sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Bolas de sabão

Mais uma vez, graças à Dodot, percebi que bolas de sabão eram muito apreciadas pelos bebés e que tinham a sua função pedagógica. Por isso, há cerca de três meses, rapinei um frasquinho daquelas à sogra, que o tinha comprado em Quiaios para as outras netas mais crescidas e lá o esqueceu e comecei a brincar com a M. Começou por ficar sentada com um ar muito sério a olhar para aquelas coisas estranhas que pairavam à sua frente. Ao fim de uns dias, começou a rir-se e a apontar para elas. Agora, passa o tempo de braço levantado, gatinhando de um lado para o outro, a tentar apanhá-las e fazendo muitas exclamações pelo meio. E confirma-se a sua utilidade, pois no The Little Gym, a aula acaba sempre com imensas bolas de sabão e a M. alinha com os outros bebés na brincadeira de as apanhar com a nossa ajuda. Quanto a mim, ignoro o facto de estar a molhar e eventualmente manchar o tapete da sala, e regresso aos meus tempos de menina, quando adorava tirar as tampas das canetas para fazer bolas de sabão e divirto-me à grande!

Desmame - tentativa n.º 3

Fui ao alergologista, à consulta pré-vacinas. Depois de algumas perguntas, chegou à conclusão de que para além de alergia ao pólen das gramíneas, tenho rinite vascular, sendo necessário fazer um teste respiratório de hidrogéneo, o que para tal, terei de tomar antibiótico duas semanas antes. Ora, isso é incompatível com a amamentação... O médico percebeu o dilema e no final da consulta e de muitas explicações, resolveu a coisa de forma simples: escreveu num papel tudo aquilo que eu tinha de fazer por ordem cronológica - o antibiótico, a análise ao sangue, o teste respiratório e a medicação a tomar. No topo da lista, estava: deixar de amamentar. Entregou-me o papel e avisou-me que a vacina tinha de ser encomendada em Outubro, pelo que tinha de fazer aquilo tudo em breve. O resto era comigo. Ao chegar a casa, o B. avisou-me: eu tinha prometido que era naquele fim-de-semana que parava e agora é que tinha mesmo de ser. Assim, na sexta-feira passada, de manhã, fiz muitas festinhas na cabeça da minha filha enquanto lhe dava de mamar pela última vez. Combinei com o B. que no dia seguinte era ele que se levantava e lhe dava o biberão, enquanto eu ficava na cama. E assim foi. Escuso de dizer que não dormi nada depois que ela acordou, e ia ouvindo o pai a levantá-la, aquecer a água, dar-lhe o biberão e mudar-lhe a fralda. A certa altura, ao ouvir-me no quarto, apareceu-me lá e eu, pensando que se queria lá deitar com ela, dei-lhe uma corrida em pêlo. Ainda me correram duas lágrimas, ao brincar com ela depois, mas a presença da filha não me permitiu mais exteriorizações. Passei o resto do dia insuportável, com uma neura de todo o tamanho e zangada com o meu marido. No domingo, o dia correu melhor, pois tivemos piquenique nos Francisquinhos e estivemos com amigos de barriga. Segunda-feira, tentámos entrar numa nova rotina, com um biberão para dar. Mas eu sabia que tinha de ser, que ela já não precisava mais de mim nesse sentido e que tenho de começar a pensar em mim. No dia 3 de Outubro, com quase 11 meses, foi mais uma etapa que passou, só que custa...

Como estamos a adormecer

Depois daquele problema todo para adormecer, faço aqui o balanço do agora. Regularizou - o normal era ir para cama ao meu colo, eu acalmá-la um pouco e ela rapidamente pedir para ir para a sua cama para dormir. Depois, era só eu ficar ao lado da cama, com a cabeça ao nível do colchão, para não haver tentações de se levantar, até ela adormecer. A partir de certa altura, bastava eu sair do quarto sem que ela desse conta e ficava-se sozinha, sem mais confusão. No entanto, houve um dia que o pai tentou deitá-la - convém estarmos os dois treinados de igual modo. Esqueceu-se da parte de a acalmar primeiro ao colo e ela já ia sobre-excitada por nos termos distraído com a hora. Correu mal. Chorou desalmadamente, quis sair da cama e só eu é que consegui acalmá-la ao colo. Demorei uma eternidade para conseguir que ela se calasse, outra para a conseguir deitar e ainda outra até ela adormecer. Foi outro ponto de viragem. Desde esse dia que já não é tão fácil deitá-la. Já chora outra vez, ao colo também, a apontar para a porta, como que a dizer que quer sair do quarto. E agora é muito mais difícil de conseguir sair do quarto: controla-me imenso - até com o pé. O meu pai, quando soube, só comentou: "Ohoho! Estás tramada! Isso é do pior!". É que quando eu era pequenina, era o meu pai que tinha a exclusividade de me deitar (a minha mãe só reivindicou esse título anos mais tarde com a obrigatoriedade do beijinho de boa noite na cama). Diz ele que eu demorava imenso tempo a adormecer, precisamente porque o controlava também. Ele não podia sair de ao pé de mim, chegando eu ao cúmulo de espetar a mão e o pé por fora das grades só para o sentir. E se não desse com ele, estava o caldo entornado! Ele conta que chegou a sair do quarto de gatas para eu não dar pelas sombras em movimento, havendo até algumas vezes que já à porta do quarto, ouvia um "papá? Estás aí?" baixinho. E tocava de voltar atrás enquanto confirmava resignado a sua presença. Pois... A parte de sair de gatas já acontece. Vamos ver se não evoluimos para uma cena igualzinha à da mãe, está bem, filha?

