segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Decoração - cortinado

Está ficar giro o seu quarto. Apesar de o B. andar fustrado por não ter o quarto da sua menina já prontinho, aos bocadinhos, estamos a fazer um bom trabalho. Já tinha escolhido o varão há séculos no Gato Preto. Cor-de-rosa com umas princesas nas pontas, esteve à espera da nossa difícil escolha do cortinado. Ambos não amantes de cortinados com bonecada, fosse ela qual fosse, demorámos uma eternidade para encontrar o tecido certo. Corremos tudo, desde hipermercados com aqueles já feitos, às lojas de tecido de Campo d'Ourique. Encontrámos uma loja de decoração que tinha uma rede para berço linda de morrer - um tecido tipo voile, branco, com umas flores abstractas bordadas em espiral multicolor, num dégradé muito bonito. Perguntei e a senhora respondeu-me que o tecido era do famoso Vidal. Fui lá, mas com a sorte que temos estava esgotado. Deram-me a referência e esperei. Ao fim de uns meses, confirmaram-me que o fabricante... já não fabricava mais... A tarefa tornou-se mais complicada - é que agora tinhamos uma ideia pré-defenida e por isso nada nos agradava. Um dia, no mesmo Vidal, o B. desencantou um branco com flores em relevo lindo no meio daquilo tudo. Com a ajuda de uma vendedora simpática, completámos com um rosa forte. Pedimos à avó do nosso afilhado o obséquio de fazer o cortinado e esperámos. Tanto a a senhora como a nossa comadre acharam o tecido bonito, mas inapropriado para o quarto de um bebé. Fiquei apreensiva. É que a comadre não gostar é normal, pois temos o gosto oposto, agora a avó não gostar... O B. manteve-se confiante. Afinal, ficou fantástico e até elas torceram a orelha e admitiram que ficava bem. Para rematar, comprámos uns ímans para fazer o efeito do pendurado sem furos na parede. O B. (sim, ele mesmo) deu-lhe o toque final, porque para variar, eu "não percebo nada disto", mesmo que tenha feito algo muito parecido antes...

Carrossel

A tia fez questão de lhe oferecer um. Esta fixação deve-se a um que eu já tive e que comprei na feira de artesanato da FIL quando andava na faculdade. Era azul, em madeira, muito mimoso e que tocava uma música de embalar muito bonita. Como a antiga mulher-a-dias do meu pai o espatifou (literalmente), o meu pai engenhocas não o conseguiu arranjar e ela o adorava, encasquetou que a M. haveria de ter um parecido. Lá desencantou um, numa ourivesaria e pagou uma pequena fortuna por uma coisa similar, mas em cor-de-rosa, em honra do pai que não admite azul para a sua princesa. O meu parecia mais genuíno, mais original e de acordo com os que se faziam antigamente. Este é mais industrial e os bonecos, em vez de cavalos multi-colores são ursinhos prateados. Para além disso, a música tem tudo a ver com quem o ofereceu - é de embalar, sim senhora, mas muito acelerada. Quase parece um disco de 33 a 45 rotações, lembram-se? A M. gostou, mas não lhe liga nenhuma. Por coincidência, no verão, uma afilhada do meu avô comprou na loja de artesanato de Penedono um carrossel para a M. De linhas modernas, azul, amarelo, vermelho e verde, tem uns porquinhos e toca uma música muito suave. Tem ainda umas bolas de várias cores que andam em redor do carrossel, ao longo de uns ferros que o contornam no sentido descendente. Não é que a M. o adora?! Não quer outra coisa. Se formos ao quarto dela com ela ao colo, aponta logo para a estante onde ele está a pedi-lo. E dá jeito para lhe mudarmos a fralda, pois enquanto está entretida com o dito, não se contorce tipo serpente.

Justiça equitativa

A M. tem uma noção de justiça quase perfeita. Agora, quando dá beijinhos a um de nós, tem de dar sempre a seguir ao outro. Distribui sempre de igual forma a mesma coisa. De tal maneira, que o pai já se faz ao beijinho sem sinais de que ele aí vem... E só se deu mal uma vez!

Contágio

É mesmo viral, e é mesmo de se ficar em casa... Depois do almoço, a ama já se queixou e já foi quatro vezes à casa-de-banho. Já lhe dei UL 250 e os mesmos conselhos que me deram a mim. Palpita-me que vou ficar em casa o resto da semana...

Vómitos

Hoje de manhã, a M. recusou o leite, mal o provando. Não lhe conseguimos dar sumo, soro, água, nada. Desisti e deixei-a a brincar no chão comigo. Meia-hora depois percebi o porquê. Vomitou tudo - foram três esguichos que incluiram o jantar de ontem. Até fez impressão. Mais uma vez, não chorou e ficou muito séria a olhar para mim sem perceber o que se estava a passar. Por isso, enquanto eu era atendida pelo nosso médico, o B. levou-a às urgências do Hospital. A pediatra confirmou que era normal e que devíamos continuar com o bom trabalho. Muita água, chá preto diluído com açucar ou os sumos de maçã ou pêra que estávamos a fazer e não insistir com a comida. A regra agora é: ignorar as regras. Não há horários, nem medidas, nem tipos de comida obrigatórios. Come quando quiser, o que gostar e até querer, sem forçar. Para não nos preocuparmos com o apetite, que passando a doença ele regressa. Com um prognóstico de pelo menos mais três dias assim, descansou-nos - não há qualquer sinal de desidratação da nossa pipoca e só lá voltar se vomitar e depois de passado o tempo necessário, voltar a vomitar sem segurar os líquidos que lhe dermos entretanto. Nunca mais é sábado!!!

Fim-de-semana doente

Desmarcámos os encontros sociais e passámos o fim-de-semana de volta da filha sem fome e da roupa borrada. Por dia, foram à vontade 6 ou 7 mudas de roupa - não há fralda que segure tamanhas diarreias. Descobri que a melhor forma de tirar nódoas destas é pôr logo, logo água a ferver para tirar o borrão e depois esfregar com Fairy. Sai tudo limpinho, depois é só lavar com o detergente dela para evitar alergias desnecessárias - bem basta!!! Não teve febre nenhuma e ontem à tarde, tivemos a última demonstração de pintura à pistola, até ver. No entanto, a falta de apetite é mais que muita e continua. Felizmente, a boa-disposição mantém-se - continuou a brincar e a rir-se das nossas palhaçadas e sobretudo sem choros. Aqui a mãe, como não podia deixar de ser, teve de compartilhar a dor com a filha - como doença viral que é, passou para mim... O domingo foi passado entre a casa-de-banho e o sofá e à noite não fui capaz de dar assistência ao B. - foi ele que tratou da filha até se deitar. Já percebo a sua falta de apetite: a fome até chega a apertar, mas assim que se começa a comer, a agonia começa a subir, a subir... E não se consegue comer mais nada por muitas horas a seguir... Até beber custa... O meu almoço e jantar foram canja de galinha - que de acordo com o nosso querido médico é de facto curativa pois tem propriedades imunitárias - e mais nada. Fui ao médico hoje que me receitou Omeprazol para o estômago, UL 250 para a diarreia e sobretudo muito descanso. Fico em casa até amanhã. Avisou que a doença passa por via oral ou fecal, por isso, a ver vamos se o pai também não adere à permanência forçada em casa...

Pai mágico

Tem sido uma guerra convencê-la a comer. Sopa nem vê-la, papa de arroz só com açucar e mesmo assim quase nada, fruta cozida também é difícil. A única coisa que marcha mais ou menos bem são os boiões de fruta. Fica a olhar para nós com um ar muito sério e uns olhos quase divertidos e fecha a boca sem qualquer possibilidade de recurso. O B. desfaz-se na cozinha para a sua princesa - coze arroz de propósito para fazer água de arroz para o leite e a papa, que guarda em caixas, prepara chá com açucar para ela beber e inventou uma sobremesa de maçã e pêra cozidas com bolacha Maria que foi bastante do seu agrado. Mesmo assim, tem sido complicado e o mais importante tem de ser salvaguardado - a desidratação... Foi então que o B. se lembrou: a máquina das sopas da M. coze tudo a vapor, ficando a água no fundo do recipiente separada dos alimentos. Ora se se cozer maçãs ou pêras, o sumo que fica é perfeitamente bebível. Experimentámos. Resultou! O soro comprado na farmácia não quer, mas o suminho de pêra, e especialmente de maçã vão com uma grande pintarola! O que não vale ter um pai mágico, M.!...

domingo, 12 de outubro de 2008

Surpresa

O B. ainda consegue. Ontem, por causa do stress de ter a filha doente, de manhã refilou imenso comigo, descarregando em mim a energia negativa... Fui-me embora mesmo zangada. À hora de almoço, no trabalho, chamam-me à entrada para eu receber uma coisa: uma cesta enorme de flores bem-cheirosas, com um cartão a dizer 11. Foi a forma que ele arranjou de me dar os parabéns pelos 11 meses da filha e, pois está claro, de pedir desculpa. Consequência: as minhas colegas pensaram que eu estava grávida (no ano passado fez-mo o mesmo com um obrigado pela filha que aí vinha), a sua colega telefonou ao marido a dizer que nem nos anos tem direito a flores entregues no trabalho e eu fiquei com a certeza de que as qualidades continuam a compensar os defeitos.

