segunda-feira, 28 de julho de 2008

Labrador chocolate

A M. agora anda atrás de nós como um cachorrinho contente e traquina. Quando vou para a cozinha, ela segue-me a gatinhar atabalhoadamente e senta-se junto ao tapete enquanto por ali estou. Se não for logo, basta eu baixar-me e chamá-la - "anda! Vem ter com a mãe!" E ela lá vem, com um sorriso enorme e a abanar aquele rabiosque de fralda, tal e qual um cãozinho. Por vezes, até leva um brinquedo na boca, geralmente o Marsupilami, para depois ter com que brincar. Costuma-se dizer que os cães ficam parecidos com os seus donos. Se tivesse ou pudesse escolher um para a M. era um Labrador chocolate - é a cara dela!

Debaixo da cama

Como já se põe de joelhos na cama e a progredir vertiginosamente para se pôr de pé, ontem baixámos o colchão para o máximo. Como não fica sozinha muito tempo, optei por levá-la para o quarto dela e enquanto ela andava por ali, nós fazíamos o que tínhamos de fazer. No final, enquanto fazia a cama e ajeitava os lençóis, ouvi um choro que vinha de debaixo da cama. Espreitei e vi-a sentada no chão, com a cabeça inclinada, sem saber como fazer para sair dali. Enfiar-se conseguiu, mas sair estava mais complicado. O B. espreitou pelo outro lado e deu-nos uma vontade enorme de rir ao vê-la ali enfiada com aquele ar. Agora temos um cãozinho que vai para todo o lado. Um verdadeiro perigo!!!

Banho de pé

Apanhou-lhe a mania - só quer estar de pé, até no banho! O pai vê-se e deseja-se para a sentar e lavá-la em condições. Ela quer é empinar-se para chegar com as mãos a todo o lado. Agora, só o pato ou o livro da estrela a seguram dentro de água. E mesmo assim...

Vestir e despir

Detesta! Assim que percebe que é para titar a roupa, começa logo a fazer cara feia e a choramingar. Então se o processo implicar mangas ainda é pior. Embirra à séria. Num livro, li que quando assim é, se deve tentar aproveitar os movimentos deles para ir vestindo ou despindo as criaturas. Por exemplo, quando passa a gatinhar por nós, enfiar-lhe a camisola pela cabeça, em pleno andamento. Por vezes resulta. Ponho-a em cima da cama, e enquanto ela se vira e revira, levanta e senta, rola e rebola, naqueles meios segundos de pausa, consigo cumprir um pouco mais da minha missão. Mas quase sempre que lidamos com mangas, inevitavelmente, temos choro, ou pelo menos beicinho... Nem que seja porque tem de perceber que nem tudo é como ela quer!...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Polos opostos

Dois dos seus traços mais marcantes são o seu choro e a sua gargalhada. O seu choro aflitivo não tem explicação. Quem já ouviu nem acredita. Como é que uma bebé tão querida e tão sorridente, sempre bem-disposta, chora desta forma? Parece mesmo que a estão a magoar ou mesmo a matar! É impossível ficar indiferente. Já a sua gargalhada é o mesmo no outro extremo: parece a gargalhada de um adulto. Então quando é o pai a brincar com ela, chega a ficar sem fólego. É mesmo de exageros!

Os meus planos para ti

Sempre quis uma menina para fazer com ela o que não fizeram comigo. Por isso, se me deixares e não achares que é foleiro ou que já não se usa, quero:

  • Fazer da casa-de-banho à porta fechada, à falta de melhor, o nosso QG para confidências e segredos;
  • Fazer bolos, doces e depois comida a sério, para não passares vergonha;
  • Levar-te a uma boa esteticista para fazeres a depilação desde logo, para não fazeres asneiras como eu;
  • Oferecer-te um ramo de tulipas e irmos jantar fora só as duas quando te vier o período;
  • Organizar uma festa linda nos teus 16 anos;
  • Escrever-te um texto aos 18, exclusivamente dedicado a ti e à pessoa fantástica em que te irás tornar;
  • Pedires-me a mim para te ajudar a escolher o vestido de noiva;
  • Estar sempre lá quando engravidares e tiveres os teus filhos, para os mimar, mas acima de tudo para te mimar.

O pai quer ensinar-te a dançar fabulosamente como só ele sabe. Não me contou mais nada, mas também ainda é cedo.

Não sossega um segundo!!!

Mas nem um segundo! Não estou a exagerar. Se está no nosso colo sentada, em instantes quer ficar de pé e a tentar chegar a tudo o que nos rodeia. Se está ao nosso colo de pé, vira a cabeça para um lado e para outro sem parar, vergando-se para chegar às coisas. Se está no chão, é um corropio de gatinhar, sentar, deitar, voltar a sentar e regatinhar. Se está na cama acordada, é outro corropio igual, com a diferença de estar mais limitada fisicamente. Se está a dormir, vira e revira e enfia a cara nos protectores e acorda muitas vezes com a cabeça no lugar dos pés e os pés na cabeceira. Lençois é um conceito que desconhece. Se está sentada a comer, empurra com os pés, ergue-se como pode, põe o pé para cima, põe o pé para baixo e o prato tem de sair do seu alcance, senão vai parar ao chão. Resumindo? Aposto que deveria usar trela aos 2 anos, tal e qual como eu. É isso, e pedirmos a bica à vez, para segurarmos nela à vez, senão ou vai tudo parar ao chão ou vai ela parar à rua. Conta o meu pai com um ar cansado apesar de já terem passado tantos anos...

Cheirou-lhe!

A M. faz uma determinada careta engraçada em duas circunstâncias diferentes: quando quer uma coisa ou quando é contrariada. Franze o nariz, faz biquinho com a boca, levantando o lábio superior, e respira com força pelo nariz para fazer barulho. Isto aplica-se à comida - se vir o prato dela, mesmo que vazio, começa logo naquilo e a começar a ficar ansiosa porque não chega o que ela quer. Anteontem, fez uma muito gira. Deixei-a no meio do seu puzzle a brincar e fui tratar da papa para o lanche. Ia espreitando pela porta, para a controlar. De repente, numa fracção de segundos, olhei ao longe para a sala e não a vi. Logo a seguir, ouvi barulho, olhei para baixo e lá estava ela: à porta da cozinha, de gatas, com aquela careta dela, a respirar violentamente e a olhar para o prato da papa enquanto ficava extremamente impaciente. Parecia um cão de caça que tinha descoberto a toca do coelho! O que vale é que a minha gargalhada provocou um sorriso e um breve relaxar...

Um verdadeiro perigo

A M. já calcorreia a casa a gatinhar. Já não se pode deixar no meio do puzzle, no meio da sala, pois em segundos põe-se de joelhos e vai ter connosco. É um facto desde há 2 dias. Acabou-se o sossego...

Malvado João Pestana!

Também já aderiu - birras de sono. Daquelas grandes, inexplicáveis, cansativas. Agora, quando tem sono, resiste como gente grande não consegue. Chega ao cúmulo de dormitar uns minutos e depois fazer um último esforço para chorar e acordar, dando um safanão com a cabeça para espantar o sono. E consegue. Chora, chora, chora, esfrega os olhos, esfrega a Lola na cara, pende a cabeça e continua a chorar. Nunca vi tamanha teimosia (foi somar a minha e a do pai juntas). Já não adormece calmamente na cama dela, mas também não ao colo. Fica num estado de excitação tal, que parece um radar a virar incessantemente para o lado de onde vem uma luz ou um som. Ontem, adormeceu aos soluços ao colo do B. Hoje, tomámos rédeas e por isso adormeceu na cadeira de comer (já tinha quase adormecido na cama) com ar de má, os olhos a revirarem para não se fecharem e com trejeitos na boca de quem ameaça o choro. Para quê tornares a coisa tão difícil, filha?!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Meus amores

Li no outro dia num jornal que está provado que as pessoas que não conseguem dizer "amo-te", "preciso de ti" e outras expressões do género, foram modeladas pela sua própria educação. Ou seja, quando em casa não se exterioriza estes sentimentos por palavras, mesmo que as acções o demonstrem sem sombra para dúvidas, as crianças não aprendem e reprimem essa capacidade. Confirmo. A partir dos meus 12 anos, altura em que a minha avó também deixou a nossa casa, deixou de haver qualquer demonstração do que quer que fosse nesse sentido. O meu pai era e é incapaz de ultrapassar essa barreira, que ele próprio construiu com a viuvez, ao ponto de eu ficar impressionada por o ver despedir-se da neta com um beijinho (mesmo que a fugir). Eu, durante anos, não fui capaz de o fazer. Sou pouco meiga ou carinhosa, e só mesmo o meu marido é que teve direito a exteriorizações orais. Nunca fui de fazer festas às amigas e quando choravam tinha uma dificuldade monstruosa em abraçá-las. Esforcei-me por ultrapassar tal entrave, mas estou consciente que não fui muito bem sucedida. Nasceu a filha. Os sentimentos foram progressivos e não imediatos. Não foi logo que eu afirmei "é minha e muito minha e por isso é a mais linda e a melhor do mundo". Ao ler aquela notícia, em introspecção, revi-me no meu pai e assustei-me ao concluir que provocaria o mesmo nela, como que um círculo que se fecha. Fiquei a matutar no assunto uns tempos. Até que me apercebi. Nunca lhe disse "amo-te muito filha", e garanto que já tentei e não saiu, mas... Passo a vida a chamá-la de "meu amor", "minha pipoca", pergunto-lhe vezes sem conta "quem é a coisa boa da mãe?". Enfim, sem dar por ela, a M. conseguiu mais um pequenino milagre, que não me pensei ser capaz. Por isso, encho-me aqui de coragem e deixo escrito num sítio que nem o mar, nem o vento, nem o tempo apagam - Amo-te muito filha, como algo que doi cá dentro sem fim. Amo-te muito meu querido, sempre mais, apesar do que passou e ainda há-de passar. Pronto já disse. Já só falta dizê-lo em voz alta para que hajam testemunhas.

