9 de Novembro, portantos, com um atraso de mês e meio. A cómoda nunca mais vinha e acabaram por ligar mesmo nos últimos dias de Novembro a dizer que tinha chegado, não tinha defeitos e que podíamos ir pagá-la. Lá fomos. A entrega foi feita e mais uma vez o B. de olho de águia, espreita e... Pimba! Mais uma vez vinha com defeito!!! Liga para lá, grita e grita e às tantas oiço-o perguntar "Mas está a brincar comigo?", ao que lhe responderam "Estou"! Nesse momento, os olhos dele eram de um leão com um espinho espetado na pata, ou de um cão enraivecido. Escusado será dizer que o nome da pobre criatura que se atravessou à frente foi anotado e meia hora depois ele estava no Corte Inglês a exigir o dinheiro de volta. Resumindo: fomos à loja onde tinhamos visto a mobília e onde tinham sido simpatiquíssimos, comprámos, pagámos e entregaram-nos a dita, tudo no mesmo dia. De bónus, descobrimos que a cama veio da loja deles - foi lá que o Corte Inglês foi desencantar a cama para nós, depois daquela trapalhice toda...
2 meses!!!
A esta hora, há 2 meses atrás, estava a tentar assimilar a realidade de já ser mãe - parece que foi há 2 séculos atrás. Fomos à sra dra no dia dos "anos" e já vai em 5,330 kg e 57 cm, ou seja, está no percentil 50 de comprimento e no 75 de peso... O comentário da tia enfermeira um dia antes tinha sido que ela está uma texuga - as minhas costas e os tendões das minhas mãos e braços confirmam-no. Já não é a bébézona recém-nascida fofinha por pequenina, mas sim uma bochechuda que se tem vindo a revelar simpatiquíssima. Desfaz-se em sorrisos a toda a hora, com qualquer pessoa que se meta com ela e mesmo no meio de algum choro pouco sério, tipo birra de sono ou início de fome. Tem momentos em que ela nem sabe o que há-de fazer - se rir, se chorar - se nos metermos com ela e brincarmos com o beicinho, ela não resiste a rasgar a boca num daqueles bem grandes. São aliás 2 as características mais definidas na M. até agora: a simpatia e a determinação. Costumo dizer que se for tão determinada em tudo na vida como é para comer tem a vida feita!
O pai só ouviu há poucos dias o choro de fome - é instantâneo, sem qualquer tipo de pré-aviso ou de que vai acontecer e é brutal, é essa a palavra. Ele ficou aflito com aquele choro enquanto eu me ria e punha a mama à la carte de serviço - este eu já sei identificar e já não me aflige. Parece que a estão a matar. E quando a ponho em posição para mamar, ainda sem levantar a camisola, já está de boca aberta e calada pronta para a refeiçãozeca... E aquele beicinho! Eu derreto-me com o beicinho! Às vezes, chego a ser má e deixo chorar só mais um bocadinho só para o ver... Mama bem, dorme 6/7 horas por noite e felizmente as cólicas à séria não voltaram. Durante o dia já não é só come e dorme. Já quer conversa, apesar de não ter de ser no colo (graça'a'dêus, meu irmão!!!) e desmancha-se com cócegas na famigerada bochecha. É claro que toda a bela tem um senão - o arroto é um inferno: não sai e farta-se de bolsar. É glutona e mamona demais e depois sofre as consequências... Posso dizer que tivemos muita, mas muita sorte com a criança que nos calhou na rifa - que o teu anjo da guarda e a tua avó te mantenham assim!...
É oficial!!!
A minha filha já abençoou as 3 divisões principais da casa com a sua maneira bem especial - de esguicho! Já aqui deixei a prova dos 9 da façanha no nosso quarto. Depois disso, o tapete da sala já tem um merecido lugar no quadro de honra das nódoas e hoje foi a vez do quarto dela! Felizmente, à cautela, tinha desviado a coque do caminho de potenciais munições (ainda por cima emprestada) - foi um tiro certeiro até ao armário encostado à parede... Isto tudo porque fui tentando vários locais para o muda-fraldas: primeiro a nossa cama, depois a mesa da sala, graças às minhas costas feitas não num, mas sim em 3 oitos e agora finalmente com a cómoda no quarto dela, o lugar definitivo para tais manobras. Do tapete não fiquei com recordação, mas do quarto dela aqui fica o registo.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Estar com uma Depressão e andar deprimida...