Acordar

Tem um excelente acordar. Costuma estar na posição de rabo empinado e se não está põe-se a jeito assim para se levantar. Sempre bem-disposta, raramente chora e senta-se na cama a palrar sozinha, sem grandes alaridos. Depois quando vamos buscá-la, seja quem for, oferece-nos logo um sorriso rasgado de felicidade por nos ver. Assim vale a pena acordar, filha!

Monossílabos

No entanto, já nos apercebemos de algumas tentativas monossilábicas, graças ao nosso esforço repetitivo. Quando lhe lavo as mãos, repito vezes sem conta "a mão!". Da última vez, sairam várias vezes "a mâ!" com um ar de quem está a perceber tudo. Faz o mesmo com o não: chega ao objecto proibido, olha para mim, espera pelo meu "não, não!" e antes de mexer diz "nâ!" com ar entendido. Estou feita!

É quase isso!

A M. só diz mamã. É uma palavra que serve para mim e para o pai, que coitado, não acha muita graça à brincadeira. No outro dia, sentada ao meu colo a palrar, viu o pai passar, aponta e diz "pei! pei! ptttttte!". Está quase, quase!...

Provar o chão

Como gosta de comer tudo, achou por bem que o chão também devia ser saboroso. Agora, dá-lhe para ali - deita-se de barriga para baixo, abre a boca gigante e prova o chão. É claro que chãos há muitos, por isso há que provar o de madeira do corredor, o tapete da sala, o azulejo da cozinha e pois está claro, last but not the least, o tapete da cozinha, que até tem altinhos...

Estalinhos com a língua

Já faz e com muito jeito por sinal. É um som do qual ela gosta muito. Tanto, que por vezes está que tempos com aquilo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Boneca Mafalda

A minha tia teimava que já era altura de ela ter uma boneca - tem alguns bonecos, mas só peluches de animais (todinhos oferecidos) ou brinquedos didácticos. Assim, como não percebe nada do assunto e não se movimenta lá muito bem pela cidade, encomendou-me a dita em seu nome - "compra uma coisa gira", disse ela. Lembrei-me logo da que tinha visto na loja de Sintra da Taf Toys. Lá fui, no dia seguinte, comprar mais um brinquedo para a M., desta feita por € 16 - uma boneca de pano, com a saia forrada com papel amachucado, uns caracóis giros e um lenço na cabeça. O que me atraiu na boneca? O colorido e a particularidade de ao batermos palmas com as suas mãos ela tocar alternadamente quatro músicas muito engraçadas. Foi um sucesso - a M. adorou e a minha tia também. Esta baptizou-a de Mafalda (foi buscar a lembrança da Mafaldinha que eu tanto lia em miúda, muitas vezes sem perceber a piada política que estava por detrás daqueles desenhos sul-americanos). O doce da boneca está no facto de a M. encostar a Mafalda à cara, fazendo um miminho toda ternurenta quando toca a música calminha das quatro que ela tem.

Não há!

Sempre que acaba a comida ou que eu quero que algo desapareça da sua vista, ganhei o hábito de virar a palma da mão para cima e com ar de espanto dizer "Não há!". Tantas vezes o fiz, que ela aprendeu. Agora, seja porque o pai saiu da sala, seja porque a papa acabou ou seja porque não pode mexer e eu desapareço com o objecto das tentações, é ela que o faz a torto e a direito, faltando só o "não" para ficar perfeito - vira a mão igualzinha a mim e com um ar de espanto faz "Ahhh!". Giro, giro são a expressão e o tom que ela usa para o fazer - parece mesmo que me estou a ver ao espelho...