... o segundo ditado

Disse-mo uma senhora que afirmou que não acreditava em nada disso quando lho diziam em nova - "então alguma vez depois de criados davam mais trabalho do que enquanto pequenos, quando precisam de nós para tudo?!". De facto, é difícil imaginar que todo o trabalho agora preciso seja superado em dificuldade já em adultos. Acredito piamente que sim. Em circunstâncias de desigualdade, pois já não se controla nada, apenas podemos dar o apoio que nos é pedido. Isto quando pedem, o que nem sempre acontece. Daqui, extrapolo de mim para a M. Hoje em dia, a nossa família é composta pelo B., a M. e eu. Não se estende aos nossos pais por vários motivos - uns por causa do orgulho que impede sequer laços de cordialidade, outros pela distância. Hoje em dia, sentimos-nos um tanto ou quanto isolados, abandonados até. Não há o almoço ou o jantar em casa dos pais, não há um baby sitter natural para uma ida ao cinema ou para um dia mais complicado, qualquer favor que seja feito é encarado (pelo menos por nós) como isso mesmo, um favor e não algo normal entre gente que se gosta. É sempre tudo muito difícil. Dou por mim a rebentar de saudades da minha mãe, que já cá não anda desde os meus 10, mas que fantasio, tornaria com toda a certeza tudo isto em algo bem diferente. Por isso mesmo, prometo-te M., do fundo do meu coração, que sempre, mas sempre, estarei lá, seja quando for, porque for ou com quem for. É a minha promessa, com a firme convicção de que aquela senhora tinha toda a razão. E se algum dia me esquecer desta promessa, que quem é hoje minha testemunha mo recorde com toda a veemência na altura.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Dizeres

Aprendi dois com os velhotes de ontem: "mãe deve dar asas para voar e colo para voltar" e "filhos criados, trabalhos dobrados". Dois bons ensinamentos. O primeiro parece-me óbvio, apesar de nada evidente de cumprir. Em algumas circunstâncias, dar asas para voar é algo de intrinsecamente contrário ao que de mais fundo está no nosso ser - o desejo de protecção é enorme... Bem sei que é necessário contrariá-lo permanentemente e com o tempo essa necessidade vai aumentar exponencialmente. No entanto, parece-me a mim que mais ou tão difícil do que dar asas é dar o colo depois. Tantas e tantas vezes que nos irá contrariar, achando que está a fazer melhor, para depois perceber que afinal tínhamos razão. Para alguém como eu, que gosta de impor a sua razão, não vai ser pêra doce, mas fincarei pé contra o meu feitio para ter sempre o meu colo pronto, sem o típico "eu bem te avisei". Parecendo exagero, mas garanto que é uma coisa que já lhe vou prometendo agora baixinho ao ouvido. Farei o meu melhor para não pecar onde o meu pai e outros nessa mesma função pecaram. Quanto ao segundo ditado...

Ser pai é...

Já estou a vê-lo, tal e qual :) (passo a publicidade!!!)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Encontros de 3ª idade

Ontem e hoje a ama da M. ficou doente. Fiquei eu em casa a tomar conta dela. Ontem, o passeio da manhã foi perto de casa, por entre prédios e ruas vazias. Hoje achei que merecíamos melhor e por isso levei-a à Quinta das Conchas, um jardim público simpático e muito verde. Fomos logo cedo, artilhadas para lá passar a manhã até à hora do almoço. Foi engraçado ver o encontro de gerações - maioritariamente, só se viam avós com os netos. Uma data deles, com as brincadeiras e conversas típicas de avós. Uma senhora que mal se mexia, estava a ajudar a neta de um ano a aprender a andar "Ummm, doiiissss, três!" - é fantástico a energia e força que se arranjam quando se trata dos nossos. Passeei por entres as árvores, fazendo metade da Quinta, até que a M. adormeceu. Encostei-me a um banco e folheei uma revista que levava comigo até ela acordar. Parece que ela adivinhou que devia aproveitar aquele bocadinho e antecipou o fim da soneca. Calcei-lhe os sapatos, tirei-a do carrinho e fiquei ali na brincadeira com ela. Sempre que passava alguém, ela metia-se olhando fixamente e sorrindo. A maioria ria-se e seguia, alguns acenavam e outros pararam para se meter com ela. Umas quantas senhoras riram-se, falaram, deram conselhos e acima de tudo recordaram. No fim, iam embora contentes e de cara iluminada a comentar "Mas que simpática", dando uma última olhadela para trás. Assim, ontem, conseguimos fazer uma quantidade de velhotes felizes. Fiquei com a nítida sensação de que a maioria dos que pararam eram solitários sedentos de uma conversa qualquer, quanto mais de uma bebé sorridente que lhes fez a festa por algo tão simples como um olá. Quando viemos embora, vinha babada e cheia. Babada por todos terem adorado tanto a minha filha. Cheia de uma sensação positiva de ter feito a boa acção do dia.

Santa Madalena

É hoje o seu dia. 22 de Julho é o dia em que se celebra a memória de Maria Madalena. Disse-mo uma velhota encantada com os seus sorrisos.

Levantou-se!

Foi ontem, cá em casa, enquanto eu distraída via as notícias na televisão. Quando dei por ela, estava de pé agarrada a mim. Tinha conseguido amarinhar por mim acima até dar um gritinho de vitória por estar de pé. E já não o faz atrapalhadamente!

Areia + terra = delícia

Este fim-de-semana fomos até à Figueira para fazer praia com a M. A experiência anterior tinha sido positiva, com areia pela boca adentro à mistura. Desta vez, repetiu-se. Assim que se apanha em cima da toalha, a M. começa a gatinhar velozmente até à ponta para chegar à areia. Aí, fica deitada de barriga para baixo e vai levando punhados, sim, punhados, de areia à boca. Eu sento-a e ela fica satisfeita a comer e a lambuzar-se com a areia. Ora mete uma mão-cheia dela, ora chucha no dedo, como se a areia fosse açucar. Na manhã de sábado, foi controlado porque o sono era muito e a tentação da água era maior. À tarde, acabámos por vir embora da praia por já não saber o que fazer para a impedir de comer mais. É que o que é demais, é moléstia! Chegados a casa, e por estar um tempo óptimo, estendemos um edredão velho no jardim e pusemo-la à sombra da palmeira. Pior a emenda do que o soneto! Não satisfeita com o lanche de areia, achou que precisava de rematar com um repasto de terra! Gatinhou até à ponta e começou a comer torrões de terra... Foi uma guerra pegada entre mim e ela - ela arrancava relva, apanhava caruma, raízes cheias de terra - tudo para a boca. Acabou à hora do banho com uma M. toda suja, com as unhas pretas e os pés negros, mas feliz.

Pão e bolachas

De manhã, quando iam a sair, a minha sogra deitou cá para fora mais uma das suas sabedorias de avó: se lhe derem uma códea de pão ela fica entretida por um bocado. Por isso, o B. vai e dá-lhe um bocado de pão. Fiquei em casa sozinha com a M. que claro está, no meio de muita chafurdice, foi comendo o pão. Quando acabou, chorou. Só para não variar. Vi-me e desejei-me para a calar... À tarde, na praia, a minha sogra, como verdadeira avó que é, desempenhou bem o seu papel e levava bolachas, leitinho de pacote e iogurtes para toda a gente. A M. viu passar uma bolacha Maria em frente do nariz. Começou a ficar frenética, como sempre que vê comida. O pai deu-lhe uma. Ficou a roê-la pacientemente, com aqueles dois dentinhos dela, até a bolacha desaparecer. Desatou num berreiro logo a seguir. Eu neguei a segunda bolacha e a avó a contra-gosto respeitou, dizendo que não percebia nada destas modernices de agora. Como a M. não se calava, o B. ignorou-me e deu-lhe outra bolacha, enquanto a minha sogra dizia com um ar satisfeito "as avós têm sempre razão!". A terceira e quarta bolachas foram inevitáveis. Depois impus-me e acabaram-se. Para a calar, foi simples - o pai pegou nela e pô-la na piscina de água gelada que o tio tinha enchido para ela e para a prima. Espero que rapidamente percebam que os snacks entre refeições são dos piores hábitos alimentares que podem incutir numa criança. Senão lá vou eu ter de ser a má outra vez...

Domingo com os avós

Foram matar saudades da neta a Quiaios. Já não a viam há um mês, por isso, eram mais que muitas. Ao chegar no sábado à noite, mal se lembraram que também lá estávamos. Foi preciso o B. recordar a mãe com um olá de chateado - filho também se sente! :) Depois andou no colo de um e no colo do outro. Eu passei a pasta e aproveitei para poupar as minhas costas. No domingo, os meus cunhados apareceram com as filhas, assim como 3 irmãs da minha sogra e respectivas familias. Por isso, os meus sogros pouco gozaram a neta. À tarde, fomos à praia. A avó encarregou-se dela e por incrível que pareça, a M. até se esqueceu de comer areia! Fartou-se de brincar com a prima mais nova, que só tem um ano e meio a mais e uma paixão assolapada por ela. E desta vez a M. retribuiu. Quando se vêm é uma loucura! Uma ri-se, a outra corresponde e depois fazem um "mi-mi" uma à outra. Parece-me que vão ser melhores amigas. À noite, a avó para se despedir, pegou nela ao colo (não sem antes tomar um banho a correr porque estava "toda suja e molhada") e ficou distraidamente na conversa comigo. Quando demos por ela, já tinha adormecido de cansaço da azáfama daquele dia de praia e família. A avó passou-a ao pai para a deitar, chamou o marido para dar um beijo à neta, que ele fez a rir de nervoso, e depois despediu-se com um beijinho triste, já cheio de saudades até um próximo fim-de-semana.

Cheia

A M. é boa boca. Não se nega a nada que tenha a ver com comida. Mas nada mesmo. Há uns dias, tentámos ameixa. Era ácida e amarga, por isso o B. experimentou misturar uma banana para adocicar. Eu provei e fiz uma careta. Achei que era desta que ela se ia recusar a comer. Acham? Nem por isso. Comeu tudo! Ou melhor, ficou a meio, mas aquilo era enjoativo e imenso, por isso vai dar ao mesmo. Para saber se já está cheia é preciso saber ler os sinais. Vamos-lhe dando colher a colher, até que começa a mastigar a comida (que está desfeita). Pergunto-lhe se já não quer mais, ela sorri para mim, e se eu lhe mostrar outra colher, ela prontamente abre a boca. Ou seja, mesmo cheia, continua a comer. O sinal definitivo é quando ao engolir faz cara de agoniada. Faz careta e abre a boca para a colherada seguinte. Então, eu já sei que está na hora de parar... Glutona!

Índia

Este fim-de-semana ensinei-lhe um novo truque. Como agora passa a vida a passar a mão em frente à boca enquanto faz barulho, lembrei-me e tentei. Comecei a bater com dois dedos em frente da boca dela, enquanto lhe dizia, "Faz tu! Ahhhhhhh! Faz tu!". Não é que ela percebeu! Começou a fazer "ahhh" e quando viu que aquilo fazia um som diferente achou graça e continuou. Agora basta começar a bater com os dedos na boca e dizer-lhe "Faz M, faz!" E ela faz-nos a vontade. Depois continua sozinha, embora desajeitadamente. Agora temos uma índia cá em casa!

Parece uma tábua

Sempre que a tentamos sentar - no ovo, na cadeirinha de passeio ou na de comer. Pegamos nela ao colo, aproximamos-nos da dita e ela, sem tuge nem muge, estica-se toda. É uma trabalheira para a sentar. Por vezes, engano-a com beijinhos no pescoço enquanto a desço e levanto, mas é uma brincadeira que está a ficar esgotada - ela já antecipa. O normal é uma quantas descidas infrutíferas com ela tipo tábua, até que lá lhe conseguimos dobrar as pernas e sentá-la à força. Escuso de dizer que chora a seguir, certo?

Levou uma esfrega!

O avô e a tia estiveram fora um mês, por isso quando regressaram, a primeira coisa que fizeram foi visitar a M. Liguei de manhã para o meu pai, e durante o telefonema apercebi-me pelos barulhos de fundo que estava ao pé dela. Vieram de manhã, foram almoçar e à tarde, a tia regressou até às 19h. O meu pai deixou-a cá, enquanto tratava do passaporte (vai um mês para Macau em Outubro - sem comentários!) e depois veio despedir-se da M. e buscar a minha tia. De manhã, foram passear com ela à rua. Pensei eu que com o carrinho. Não... Levaram-na ao colo, e foi à vez. Agora pegas tu, agora pego eu... Depois, foi a minha tia que lhe deu a sopa do almoço e o biberão da água - para variar mal e por isso, encharcou-a ao ponto de ser preciso mudar-lhe de roupa. À tarde, quando eu cheguei foi preciso a minha filha ter um ginete para ela perceber que queria dar-me as boas-vindas... Resumindo, não dormiu sesta nenhuma, com toda aquela excitação e estava eléctrica com tanto apaparicanço exagerado. À noite, esteve a chorar 2 horas, com birra de sono, de sobre-estimulada que estava. Tentei de tudo: acalmá-la ao colo, pô-la na cadeirinha, no tapete com os brinquedos, na cama dela com a Lola. Nada resultou. Desisti e pu-la em cima da nossa cama, deitei-me ao lado e deixei-a cansar-se. Rolou, rebolou, sentou-se, deitou-se, vezes infindas, sempre a chorar. Fui-lhe massajando as costas como podia e fazendo festas na cabeça, para a ajudar a acalmar-se. Acabou por adormecer de gatas, a afocinhar no meu peito, e chorando baixinho, de olhos fechados, enquanto recebia as minhas festas na cabeça devagarinho. Foi o cabo dos trabalhos para me levantar e pegar nela para a deitar sem a acordar. Com isto, descobri que as mães também aprendem a ser malabaristas!..

Lágrimas

Pela primeira vez, saltaram-lhe duas bem gordas cá para fora. Foi na 5ª feira passada, quando a tentei pôr no ovo, no carro. Como de costume, começou a chorar porque não queria. Então o colo é tão bom! Ao obrigá-la a sentar-se, no meio do choro, apareceram - uma em cada olho, bem molhadas... Fiquei com mais um bocadinho de remorsos... Limpei-as com o dedo e fiz um miminho extra para recompensar a frustração. Desde então, quando quer chorar, mesmo que por birra, por vezes lá lhe saltam para fora aquelas mesmas duas lágrimas. Ficam-se pelo olho, molhando apenas as pestanas. Ainda não se atreveram a cair.

Gatinhar

Já o faz à séria desde a semana passada. Na praia, para chegar à areia até parece que liga o turbo!...

Dentinhos

Depois de comer limpo-lhe sempre a boca e os dentes com uma compressa molhada. De todas as vezes, pergunto-lhe pela boca ao que ela estica a cara e fecha a respectiva, para eu passar a compressa. Depois pergunto-lhe onde estão os dentinhos. E ela com um ar muito sabido, abre a boca e deixa passar aquela coisa branca e molhada para trás e para a frente. Parece que gosta - menos mal.

domingo, 13 de julho de 2008

Quando chegamos a casa

Quando sou eu, recebo um sorriso enorme e fica num desassosego enorme para vir para o meu colo no segundo a seguir, exigência que se não for cumprida à risca pode comportar algum choro. Agora quando o pai chega... Normalmente, está no chão ou em cima da cama a brincar comigo. Mal o vê, ri-se e faz de burrinha velha. Depois numa agitação só, costuma virar-lhe as costas, esconder a cara em mim, mesmo que para isso tenha de se pôr de gatas para "fugir", e rir-se imenso enquanto espera que o pai se meta com ela. Ele satisfaz e encosta a cara nas suas costas, enquanto lhe diz um "Olé!!!" sonoro. O resultado? Costuma ser uma gargalhada e o desafio para a palhaçada. Nem imagino daqui a uns anos...

Miiiaaaaauuuuuuuuu!

Li num livro que nesta idade se deve estimular imitando os animais. Por isso, alinhei na brincadeira e comecei: "como faz o cão? Ão! Ão! Ão! Como faz o gato? Miau! Miau! Miau!" e por aí afora. Uma vez, lembrei-me de variar um bocadinho, e por isso, ao imitar o cão a ladrar, fiz que a queria afocinhar no pescoço. Como ela gostou, ao fazer de gato, imitei o meu gato Mico que se roçava total e completamente em nós. Assim, que comecei a roçar-me na barriga, vi o deleite na sua cara. Franzia o nariz, sorria, dava guinchinhos, enfim, adorou. A partir daí, como é óbvio, passei a fazer sempre assim. Uns dias depois, o pai viu o como ela gostava. É vê-los aos dois. Um a encolher-se todo, a rir ou mesmo a gargalhar, e o outro feliz a roçar-se pelas suas costas, pela barriga, pelo pescoço, eu sei lá. Hoje em dia, basta o B. fazer "Miiiiaaaauuuuuuu!" com cara de malandro e a M. já está encolhida e pronta para a brincadeira.

Mamar sentada

A M. agora mama e senta-se intermitentemente. Até enerva! Mama, senta-se, puxa-se para o centro, mama mais um bocadinho e senta-se. Está o tempo todo nisto. À conta da brincadeira, ontem, conseguiu uma proeza: estava-me a preparar para a mudar de lado, eis senão quando, a madame já sentada, decidiu não esperar e afinfou-lhe. Resumindo ficou sentada no sofá a mamar e só assim sossegou. E esta, hein?!

Marsupilami

O boneco preferido da M. ainda é a vaquinha Lola - o seu dodo de eleição para dormir. Mas não fosse ela filha de uma fã de BD, especialmente francófona, também escolheu para seu melhor amigo o Marsupilami. Um peluche que me foi oferecido em tempos de faculdade, que sempre ficou, junto com o Daffy Duck, no quarto de visitas, que é agora o seu. Passa horas a roer aquela cauda infinda e adora que eu imite o bicharoco, pondo-o aos saltos à sua frente, enquanto digo "Houba! Houba! Houba!".

sexta-feira, 11 de julho de 2008

De barriga para baixo

Não é suposto, mas é inevitavelmente assim que ela dorme... Quando acorda, a sua posição preferida é pôr-se de gatas. Assim como assim, já está meio trabalho feito!

Atravessada

Passa as noites nisto - destapa-se com os pés e depois vai rodando. Mexe-se e gira, remexe-se e gira mais um bocadinho. De tal forma que as vezes que acorda durante a noite é por ter ficado de cabeça para baixo ou entalada na cama. Entalada no sentido literal: fica perpendicular à cama, com a cabeça enfiada no protector e os pés para cima... Depois, refila, pois está claro!

Em honra ao quintaldascouves...

O mail que me enviaram...

Um dia, a rosa encontrou a couve-flor e disse: "Que petulância chamarem-te de flor! A sua pele é áspera e a minha lisa e sedosa. O seu cheiro é desagradável e o meu perfume sensual e envolvente. O seu corpo é grosseiro e o meu delicado e elegante... Eu, sim, sou uma flor!". Ao que a couve-flor respondeu: "Querida....o que adianta ser tão linda, se ninguém te come..."

8 meses

8,140 kg. Evoluiu menos, mas evoluiu. Vamos esperar pela consulta de rotina dos 9 meses para ver, foi a sentença da pediatra hoje. Para mim, como aliás para a médica, está uma grandalhona e não parece nada que esteja pouco crescida - já veste roupa para 1 ano há mais de 1 mês, e tenho cá um palpite que a meio do verão vou ter de comprar mais roupa...

Espertalhaça!

Continua a tentar saltar a meio da sopa para a fruta. Esta só pode aparecer quando a sopa acaba, senão temos o caldo entornado. Hoje isso aconteceu a 2 colheres do fim do primeiro prato. A M. começou logo a virar a cara. Tentei enganá-la: fiz de conta que punha a colher na taça da fruta e dei-lhe a penúltima colherada. Abriu logo a boca e comeu. Quando percebeu que não era doce, voltou a virar a cara. Tornei ao meu estratagema para a última dose. Saiu gorado - a M. já não caiu na artimanha... Como diz o ditado: à primeira cai toda a gente, à segunda só cai quem quer e à terceira só quem é burro. Parece que se aplica a bebés de 8 meses...

Pai consolado

O B. andava um pouco desgostoso por a M. dar-me preferência em certas circunstâncias. Ela lá deve ter percebido os seus sinais, pois fez-lhe a vontade. Ontem, estava ela no parque, quando o B. se levantou do sofá. Como ele seguiu caminho e não lhe ligou nenhuma, chorou e rabujou de descontentamento. Depois disso, estava ela no meu colo, e de repente quis ir para o pai, com um ar muito satisfeito, deixando o B. encantado da vida e com um ar de "ora toma!" para mim. Hoje de manhã, foi a cereja no cimo do bolo: a ama quis tirá-la do seu colo e a M. chorou. Nem comigo fez isso. O pai, todo ufano, explicou à ama com ar entendido, que agora a M. estava assim, só o queria a ele e que já no dia anterior tinha feito o mesmo. Eu olhei para a cara da ama e estava espelhada a expressão "não me posso rir, não me posso rir". Foi preciso eu brincar com a coisa, para ela se desmanchar...

Não se importa nada!

O tira e põe da chucha de vez em quando tem resultados engraçados: agora põe aquela na boca de qualquer maneira, até com a tetina para fora e a argola para dentro. Julgam que se importa? Nada disso. Fica a olhar para nós com um ar muito feliz, como se tivesse conseguido uma grande proeza, com a tetina a dar, a dar, para cima e para baixo, enquanto ela chucha na argola... É de chorar a rir!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Água versus Chá

O B. está "impedido" de dar sumos "naturais" à M. - um dia liguei à tia enfermeira, que prontamente se pôs do meu lado e quase que o insultou por tamanha tontice. Mas... Deu abertura ao chá - "Água! Se quer dar outra coisa, dê-lhe chá. Daqueles sem açucar da Milupa ou Nutriben", disse ela. É claro, que o seu objectivo era dar água à M. e de vez em quando chá, se ela insistisse em não beber grande coisa de água. A ama já conseguiu dar-lhe a volta, e agora bebe lindamente água, por isso já não são precisos truques. Mas coitadinha da menina, então vai agora ficar só a água?! Obviamente, chegou a casa no dia seguinte com o dito chá - à base de camomila, para ajudar a dormir (como se a M. precisasse de tal coisa...). Ela adorou. Não, amou! Pela-se por um bom chazinho, e assim que vê o biberão vir até se abana toda! Deu jeito com a febre - a ingestão de muitos líquidos é muito importante, e enquanto que a água vai aos bocadinhos, já de chá, marcharam 150 ml de uma só vez...

Está feito o diagnóstico

A febre baixou ontem ao final do dia e hoje de manhã já estava óptima. Fui à pediatra por descarga de consciência, que depois de a examinar identificou o problema. Afinal, a pediatra das urgências tinha acertado com o seu palpite (afirmou que não era vidente, mas que quase que apostava que iam aparecer borbulhinhas pelo corpo inteiro 2 dias depois) - hoje à tarde, antes de entrar para o consultório, fui mudar a fralda e vi uma quantidade imensa de borbulhinhas na barriga da M...

"O exantema súbito, também conhecido por roséola infantil, febre dos três dias ou sexta doença, é uma doença infecciosa aguda típica da infância, causada por um vírus da família do vírus herpes, típica da infância, que ocorre quase sempre entre os seis e os doze meses de idade, com alguns casos mais raros no segundo ou terceiro ano de vida. Tem um início repentino com o aparecimento de febre alta (39.5º/40.5º), diminuição do apetite e irritabilidade associados à febre, sem outros sintomas. A febre alta mantém-se durante três a quatro dias, havendo um contraste entre a intensidade da temperatura e o aspecto da criança que não aparenta estar gravemente doente. Nas crianças predispostas o início súbito da febre e a sua intensidade podem desencadear uma convulsão febril. Ao terceiro ou quarto dia de doença a febre, até aí elevada, desce rapidamente e desaparece, podendo excepcionalmente manter-se por mais um ou dois dias. Coincidindo com a descida ou desaparecimento da febre surge uma erupção na pele, que se espalha do tronco para o pescoço e para os membros superiores, poupando a face e os membros inferiores. A erupção é constituída por pequeninas manchas de cor rosada, por vezes ligeiramente salientes, que se atenuam com a compressão e desaparece um ou dois dias depois de ter surgido, sem deixar marcas."

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Preocupação genuína

A ama antes de ir embora na 2ª deu-me uns quantos recados de mãe para mãe. Não saiu sem lhe garantir que lhe iria dar um banho morno. À noite, ligou para saber da M. Deu-me um toque às 22h e esperou a retribuição. Quando chega de manhã vem com cara de preocupada e ontem achava melhor levá-la ao médico. Hoje já mandou um sms aos dois a dizer para não nos preocuparmos - a M. já está a brincar e apesar da febre se manter, parece estar a querer baixar. É reconfortante saber...