Papá e Titi

Hoje, à hora de almoço, fez finalmente o gostinho ao pai e disse nitidamente papá para ele ouvir. Eu já tinha ouvido no carro há dois dias, mas iamos sozinhas e não consegui que ela repetisse aquela proeza. Deve ter tirado o dia para a fala, pois à tarde, estando cá a tia (que ela aliás recebe com umas boas-vindas muito sorridentes) e ajudando-me a mudar-lhe a fralda pela enéssima vez, foi-lhe repetindo "ti-a". A M. acabou por lhe responder "ti". Como teve sorte, passou à tentativa do "titi". Não é que a piquena o disse?! E repetiu, o que fez com que a tia fosse embora a dizer vezes sem conta "titi, titi", depois de me ter dado o recado que eu tinha de insistir durante a semana para ela não se esquecer. Imagino que esta semana os seus colegas de trabalho não vão ouvir mais nada... :)

Até ao pescoço

A M. acordou esta manhã às 6h00 (é a segunda noite seguida) a chorar. Dei-lhe o biberão de leite com água de arroz, embalei-a e deitei-a outra vez. Adormeceu calmamente e fez mais um sono até às 9h00. Quando voltou a acordar, pedi ao B. para ir, para me compensar o madrugar, ao que ele acedeu prontamente (até porque às 2h00 fui eu que lhe dei o chá...). Cinco minutos depois chamou-me a pedir ajuda: à conta da diarreia, a M. tinha cocó literalmente até ao pescoço... Despi-a e demos-lhe banho. Mal comeu a sopa ao almoço, ao lanche comeu meia papa de arroz (a qual tive de aldrabar com um bocadinho de açucar, senão não ia nada, por não saber a nada - é mesmo horrível...) e o jantar resumiu-se a um boião de fruta, não aceitando mais nada. Felizmente, o suplemento energético que a pediatra sugeriu não é do seu agrado e por isso, temos compensado e hidratado com o muito chá que nos recomendaram nas urgências. Não dormiu nada o dia inteiro até às 18h30. Sempre que estava quase lá, fazia outra descarga, tornando-se necessário mudar-lhe a roupa. Acho que hoje foi o dia que mais banhos tomou. Acabou por adormecer na cadeira de comer, comigo a cantar "O Manel tinha uma bola", derreada de cansaço. Nem uma hora dormiu com mais uma descarga que nos obrigou a mudar a roupa da cama inclusive... Foram sete mudas de roupa hoje, quase tudo o que ela tem, que já teve de ser lavado para recomeçar o ciclo esta noite... O que vale é que continua bem-disposta e a querer brincar, senão acho que o B. morria do coração e eu ficava muito, muito triste...

sábado, 11 de outubro de 2008

Beijos

O B. hoje beijou-me à sua frente, estando ela ao meu colo. A sua reacção foi rir-se e querer dar beijinhos também - distribuiu um a cada um. O B. insistiu em beijar-me. Ela repetiu. O B. também. Ela empurrou com a mão e só me beijou a mim. O B. tirou-a do meu colo para o dele e voltou a fazer o mesmo. Ela voltou a empurrar e quis o meu colo para me dar um beijo a mim. E tungas! 1-0 para a mãe! ;)

Gastrenterite

Hoje de madrugada, a M. acordou agitada. Achámos que era da chucha e demos-lhe o biberão de leite das 8h00 para ver se ela acalmava e dormia mais um bocado. Não mamou tudo e minutos depois, ao colo do pai, vomitou. Mudou-se-lhe a roupa, o B. acalmou-a ao colo e sem qualquer refilanço deitou-a na cama - estava podre... Ele nem teve tempo de se deitar em condições. A M. vomitou outra vez, desta feita, molhando cama e tudo. Toca de levantar, fazer a cama de lavado e mudar-lhe a roupa outra vez. O B. à terceira não caiu e ficou com ela no sofá meia direita ao colo para não vomitar outra vez. Dormiram assim mais 45 minutos até à hora de acordar. Ele deitou-a e arranjámos-nos para sair. Quando a ama chegou, acordou e vomitou outra vez, já quase sem nada no estômago. Demos-lhe chá morno e saímos com uma preocupação em cima dos ombros e de plantão. Ao longo do dia, aos nossos milhentos telefonemas, a ama foi dizendo que estava tudo bem, que tinha comido tudo e que não tinha voltado a vomitar. Afinal, quando cheguei, descobri que esteve chochinha todo o dia, não sendo o furacão M. de todos os dias, apesar de não chorar, nem vomitar (a ama não disse nada para não nos preocupar, estando nós no trabalho). Para além disso, estava a ficar com diarreia (tinha acabado de a fazer quando cheguei). Ao telefone, a sua pediatra mais uma vez desdramatizou e apenas disse para lhe comprar um suplemento de energia na farmácia (temos mesmo de encontrar outra). Levámo-la ao médico das urgências. Este foi um querido e explicou que metade da população pediátrica de Lisboa está com este vírus. Cortar nos verdes, continuar com a alimentação normal, apostando mais no arroz e na banana, assim como a maçã e a pêra cozidas, papa de arroz ou de cenoura com água da fervura de arroz e preparar o leite com menos uma medida de pó para a mesma água de sempre, para os intestinos regularizarem. Não pode comer, nem beber uma hora depois de um episódio de vómito, nem comer nas três horas seguintes, compensando-se com chá preto com açucar às colheres. Ultra-Levur para a diarreia se não passar daqui a três dias e a indicação para estarmos muito atentos aos sintomas de desidratação - olheiras profundas e falta de saliva à volta da boca - que deve ser imediatamente vista por um médico. À noite, não quis comer (marchou uma banana, parte de uma maçã cozida e duas bolachas) e estava muito mais calma, até mesmo mais mimocas. Mesmo assim, bem-disposta e a querer brincar - menos mal. Adormeceu na cama sem choros, depois de muitos miminhos ao meu colo. As melhoras, filha!

Ficou com o avô

A ama teve de faltar pela última vez. Pedi ao meu pai para ficar com ela. Prontificou-se logo e às 8h30 em ponto já cá estava. Teve o cuidado de bater à porta, em vez de tocar a campainha, não fosse a cachopa estar a dormir, e não me deixou acordá-la para lhe mudar a fralda - "cá me desenrasco depois". Deixei as indicações todas da comida, expliquei os lados da fralda e fui-me embora. Foi o dia em que acordou às 10h, com uma fralda cheia de cocó, que o meu pai mudou sem agonias. Disse que só se viu atrapalhado com o fecho da fralda - não via os adesivos de lado... Quando liguei, a M. estava no parque, disse ele "há imenso tempo" e a única coisa que ele fazia eram "motetes" (caretas) de vez em quando. Deu-lhe o almoço, e em vez do boião que eu achei mais fácil de dominar, optou por uma banana. Quando a ama chegou, estavam os dois na sala a brincar, com muita coisa espalhada pelo chão e um rabo e roupa borrados porque a fralda se abriu sem querer. Conta a ama que a M. não quis ir para o seu colo quando chegou, pois só queria o avô. Pudera! Deixou-a fazer tudo o que queria... Quanto ao meu pai, a M. fez a sua alegria naquele dia. À noite, fartou-se de falar ao telefone, a contar divertido a aventura e dizendo que só não a levou à rua a passear porque não sabia onde estava a roupa... :)

Biberão da noite

Há meses que a M. já não precisa de leite à noite. Começou a adormecer a seguir ao jantar, não acordando mais senão de manhã. Como mamava, não havia razão para biberões antes de ir para a cama. Agora que já está a biberão exclusivo, estamos a tentar que ela deixe de acordar tão cedo (acordar às 7h30 ao fim-de-semana não está com nada!), dando-lhe leite à noite. Na primeira manhã a seguir à experiência, acordou às 8h na mesma, mas depois ficou-se a dormir com a ama mais um bocado. Na segunda manhã, acordou à hora do costume e nem sequer dormiu a seguir. À terceira, acordou, mas o pai adormeceu-a logo a seguir e acordou às 10h00! Era bom que ela voltasse aos seus velhos horários de recém-nascida, quando eu não tinha de sair de casa (abençoada licença!) acordando por volta dessa hora. A ver vamos se temos sorte...

E do fado!

No dia seguinte, estava a dar uma reportagem sobre a Amália, e como é óbvio, passaram algumas canções dela. A M. estava na sua cadeira de comer amarrada, mas não foi isso que a impediu de abanar o corpo ao som daquela música tão portuguesa, olhando para nós com ar satisfeito. Que gostos tão díspares, filha!

Ao som dos Sheik

Domingo à noite, televisão ligada na RTP1 com a Catarina Furtado e o seu novo programa "A minha geração", cujo tema eram os anos 60. O B. e eu estávamos a brincar com a M. de costas viradas para a caixinha mágica, enquanto a famosa apresentadora anunciava os próximos convidados - os Sheik, banda de música da época com o Fernando Mendes e o Paulo de Carvalho. De repente, a M. desliga o botão da nossa brincadeira, vira-nos costas, gatinha até à mesinha de apoio, e em pé começa a abanar-se, vidrada na TV. Ficámos os dois pasmos a ver a nossa filha a dançar à grande com aqueles senhores a tocar música dos anos 60. Não é que a miúda gosta daquela música?!

Miminhos à Lola

Quando lhe damos A vaquinha Lola, pega nela, inclina a cabeça e encosta-a à cara em gesto de miminho. Dantes era só quando estava com sono e sentada. Agora, varia o momento, já não sendo preciso o sono para acontecer e chega a deitar-se no chão com a vaca por baixo. A única coisa que se mantém é o objecto do mimo - a sua amiga Lola. Fica tão querida!

Mau Maria!

Tanto dei na cabeça do B. que as crianças ganham a manha da cama dos pais num ápice que ele cumpre à risca: não tenta levá-la para a nossa cama - até porque eu começo logo a dizer que não quando ele entra no nosso quarto, seja qual for a sua intenção. Mas... Já foram duas as noites nestas últimas semanas em que a M. acordou a meio a chorar. O pai vai logo ver o que se passa e acaba por tirá-la da cama para a acalmar. Da primeira vez, cheio de sono, deitou-se no sofá com ela e ali ficaram os dois uma hora e meia a dormir. Já eu estava na cama enervada, à espera de deixar de a ouvir para lhe ir dizer para a deitar, na certeza que o inevitável acontecesse. Acabei por me levantar e acordá-lo para a ir deitar, ficando eles os dois a dormir a sono solto e eu de pestana aberta, irritada por isso ter acontecido. Da segunda vez, como lhe preguei o sermão do sofá, foi para a cama de visitas que ainda está no quarto dela, ali ficando até ela adormecer... Assim, não há quem aguente!!!

Sólidos

Cada vez mais nos manda comer a nós a sopa e quer passar ao segundo prato. Então desde que provou peru com massinhas e abóbora, não quer outra coisa!

