quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A nossa ausência

Durante toda a primeira semana, a M. chorou de manhã quando saímos de casa. Assim que percebia que estava a chegar a hora, pimba! Começava o pranto. Queria o pai à força toda, que por sua vez tem dificuldade em negar um colo tão desejado. Acabámos por optar sair sem grande alarido, para que ela não percebesse - só chorava se não estivesse distraída com alguma brincadeira. Damos-lhe o beijinho do até logo, acabamos de nos arranjar e depois saímos. Um dia, estava à janela da cozinha a ver os carros (passatempo preferido desde muito pequenina) e a ama caiu na asneira de lhe mostrar os pais a entrarem no carro. Acenámos um adeus e ficámos a saber mais tarde que, primeiro riu-se imenso, para depois chorar quando nos viu entrar para o carro. O B. no segundo dia, já em parafuso, só me perguntava com ar preocupado, "só gostava de saber porque é que ela chora tanto!...", com cara de desconfiado. Foi preciso uns quantos dias para perceber que era mesmo de tantas férias juntos e de uma "idade" que já implica mais entendimento das coisas... Por mim, foi o argumento para continuar a amamentar: enquanto não parar de chorar por ficar sozinha, não lhe vou dar outro argumento para chorar. Bem basta um choque de cada vez...

Sem comentários: