Quando regressámos de férias, na noite de sábado para domingo, a M. voltou ao berço no nosso quarto, porque a ama não o desmontou como eu lhe tinha indicado (desconfio que foi para não contrariar o pai B., que não estava nada convencido). No dia seguinte, quando chegou a hora de dormir, o pai já estava caído no sofá e não dava conta de nada. Por isso, aproveitei a deixa, e fui deitá-la na cama dela, no quarto dela. Como ela ia a dormir da mama, também não deu por nada, e assim ficou a noite toda. A M. estreou a cama aos 7 meses. Quando chamei o B. para a cama, entre dois bocejos, perguntou-me se não ia deitar a menina, e não percebeu nada quando lhe respondi que ela já estava deitada. Mas como o sono era muito, caiu e adormeceu outra vez. Foi a primeira noite de muitas que dormi sossegada! Não acordei com os "rhó-nhó-nhós" dela a dormir, nem com os gemidos mais baixinhos. Basicamente, dormi mais. De manhã, o pai demonstrou o seu desagrado e por isso a ama não desmontou outra vez o berço. Nessa noite, ele ainda tentou o berço, mas não lhe dei alternativa. A M. desta vez ia acordada... Não correu tão bem. Chorou. O pai, enervadíssimo, zangava-se comigo por a deixar a chorar. Tanto os ouvi, aos dois, que acabei por tirá-la do colo do pai, que não resistiu, e adormeceu ao meu ombro, à janela. Fui para a cama pior que estragada e a pensar que no dia seguinte ia ser pior... Confirmou-se. As noites seguintes não melhoraram. Ela está bem mais desperta e já não adormece na mama por dá cá aquela palha como antes. Uma das noites, deitei-a na cama de visitas que ainda está no quarto dela, deitei-me ao lado sem me encostar e deixei-a chorar. O pai acabou por adormecer na sala com os nervos... Eu fui-lhe afagando a cabeça e falando suavemente até que ela acalmasse. Berrou 45 min sem para e acabou por adormecer, aos soluços, de cansaço. Cortou-me o coração, mas eu sabia que tinha de ser. Aliás, eu sabia que tinha de lhe ensinar que a cama dela é o sítio de adormecer, coisa que ainda não tinha conseguido. Por isso, as noites seguintes foram de luta, a ver quem ganhava - se ela a chorar, se eu a quebrar, com o pai já quebrado ao meu lado, cheio de nervoso miudinho. Lembrava-me da tia J. que ainda hoje adormece o filho ao colo e questionava-me se não estava a exagerar nas minhas regras. Vacilei por vezes, mas a mente acabava por vencer. Ficava ao lado da cama, com a mão na sua cabeça, a dar à corda ao mobile, e a falar baixinho. Depois a técnica passou para ir de vez em quando ao quarto para ela me ver e dar corda ao mobile. No final, foram umas 5 noites de choro. Agora, vai para a cama naturalmente, sem choros. Mas confesso, que ainda hoje me custa um bocadinho não lhe dar o colinho para dormir. Vingo-me dando primeiro uns minutos de miminhos ao pé da cama, com a cabeça dela encostada ao meu ombro, muito sossegadinha. Só depois a deito.
Há 8 anos
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