Com os anos de experiência nos bailaricos de aldeia e os ensinamentos da mãe, muito jeitosa por sinal, o B. é um bailarino nato. Por vezes agarra em mim e desata a dançar pela casa, mostrando-me bem a minha falta de jeito apesar dos meus anos de ballet (é inacreditável como uma personalidade impede uns passos de quem flutua - não tivesse eu a mania de controlar tudo, sobretudo o que me diz respeito, e nada disso acontecia!...). Agora, também a filha já entra na dança. Pega nela ao colo, dá-lhe a mão e vai dançando enquanto canta - valsa, pop e até danças populares. A M. deixa-se levar com cara de agrado, deixando a sua pequena mãozinha dentro daquela mão grande e quente do pai. Quando o B. pára, dando o mote para o fim da brincadeira, ela não desarma: sem grandes conversas, levanta a mão e fica muito direita, de braço esticado à espera de mais. Só ao fim de várias danças é que começa a rir e a divertir-se - até lá, parece que está apreciar a fluidez daquele gigante de quem ela tanto gosta.
Há 8 anos
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