Escorregar para trás

Desde que descobriu tal efeito no ginásio onde experimentou o ioga para bebés, que de vez em quando a vemos esticada no chão, de barriga para baixo, a empurrar com as mãos para escorregar para trás. O pior é que ainda não percebeu que no tapete o efeito de deslizar não é o mesmo e por isso, de vez em quando, empanca no respectivo, ficando a olhar para trás com um ar de quem não consegue perceber onde está o gato...

Que vergonha!

Estávamos na Zara a ver roupa para ela e o B. decidiu começar a dançar ao som da música à sua frente. Esta teve a reacção de pôr as mãos em cima da cabeça e puxar o couro cabeludo para baixo. O pai, na brincadeira, imitou-a dizendo "ai, que vergonha!". É que parecia mesmo! Dava mesmo o ar de uma filha encavacada pela figura do seu cota em público! Ora, o gesto de imitação do B. teve por consequência a M. ter descoberto o seu novo truque. Agora, se lhe perguntarmos pela vergonha, ela automaticamente leva as mãos à cabeça e faz um ar comprometido. É de chorar a rir!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pic-pic

No domingo passado, organizámos um piquenique nos Francisquinhos, com as amigas de barriga da turma C e a enfermeira XXL. Depois de alguma dificuldade em conseguir arranjar um dia que agradasse à maioria, lá se marcou para as 12h30. A tia enfermeira não achou muita piada à hora e refilou comigo no próprio dia, as amigas chegaram todas ainda mais atrasadas do que eu (avisei que ia chegar depois e apareci uma hora mais tarde) e duas baldaram-se sem me avisar. Eram 14h30 e parecia que ia ser um fiasco. Fiquei triste por ver que a energia daquelas mulheres juntas pelo mesmo motivo estivesse a acabar. Felizmente, que quem foi estava realmente presente e divertiu-se à grande com os bebés que viu crescer nas barrigas de outras. Os seis bebés presentes estavam super-divertidos e a enfermeira também - ao ponto de se deitar no chão para brincar com eles. Quanto à M., descobriu que os meninos são bons para dar beijinhos e perseguiu um até o pôr a chorar. A mãe dizia-lhe para ele dar um à nossa e, perante a hesitação do petiz, ela não foi de modas e atirou-se para a frente de boca aberta, pespegando-lhe um bem molhado de baba na bochecha. Se continua assim atiradiça, vai pôr o pai com muitos cabelos brancos bem cedo... Depois, apesar do almoço avantajado, viu comer sopa e quis (antes da hora de voltar a ter fome), viu comer iogurte e quis, viu comer um boião de fruta e quis. Enfim, gatinhava velozmente para a mesa e pedia comia como se estivesse a passar fome. A enfermeira ainda lhe deu uma banana à dentada (descobriu que ela é gasganeira e por isso perigosa por enfiar bocados enormes de cada vez na boca) e ainda lhe deu a provar da casca da mesma (oh, enfermeira!!!). Os pais divertiram-se a enfiar os meninos dentro de baldes amarelos e verdes para tirar fotos à Anna Geddes e num descapotável com a música a tocar para fazer um filme muito must. Enfim, poucos, mas bons. Um obrigada a quem foi.

Bolas de sabão

Mais uma vez, graças à Dodot, percebi que bolas de sabão eram muito apreciadas pelos bebés e que tinham a sua função pedagógica. Por isso, há cerca de três meses, rapinei um frasquinho daquelas à sogra, que o tinha comprado em Quiaios para as outras netas mais crescidas e lá o esqueceu e comecei a brincar com a M. Começou por ficar sentada com um ar muito sério a olhar para aquelas coisas estranhas que pairavam à sua frente. Ao fim de uns dias, começou a rir-se e a apontar para elas. Agora, passa o tempo de braço levantado, gatinhando de um lado para o outro, a tentar apanhá-las e fazendo muitas exclamações pelo meio. E confirma-se a sua utilidade, pois no The Little Gym, a aula acaba sempre com imensas bolas de sabão e a M. alinha com os outros bebés na brincadeira de as apanhar com a nossa ajuda. Quanto a mim, ignoro o facto de estar a molhar e eventualmente manchar o tapete da sala, e regresso aos meus tempos de menina, quando adorava tirar as tampas das canetas para fazer bolas de sabão e divirto-me à grande!

Desmame - tentativa n.º 3

Fui ao alergologista, à consulta pré-vacinas. Depois de algumas perguntas, chegou à conclusão de que para além de alergia ao pólen das gramíneas, tenho rinite vascular, sendo necessário fazer um teste respiratório de hidrogéneo, o que para tal, terei de tomar antibiótico duas semanas antes. Ora, isso é incompatível com a amamentação... O médico percebeu o dilema e no final da consulta e de muitas explicações, resolveu a coisa de forma simples: escreveu num papel tudo aquilo que eu tinha de fazer por ordem cronológica - o antibiótico, a análise ao sangue, o teste respiratório e a medicação a tomar. No topo da lista, estava: deixar de amamentar. Entregou-me o papel e avisou-me que a vacina tinha de ser encomendada em Outubro, pelo que tinha de fazer aquilo tudo em breve. O resto era comigo. Ao chegar a casa, o B. avisou-me: eu tinha prometido que era naquele fim-de-semana que parava e agora é que tinha mesmo de ser. Assim, na sexta-feira passada, de manhã, fiz muitas festinhas na cabeça da minha filha enquanto lhe dava de mamar pela última vez. Combinei com o B. que no dia seguinte era ele que se levantava e lhe dava o biberão, enquanto eu ficava na cama. E assim foi. Escuso de dizer que não dormi nada depois que ela acordou, e ia ouvindo o pai a levantá-la, aquecer a água, dar-lhe o biberão e mudar-lhe a fralda. A certa altura, ao ouvir-me no quarto, apareceu-me lá e eu, pensando que se queria lá deitar com ela, dei-lhe uma corrida em pêlo. Ainda me correram duas lágrimas, ao brincar com ela depois, mas a presença da filha não me permitiu mais exteriorizações. Passei o resto do dia insuportável, com uma neura de todo o tamanho e zangada com o meu marido. No domingo, o dia correu melhor, pois tivemos piquenique nos Francisquinhos e estivemos com amigos de barriga. Segunda-feira, tentámos entrar numa nova rotina, com um biberão para dar. Mas eu sabia que tinha de ser, que ela já não precisava mais de mim nesse sentido e que tenho de começar a pensar em mim. No dia 3 de Outubro, com quase 11 meses, foi mais uma etapa que passou, só que custa...

Como estamos a adormecer

Depois daquele problema todo para adormecer, faço aqui o balanço do agora. Regularizou - o normal era ir para cama ao meu colo, eu acalmá-la um pouco e ela rapidamente pedir para ir para a sua cama para dormir. Depois, era só eu ficar ao lado da cama, com a cabeça ao nível do colchão, para não haver tentações de se levantar, até ela adormecer. A partir de certa altura, bastava eu sair do quarto sem que ela desse conta e ficava-se sozinha, sem mais confusão. No entanto, houve um dia que o pai tentou deitá-la - convém estarmos os dois treinados de igual modo. Esqueceu-se da parte de a acalmar primeiro ao colo e ela já ia sobre-excitada por nos termos distraído com a hora. Correu mal. Chorou desalmadamente, quis sair da cama e só eu é que consegui acalmá-la ao colo. Demorei uma eternidade para conseguir que ela se calasse, outra para a conseguir deitar e ainda outra até ela adormecer. Foi outro ponto de viragem. Desde esse dia que já não é tão fácil deitá-la. Já chora outra vez, ao colo também, a apontar para a porta, como que a dizer que quer sair do quarto. E agora é muito mais difícil de conseguir sair do quarto: controla-me imenso - até com o pé. O meu pai, quando soube, só comentou: "Ohoho! Estás tramada! Isso é do pior!". É que quando eu era pequenina, era o meu pai que tinha a exclusividade de me deitar (a minha mãe só reivindicou esse título anos mais tarde com a obrigatoriedade do beijinho de boa noite na cama). Diz ele que eu demorava imenso tempo a adormecer, precisamente porque o controlava também. Ele não podia sair de ao pé de mim, chegando eu ao cúmulo de espetar a mão e o pé por fora das grades só para o sentir. E se não desse com ele, estava o caldo entornado! Ele conta que chegou a sair do quarto de gatas para eu não dar pelas sombras em movimento, havendo até algumas vezes que já à porta do quarto, ouvia um "papá? Estás aí?" baixinho. E tocava de voltar atrás enquanto confirmava resignado a sua presença. Pois... A parte de sair de gatas já acontece. Vamos ver se não evoluimos para uma cena igualzinha à da mãe, está bem, filha?

Acordar

Tem um excelente acordar. Costuma estar na posição de rabo empinado e se não está põe-se a jeito assim para se levantar. Sempre bem-disposta, raramente chora e senta-se na cama a palrar sozinha, sem grandes alaridos. Depois quando vamos buscá-la, seja quem for, oferece-nos logo um sorriso rasgado de felicidade por nos ver. Assim vale a pena acordar, filha!

Monossílabos

No entanto, já nos apercebemos de algumas tentativas monossilábicas, graças ao nosso esforço repetitivo. Quando lhe lavo as mãos, repito vezes sem conta "a mão!". Da última vez, sairam várias vezes "a mâ!" com um ar de quem está a perceber tudo. Faz o mesmo com o não: chega ao objecto proibido, olha para mim, espera pelo meu "não, não!" e antes de mexer diz "nâ!" com ar entendido. Estou feita!

É quase isso!

A M. só diz mamã. É uma palavra que serve para mim e para o pai, que coitado, não acha muita graça à brincadeira. No outro dia, sentada ao meu colo a palrar, viu o pai passar, aponta e diz "pei! pei! ptttttte!". Está quase, quase!...

Provar o chão

Como gosta de comer tudo, achou por bem que o chão também devia ser saboroso. Agora, dá-lhe para ali - deita-se de barriga para baixo, abre a boca gigante e prova o chão. É claro que chãos há muitos, por isso há que provar o de madeira do corredor, o tapete da sala, o azulejo da cozinha e pois está claro, last but not the least, o tapete da cozinha, que até tem altinhos...

Estalinhos com a língua

Já faz e com muito jeito por sinal. É um som do qual ela gosta muito. Tanto, que por vezes está que tempos com aquilo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Boneca Mafalda

A minha tia teimava que já era altura de ela ter uma boneca - tem alguns bonecos, mas só peluches de animais (todinhos oferecidos) ou brinquedos didácticos. Assim, como não percebe nada do assunto e não se movimenta lá muito bem pela cidade, encomendou-me a dita em seu nome - "compra uma coisa gira", disse ela. Lembrei-me logo da que tinha visto na loja de Sintra da Taf Toys. Lá fui, no dia seguinte, comprar mais um brinquedo para a M., desta feita por € 16 - uma boneca de pano, com a saia forrada com papel amachucado, uns caracóis giros e um lenço na cabeça. O que me atraiu na boneca? O colorido e a particularidade de ao batermos palmas com as suas mãos ela tocar alternadamente quatro músicas muito engraçadas. Foi um sucesso - a M. adorou e a minha tia também. Esta baptizou-a de Mafalda (foi buscar a lembrança da Mafaldinha que eu tanto lia em miúda, muitas vezes sem perceber a piada política que estava por detrás daqueles desenhos sul-americanos). O doce da boneca está no facto de a M. encostar a Mafalda à cara, fazendo um miminho toda ternurenta quando toca a música calminha das quatro que ela tem.

Não há!

Sempre que acaba a comida ou que eu quero que algo desapareça da sua vista, ganhei o hábito de virar a palma da mão para cima e com ar de espanto dizer "Não há!". Tantas vezes o fiz, que ela aprendeu. Agora, seja porque o pai saiu da sala, seja porque a papa acabou ou seja porque não pode mexer e eu desapareço com o objecto das tentações, é ela que o faz a torto e a direito, faltando só o "não" para ficar perfeito - vira a mão igualzinha a mim e com um ar de espanto faz "Ahhh!". Giro, giro são a expressão e o tom que ela usa para o fazer - parece mesmo que me estou a ver ao espelho...

Tomate

Uma destas noites, estando eu a preparar o jantar e estando a M. sentada na sua cadeira de comer na cozinha, sempre a pedir comida, apesar de já ter jantado, experimentei dar-lhe um bocadinho de tomate a provar. Fez uma careta de todo o tamanho, saboreou, voltou a fazer careta, engoliu e... fez estalinhos com a boca a pedir mais! Dei mais um quadradinho e a cena repetiu-se! Chorei a rir com a expressão...

Tirar a chucha

Disse-nos a amiga F. que o dentista recomendou o retirar da chucha a partir do momento em que nascem os dentes, por causa das má-formações. Faz todo o sentido, por isso, disse à ama para gradualmente e sem grandes alaridos não lha dar sempre por dá cá aquela palha, para tornar o processo em algo pouco sofrido (eu perdi a minha aos dois anos graças à minha querida avó que, ao ver a chucha cair da minha boca para o chão da janela do 3º andar, aproveitou logo a deixa para me dizer que aquela tinha caído em cima de caca de cão. Depois foi todo um processo de me enojar sempre que eu falava nela. Consta que ainda chorei cerca de três dias, mas depois passou-me). Ela não sente muito a sua falta durante o dia - se não a tiver e sobretudo se não a vir, está tudo bem, nem se lembra. Temos é de ir contrariando o dedo na boca que de vez em quando lá vai parar. Já à noite e para adormecer a conversa é outra. A chucha é o seu comprimido para dormir, juntamente com a vaquinha Lola. E já acorda por causa dela, ao ponto de ter várias na cama para as ir perdendo e encontrando.

Mais dois dentes!

Estão a nascer de cada lado dos de cima. Agora, quando se ri, vêm-se dois ratinhos brancos bem crescidos em baixo e outros quatro a espreitar das gengivas. E o melhor foi que não houve qualquer sintoma - nem demos por ela. Felizmente!

Dióspiro

Eu detesto. O pai gosta. Achei que não ia ter bom resultado. Afinal, enganei-me. Até dióspiro já marcha!...

Duche

A M. adora um bom duche. Levar com água na cara não a atrapalha e estica-se toda para conseguir chegar com a cabeça. Isto fez com que a professora de natação ficasse espantada com a facilidade com que ela levou com a água que aquela lhe atirou, como forma de a habituar aos salpicos do chapinhar e como incentivo para avançar - parece que para os outros bebés é uma espécie de castigo do qual querem fugir. A nossa já está mais à frente!...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Natação - primeiro dia

Na semana seguinte estreámos-nos na água doce com professora. O B. tinha dito que era melhor ir eu com ela para dentro de água por causa de uma possível constipação que aí vinha, mas depois não resistiu e foi ele. A aula era às 18h15, mas nós entrámos 10 minutos mais cedo. Assim que ela se viu perto daquela água toda começou a espernear e a atirar-se literalmente para o chão a pedir para entrar. Com a M. ao colo, em pouquíssimo tempo, o B. teve de se pôr de gatas num cantinho da piscina para evitar berreiros desnecessários. Era vê-la a rir-se imenso para o pai - parecia um peixinho! A aula começou e eles entraram na água, junto com os outros bebés. Apesar de ser a mais nova e por isso ainda não poder alinhar em certos exercícios, como mergulhar a cabeça, portou-se lindamente. Para primeiro dia, não estranhou nada e não se recusou a nada, nem sequer a gatinhar em cima de um colchão que flutuava, contrariamente a uma menina mais crescida com o mesmo nome que tem medo de tudo. A professora Ana é uma querida e não esquece a nossa M. apesar de não poder fazer alguns dos exercícios que os outros já fazem. Os senãos: afinal a piscina não é assim tão grande, pois metade não tem profundidade para isso (é uma piscina de spa com partes para fisioterapia), os balneários (sempre limpos) tornam-se pequenos para tantos bebés (mas mesmo assim ainda circuláveis), os outros pais não são nada simpáticos, não havendo uma energia de grupo e a M. não se aguenta depois do banho tomado, fazendo com que se formos sozinhos à natação com a nossa pipoca, conseguirmos tomar banho e vestirmo-nos depois torna-se numa verdadeira aventura.

Natação - escolha

Não havendo contra-indicação da pediatra, a ideia era ter começado aos 6 meses, mas a amiga enfermeira desaconselhou e sugeriu esperarmos pelos 8, por causa dos problemas de pele. Como não eram 2 meses que faziam a diferença, esperámos. Depois meteram-se o verão e as férias, por isso, a primeira coisa que fizemos na semana de regresso de férias foi inscrevê-la para Outubro, portanto para começar quase com 10 meses. Depois de alguma investigação, tínhamos três hipóteses tidas por outros como muito boas: a Piscina das Docas, a cidade universitária e o Megacraque. Começámos por espreitar a primeira. Não gostámos. Nem percebemos o porquê de tanto alarido em torno do espaço, ainda por cima mais caro do que os outros todos. Trata-se de uma piscina pequena, instalada num dos edifícios junto às docas de Alcântara, perto da PSP, com vista para a rua, com uns balneários pequenos e sobretudo com os azulejos em torno meios pretos da água. Aquela falta de privacidade, de espaço e confusão, aliadas ao preto do chão, afugentou-nos (atenção! O preto também não era nada do outro mundo, mas...). Ainda marcámos uma aula experimental, mas muito, muito pouco convencidos. Depois fomos ao Megacraque, mesmo ao pé de casa (vamos a pé para lá), onde as aulas são dadas no spa. Como fomos num sábado às 2h da tarde, as instalações estavam vazias, por isso a visita guiada foi um sucesso - a piscina era grande, as instalações limpíssimas, os balneários com fraldários e cadeirinhas na parede para os bebés. A água é tratada com cloro natural e está à temperatura de 31º-32º, e fora de água aquilo parece uma sauna. Havia vaga para as 18h15 às 3ª e 5ª. Gostámos tanto, e ainda por cima tão perto que fizemos logo a sua inscrição para as 5ª feiras, sem sequer ir ver a cidade universitária.

Cortar unhas

Sou sempre eu que as corto, porque o B. nem consegue ver quanto mais cortar. Ou melhor, cortava... Ao princípio, deixava sem qualquer problema, depois, já mais espevitadeca, tinha de ser com alguma distracção e muitas exclamações pelo meio. Por volta dos 8 meses, tive de começar a cortá-las de manhã, a seguir à mamada, que era quando ela estava ainda meia abananada de sono. Agora... Não consigo. Só a dormir. Assim que vê a tesoura e a sento no meu colo, começa a puxar a mão para trás, a torcê-la e a contorcer-se para sair dali. Chora e refila e acaba por vencer porque não me atrevo a tal tentativa com tamanha mexidela para aqui e para acoli. Já com a ama a história é outra. Deixa-se sentar e ainda refila, mas a amiga pergunta-lhe o que é isso umas quantas vezes, segurando-a firme, mas calmamente, e ela acaba por se render. Cortam-se as unhas em três tempos e não aos solavancos e aos saltos como comigo. Já me topou de tal maneira o calcanhar de Aquiles que, no fim-de-semana passado, foi o B., que a muito custo e muito ranger de dentes de impressionado, a sentou no colo dele, enquanto eu as tentava cortar por detrás. Ela deixou. Agora a mim, é outra conversa. À conta disso, a minha filha por vezes anda com umas unhas mais bonitas (salvo seja!...) do que as minhas...

Telefone

Se lhe encostarmos o telefone ao ouvido, para que quem está do outro lado converse com ela, fica com um ar divertido a ouvir atentamente. Ri-se e emite até alguns sons. E depois, não é que geralmente, com um "aahhhhhhh!" fininho, abre a boca e dá um beijinho ao telefone?! Mas a melhor foi comigo. Liguei para falar com a ama. Calhou a M. estar ao colo dela e querer agarrar o telefone. A ama fez-lhe a vontade e eu também, chamando-a e dizendo-lhe olá. A certa altura, ouvi a ama a exclamar: "ai que suspiro tão profundo!". Fiquei cheia para o resto do dia...