É um dado conhecido que as puerpéreas estão sujeitas à já tão famosa depressão pós-parto. Nos cursos de preparação para o parto, pelo menos os bons, explicam e re-explicam o conceito, todos os livros falam nisso e os futuros pais tremem só de pensar que a sua querida mulher pode cair na esparrela. Também estou convencida de que a maioria dos homens acha que isso só acontece às outras - "Não, a minha mulher vai ficar tão feliz com o bébé que não vai sentir nada disso!...". O meu foi avisado. Eu suspeitava que eu seria mais uma das desafortunadas a cair nesse, chamemos-lhe abismo. O B. estava em pânico como não podia deixar de ser. No curso, com a nossa querida enfermeira/professora percebeu que não é mito, nem patranha e que podia ser, a sua mulher podia muito bem, sem motivo aparente, passar por ela. Assim, no primeiro mês desfez-se. Já falei nisso noutro post, não vou entrar em pormenores. E resultou. Realmente, tenho hoje consciência que não deprimi graças a ele. Mas... Chegou o mês negro do ano, ao mesmo tempo que ele foi trabalhar e ao mesmo tempo que baixou as guardas, convicto que desta já nos tinhamos safado. Trabalhou 3 semanas e ficou de férias outras duas. Aqui a boa da je aguentou-se bem à bronca sozinha em casa, sempre na expectativa de que o pai voltaria em breve a tempo inteiro por mais uns dias. Era aliás essa a minha expectativa. É aqui que entra uma das características do ser humano - criar expectativas... As minhas, como sempre, foram altíssimas. Resultado: gorou-se-me o plano! As férias não correram exactamente como esperava. Fui caindo, caindo, até chegar o fatídico dia 20 mais os seus mal-fadados 35. Ia mostrando sorrisos, é claro. Sabia que o conhecimento de que não andava bem iria provocar o pânico puro. A partir daí foi a descer. Resultado: a tristeza invadiu a minha alma devido à enorme carência apenas colmatada pelo marido - agora a falta da mãe foi elevada ao quociente 30. Depois de 3 guerras feias cá em casa e de ter deitado cá para fora o que me vai na alma, a coisa melhorou. Ele percebeu que as guardas têm de se manter levantadas e eu percebi que consigo ultrapassar isto se não guardar cá dentro. Não há como racionalizar para andar em frente. É aliás a minha sorte - tudo está habituado a que eu seja o rochedo, e eu vou conseguindo sê-lo - está-me no sangue, apesar dos ameaços... Por isso também concluí que não é depressão, que depende da minha cabeça e as carências e tristezas podem ser debeladas com a ajuda de uma carinha bochechuda que se desfaz em sorrisos. Mas atenção! Não se pense que um filho faz milagres - tudo o resto também conta!!!
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Constipou-se!!!
Tantos cuidados que tivemos... Sempre agasalhada, sem correntes de ar, uma conta de luz astronómica por causa dos aquecedores, e vai o pai, e constipa-se! Depois foi um instantinho para lhe pegar a maldita dos atchuns. Agora parece um porquinho, com o nariz entupido, e com uma tosse pequenina, proporcional ao seu tamanho. Em todas as mamadas leva com uns jactos de soro fisiológico pelo nariz acima, que depois é limpo com um aspirador nasal (excelente invenção aquela coisa) e o pai foi a correr comprar máscaras no dia 1, com tudo fechado, para poder pegar nela. Coitado, parece que vai operar e ainda por cima esquece-se que está com ela na cara e tenta dar beijinhos gorados...
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Foi de esguicho!!!!