Continuamos na mesma

Na 2ª feira a febre manteve-se, rondando os 38º. Fui trabalhar e a ama ficou a controlar a coisa. Parece que propositadamente, quando cheguei a casa, num ai, a febre subiu para 38,9º. A M. estava no colo da ama e nem parecia a minha filha - prostrada, quase inerte, sem reacção e a fazer queixinhas de mansinho. Partiu-se-me o coração. Não chorei porque a ama estava lá... Liguei para a pediatra, que me disse que já estava muito cheia nesse dia e que de qualquer forma não parecia nada de dramático. Quando insisti e disse que a M. estava irreconhecível, lá me disse para levá-la ao hospital, até porque exames só aí mesmo. Não gostei. Liguei para o B. e disse que me ia pôr a caminho, ao que ele me pediu para esperar por ele. Nos entretantos, lembrei-me de tentar a tia enfermeira. Desta feita, atendeu e acalmou-me. Orientou na medicação e nos banhos tépidos - esperar mais um dia que a coisa ia correr melhor. Um pouco mais descansada, não fui. À noite, continuava igual. Febres altas, à roda dos 39º. Mais nenhum sintoma. Nem diarreia, nem falta de apetite, nem vómitos, nem choro de dores. Só febre. A tia enfermeira voltou a acalmar os dois e aguardámos. Essa noite não foi simpática. Deitei-me às 3h20 depois de ela adormecer (só possível na cama de visitas comigo ao lado) e acordei quase de hora a hora para ir controlar a temperatura. Ontem. Teimosamente, persistiu à volta dos 39º. O pai decidiu levá-la ao hospital, apesar de a pediatra e a tia enfermeira dizerem para aguentarmos até hoje. Por descargo de consciência... Eu já sabia o que iria ouvir: deve ser viral, continuar com o Benuron e o Brufen e aguardar. Dito e feito. Serviu para saber que era melhor reduzir a dose de paracetamol diário, tendo em conta o peso e a idade, mudando-se do supositório para o charope de Benuron. Confesso que fiquei na dúvida se é mesmo assim - ela nem a pesou para fazer contas! Adormecer foi um castigo: dois dias com colo e companhia deixam a sua marca. Berrou na cama 40 min, apesar de ter a minha cara encostada à dela e das massagens nas costas que quase que surtiam efeito, para logo a seguir haver mais uma resistência ao João Pestana, e acabou por se ficar. Hoje, voltou a acordar com febre... Amanhã vamos à consulta com a pediatra - já está marcada.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Febre...

Ontem à tarde, de repente e sem razão aparente, ficou com febre. Senti a cabeça encostada ao meu ombro muito quente, medi a temperatura e... 37,8º... O pai entrou em transe e eu não fiquei lá muito sossegada. Pusemos um Benuron, arrepiámos caminho do passeio da tarde e esperámos. Não melhorou. Liguei para a tia enfermeira, que pela primeira vez na vida estava desligada, por isso liguei para a assistência médica da Multicare (não conheço a pediatra o suficiente para saber se as 10h da noite de domingo é boa hora para telefonemas sobre febre). Estes reencaminharam a chamada para uma médica de um país de leste, que quase ininteligivelmente me disse para alternar Benuron com Brufen e estar atenta à temperatura: se passasse dos 38º levá-la logo para as urgências para pôr a soro, senão podia ter convulsões... O que vale é que não lhe dei importância (a pediatra hoje só fez um comentário a tal conselho: "Disparate! Ignore"). O B. foi comprar o Brufen, pus-lhe o supositório à meia-noite e deixei o charope para as 4h - é mais fácil. Pôr o supositório foi complicado. Quase que chorei com ela... À conta disso, ontem a M. mamou outra vez à noite, antes de se deitar. Já se estava a deixar disso - foram 4 noites seguidas a dormir entre as 9h e as 10h, depois de jantar. Deixei-a no mimo daquele colinho bom, mas não adormeceu, por isso, quando achei que já passava demasiado tempo a mais, tirei-a e ela chorou. Não resisti. Com febre e a refilar de mau-estar, a querer miminhos legitimamente, deixei-a ficar ao colo até adormecer. Quer dizer, não foi bem até adormecer, porque o B. já estava em pulgas para dar miminhos também, por isso, passei-lhe o testemunho e adormeceu-a ele ao colo. Às 3h levantei-me para a virar na cama e às 4h para lhe dar o charope. Hoje de manhã, ainda estava igual...

Burrinha velha

Descobri, ou melhor associei, uma das brincadeiras da ama com uma expressão da M. Já aqui escrevi um post do rir com o nariz. Foi a amiga Lúcia que ensinou a fazer de burrinha velha.

domingo, 6 de julho de 2008

Olhos da avó

A M. é toda pai. Já sei. Não bastasse eu vê-lo a milhas de distância, não há ninguém que a veja e não o confirme imediatamente para satisfação óbvia do pai. Até hoje só a sogra afirma convictamente que a minha filha também tem coisas da mãe (e desde o dia em que ela nasceu). A sua testa alta é indiscutivelmente minha, nem o pai se atreve a dizer que não. Eu acho que os olhos também são. Tudo me nega a ideia, com excepção de algumas pessoas. Estas, a minoria, têm todas algo em comum: conheceram a minha mãe. Quando vêm a M., descobrem nela os olhos risonhos da avó, que por sinal também são os meus. Parece que a M. tem o mesmo traço que eu - em criança tudo me dizia que eu era toda pai, mas havia qualquer coisa da mãe em algumas expressões e apenas nisso. Com o tempo, já de adulta, de repente, tudo me diz que sou tal e qual ela, especialmente nos olhos sorridentes. Ontem, conheci uma antiga colega da Rute, sua grande amiga de há 30 anos, que assim que me viu, a primeira coisa que me disse foi "Eu conheço esses olhos! Como eu conheço esses olhos!". Depois, quando lhe mostrei as fotos da M., na primeira negou - os olhos eram do pai. Na segunda, com a M. a rir, parou, olhou melhor e sorrindo disse-me: "Não. Afinal os olhos sorridentes são da avó...". Fiquei feliz...

Sentou-se depois de mamar

De manhã, o normal é, no final, começar a chorar desalmadamente porque quer mais mimo, no aconchego do meu regaço, a mamar. Hoje foi inédito. Antes do fim do tempo regulamentar, parou de mamar, sentou-se e começou a brincar com o comando de televisão. Dei-lhe a chucha e ela sorriu para mim, continuando com o seu entretém. Está mesmo a ficar crescida....

CD dos Concertos para bebés

http://www.concertosparabebes.com/guestbook/musica.php Já o tenho. De frequência assídua, a M. gosta dos espectáculos, por isso arranjou-se o CD. Pusemos hoje de manhã a tocar pela primeira vez. Assim que começou, parou e ficou muito atenta a tentar perceber de onde vinha o som. Depois, começou a rir-se e a fazer sons de quem estava a gostar. Cantámos para ela (é suposto, segundo-se as orientações do disco) e ela interagiu imenso. Ao almoço, voltei a pôr o CD. Foi a primeira vez que a M. não desesperou entre colheres - estava muito mais calma e nem chorou no final, por já ter acabado. Recomendo. Indicado dos 0 aos 3 anos. Prrrrrrr!....

Já ouvi!

Diz mesmo! "Ma-mã". Quero lá saber se são sons sem nexo! "Ma-mã", "Ma-mã", "Ma-mã"!!!!

Hormonix

É suposto ficarmos meias acéfalas a partir do 7º mês de gravidez, estado que se vai agravando até aos 6-7 meses da criança. Tem tudo a ver com as hormonas e a preparação natural do nosso corpo e cabeça para a recepção de um novo ser, totalmente dependente de nós. Tudo o que não tenha a ver com bebés torna-se um pouco mais incompreensível. Confirmo. Passei por isso. Se por natureza já sou meia disléxica e troco-me toda com as palavras (espectafacular e caixão do lixo são das mais famosas) e muito trapalhona, depois fiquei parva de todo. Perguntas óbvias e muitos disparates depois, acho que já recuperei a minha inteligência a 98%. Agora, o pai... Talvez por contágio, talvez por ser tão dedicado ou mesmo e apenas e tão só por estar a ficar mais tonto, tem ido uns episódios engraçados. Os mais recentes foram com a chucha. Vai pegar na filha ao colo, e como tem a chucha na mão, entrega-ma para eu segurar. Até aqui nada a apontar, não fosse o facto de já por duas vezes, ao estender a mão e dizer "Segura", não o fizesse direccionado para a minha boca!...

sábado, 5 de julho de 2008

Sal

Depois de lhe molharem os pés no mar, fica sentada na toalha a brincar. Descobriu que se chupar o dedo grande do pé sabe-lhe a algo diferente. Agora é vê-la a chuchar o pé para provar o salgado do mar em primeira mão...

Bolachas

O B. comprou-lhe umas da Milupa para experimentar. Devora em três tempos e no final, o bocadinho que sobra escondido dentro da mão leva a uma crise de nervos. A M. vai roendo, roendo até chegar à mão. Como ainda não aprendeu a a abrir, enerva-se porque sabe que está lá, mas não sabe como lá chegar. É vê-la a chorar à séria depois de umas quantas tentativas frustradas com a mão para cima e para baixo em frente à boca de punho fechado. Criança sofre...

Remoinho

Tem um no alto do cucuruto bem demarcado. Com caracóis à mistura, já me estou a ver daqui a uns anos à toa para a pentear...

Banana

Hoje o B. lembrou-se de lhe dar banana sem estar esmagada. Até aqui nada de novo, não fosse a minha filha ser uma gasganeira. Abocanhou de tal maneira e a tal velocidade que não me deu tempo de fazer nada, a não ser virá-la ao contrário, porque ela já estava a ficar atrapalhada, sem conseguir respirar... Bolas, que susto!