Inglês

Finalmente, experimentámos o inglês para bebés, segundo o método desenvolvido por Helen Doron. Esta foi a amiga F. que nos indicou e marcou a aula junto com ela e a filhota.No fundo, trata-se de introduzir uma segunda língua na vida do bebé através da brincadeira, graças às canções, linguagem gestual e repetição. A introdução da língua é até bastante completa, com mais do que as palavras básicas (por exemplo, não é só cabeça, pés e mãos, mas também cotovelos, indicador e afins). É claro que uma vez por semana não faz milagres, mas continuando em casa o trabalho, com a ajuda dos livros e CD's que nos são fornecidos no momento da inscrição, o inglês pode mesmo tornar-se uma segunda língua materna, o que nos dias de hoje é uma mais-valia brutal para nós tugas do cantinho da Europa. A mensalidade não é cara - € 36 - comparando com as outras actividades, mas como não chegamos a tudo, optámos por deixar esta actividade para mais tarde. Até porque de todas parece-nos a que pode ser iniciada mais tarde, obtendo-se mesmo assim os mesmos resultados.

http://www.helendoron.com/por/BBS.php

Gymboree

Seguindo o mesmo princípio do The Little Gym, o Gymboree tem um espaço mais pequeno no Parque das Nações. A aula decorreu no meio de outras crianças que já lá andavam e cujos pais já sabiam o que fazer. Contrariamente ao primeiro, aqui a professora apenas dá orientações genéricas e vai saltitando pela sala para ir brincando com os meninos à vez. Só ao fim de algum tempo é que fizemos actividades em conjunto com um objectivo comum. Aqui, só entrei eu, ficando o B. e a tia do lado de fora a assistir a tudo. A M. adorou um exercício em especial, rindo-se imenso das várias vezes que repeti com ela - o escorrega. Este tinha umas lombas e havia uma pele que ajudava a escorregar melhor. Nem sequer se assustou nem nada. Depois, ficou doida com as bolas. Ao ponto, de se deitar literalmente no chão para espreitar para debaixo de um móvel para onde tinha escorregado uma das muitas esquecidas pela professora (no The Little Gym há todo um ritual para ensinar a arrumar tudo aquilo que se utiliza). Fez sucesso ao atravessar sem qualquer medo uma passagem elevada que outros meninos um bocadinho mais crescidos recearam. E as bolas de sabão... Parecia cena de filme, sentada no chão, de braço levantado a admirar aquelas coisas leves e transparentes que pairavam sobre a sua cabeça. Foi divertido, pois está claro, mas no final, concluímos que o primeiro ginásio era mil vezes melhor.

http://www.gymboree.pt/index.php?section=9

The Little Gym

Chamo de ginástica, sessões de 45' ou 60' de divertimento puro, para ela e para nós, num ginásio, através de exercícios que põem em prática a seguinte teoria: "a forma mais eficaz para desenvolver as capacidades emocionais, sociais e físicas das crianças é ensinando e praticando actividades motoras. À semelhança de uma nova língua, quanto mais cedo começamos, mais fácil será o processo de aprendizagem. Assim, recorrendo ao acompanhamento personalizado, estimula-se o desenvolvimento das componentes psicomotoras, nomeadamente as cognitivas: atenção, percepção, memória, criatividade e as motoras: equílibrio, flexibilidade, coordenação." São palavras do Little Gym, o primeiro ginásio que experimentámos. As instalações são fantásticas, com uma noção de higiene bastante boa (só falta obrigar os pais a calçarem sempre meias - tens razão F...). O professor é um querido, com imensa paciência e atenção, que segue cada um dos esquilinhos em cada exercício. À medida que ensina um exercício, explica o como, para não haver disparates e o porquê, com o respectivo objectivo. No dia em que fomos, eu entrei com ela e o pai ficou do lado de fora. Seguindo as orientações do professor, dei largas à sua vontade de explorar, até que ela viu o pai do outro lado do vidro. Gatinhou velozmente para a janela, pôs-se em pé e apontava, olhando para mim a pedir o seu mais que tudo. Assim, a M. participou em todos os exercícios com a ajuda do pai que foi obrigado a entrar na sala - a rotação em cima de um rolo, a pega pendurada numa barra, ficar por baixo de um pára-quedas, subir e descer obstáculos e até andar na trave olímpica. Tudo com muitas canções e simpatia. Gostámos mesmo muito.

http://www.thelittlegym.pt/default.jsp?file=ver_artigo&nivel=1&id=76&idRec=26

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Baby Ioga

Já tínhamos ido a uma aula com as amigas de barriga, mas como o pai não assistiu e eu gostei tanto, tentei marcar outra. Falei com outra professora, que dá aulas no Parque das Nações, que nos aceitou na sua aula experimental. Desafiei a amiga F. e juntas, mais as filhas e o B. lá fomos num sábado de manhã. Contrariamente ao que se possa pensar, esta prática não é ioga. É sim, o aproveitar de alguns movimentos e posições do ioga, que os bebés naturalmente já fazem (as suas pernas parecem de borracha), assim como o facto de serem por natureza calmos e usarem a respiração do ioga, que nada mais é do que respirar exclusivamente pelo nariz. São aulas com um mínimo de 4 e máximo de 8 crianças que, acompanhadas por um dos pais, vão repetindo em conjunto o que a professora faz com um boneco. Assim, no meio de muita brincadeira, fazemos várias posições que permitem o desenvolvimento motor da criança, fomentando ao mesmo tempo um maior vínculo emocional com o pai ou mãe que os acompanha. Tudo sempre acompanhado pelas cantilenas que a professora vai cantando. Foi o B. que fez a aula com ela desta vez (o único papá, o que encantou a professora) e também aprovou a prática desta actividade. A professora era excelente, tinha imenso carinho e desejo que tudo corresse bem, parecia ter imensa experiência e o local era óptimo, com umas condições muito boas. Fizeram o sol, a mão à lua, o cavalinho, o comboio, entre outros. As que consegui fixar, repito em casa, para gáudio da nossa filha. Há um exercício em particular que ela gosta de fazer: com ela sentada ao meu colo de costas para mim pego nos pés e esfrego as pontinhas (os dedos) dos pés umas nas outras, depois os calcanharitos e finalmente sola com sola, para depois levar os pés à lua, abrindo ambas as pernas ao mesmo tempo. Por nós, escolheriamos esta actividade, não fosse o facto de as aulas serem aos sábados e isso implicar necessariamente algumas faltas por mês, não justificando uma mensalidade tão cara. Quem sabe mais tarde não seja possível...

http://babyogaportugal.com/

Para alguém interessado, as aulas no país estão no seguinte blog: http://babyogaportugal.blogspot.com/

Aulas experimentais

Hoje em dia, existem "n" actividades diferentes para bebés - natação, ioga, inglês, música, ginástica, todas elas para frequentar com os pais. Havendo disponibilidade financeira, assim como tempo, já não há razão para que não se estimule os nossos filhos em campos diversos. O marketing destes centros e ginásios é quase perfeito, não fosse a crise que vivemos: oferecem uma aula experimental e por vezes até um desconto para a inscrição nos dias a seguir. Qualquer pai ou mãe que se preze, tendo dinheiro (às vezes até nem tendo muito) depois de ir, quer ficar - para os nossos filhos nunca é demais, sobretudo quando são actividades pedagógicas. Espertos! Assim, aqui a je, também se armou em chica esperta e marcou todas aquelas que encontrou - acredito que sejemos muitos a fazê-lo... Experimentámos o Gymboree e o Little Gym - que fomentam o desenvolvimento das capacidades motoras e sociais dos bebés -, assim como o inglês na Helen Doron e o babyioga. Ficou a faltar a música, que é já este sábado que vem. Deixo nos próximos posts as minhas impressões sobre cada um deles.

Concerto para bébés partilhado

Fomos no dia 21 de Setembro, ao reinício da temporada dos espectáculos no Olga Cadaval. Ainda não faltou a nenhum desde os 4 meses e não pretendo que falhe sem razão válida. A novidade deste espectáculo foi a companhia: foram mais 7 amiguinhos de barriga connosco. A Gui ficou ao nosso lado, ao colo do pai, os outros ficaram espalhados pela sala. Todos adoraram. A nossa amiga Pocahontas, a mais novinha da turma, foi a mais expedita - pôs-se a caminho pela sala afora, tomando conhecimento de perto os instrumentos que tocavam, sempre debaixo de olho dos pais e das artistas para o efeito. A nossa M. adorou, para não variar. Desta vez, dançou ao som do Laurindinha, fazendo parelha com a sua amiga, e ficou compenetrada a ouvir o saxofone que veio ter com ela, enquanto punha a mão para sentir a vibração. Como já gatinha, eu esperava que ela também se pusesse a andar, mas depois de várias tentativas falhadas, viu o pai atrás de mim e já não quis mais nada. Tive de trocar de posição com o B. e ali ficou aos saltos, toda contente até ao final do espectáculo. Até Outubro, com outro instrumento para descobrir!

Bolsar

Ainda o faz, quanto à comida não sólida - iogurte, papa, sopa, água... Às vezes muito tempo depois de comer. A roupa fica toda manchada e quando é iogurte, o cheiro de azedo é horroroso. Já aprendi a não lhe dar água antes de muita ginástica, pois já sei que vai dar mau resultado. Tenho de perguntar à pediatra se é normal...

Já lhe dou banho

Graças à minha tendinite de Quervain, derivada do pega a toda a hora num bebé, poucas vezes lhe dei banho, por ser preciso segurá-la por debaixo do braço para não cair para trás e a minha segurança ser muito pouca para não a deixar cair - é que se ela desse de repente um esticão para trás, o mais certo era não a conseguir segurar, por me falhar a mão. Agora, já se senta na banheira com segurança e até já se põe em pé com a nossa ajuda. Por isso, apesar de continuar a ser um ritual de pai/filha, já tenho capacidade para o substituir quando ele não está. Ela adora ficar dentro de água - sem ajudas pois não gosta que a seguremos (as minhas mãos estão estrategicamente escondidas atrás dela, não vá o diabo tecê-las...) - a brincar com o pato, o peixinho (um termómetro dos tempos de bebé, que se revelou inútil) e um livro em forma de estrela. Fica sempre mais do que o necessário dentro da banheira porque não quer sair e é aí que reside a minha dificuldade agora. Quando a tiramos, fica mole, escorregando pelas nossas mãos tipo enguia e esperneia, chorando que não quer sair. Para a convencer, pomo-nos em frente ao espelho para ela se ver e esquecer a água. Vejo-me aflita para a conseguir tirar e costumo ficar molhada por ter de a encostar a mim antes de lhe enrolar a toalha.