A prova de que a minha filha não faz por menos!... Ontem, a limpar a fralda, depois de 10 min. a limpar os bocadinhos que iam saindo devagarinho (estive literalmente 10 min a olhar para o rabo dela!), a M. decidiu despachar o serviço antes de fechar a respectiva. Resultado, foi um esguicho que borrou não só a nossa cama, como a dela! Foi sapatos, as calças dela, os nossos lençois, o forro do seu berço. Enfim, foi uma tarde a lavar roupa. A minha reacção foi de gargalhada geral, a do pai foi um "Ahhhhh!" de "Olha o disparate" e a do meu cunhado, que está cá uns dias, foi de saltar e fugir. Fica a prova do crime para mais tarde recordar e para verem que não estou a exagerar.
Primeiras vezes
Algumas primeiras vezes da M.:
- já se ri, não se limitando ao sorriso rasgado, tendo-lhe já acrescentado um som tipo "ahããã". Basicamente, tenho uma filha cuja maior característica é a simpatia e boa disposição. Ri-se para todos num instante - é só metermo-nos com ela ou brincar com o beicinho. Desmancha-se em sorrisos. De madrugada, quando acorda para mamar às 5h da matina, nem consigo ficar de mau humor - ela já arranjou a estratégia certa - atira-me um sorriso daqueles com ar ensonado e torna-se impossível resistir! (É. Sou mesmo babada... Quem diria...)
- a sua primeira birra de sono foi no dia 29 de Dezembro... Chorava na cama e cuspia a chupeta de todas as vezes que a metia na boca. Ao fim de quase 45 min na resmunguice, que foi aumentando num crescendo musical, desisti da minha luta contra os maus hábitos, e tirei-a da cama. Não chegou a ficar ao colo! Assim que peguei nela, caiu redonda a dormir!!! A mim pareceu-me que foi para vencer a batalha. Tipo: agora não durmo até ganhar, sendo o ganhar conseguir colo. Pegaram em mim, pronto já não é preciso mais nada. Consegui levar a minha avante. Deu-me cá uns nervos!!!!....
- dormiu numa cama de adulto de manhã à séria no dia 26 de Dezembro. Mas atenção! Não fomos nós que prevaricámos. Foi a avó. "Coitadinha, está com dores de barriga e assim vou-lhe fazendo massagens..." Foi só o pai (para me deixar dormir, tirou-a do nosso quarto) precisar de ir à casa-de-banho e pedir à avó para ficar com ela um bocadinho. Pumba! Foi logo para a cama e lá ficou das 8h às 11h. A minha sogra já não se levantava tão tarde há muito tempo! O pai, é claro, aproveitou para se enroscar em mim na nossa cama também. Resumindo: tudo dormiu consolado, menos a avó é claro, que estava a fazer massagens à neta... ; )
Festas
Dezembro não costuma ser um bom mês para mim. Ele são os anos, ele é o natal e o fim do ano. Desta vez foram 35, o que só não levou à depressão graças à M. que veio trazer uma perspectiva um bocadinho diferente à coisa. Isto de estar a 15 dos 50 com uma cabeça de 20 não é nada fácil!... Ainda por cima, este ano parece que dos poucos amigos que me restam, parte esqueceu-se do dia e nem deu sinal de vida... E como sou esperta, aproveitei o dia para limpar a casa entre as mamadas. Resumindo: fiquei com as costas ainda mais feitas num 8 e com a sensação de que um dia importante passou sem qualquer diferença. Enfim, ainda me deu para o choro à noite, já com o marido em casa. O que me vale são os miminhos...