Tomate

Uma destas noites, estando eu a preparar o jantar e estando a M. sentada na sua cadeira de comer na cozinha, sempre a pedir comida, apesar de já ter jantado, experimentei dar-lhe um bocadinho de tomate a provar. Fez uma careta de todo o tamanho, saboreou, voltou a fazer careta, engoliu e... fez estalinhos com a boca a pedir mais! Dei mais um quadradinho e a cena repetiu-se! Chorei a rir com a expressão...

Tirar a chucha

Disse-nos a amiga F. que o dentista recomendou o retirar da chucha a partir do momento em que nascem os dentes, por causa das má-formações. Faz todo o sentido, por isso, disse à ama para gradualmente e sem grandes alaridos não lha dar sempre por dá cá aquela palha, para tornar o processo em algo pouco sofrido (eu perdi a minha aos dois anos graças à minha querida avó que, ao ver a chucha cair da minha boca para o chão da janela do 3º andar, aproveitou logo a deixa para me dizer que aquela tinha caído em cima de caca de cão. Depois foi todo um processo de me enojar sempre que eu falava nela. Consta que ainda chorei cerca de três dias, mas depois passou-me). Ela não sente muito a sua falta durante o dia - se não a tiver e sobretudo se não a vir, está tudo bem, nem se lembra. Temos é de ir contrariando o dedo na boca que de vez em quando lá vai parar. Já à noite e para adormecer a conversa é outra. A chucha é o seu comprimido para dormir, juntamente com a vaquinha Lola. E já acorda por causa dela, ao ponto de ter várias na cama para as ir perdendo e encontrando.

Mais dois dentes!

Estão a nascer de cada lado dos de cima. Agora, quando se ri, vêm-se dois ratinhos brancos bem crescidos em baixo e outros quatro a espreitar das gengivas. E o melhor foi que não houve qualquer sintoma - nem demos por ela. Felizmente!

Dióspiro

Eu detesto. O pai gosta. Achei que não ia ter bom resultado. Afinal, enganei-me. Até dióspiro já marcha!...

Duche

A M. adora um bom duche. Levar com água na cara não a atrapalha e estica-se toda para conseguir chegar com a cabeça. Isto fez com que a professora de natação ficasse espantada com a facilidade com que ela levou com a água que aquela lhe atirou, como forma de a habituar aos salpicos do chapinhar e como incentivo para avançar - parece que para os outros bebés é uma espécie de castigo do qual querem fugir. A nossa já está mais à frente!...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Natação - primeiro dia

Na semana seguinte estreámos-nos na água doce com professora. O B. tinha dito que era melhor ir eu com ela para dentro de água por causa de uma possível constipação que aí vinha, mas depois não resistiu e foi ele. A aula era às 18h15, mas nós entrámos 10 minutos mais cedo. Assim que ela se viu perto daquela água toda começou a espernear e a atirar-se literalmente para o chão a pedir para entrar. Com a M. ao colo, em pouquíssimo tempo, o B. teve de se pôr de gatas num cantinho da piscina para evitar berreiros desnecessários. Era vê-la a rir-se imenso para o pai - parecia um peixinho! A aula começou e eles entraram na água, junto com os outros bebés. Apesar de ser a mais nova e por isso ainda não poder alinhar em certos exercícios, como mergulhar a cabeça, portou-se lindamente. Para primeiro dia, não estranhou nada e não se recusou a nada, nem sequer a gatinhar em cima de um colchão que flutuava, contrariamente a uma menina mais crescida com o mesmo nome que tem medo de tudo. A professora Ana é uma querida e não esquece a nossa M. apesar de não poder fazer alguns dos exercícios que os outros já fazem. Os senãos: afinal a piscina não é assim tão grande, pois metade não tem profundidade para isso (é uma piscina de spa com partes para fisioterapia), os balneários (sempre limpos) tornam-se pequenos para tantos bebés (mas mesmo assim ainda circuláveis), os outros pais não são nada simpáticos, não havendo uma energia de grupo e a M. não se aguenta depois do banho tomado, fazendo com que se formos sozinhos à natação com a nossa pipoca, conseguirmos tomar banho e vestirmo-nos depois torna-se numa verdadeira aventura.