Muito cuspo

Não o faz a comer (ainda não é desta que levas a tua avante, tia S.), mas já descobriu o pffffrtttt! Andou uns dias com aquele hábito badalhoco de pôr a língua de fora e fazer aquilo, para ficar toooooda babada. Vá lá, gosta demasiado de comer para se lembrar de fazer tal brincadeira à hora da refeição, senão era sopa por todo o lado!...

"Vou-te apanhar!!!" X "Esconde, esconde!!!"

Qual delas a sua brincadeira preferida. Eu ponho-me de gatas, faço ar de malandra e começo a dizer com ar ameaçador e divertido "vou-te apanhar!". Quando ela me vê fazer aquela cara já sabe, prepara-se, abana-se toda de excitação e aos guinchinhos, começa a fugir à minha frente. Dou-lhe um pequeno avanço e depois agarro-a, para lhe fazer cócegas no pescoço. Por seu lado, o pai adora agarrá-la ao colo e desafiando-me começa a dizer à M. "esconde, esconde!", abraçando-a em seguida, para lhe tapar a cara, enquanto eu lhe faço um "cucu!", ajudado de cócegas. Ela desmancha-se a rir à gargalhada com o jogo. Delira com qualquer uma!

"Cresceu!" disse eu espantada...

Desde que se consegue pôr em pé que adora gatinhar até à cadeira de comer, levantar-se e tentar chegar com o dedo aos buraquinhos por baixo do tabuleiro. Fica na pontinha dos pés e quase, quase que chega, mas fica-lhe sempre a "faltar um bocadinho assim". Ora, precisamente uma semana depois de ter observado esta cena, com a madrinha dela em casa, a M. repetiu a sua tentativa de se esticar. E eu, ao reparar, mostrei-lhe tal graça. Não é que a M. chegava na perfeição aos buraquinhos?! Nem em bicos dos pés se pôs! Fiquei abismada o quanto ela tinha crescido numa semana. A madrinha sorriu com tal evolução e fez um ar de aprovação. O B. chegou e eu repeti-lhe o surto fantástico de crescimento, ao que ele naturalmente me respondeu que "é normal. Ela está a crescer...", com um ar entendido. Eu não estava em mim - ela tinha crescido à vontade uns 10 cm no espaço de uma semana! É... À noite, como de costume empurrei a dita cadeira até à nossa mesa, para nos fazer companhia ao jantar. Como esta tem uma tábua por debaixo do tampo, tenho de baixar aquela dois níveis para que a M. consiga enfiar as pernas. Vou carregar nos botões e... Já estava na posição certa... Fez-se luz... Afinal, a M. não tinha crescido extraordinariamente. A cadeira é que tinha descido... O que vale é que não fui só eu a embrutecer momentaneamente - estava acompanhada de mais dois tontos que foram na onda do cresceu.. E ainda por cima, a madrinha já tem um filho de 8 anos, por isso, já tinha a obrigação de saber melhor... Ai, ai... Na brincadeira, por vezes digo que estou com Alzheimer galopante. Por vezes, não sei se não é verdade... :S

Ai! Ai! Ai! Ai! Ai!

No segundo dia de regresso das férias, portanto ainda bem treinada nas birras de contrariada, ao chegar a casa, perguntei à ama se tinha dormido. Respondeu-me que sim. Quando perguntei como, confirmou as minhas suspeitas: no carrinho para trás e para a frente no corredor de casa. Com a M. ao colo, olhei para a ama e em tom de brincadeira, fiz "Ai! Ai! Ai! Ai!". No instante a seguir, a M. faz beicinho e começa a chorar. Mas a chorar a valer, com lágrimas gordas e tudo! Nem queria acreditar! Estive que tempos a abraçá-la e a explicar-lhe que não era com ela, até se acalmar. Ficou a olhar para nós com um ar muito sério, sem perceber muito bem o que se estava a passar. A ama, tão espantada quanto eu com aquela reacção, testou-a. Olhou para ela, e com aquele ar meigo que tem, tentou fazer um "Ai! Ai! Ai! Ai!" convincente. Não é que a M. começou logo, logo a fazer beicinho. Só não chegou a chorar porque a ama é demasiado doce para conseguir fingir à séria e nem seria essa a sua intenção. Lá lhe dei mais uns beijinhos e ficou satisfeita. Mimada é o que ela está, com toda a certeza, mas ainda bem, é sinal de que é feliz. A ver vamos se conseguimos equilibrar as coisas para não a transformarmos numa peste!...

Boa noite, papá!

Depois de se perceber qual é o problema, foi fácil de resolvê-lo. Agora, todos os dias à noite, entre as 9h30 e as 9h45 o mais tardar, quando a M. começa a revelar sinais de cansaço, pego nela ao colo, o pai dá-lhe sempre as boas noites com vários beijinhos, enquanto digo por ela "boa noite, papá!" e depois levo-a para o quarto. De luz apagada, já com a cama aberta, nas primeiras noites tive de acalmá-la primeiro ao colo. Pegava no ursinho Babiage, punha a música a tocar e embalava-a até ela parar de chorar. Era um choro pouco normal, que depois de saber o motivo era facilmente identificado como de medo, senão mesmo de pânico. Falava-lhe baixinho ao ouvido, conversava com ela, enquanto ela ia sossegando e encostando a cabeça no meu ombro. Quando já estava calma e meia grogue de sono, punha-a devagarinho na cama. As duas primeiras noites resultaram numa choraminguice, que passou com umas massagens nas costas - abro os dedos médio e indicador e com alguma pressão subo-os e desço-os pelas costas dela, cada um de seu lado da espinha. Adormecia de rabo espetado, muito mais calma. Nas noites seguintes, as massagens já não resultaram. Apesar de se pôr na posição, ao fim de alguns minutos, resistia e sentava-se ou punha-se em pé para me impedir de realizá-las. Assim, sentei-me no chão do quarto, ao lado da sua cama sem dizer palavra, com uma mão dentro da cama para ela me ver. Se choramingava, dizia-lhe baixinho que estava ali e ela, ouvindo a minha voz, olhava para mim, arrastava-se para ao pé de mim e acabava por aí adormecer. A sua única necessidade é sentir-me ali, ao pé dela. O tempo que demorava a adormecer era também resultado de me estar a controlar - entreabria os olhos para me ver de x em x tempo, mexia a mão ou o pé para me sentir... Houve um dia que já estava de costas para mim há um bom bocado. De tal forma, que achei que já estaria a dormir. Levantei-me devagarinho para sair do quarto, quando se ouviu o meu joelho a estalar. Um pequenino estalido, mas que a fez levantar a cabeça e olhar para trás. Só tive tempo de me levantar, olhar para trás, ouvi-la choramingar e voltar para trás para o meu lugar ao lado da cama. Automaticamente, parou, baixou a cabeça e ficou-se depois de alguns controlos em como eu ainda ali estava... Depois, criou-se o ritual: chegamos ao quarto e ela pede-me logo para ir para a cama, já não precisando primeiro do meu colo para acalmar. Eu deito-me sem palavras na cama ao lado e ali fico à espera que ela adormeça. O normal é adormecermos as duas, cada uma na sua cama, ao som do ursinho.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Medo de dormir

Calhou a M. adormecer na cadeira de comer no dia em que a tia S. me ligou a confirmar as noites difíceis que se avizinhavam, por isso respirei de alívio por não ser preciso entrar logo em medidas drásticas. No dia seguinte, sábado, fomos para Quiaios ter com o tio F. e a tia S. Jantámos fora, com uma M. muito bem-disposta a mordiscar pão. Até que... Começou a revelar o seu cansaço. Desatou a chorar sem grandes intervalos, por isso peguei nela e fui para casa, deixando o resto da malta a ver a selecção nacional. Confesso que ainda dei umas voltas de carro pela vila (que é enooooorme...) para ver se não tinha de assistir ao cinema fora da minha casa, mas em nada adiantou - chorava a plenos pulmões. Fui para casa, fiz as camas (a nossa e a dela) com ela a passarinhar pelo quarto e depois de um bocadinho de mimo ao colo, dei-lhe um beijo de boa noite e pu-la na cama, ao mesmo tempo que o B. e a tia S. chegavam a casa. O B. sabendo o que me esperava, aproveitou o intervalo do jogo para me ir dar apoio moral. Saímos do quarto e deixámos a nossa pipoca a chorar desalmadamente. Ao fim de alguns minutos, já eu e o pai estávamos em polvorosa, por isso, a tia S., para nos acalmar, perguntou-nos se podia ir ela ao quarto. Eu agradeci secretamente do fundo do coração e acho que o B. também. Assim, estivemos os dois na sala, durante uma hora e meia a ouvir a M. a chorar no quarto, com pausas cada vez maiores e uma amiga incansável a tentar conversar calmamente com ela. O B. conseguiu devorar duas sandes e sei lá mais o quê com os nervos e eu acompanhava-o a bufar de 10 em 10 minutos com os nervos. Confesso: não fosse a tia S. lá estar não sei se conseguia. E ainda bem que ela lá estava. No dia anterior, quando falou com o seu professor, este também tinha posto a hipótese dos pesadelos, tendo-a descartado para segundo plano por ainda ser cedo. Ou seja, os bebés por volta do ano já conseguem reproduzir mentalmente durante o sono imagens que assimilaram durante o dia. Por vezes, estas assustam-nos e eles têm os chamados pesadelos. A M., por estar sobre-estimulada, e por isso mais à frente nalgumas coisas, já chegou a esta fase. E confirma-se. Naquela semana, acordei uma noite com ela aos soluços a dormir, e nem as minhas festas na cabeça, nem os meus sussuros a acalmaram logo, não tendo nunca acordado durante todo o processo. Quando, naquela noite, a tia S. assistiu ao cinema, pelos vários sinais percepcionados percebeu - a M. tinha era medo de dormir e fazia o impossível para não adormecer. Assim, a solução era precisamente a contrária: ela precisava da nossa presença para se deixar ir para o vale dos lençóis sem grande resistência...