Quase curada

Finalmente, vejo novamente luz ao fundo do túnel! A mama direita já está outra vez quase curada, depois de mês e meio em greta... Ela só mamar uma vez por dia fez efeito.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Não mamou

Ontem à noite, adormeceu às 9h. Achei que ia acordar por volta as 10h como de costume e manter-se acordada até à hora da mamada. Passaram-se as 11h, as 11h30 e a meia-noite. Nem dava sinal. Fui espreitar e dormia tranquilamente. Fiquei sem saber o que fazer. Perguntei ao B. o que ele achava, que me respondeu que também não sabia. Acordar ou não acordar, eis a questão. A dúvida era só uma: será que ia acordar de madrugada por não ter mamado antes de ir para a cama? Depois de lhe cheirar a fralda, olhei para aquela cara adormecida e decidi arriscar. Fui-me deitar. Tive dificuldade em adormecer e ainda me levantei 2 vezes para fazer coisas - fez-me confusão não ter passado por aquele nosso ritual nocturno. Afinal, só acordou à hora do costume - 8h da manhã. Avisei a ama que hoje não deveria fazer grandes sestas (foi uma noite de 12 horas!), coisa que se confirmou à tarde. Só dormiu um bocadinho depois de almoço. Hoje à noite, parece que vai repetir a façanha. Adormeceu logo a seguir ao jantar e ainda não deu sinal de si. Tenho pena - já não consigo brincar tanto com ela e imagino já os dias sem horário de amamentação, a chegar às 6h30 e só ter aquele bocadinho. É que apesar da falta de tempo para actualizar o blog, para tratar de outras coisas ou mesmo de mim, e do cansaço que representa, a brincadeira depois do jantar já tinha o seu lugar no nosso ram-ram diário. A ver vamos, se à conta disso, não se seca a fonte...

Orelha

Está a descobri-la. Já leva a mão até lá e começa a esfregar ao de leve quando está com sono. Ainda não é mais do que isso, mas dá-me a sensação de que vai evoluir.

Boa noite

A M. destapa-se com uma pintarola a toda a prova. Já aprendi a deixá-la destapada quando a deitamos e só puxar-lhe os lençóis para cima quando está ferrada. Enquanto estou acordada, não me preocupo muito pois está bastante calor. Normalmente, quando me vou deitar, tapo-a, aconchego-a, dou-lhe um beijo, dizendo-lhe sempre o mesmo: "Dorme com os anjos e com a tua avó". Ela dá um suspiro e fica-se até de manhã.

Festas nas costas

Um dia na brincadeira, descobri que a M. adora que lhe massajem as costas. Com dois dedos, percorro cada lado da sua coluna e quando chego à zona lombar encolhe-se toda. Nem se mexe, com a cara enfiada no colchão, de chucha na boca e um semi-sorriso. É algo que a acalma imenso e a adormece facilmente. Toda esta semana foi igual: quando a vou deitar, ela vira-se quase de barriga para o chão, como que a pedir. E eu não resisto. Vou-lhe esfregando as costas suavemente para cima e para baixo até ela adormecer. Depois, venho-me embora, espero uns minutos e peço ao pai para a ir virar porque está com a cabeça quase totalmente virada para baixo. Bem sei que são rituais que se implementam e que depois são difíceis de tirar, mas sabe-nos tão bem!...

Milady

Já quase que se consegue sentar sozinha. De deitada, vira-se de lado e faz força com o braço para se erguer do chão. Depois com as pernas esticadas de lado, com um pé delicadamente posto por cima do outro fica a 80º do chão. Faz lembrar uma milady, que antigamente cavalgava de lado no dorso do seu cavalo.

Quero fruta!

A M. não pode ver o prato e muito menos a sopa. Fica maluca. Torna-se impossível segurá-la e começa a chorar no segundo imediatamente a seguir. Temos de a distrair e não cair na asneira de a levar para a cozinha enquanto preparamos a sua refeição. Como a manha da sopa continua, agora que come na cadeirinha, costumamos dar-lhe a sopa com a fruta meia escondida em cima da mesa da sala. Ela descobriu o truque. Nos últimos dois dias recusou a sopa a meio e chegou a choramingar. Primeiro pensámos que fosse a sopa que tivesse algo de errado. Provámos e pareceu-nos boa e parecida com as que já fizemos antes. Cheia não estava porque ainda ia a meio da sopa e está habituada a comer tudo e a fruta por cima. O B. então experimentou dar-lhe a fruta. Começou a devorar. A menina queria era chegar mais depressa à sobremesa. Contrariada lá teve de comer a sopa primeiro. Hoje não chorou, mas passou o tempo a olhar por cima do meu ombro, para ver se via a taça da fruta por perto. Gulosa!

Meloa

Adora. Da última vez, chorou, mas não como de costume quando acabou. Chorou desalmadamente e não era garantidamente fome, pois comeu mais do que a sua conta. Peguei nela e levei-a à janela a ver os carros, técnica que costuma resultar para o choro da gulosa que quer mais, mas que desta vez não surtiu efeito. Tanto chorou, que no final, fez-me recordar aqueles soluços incomodativos que surgem depois de muito pranto e que ainda demoram a passar. Ainda esteve naquilo algum tempo, coitadinha da minha M.

Gatinhou!

Em cima de algo mole, anda de gatas às arrecuas por escorregar com os pés. No dia 28/06, estava em cima do edredão da avó e tanto se torceu e remexeu que acabou por sair deste para o chão. Eu segurei-a por debaixo do peito para não afocinhar e continuei a conversar distraidamente. De repente, apercebi-me. Ela estava de gatas a avançar pela cozinha. A custo, mas avançou meio metro, de sorriso na cara, com os incentivos do tio e da tia S. Para mim, no fim, até parecia que ela tinha ganho a maratona das Olimpíadas... O pai ficou muito aflito por causa dos joelhos vermelhos. Sem comentários... Hoje ainda precisa de ser segura pelo peito, senão aleija-se à séria com a cara no chão duro (tenho mesmo de arranjar o puzzle gigante), mas vê-se e deseja-se para ir para o chão. Só que está pouco tempo nessa posição. Em muito pouco tempo, tenta pôr-se de pé com a nossa ajuda e quer andar (ou fazer que anda). Desconfio que o gatinhar vai ser por pouco tempo.

Boca de peixinho

É o novo som, ou melhor, o novo movimento que faz com a boca. Abre e fecha, pressionando o maxilar inferior no superior, por forma a ficar com o lábio de baixo meio escondido. Aquilo faz uma espécie de vácuo, que provoca o som de um peixe fora de água. O B. nem conseguia imitar ao princípio. Passa horas naquilo.

Parque

Comprámos uma cama de viagem por ser mais prática do que um verdadeiro parque - dobra-se e arruma-se melhor e é um 2 em 1. O pai achava que era asneira, que ela não ia ficar lá, que ia chorar. De facto, os dosi primeiros dias não foram muito evidentes. Choramingava e esticava-se toda para não a conseguirmos sentar. Com paciência lá a fomos habituando, ficando ao lado a brincar ou a reagir ao que ela fazia. Agora já se deixa ficar, rodeada dos seus brinquedos, em especial do tambor musical, que também um brinquedo de encaixar formas, da Chicco, e que ela agora já consegue pôr a tocar sozinha. E ainda bem. É que já não tenho força para a segurar tanto tempo e com aquela energia toda a mais tem de se entreter.

Mamã!

O pai e ama andavam convictos que a primeira palavra da M. iria ser papá, porque é mais fácil para um bebé o som papapapapa do que mamamamama. Por isso, passavam a vida a repetir o som à M. para ver se ela imitava. E imitou. Ficaram ainda mais convencidos. Eu, por meu lado, de vez em quando dizia-lhe mamã, e não o som continuado. Ontem a M. provou que estavam enganados. Quando cheguei a casa, a ama contou-me: "a M. já disse a primeira palavra! Mamã!". É claro, que logo a seguir, liguei para o pai - provoquei até mais não e ele fez-me a vontade: ficou chateado. Perguntei à ama se tinha sido com intenção ou se tinha sido um som saído ao acaso. Ela respondeu-me que não, que tinha dito apenas ma-mã! Já tentei várias vezes fazer com que ela repita, mas ela sorri para mim e fica muda. Oh filha! Deixa-me ouvir!

Vício

Da chucha. Já o tem bem vincado. Não chora por não a ter, mas se a vê, segue-a com o olhar como uma ave de rapina e avança a cabeça de boca aberta como um reflexo de Pavlov. O que vale é que durante a noite, está a começar a corrigir essa necessidade e já não chora tanto. Por ver a sua reacção, a tia S. ontem, começou a provocá-la. Mostrava-lhe a chucha, roçava-a na boca, dava-lhe com ela nas bochechas e chegava a pô-la dentro da boca. Mas nunca lha dava. Era só um cheirinho. A M. seguia a mão feita maluca, abria a boca, fechava-a quando a sentia a entrar, para logo a seguir vê-la a sair. Imaginei que fosse chorar com a frustração e os nervos. Não! Riu-se e achou piadola à brincadeira. Enervada estava eu de ver a chucha a entrar e sair!!!

Lantejoulas cor-de-rosa

Já referi aqui o Baby Blues. Uma das tiras mostra um passeio do pai à rua com a filha. Em cada sítio onde param, comentam que o menino é muito querido, ao que o pai corrige com ar zangado, "Não é um menino, é uma menina". Quando chega a casa, entrega à mulher a filha e a sua última aquisição: um vestido com lantejoulas cor-de-rosa e sem mais comentários diz-lhe "É uma longa história". O B. sofre do mesmo problema. A M. apesar de até ter uma carinha feminina, por vezes engana. O B. afina sempre que a confundem. Já lhe expliquei que às vezes é pura ignorância, para não dizer outra coisa - já me fizeram a pergunta, estando ela de vestido, collants, sapatos e chapéu cor-de-rosa... Mas ele continua a não gostar. Esta semana, ficou com ela de manhã e levou-a ao dentista. Quando cheguei, estava ela de calção castanho com lacinhos cor-de-rosa e um body branco, com florzinhas mínusculas no colarinho. Um mimo! Antes de fazer qualquer comentário, o pai, que a tinha vestido, disse-me "Hoje fui toda gira para o dentista com o meu pai, mãe. Fiz imenso sucesso!". Enquanto eu comentava que era verdade, ouvi um entre-dentes: "E assim, ninguém me confundiu com um rapaz..."

Ciúmes

Já os tem e comigo. O pai não me pode abraçar com mais força, que ela começa logo a fazer que chora, calando-se quando ele me larga. Ele adora provocar e ela afina sempre, por mais que eu me zangue e lhe diga para não o fazer só por pirraça. O que vale é que depois uma festa e um beijinho de cada um de nós a satisfaz.

Chichi até ao cabelo

No mesmo dia, à tarde fui-lhe mudar a fralda. Como agora refila imenso porque não quer ir para o muda-fraldas, entretive-a com a escova, objecto que ela adora roer e que a distrai imenso nestas alturas. Nos entretantos, a madame achou que era giro fazer chichi sem a fralda por baixo. Resultado: ficou encharcada até ao cabelo e acabou por tomar banho antes da hora...

Vida de mãe é dura!

No sábado passado, a M. acordou como de costume por volta das 8h. Levantei-me, dei-lhe de mamar, mudei-lhe a fralda e levei-a para o nosso quarto para acordar o pai. Enquanto fui e vim à cozinha, o pai conseguiu pô-la outra vez com sono. Estavam os dois deitados na nossa cama, ela do meu lado, e ele a fazer-lhe festinhas na cabeça para adormecer outra vez. O objectivo era dormirmos mais um bocado. Pois... O problema foi quando eu tentei deitar-me na cama. O B. correu comigo porque ia acordá-la. "Espera mais um bocado!". Fui para a sala e esperei. Quando achei razoável, voltei. Estavam os dois a dormir a sono solto e não sobrava espaço para mim!!! Zangada, voltei para a sala e acabei por adormecer no sofá, a resmungar como os velhinhos ranzinzas - então eu é que me levanto e faço tudo, e depois o menino é que se aproveita e dorme com a filha no mimo e nem me deixa espaço para dormir mais um pouco com conforto! Quando voltámos a acordar, uma hora e meia depois, refilei de dores de costas por ter dormido no sofá. Resposta? "Não sei porquê. Tinhas a cama do outro quarto"!...

Nananananana!

Já virou outra vez o disco. Agora passa o dia com esta.

Pulguinha

Era a minha alcunha na 4ª classe, posta pela colega de carteira, que se enervava à brava com a dita (daquelas antigas de madeira, com a mesa ainda ligada ao banco), de cada vez que abanava porque eu não parava quieta. O meu pai conta que para beberem a bica, tinha de pedir uma, para a minha mãe beber enquanto ele me segurava, e depois pedia a segunda para ele, depois de trocar com ela, senão aqui a je já estava na rua ou em cima da mesa. Para perceberem, andei de trela. Cor-de-rosa é certo, mas mesmo assim trela. Tudo à conta de um belo dia de véspera de natal, com 2 anos, ter fugido ao meu pai em pleno Chiado e este só me ter conseguido apanhar no Rossio, à beira da estrada, à espera que um adulto me desse a mão para atravessar para o outro lado (vá lá! Era rebelde, mas com cabeça)... A M. parece ir pelo mesmo caminho. Não pára um segundo. Se está na cadeirinha, está a dar às pernas, a pôr o pé para cima, depois o outro, ou a esbracejar com algum boneco. Se está em cima da cama, vira e revira sem parar. Se está ao nosso colo, quer estar de pé, depois sentada, depois de pé, depois de bruços para apanhar qualquer coisa. Ficamos cansados só de a ver! Parece que sai a mim. A ver vamos se o pai também não se lembra da trela daqui a uns anos...

Chucha

Já vai buscar a chucha e leva à boca. Só se engana no sentido. A maioria das vezes põe-na de cabeça para baixo. Mas não se chateia nada. Fica assim até alguém lha virar outra vez...

Turistas chineses

Por vezes o B. pede-me para ir buscá-lo ao metro ao final do dia. Se está muito calor vou de carro, senão dou um passeio a pé com a M. Um dos dias em que fui a pé, o metro por qualquer motivo atrasou um bocado, e por isso, depois da volta pelo jardim, acabei por me sentar no banco em frente à saída do metro à espera. Naquele dia, saiu da estação um casal de chineses, que por qualquer motivo acharam piada à M. e sorriram-lhe. A M. retribuiu com um sorriso simpático. À conta disso, ficaram que tempos a falar chinês com ela, enquanto ela os ia incentivando naquele "charabia". Eu estava a ver quando é que eles sacavam da máquina fotográfica para levar uma recordação (tendo em conta que uma vez vi um grupo deles aos saltos em Belém a tirar fotos ao autocarro da Carris 28 onde eu ia...), mas no final, o homem, a medo e num inglês macarrónico, a dizer adeus, disse-me "she´s very nice... Always smiling!". Pronto... Eu sei, este post foi só para a emissão de um pouco de baba... Mas acho que tenho direito. Afinal, não é todos os dias que a nossa filha se internacionaliza!...

Marionetas

Dizem os livros que devemos estimular através de teatrinhos com os bonecos deles. O seu preferido é o ó-ó da Lola, a vaquinha da Noukies, que serve para adormecer. Quando chora ou, pura e simplesmente, quando estou na brincadeira, pego no boneco e começo a lenga-lenga: "Olá! Eu sou a Lola! A vaquinha cor-de-rosa e castanha de quem tu gostas muito! E tu? Como te chamas?". A M. adora a brincadeira. Começa-se logo a rir e a dar uns guinchinhos baixinho de agrado. Mas... O normal seria ela olhar para a vaca que está a falar com ela. Não!.... A minha filha, olha directamente para mim a rir, dando-me a entender que sabe perfeitamente que sou eu que estou a falar. Se esconder a cara atrás do boneco, ela espreita pelo lado para me ver. Depois, é ela que me provoca para continuar com aquilo. Tenho de fazer a voz da Lola (mais esganiçada) e abanar a dita à sua frente, mas ela quer é ver a minha figurinha!...

Social

Espero que se mantenha. A M. é extremamente social. Mal alguém se mete com ela, sorri com simpatia. Se vai no carrinho a passear, chega a dar gritinhos para chamar a atenção. O pai usa esta capacidade para ir às compras - não há ninguém que lhe resista e depois é só pedir o melhor para a menina (no talho e na peixaria resulta às mil maravilhas!)... Agora quando vê outra criança, fica possuída. Quase que salta do nosso colo, amarinhando com os pés para sair, ri-se imenso, dá gritinhos, e olha intensamente. Infelizmente, por vergonha ou por falta de vontade, até hoje, poucas foram as que retribuiram da mesma forma, por isso, a cena costuma acabar com um olhar meio frustrado, meio curioso do porquê de tal indiferença...

Concertos para bébés - Quinta da Piedade

Muito bom! Como de costume, fomos ao espectáculo mensal da M. Desta vez, enquadrado no Festival de Sintra, decorreu ao ar livre, de manhã, na Quinta da Piedade. Até aqui, a reacção da M. aos concertos era de observação pura. Não dormia, não chorava, não ficava impaciente. Olhava curiosa para tudo até acabar. Aos 7 meses, mudou a atitude. Combinámos e fomos com mais dois amigos de barriga. Um deles ficou ao colo da mãe ao seu lado. A M. fez de tudo para lhe chegar. Abanava-se toda, saltava de pé, segura pelo pai (foi a vez dele de ficar com ela ao colo) e dava guinchinhos de alegria. A mãe, divertida, só lhe dizia, "chamavas-lhe um figo!"... Quanto à música. Desta vez percebemos que adorou. A certa altura, a música parou, e durante aquele breve instante de silêncio, ouviu-se uma gargalhada, que pôs toda a gente a rir - era a M... Foram uns bons momentos, num cenário muito agradável, no meio do verde puro da serra de Sintra, para estar novamente com amigos que já não víamos há uns tempos e que acabaram na Casa do Preto, com queijadas e travesseiros. Para repetir!

Tatatata!