Depois o Natal... A suposta festa da família... Ninguém me convence que não é a maior hipocrisia e o dia em que há mais guerras e discussões portas dentro - é porque o jantar é aqui e não ali, é porque aquele veio ou não veio, é porque o presente é sempre o mesmo, é a canseira e a azáfama e ainda a viagem enorme e cheia de "pára-arranca" porque ninguém é da terra de ninguém. O meu nunca é fácil quando o marido e o pai não se falam faz precisamente dois anos na noite de consoada (mais um argumento para a minha teoria). Como a M. tem pouco tempo e lá para cima diz-se que o frio vai lá cear, decidimos não ir. Mas a cara triste do marido por passar o natal sem a restante família e a a sua querida ama de 97 anos, começou a bulir com a minha consciência. Assim, assumimos um compromisso: o natal era em casa dos pais dele, mas eu e a M. iamos 2 vezes ao meu pai - uma na tarde de 24 e outra no dia 26. Fomos no domingo de madrugada e pregámos a partida a todos - foi divertido ver a cara dos sogros abismados por terem lá a neta pelo natal ; ). Cumprimos o acordo e até correu melhor - em vez de dia 26, fui no 25, e a malta portou-se toda bem. Quer dizer, o bom do meu pai teve de fazer das suas - no dia 27, tentei lá ir e liguei primeiro para não ter surpresas. Não é que o homem preferiu ir brincar com a roçadeira do que ver a neta, que tanto tinha de lá ir porque senão parecia mal?! Fiquei passada! Mas também não lhe fiz a vontade, não fui à noite quando já tivesse acabado a brincadeira... Mas o cômputo final foi positivo - não discuti com ninguém, muito menos com o marido (o mais importante).
a ilha a Porto Santo. Foi excelente, acabámos descalços e de traje de noite a dançar os Wham! Este ano foi em casa, a 3, com gambas e rolo de carne e, é claro, a M. ao colo agoniada, sem conseguir dormir. Foi diferente, mas bom na mesma. É engraçado como uma filha muda a perspectiva. Mas continuo a achar que deve ser uma festa, com boa comida, boa companhia e muito glamour. Pronto, ok, falhámos a parte do glamour com os bolsados, mas não faz mal... segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Maldito arroto!!!!
À conta das cólicas e de uma noite infernal até às 5h30 da manhã em pranto, eu e o pai andámos feitos loucos a navegar na net até encontrar as gotas maravilha: Gripe Water, que só se vendem em 2 ou 3 sítios no país, sendo um deles em Oeiras. Fomos a correr comprar no próprio dia e resultou. A M. não voltou a chorar com "dô de baguiga". Mas toda a bela tem senão... Agora, o que não estava a funcionar bem eram os arrotos. O efeito das gotas, receita indiana e adaptada pelos ingleses, que a usam à "ene" anos, é tão somente dilatar as bolhas de ar que se encontrem no interior destes seres tão pequeninos para as forçar a sair, por serem tão grandes. Ora, por baixo saiem e muito bem, mas por cima... Era um tormento. Chegava a ficar de mamada para mamada (um espaço de 3 h mais ou menos) sem dormir agoniada com o arroto. Depois de várias tentativas e testes, cheguei à conclusão que era mesmo das benditas gotas. Assim, fui reduzindo o xarope de 6 vezes ao dia - antes de cada mamada - para uma só vez - depois da última mamada da noite, para ter um intervalo de 6 horas até à seguinte (é verdade! já dormimos 6 horas de noite porque a M. já faz intervalos de 8h entre a última e a primeira mamada da manhã!!! É linda a minha menina, não é?). Já não a vemos a espremer-se, nem a a contorcer-se - parecia quase do circo tal eram as voltas que dava ao tronco e cabeça. Arrota normalmente e já me deixa descansar entre mamadas e o melhor é que até suspira de satisfação a dormir - é um consolo...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Merci Virginia!!!
Je t'embrasse très fort, mon amie!