Sestas - nem vê-las...

Convém aqui explicar que a M. já não andava a dormir nada durante o dia - de manhã é raro tal proeza e à tarde, ou porque teve a visita do avô ou da tia, ou porque a ama não insistiu por causa do choro, tal facto reproduzia-se. Chegou a fazer sestas de 20 minutos num dia inteiro e aguentar acordada até às 22h00. Apesar de adormecer tarde (às vezes à meia-noite) por causa das birras, acorda sempre entre as 7h30 e as 8h15, salvo raras excepções, que estica até às 9h00. Isto porque desenvolveu um relógio interno à conta das mamadas que tinham de acontecer o mais tardar até às 8h15 (foi o único grande senão de dar de mamar, pois até eu ir trabalhar, ela acordava bem mais tarde, por volta das 10h30...). Faz noites inteiras - o problema é adormecer e não dormir - desde que tem um mês, mas mesmo assim, não dorme o suficiente para compensar a falta das sestas. Sai a mim: desde muito cedo que a minha mãe desistiu de me fazer dormir a sesta e ainda hoje odeio dormir de dia - é preciso estar num estado febril ou de cansaço muito grande para tal acontecer, senão o humor é terrível quando acordo... Assim, à noite, chega derreada e com um cansaço brutal em cima. Levei nas orelhas da tia S., que me disse que um bebé nesta idade tem de dormir por volta de 14 horas por dia, pelo que repercuti a reprimenda à ama, que por sua vez começou a tentar mais afincadamente. Para além disso, impus a regra das visitas a partir das 17h00 ou então antecipadas por um telefonema para saber o estado da criança: acordada ou a dormir...

Birras - 2

O choro antes de dormir... Inexplicável. Chegada a Lisboa, começou por adormecer embalada no carrinho pelo nosso corredor afora, por iniciativa do pai. Conforme a minha previsão, a certa altura, tal truque deixou de resultar. Tentou-se de tudo - até o colo... Nada, mas nada, a calava, a não ser o cansaço, depois de uma hora, ou mais, ao colo, a berrar. Literalmente, a berrar. Dava guinchos nada normais. Achei que era birra de sono, conjugada com cansaço (não quer dormir de dia), com três semanas de rotina para adormecer e mimo a mais que tinham resultado numa super-manha. Uma noite, como não se calava, nem ao colo, pu-la na cama sentei-me ao lado a falar baixinho. Depois, tentei calar-me. Como também não resultou, sentei-me no chão escondida atrás da cama a ouvi-la a chorar (sou masoquista, sou...). Ao fim de talvez 40 minutos, a chorar com ela, não aguentei mais e peguei nela ao colo. Talvez por se sentir aconchegada depois daquele abandono tão grande, talvez vencida pelo cansaço, adormeceu pouco depois embalada por mim. Nessa noite, sozinha em casa (como não consegue ouvir a filha a chorar, o B. deu boleia à tia para casa e depois passeou por Lisboa, para dar tempo...), estava uma pilha de nervos: primeiro pelo choro dela incontrolado e segundo por ter contrariado a minha própria teoria. Quando o B. chegou, cheguei a dizer-lhe que se ela adormecesse ao colo sem choro desde o início, connosco sentados, desistia das minhas belas teorias e passava a fazer isso, mas ela só nos quer em pé e já pesa muito, quanto mais daqui a uns tempos. Delírios!... Sabia qual era a solução: uns dias a chorar na cama, sem apelo, nem agravo. A minha dúvida porém era outra: como deixar chorar? Comigo ao lado sem falar, com a mão dentro da cama, vir-me embora e deixá-la sozinha? É que se era para chorar, que pelo menos fosse uma solução eficaz - sofrer sem resultados não valia a pena. Falei com a amiga enfermeira para lhe pedir um conselho de mãe. A sugestão foi pô-la na cama, vir embora e deixar chorar, não importa quanto tempo, porque manha é assim que se combate, por mais que nos custe. Calhou a tia S. telefonar nesse mesmo dia e aproveitei uma borla psicológica. Depois de algumas perguntas lógicas - tipo, mudou alguma coisa na rotina, como é o choro, etc... - achou que a enfermeira tinha razão, mas ficou de confirmar com o seu mestre em psicologia infantil. Nessa noite, calhou a M. estar tão cansada que antes de a pôr na cama, tentei embalá-la e a técnica resultou: já ia mais para lá do que para cá quando a deitei e deixou-se ficar sem grandes cinemas, comigo a fazer-lhe massagens nas costas. No dia seguinte, a tia S. confirmou-me a resposta dada no dia anterior. Podia apenas ir ao quarto de x em x tempo tentar acalmá-la sem pegar ao colo, mais por mim, mãe, do que por ela, por forma a não sentir que a estava a abandonar à sua sorte. Se não resultasse, para lhe ligar outra vez. Preparei-me mentalmente para o que aí vinha e avisei o B. para que ele me desse apoio - é que deixar a filha chorar assim não é fácil e sozinha em casa mais ainda...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Birras - 1

O regresso das férias teve uma consequência evidente: birras por tudo o que quer e por tudo o que não quer. Se lhe dizíamos que não, chorava. Se não lhe dávamos, chorava. Se a ignorávamos, chorava. Para além disso, começou a berrar sem explicação na hora de dormir, fosse na cama, no carrinho, ao colo, eu sei lá... Na semana de regresso, à tarde, simplesmente não me deixou pôr a fralda. Torceu-se, contorceu-se, parecia uma enguia, enquanto chorava, berrava, guinchava. Um verdadeiro disparate. A muito custo e muitos nervos depois, consegui. Só acreditou em mim a tia porque estava presente e assitiu a tudo. Tanto o B., como a ama fizeram cara de gozo e de exagero da minha parte. No dia seguinte, fiz o sermão à ama sobre a necessidade de contrariar a menina, ao que obtive como resposta o costume: silêncio, pressupondo-se a anuência. Achei que ela não me tinha levado a sério, sério - só por metade. Quando cheguei, na rua, recusei a ida do colo para o chão porque sabia que ela queria gatinhar cimento fora. Encostou o queixo ao peito, fez cara de má e berrou (literalmente) com um "agrrrmmmm!" de zangada, enquanto se torcia para conseguir chegar ao chão. Calmamente, segurei-a com força e repeti várias vezes que não. Ao fim de uns minutos, distraiu-se com a árvore e foi como se nada fosse com ela - apontou e "dá! dá!". A ama assistiu a tudo. Entendeu melhor o sermão... No dia a seguir, voltei a repetir a importância do não à ama de manhã. Ao regressar à tarde, percebi que a ama tinha interiorizado definitivamente o sermão. A M. tinha-lhe feito uma birra similar à que fez comigo, a propósito da fralda. Contou-me a desagradável experiência, que tinha começado a dizer não e como isso estava a fazer efeito. Ao fim de três semanas, a M. já percebe verdadeiramente o Não. Agora, o normal, é insistir uma ou duas vezes quando quer mexer nas coisas ou em certos casos, como o da mesinha da sala, já olha para nós antes de mexer, como que a pedir autorização, e desiste com a negativa. É claro que não temos nenhum génio em casa - continua a fazer birras, a tentar mexer onde não pode e a não querer ficar deitada no muda-fraldas mais do que uns segundos, mas o exagero já não é exagerado. Quero acreditar que com o tempo chegamos lá...

Carrinho

Perdi a cabeça e uns tempos depois, fui lá buscar o carro da mesma marca... Enquanto anda, toca uma música super-engraçada, que põe a M. a abanar-se toda, acende e apaga as luzes e ainda tem uma cenoura escondida no porta-bagagens que ao puxar-se regressa ao sítio, tremendo por todo o lado, com um "bzzzzzz!" divertido.

Espelho

Com base nas dicas da Dodot (tem um site fantástico, com bastante informação) sobre os brinquedos adequados para as crianças dos 0 aos 12 meses, andava à procura de um espelho para ela brincar. Já aqui fiz antes a referência de como ela gosta de se ver ao espelho (como, aliás, todos os bebés nesta fase). Só descobri o da Imaginarium, que me parecia excessivamente caro (como quase tudo lá) para o efeito, por isso continuei à procura. Um dia, lembrei-me de procurar na net o site da Taf Toys, marca de um cubo fantástico que lhe comprei. Fiquei fã da marca. Têm coisas lindas e só tenho pena de não a ter descoberto mais cedo, pois há coisas que já não são adequadas para a M. (como por exemplo, um brinquedo que se pendura nas costas do banco de trás do carro enquanto eles vão no ovo, e por isso de costas para a estrada, com estímulos aos quais eles conseguem chegar). E de facto, tinham um espelho. Mas encontrá-lo cá?... Enfim, reservei a ideia de o encomendar via net, sem estar muito convencida, pois o preço, com as despesas de envio, acabava por se aproximar da Imaginarium. Entretanto, tive de ir buscar a cadeirinha para o carro à loja em Sintra e descobri que a senhora também tinha descoberto a marca, tendo-se tornado sua representante. Encomendei o espelho sem compromisso. Quando regressei de férias, já tinha recebido um telefonema a dizer que já lá estava para eu ir ver - é muito giro, tem três fases - pendurado na cama de grades, deitado no chão e depois em pé - e custa quase metade do preço do outro. Trouxe-o. A M. também adorou e mais uma vez provou que é uma espertalhona. Quando cheguei a casa com ele, abri o embrulho com ela ao colo. Pus-lho à sua frente e ela como de costume começou a mirar-se e a rir-se para si mesma. A certa altura, ao ouvir-me falar, em vez de olhar para mim directamente, baixou a cabeça, para poder espreitar e ver-me através do espelho. A seguir fez o mesmo com a ama. Pôs-nos a rir às duas com a gracinha.

Quando chego a casa

Na maior parte das vezes, quando chego a casa, está no jardim com a ama, na sua aprendizagem da difícil tarefa que é aprender a andar. Quando me vê ao longe, começa a dar saltinhos de contente, a querer dar passos de gigante, enquanto se abana toda e dá guinchinhos de satisfação. Dá-me cá um gozo!!!