Natação - escolha

Não havendo contra-indicação da pediatra, a ideia era ter começado aos 6 meses, mas a amiga enfermeira desaconselhou e sugeriu esperarmos pelos 8, por causa dos problemas de pele. Como não eram 2 meses que faziam a diferença, esperámos. Depois meteram-se o verão e as férias, por isso, a primeira coisa que fizemos na semana de regresso de férias foi inscrevê-la para Outubro, portanto para começar quase com 10 meses. Depois de alguma investigação, tínhamos três hipóteses tidas por outros como muito boas: a Piscina das Docas, a cidade universitária e o Megacraque. Começámos por espreitar a primeira. Não gostámos. Nem percebemos o porquê de tanto alarido em torno do espaço, ainda por cima mais caro do que os outros todos. Trata-se de uma piscina pequena, instalada num dos edifícios junto às docas de Alcântara, perto da PSP, com vista para a rua, com uns balneários pequenos e sobretudo com os azulejos em torno meios pretos da água. Aquela falta de privacidade, de espaço e confusão, aliadas ao preto do chão, afugentou-nos (atenção! O preto também não era nada do outro mundo, mas...). Ainda marcámos uma aula experimental, mas muito, muito pouco convencidos. Depois fomos ao Megacraque, mesmo ao pé de casa (vamos a pé para lá), onde as aulas são dadas no spa. Como fomos num sábado às 2h da tarde, as instalações estavam vazias, por isso a visita guiada foi um sucesso - a piscina era grande, as instalações limpíssimas, os balneários com fraldários e cadeirinhas na parede para os bebés. A água é tratada com cloro natural e está à temperatura de 31º-32º, e fora de água aquilo parece uma sauna. Havia vaga para as 18h15 às 3ª e 5ª. Gostámos tanto, e ainda por cima tão perto que fizemos logo a sua inscrição para as 5ª feiras, sem sequer ir ver a cidade universitária.

Cortar unhas

Sou sempre eu que as corto, porque o B. nem consegue ver quanto mais cortar. Ou melhor, cortava... Ao princípio, deixava sem qualquer problema, depois, já mais espevitadeca, tinha de ser com alguma distracção e muitas exclamações pelo meio. Por volta dos 8 meses, tive de começar a cortá-las de manhã, a seguir à mamada, que era quando ela estava ainda meia abananada de sono. Agora... Não consigo. Só a dormir. Assim que vê a tesoura e a sento no meu colo, começa a puxar a mão para trás, a torcê-la e a contorcer-se para sair dali. Chora e refila e acaba por vencer porque não me atrevo a tal tentativa com tamanha mexidela para aqui e para acoli. Já com a ama a história é outra. Deixa-se sentar e ainda refila, mas a amiga pergunta-lhe o que é isso umas quantas vezes, segurando-a firme, mas calmamente, e ela acaba por se render. Cortam-se as unhas em três tempos e não aos solavancos e aos saltos como comigo. Já me topou de tal maneira o calcanhar de Aquiles que, no fim-de-semana passado, foi o B., que a muito custo e muito ranger de dentes de impressionado, a sentou no colo dele, enquanto eu as tentava cortar por detrás. Ela deixou. Agora a mim, é outra conversa. À conta disso, a minha filha por vezes anda com umas unhas mais bonitas (salvo seja!...) do que as minhas...

Telefone

Se lhe encostarmos o telefone ao ouvido, para que quem está do outro lado converse com ela, fica com um ar divertido a ouvir atentamente. Ri-se e emite até alguns sons. E depois, não é que geralmente, com um "aahhhhhhh!" fininho, abre a boca e dá um beijinho ao telefone?! Mas a melhor foi comigo. Liguei para falar com a ama. Calhou a M. estar ao colo dela e querer agarrar o telefone. A ama fez-lhe a vontade e eu também, chamando-a e dizendo-lhe olá. A certa altura, ouvi a ama a exclamar: "ai que suspiro tão profundo!". Fiquei cheia para o resto do dia...

Inglês

Finalmente, experimentámos o inglês para bebés, segundo o método desenvolvido por Helen Doron. Esta foi a amiga F. que nos indicou e marcou a aula junto com ela e a filhota.No fundo, trata-se de introduzir uma segunda língua na vida do bebé através da brincadeira, graças às canções, linguagem gestual e repetição. A introdução da língua é até bastante completa, com mais do que as palavras básicas (por exemplo, não é só cabeça, pés e mãos, mas também cotovelos, indicador e afins). É claro que uma vez por semana não faz milagres, mas continuando em casa o trabalho, com a ajuda dos livros e CD's que nos são fornecidos no momento da inscrição, o inglês pode mesmo tornar-se uma segunda língua materna, o que nos dias de hoje é uma mais-valia brutal para nós tugas do cantinho da Europa. A mensalidade não é cara - € 36 - comparando com as outras actividades, mas como não chegamos a tudo, optámos por deixar esta actividade para mais tarde. Até porque de todas parece-nos a que pode ser iniciada mais tarde, obtendo-se mesmo assim os mesmos resultados.

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