Fui a um jantar
Vi gente adulta! Tive conversas inteligentes! Quer dizer, mais ou menos, porque o tema da conversa foi a M. e o parto. É fantástico como por vezes nos revemos nos outros. Antes de ter a M. perguntava a todas as puerpéreas como tinha sido o parto. Se doeu, se durou muito tempo, se foram muitos pontos... Agora, passei para o outro lado. Ao chegar ao restaurante, mal me tinha sentado, e já me estavam a perguntar pela experiência pouco agradável que é o parto. Espero ter elucidado alguma coisa, mas desconfio que não, pois no meu caso foi de cesariana - o que se bem me lembro desilude quem pergunta (o pensamento, mesmo que não exteriorizado, costuma ser "ah, isso já sei. Só doi depois e costuma ser pior a recuperação"). Mas o que importa é que saí, à noite, sozinha, para estar com amigos! O pai, é claro, ficou em casa com a menina e dois biberões de leite tirado durante o dia com a bomba (nao fosse o diabo tecê-las, deixei 2 para não haver stresses). Quando estava a sair de casa, ainda ouvi o pai dizer à filha enquanto lhe mudava a fralda, com um ar resignado - "a tua mãe é uma galdéria, filha, tu depois vais ver... A tua mãe é uma galdéria". O que vale é que sei que é da boca para fora e que ela vai ser igual a mim, para me fazer companhia... E para saberem, cheguei às 00h45 por causa de obras na 2ª circular!!!
Prevariquei...
Pois é... A Maria do "não lhe peguem ao colo que fica com manha" e do "põe-a na cama para não se habituar à nossa" resvalou. Uma destas manhãs, depois do pai ter ido embora ganhar o pilim, dei-lhe de mamar quase a dormir com ela ao colo. Depois, foi a muda da fralda e os famigerados soluços que quase sempre aparecem depois. Aqui a je, podre de sono, lá a pendurou ao ombro, como de costume, visto ser a posição do "tira-soluços", e mais uma vez ia adormecendo. Vai daí, depois dos soluços, não convencida que os arrotos e os bolsares já tinham acabado, não a quis pôr logo no berço (dá muito trabalho pôr e tirar do berço de cada vez que ela agonia!), e claro, com esta desculpa esfarrapada em mente... Adormeci com ela na nossa cama : ) Mea culpa, mea culpa, mea mui grande culpa (digo eu a bater com a mão no peito convictamente). Devo dizer que me soube que nem ginjas acordar com a minha joia ao meu lado, com aquele ar sereno e tranquilo que transmite paz ao mundo. Se o pai visse, era na hora que me dava cabo da cabeça - todos os dias é contrariado por mim à conta do excesso de mimos e maus hábitos (é verdade, sou mesmo a má cá de casa). Mas não prevariquei em tudo... Antes que ela acordasse, pu-la no berço para não ficar com ideias...
Um mês!!!
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Vaquinha Mimosa!!!
O tormento das gretas nos mamilos... Devo dizer que uma das piores coisas em termos de dor física no nascimento de um bebé são as mamas. A subida do leite e os respectivos bolos que se formam e só se desfazem com uma massagem bem dolorosa e os mamilos que não estão preparados para tanta lambidela e vão ferindo até ficarem gretas do tamanho de crateras lunares são experiências pouco relatadas por quem já foi mãe não sei porquê. Só se pensa na parte do parto e talvez no depois do parto com tudo amachucado, mas a parte das mamas, ninguém ou poucas comentam. Quanto a mim, que tive a M. de cesariana, só me posso queixar das respectivas... No dia em que subiu o leite, não tive febre, nem tive dores horrorosas. Mas já ia preparada para o pior e estava bem ensinada pela XXL amiga. Assim, sentei-me no rebordo da banheira e literalmente cozi as minhas amigas com água o mais quente possível. Ao fim de um acto muito anti-ecológico (gastei litros e litros de água), chamei o marido, mordi uma fralda de pano e sujeitei-me às massagens, ou melhor amassadelas, para desfazer cada um dos bolos. Doeu, mas isso junto com o esvaziar das mamas no dia a seguir com uma bomba eléctrica, resolveu e não voltei a ter mais problemas desses. Agora as gretas... Chorei. Chorei vários dias seguidos de cada vez que dava a mama à minha filha. O B. dava-ma para mamar e eu encolhia-me toda só com o medo e a antecipação da dor. Houve um dia, em que ele, às 3h da manhã, chegou a dizer que assim não valia a pena e que ia comprar suplemento à farmácia. Mas aqui a je é muito teimosa. Então já tinha sofrido dias a fio, de 3 em 3 horas, com aquilo e agora ia desistir? Ou bem que nem tinha tentado ou então aquilo havia de passar. Agora chorar para depois não ter valido a pena, é que não!!! Por isso, com a ajuda da XXL mais uma vez, fui tirando com a bomba eléctrica e alternava mama direita, mama esquerda. A dor continuou. A pediatra conheceu-me e disse que dar de mamar é suposto ser um prazer e não um sacrifício (sábias palavras) por isso mais valia dar só de biberão o meu leite enquanto não sarassem as duas por completo. A medo, lá cedi. Bebé que se habitue à tetina do biberão facilmente perde a pega da mama e depois o leite vai-se. Já me tinha resignado a, se fosse preciso, tirar leite em todas as mamadas até aos 4 meses se isso acontecesse. A M. esteve 3 dias seguidos só a biberão com o meu leite. O stress era imenso, até porque a M. pequenina, e sabendo o que é bom, não gostava do biberão - é muito sófrega, engasgava-se e ficava agoniada por ter ingerido 70 ml de leite em menos de 2 minutos. Depois, a parte do esterelizador a cada mamada, o tirar do leite a cada mamada com a bomba... Uma chatice. Mas consegui. Ao fim de um mês, já só dou mama à minha filha. Hoje mantenho a bomba por um motivo - tenho tanto leite que dou de mamar e ainda tiro diariamente em média 90-120 ml para congelar. Só da esquerda saiem 6 esguichos de cada vez! E só tiro na mamada da manhã e se for preciso, para completar a conta, mais uma vez durante o dia. A minha alcunha passou a ser Vaquinha Mimosa! Resumindo: valeu a pena o esforço. Fica o remédio para quem sofra do mesmo: pôr vaselina e depois a pomada Lansinoh específica para gretas e nunca esquecer de limpar muito bem antes de cada mamada. Também ajudou pôr violeta de gensiana durante uns dias - fica tudo roxo e sai mal da roupa, mas não é preciso limpar (corrige problemas associados com a infecção de fungos como a candidíase).
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Super pai, super marido
Apesar dele ainda não saber que este blogue existe, presto-lhe aqui a devida homenagem. O B. tem-se revelado até hoje tudo aquilo que sempre pensei convictamente que um homem deve ser no seu papel de pai e marido. Desde que a M. nasceu tem-se desfeito em miminhos, nunca se esquecendo da mãe, apesar do deslumbramento com a filha. Tirou os 5 dias uteis de licença de paternidade, aos quais juntou os 15 corridos da licença parental. E ainda bem que o fez! Teria corrido muito mal se tal não tivesse acontecido. A enfermeira XXL do curso tinha o palpite certo de que eu seria uma das mães em depressão pós-parto, e tal só não aconteceu porque o meu querido marido se desfez em 3 ou 4 pessoas, todas com uma paciência de Job, para atender à mãe e à filha até hoje. Já voltou ao trabalho, mas o pequeno-almoço na cama ainda se mantém, as tarefas caseiras, nomeadamente as refeições, também (agora já vou conseguindo gerir o tempo entre mamadas, desde que, é claro, a minha rica filha mo permita) e acima de tudo os beijinhos e miminhos ainda sobram para mim! Perdidamente apaixonado pela filha - transformou-se em pai galináceo (mais do que galinha...) - ainda se afirma diariamente apaixonado por mim. Não imaginam como essas palavras e/ou gestos se tornaram importantes agora... Tem dias que parecemos umas baratas tontas, a sacar da vaquinha mimosa para fora, com a mão na fralda e outra a limpar o bolsar daquele Arroto. Se ninguém nos lembrar que somos algo mais do que isso com veemência, podemo-nos esquecer. Por isso, sim, como me aconselhou, e bem, uma boa amiga, apesar dos seus defeitos, tenho de me lembrar sempre de tudo o que de bom ele tem e hiper-valorizá-lo quando estiver zangada por qualquer coisa. E é claro, sentir o sabor na boca de como também estou "apeixonada" por ele... Um beijo meu amor