Mudou o registo. Já não é dadada!, mas sim, tatatatata!. O pai e a ama bem tentam o papapapapa, para depois evoluir para papá, mas ela não está para aí virada. É assim mesmo! Mostra-lhes quem manda!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Personagens de BD

Deve ser por eu gostar tanto. Toda a gente a compara a uma. Eu comecei a comparar com o Tintin, por causa daquele tufo de caracóis à frente que mais parece uma crista mal-amanhada. Os mesmos caracóis já deram azo à comparação com o Cebolinha da turma da Mónica por uma colega de trabalho. Já a tia S. acha que fazem lembrar o Krusty, o palhaço dos Simpsons... Agora ainda há mais uma - a Maggie Simpson, personagem que vem à ideia de muitos, por causa do vício da chucha e o som que faz com ela - é tal e qual!!!

Baby Blues

Quem me conhece sabe que adoro BD e bons filmes de desenhos animados (estou a falar dos clássicos da Disney e outros que tais). Comecei em pequena com a francófona por motivos evidentes e em adulta aderi a alguma americana. Há uma que já conhecia, e que gostava, mas que só agora percebo a verdadeira graça - Baby Blues. Mostra as aventuras e desventuras de um jovem casal que decide ter um filho. A primeira tira de todas é simples: na maternidade, o pai no sofá, a mãe na cama com a bebé recém-nascida ao colo e uma bola de pensamento comum aos 3 a dizer "E agora?". A partir daí, acompanhamos a evolução desta jovem família, que em tantas coisas me faz lembrar a nossa (esquecendo que se trata de uma realidade americana - é normal o boião de comida e muito raro fazer a sopa). Quanto mais leio, mais nos revejo - é como se estivesse a ler uma caricatura nossa... Muito bom!

Pôs-se de joelhos

No dia 15/06, deu um salto, tipo rã, com as pernas de trás, e ficou de joelhos sem cair logo a seguir. Depois, olhou para mim, que a incentivava com um "Boa, M!", e sorriu. Foram breves instantes - tentou mexer-se e afocinhou, mas valeu o esforço, filha!

Primeiro dia depois das férias

Segunda-feira. Avisei a ama que o dia não iria correr muito bem - uma semana connosco, 24h/24h, sempre na rua, a não ser para comer e dormir, e mesmo isso, nem sempre, não ia dar bons frutos num dia dentro de um apartamento sozinha com a amiga Lúcia. A meio da manhã, liguei para saber como estava a correr (raramente o faço, por saber que o pai se encarrega de o fazer) e a ama confirmou. Chorou o dia inteiro, só queria rua e colo. Qunado chegou a hora, vim com fogo no rabo para casa. Quando cheguei, fui recebida com um sorriso ainda maior que o costume. Dei mais um passeio e em casa muita brincadeira e miminhos. Na terça, já estava recuperada.

A cama dela

Quando regressámos de férias, na noite de sábado para domingo, a M. voltou ao berço no nosso quarto, porque a ama não o desmontou como eu lhe tinha indicado (desconfio que foi para não contrariar o pai B., que não estava nada convencido). No dia seguinte, quando chegou a hora de dormir, o pai já estava caído no sofá e não dava conta de nada. Por isso, aproveitei a deixa, e fui deitá-la na cama dela, no quarto dela. Como ela ia a dormir da mama, também não deu por nada, e assim ficou a noite toda. A M. estreou a cama aos 7 meses. Quando chamei o B. para a cama, entre dois bocejos, perguntou-me se não ia deitar a menina, e não percebeu nada quando lhe respondi que ela já estava deitada. Mas como o sono era muito, caiu e adormeceu outra vez. Foi a primeira noite de muitas que dormi sossegada! Não acordei com os "rhó-nhó-nhós" dela a dormir, nem com os gemidos mais baixinhos. Basicamente, dormi mais. De manhã, o pai demonstrou o seu desagrado e por isso a ama não desmontou outra vez o berço. Nessa noite, ele ainda tentou o berço, mas não lhe dei alternativa. A M. desta vez ia acordada... Não correu tão bem. Chorou. O pai, enervadíssimo, zangava-se comigo por a deixar a chorar. Tanto os ouvi, aos dois, que acabei por tirá-la do colo do pai, que não resistiu, e adormeceu ao meu ombro, à janela. Fui para a cama pior que estragada e a pensar que no dia seguinte ia ser pior... Confirmou-se. As noites seguintes não melhoraram. Ela está bem mais desperta e já não adormece na mama por dá cá aquela palha como antes. Uma das noites, deitei-a na cama de visitas que ainda está no quarto dela, deitei-me ao lado sem me encostar e deixei-a chorar. O pai acabou por adormecer na sala com os nervos... Eu fui-lhe afagando a cabeça e falando suavemente até que ela acalmasse. Berrou 45 min sem para e acabou por adormecer, aos soluços, de cansaço. Cortou-me o coração, mas eu sabia que tinha de ser. Aliás, eu sabia que tinha de lhe ensinar que a cama dela é o sítio de adormecer, coisa que ainda não tinha conseguido. Por isso, as noites seguintes foram de luta, a ver quem ganhava - se ela a chorar, se eu a quebrar, com o pai já quebrado ao meu lado, cheio de nervoso miudinho. Lembrava-me da tia J. que ainda hoje adormece o filho ao colo e questionava-me se não estava a exagerar nas minhas regras. Vacilei por vezes, mas a mente acabava por vencer. Ficava ao lado da cama, com a mão na sua cabeça, a dar à corda ao mobile, e a falar baixinho. Depois a técnica passou para ir de vez em quando ao quarto para ela me ver e dar corda ao mobile. No final, foram umas 5 noites de choro. Agora, vai para a cama naturalmente, sem choros. Mas confesso, que ainda hoje me custa um bocadinho não lhe dar o colinho para dormir. Vingo-me dando primeiro uns minutos de miminhos ao pé da cama, com a cabeça dela encostada ao meu ombro, muito sossegadinha. Só depois a deito.

Parece um cão...

Os dois dentes inferiores bem saídos levaram a que a minha filha ficasse uma mordedora compulsiva - qualquer coisa que apanhe morde. Mas atenção! "Qualquer coisa" da minha pessoa. A M. deve achar que os meus ossos são bons de roer. Se pego nela ao colo, morde-me no ombro, naquela parte que fica saliente. Se lhe dou a mão, acha muita graça aos meus dedos. Se a sento ao meu lado, chama um figo à minha perna... Eu bem lhe digo que não, mas ela olha para mim, sorri e volta ao serviço. Deve ser praga dos meus primos - quando eu era pequena, e como tenho 10 anos de diferença do mais novo, sofria as maiores torturas de cócegas e outras do género. Para me vingar, sentava-me no chão, na esquina do corredor, e quando eles passavam, dava um salto e mordia-lhes a coxa...

Comer com os pés

A M. começou por comer as refeições sólidas ao nosso colo - tinha 4 meses e mal se segurava direitinha. Foi crescendo e descobrindo que tinha força nos pés, por isso mais valia usá-la. Assim, começou a encostar os pés à mesa e a fazer força para se arquear. Ao ponto de quase fazer a ponte para espreitar o pai que estava atrás. À conta disso, o colo omeçou a tornar-se impraticável. Passou por isso, para a cadeirinha de passeio, por ainda não haver outra alternativa. Esta tem uma protecção à frente, que rapidamente passou a servir de apoio dos pés em qualquer situação. Não há vez que ela não se sente na dita e não alce logo o pé, assim ficando, tempos infindos. A M. comia então tudo com um, ou mesmo com os dois pés nesse apoio, fazendo uma ginástica surpreendente. Comprou-se agora a cadeirinha de comer (mais um mono caro do futuro...). Esta tem um tabuleiro à frente e achei que já não dava para tais malabarices. Enganei-me redondamente. Com a perna mais dobrada, mas lá põe o pé... Só que agora tem outro requinte, é que levanta a mão direita e enquanto devora cada colherada que lhe damos, os dedinhos vão mexendo ligeiramente como uma daquelas senhoras a bebericar o chá, cheia de etiquetas. Mas que maneiras, filha!...

Ginetes

É. Também lhe dá para isso... Quando algo a enerva (algo que se desenrola em muito pouco tempo), estica-se toda, fecha as mãos e faz "Uhmmmm!!!" com ar zangado... Nem quero imaginar a adolescência...

Alavanca

A M. adora empinar-se e ficar de pé. Como ainda não percebeu como fazê-lo sozinha, no outro dia, descobriu que com apoio se consegue levantar e achou que o meu nariz servia de excelente alavanca!!!

Por antecipação

A M. adora que lhe dêem beijinhos, lhe façam cócegas, se faça a formiguinha da perna até ao pescoço e brincadeiras em que se interaja. A tudo responde com um sorriso ou uma gargalhada, e ao fim de algumas repetições do mesmo, acaba por reagir por antecipação. A S. e o tio descobriram a bincadeira de lhe pôr a vaca Lola em cima da cabeça e depois tirá-la de repente. A certa altura, a M. já fecha os olhos ainda a vaca vai a caminho, por isso a brincadeira passa por ameaças de lhe pôr a Lola na cabeça sem concretizar o acto - ela delira e farta-se de pestanejar! Um dia, comecei a dar beijinhos no pescoço depois de fazer uma pequena brincadeira primeiro. Ao fim de 4 ou 5 beijinhos, não é que a malandra começou a esticar o pescoço para eu lhe dar os beijinhos que por vezes se ficavam pela ameaça?!