A saia do pai

Não o largava. Teve uma fase depois das férias, que eu pura e simplesmente só existia na ausência do seu mais que tudo. Esticava-lhe os braços a pedir colo, ia atrás dele com o seu "nha! nha! nha!" característico, aflita por ele ir "só ali, filha!" e eu era ignorada com uma pintarola que só vista! De manhã, depois de mamar, queria o pai. À tarde, quando ele chegava, queria o pai, ao ponto de ele não ter tempo de se desembaraçar do fato e da gravata ou mesmo lavar as mãos. Confesso que por mais bonito que seja e mesmo satisfatório, a pontinha do ciúme está lá. Sobretudo, quando quer sair do nosso colo para o dele... Agora já acalmou, já partilha o entusiasmo pelos dois outra vez.

O nosso blog!...

Uns dias depois das férias, o B. perguntou-me à mesa: "então, já se escreveu alguma coisa no nosso blog?". "Já se escreveu"?! O "nosso" blog?! Perguntei. Resposta: "é nosso, então não é sobre a nossa filha?" E esta, hein?! Comecei esta aventura como uma forma de desabafar sobre os problemas da vida com um bando de desconhecidos, que eventualmente me descobrisse no meio do caos que é a internet. Com o nascimento da filha, pouquíssimo tempo depois de me intrusar nestes meandros, comecei gradualmente a tornar isto num diário para um dia mais tarde lhe oferecer. Mas sempre na perspectiva de algo mais anónimo, mais livre, por não saberem quem eu sou ou a minha família. Agora, dou por mim a ser lida por uma quantidade generosa de amigos, alguns desconhecidos, que me deixam aliás comentários engraçados, e por um marido sedento de ver por escrito aquilo que acontece com a sua filha. Ainda um dia, arranjo outro que ninguém vai descobrir de quem é para poder dizer as maiores baboseiras que me apetecer!... ;)

Anona

A M. adora fruta, não importa qual. Nem posso falar em preferência, porque com todas, debruça-se toda na cadeira de comer, torce-se para chegar mais depressa à colher e até dá o jeito à mão esquerda como se estivesse a dançar sevilhanas, ao som de muitos "hhumm!" de satisfação. Se tivesse mesmo, mesmo de escolher, acho que votava na melancia, mas se calhar foi por nas férias ter havido muita... Já provou as "normais" - banana, maçã, pêra e afins, assim como as de época, tal como meloa e companhia, cereja e uvas. Das tropicais também já tomou conhecimento: papaia e manga marcham lindamente. Foi a vez da preferida da mãe e da avó materna. Provou anona, fruta da minha segunda terra, a Madeira, que apesar de ter dado uma trabalheira a tirar caroços (na ilha, são 3 vezes maiores e quase não têm estes incómodos...), foi um sucesso.

Os dentes de cima

Já apareceram! Nem demos por ela. No sábado de manhã a seguir ao regresso de férias, estava o B. a tentar tirar-lhe um bocado de papel irresistível ao provar (...) quando sentiu qualquer coisa na gengiva superior. Espreitou, voltou a passar o dedo e descobriu dois dentes - um já totalmente saído e a crescer, o outro a rebentar. Depois de "oh filha! Nem demos conta!..." (ainda damos uma importância enorme a todas as novidades ao pormenor), foi uma festa e o B. ligou logo à mãe a contar. E afinal, parece que fomos os últimos a saber... Na segunda, quando contei à ama, ela com naturalidade respondeu que sim, que já sabia e que até já tinha mostrado ao avô, que por sua vez já tinha contado à tia. Por um lado, ainda bem - é sinal que não lhe doem...

Contrariá-la

Chegados de férias, o normal era insistir, insistir, insistir até ficar irritada e chorar. Como não tinha sorte com essa estratégia, com uma outra qualquer distracção, acabava por apontar, olhar para nós e fazer "Da! Da!"... Até que um dia... Temos uma mesinha de apoio na sala, com umas velas pequeninas e um cinzeiro de estimação do B. A M. adora levantar-se agarrada a ela - fica mesmo à sua altura - e tentar atirar tudo para o chão. Como de costume, assim que a vi a agarrar-se à borda da dita mesa, preparei-me para a lenga-lenga do "não, não!". À primeira nega, olhou para mim e esboçou um sorriso gigante. Fiz um esforço, segurei-me e voltei a dizer "não, não!". Ela vai e... esboça um sorriso gigantérrimo, acompanhado de um "hhhhum!" malandreco. Fiz das tripas coração, respirei fundo e voltei à carga - "não, não!". Vai daí, olha para mim, testa-me em segundos e... solta uma gargalhada cristalina!... Desculpem os manuais de pais perfeitos, mas não fui capaz. Desmanchei-me com ela e ri a bom rir. Escuso de dizer que depois tive de lhe tirar a vela da mão, certo?...

Paul Newman

Desde que o descobri no início dos anos 80, tinha eu acabado de entrar na adolescência, que fiquei fã. Qual Tom Cruise, qual carapuça! Paul Newman é que era e o homem já ia nos seus 50s. Lindo de morrer, com uns olhos azuis profundos e uma simetria de cara (e não só...) fora do normal, não deixou qualquer ponta de fora no seu trabalho como actor e realizador. Ser humano com consciência democrata e marido fiel de 50 anos (coisa rara em Hollywood), é um exemplo para muitos. Morreu esta semana. Deixou-me uma pequenina tristeza por já cá não estar, mas como diz o Bono, é fácil lembrar um nome, mas, mais difícil, é recordar o que se fez em nosso nome, por isso, fica aqui um tributo a um Senhor, que marcou mais do que uma geração.

"Paul Newman interpretou vários papéis inesquecíveis. Mas aqueles que o orgulharam mais nunca foram campeões de bilheteira: marido devotado, pai e avô amoroso, filantropo dedicado. O nosso pai era um raro símbolo de humildade, o último a reconhecer que o que ele fazia era especial. Intensamente reservado, fez a diferença na vida de muitas pessoas graças à sua generosidade. Até ao fim da sua vida, o nosso pai foi incrivelmente grato pela sua sorte. Nas suas palavras, "era um privilégio estar aqui". Ele será orgulhosamente lembrado por aqueles cuja vida ele tocou e deixa-nos com uma extraordinária inspiração para prosseguir. "

(Carta das filhas, divulgada no dia a seguir à sua morte)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Já foi!!!!!!!!!!

Vendi! Vendi! Vendi! Vendi! Vendi! Vendi! Vendi! Vendi! Já se foi embora para o Algarve!!!!! Quando chego a casa já não está parada a olhar para mim e a recordar-me diariamente do meu fracasso, com ar misto de abandono e desafio. Vade retro Satanás! Xô bicho! Só não consegui ficar feliz ao vê-la ir embora devido à incapacidade do meu marido em se revelar feliz também. Nem disfarçar conseguiu... Já só falta dar o golpe final para acabar com a miséria e o suplício do animal. Acabou-se o sonho e a vontade de ser diferente, de sentir-me útil e completa. No dia em que a M. nasceu, desisti, encasquetei na minha cabeça que não dava mais para insistir em bater no ceguinho. Esperei mais uns meses para fazer a vontade ao marido, que tem mais dificuldade do que eu em assumir um erro, mesmo que este não seja dele. Sei que vou ficar sempre com a mágoa de não conseguir ser dona de mim própria, mas como diz o meu pai, o tempo tudo amansa - não cura, isso não, mas ameniza o sentimento.

Mais uma evolução e mais um truque

No dia 18 de Setembro, a M. andou agarrada ao sofá pela primeira vez sozinha. Estava em pé numa das pontas e eu pus-lhe a amiga Lola na outra ponta, incentivando-a. Primeiro hesitou. Depois, avançou. Como eu fui fazendo claque, acabou o percurso a rir-se imenso e a querer repetir. Para além disso, no mesmo dia, demonstrou ser exímia em sentar-se devagarinho no chão, caindo de rabo, em cima da fralda fofinha. Agarra-se com força com uma mão, enquanto dobra os joelhos muuuiiittoooo devagar, com muuuiiitttaaaa cautela, para não fazer pum! E consegue sempre! Quanto ao truque, foi a ama que passou o dia a atirar beijinhos para ela entender. E conseguiu. Agora, quando atiramos beijinhos, ela abre a boca exageradamente, põe a mão à frente toda aberta e fica-se por aí. Falta a parte do atirar, mas não faz mal, já acho a minha filha a mais esperta de todos. :)

Quase que percebeu

O tambor da Chicco tem de um lado vários botões para tocar música e um central para simular o som daquele instrumento musical. Do outro lado, tem uma tampa com três recortes, por onde é suposto a criança enfiar as formas geométricas correspondentes. A M. adora a parte da música (faceta cada vez mais notória, aliás), mas eu sempre tentei o outro lado sem grande sucesso. Um dia, na brincadeira no chão com ela, tentei mais uma vez. Desta vez, com a tampa directamente apoiada no chão, para que as formas não desaparecessem para dentro do tambor. Pus o triângulo no respectivo buraco e mostrei várias vezes. Após variadíssimos "ah! encaixou!", ela entendeu e começou a atirar a peça para o sítio com um bocadinho mais de perícia e com um objectivo mais determinado. Ficou-se por aí, mas já foi um bom começo!

Rolha

É o que a chucha é hoje em dia. De chucha, aponta para as coisas e faz uns "ehs!" abafados para chamar a atenção. Se se lhe tirar a rolha, começa logo, logo, a palrar nos seus "da-da-das!". É de chorar a rir.

Colinho da Lúcia

Já aqui disse que a M. não é muito de mimalhices - ao nosso colo está o tempo suficiente de satisfazer a carência, que é reduzido, querendo ir para o chão num instante. Acalmá-la ao colo, distraindo-a com qualquer brincadeira, é quase impraticável, pois passa a vida a tentar sair do colo e ir à sua vida. Como disse a professora de ioga, a visão romântica de mimar a filha ao colo no nosso caso, é só isso mesmo - romântica. Ora, não é que a desgraçada no colo da ama não é assim?! No segundo dia de regresso de férias, cheguei a casa desejosa de a ver e pegar ao colo, achando que o mesmo se daria do outro lado. Estava no colo da ama e veio logo para o meu, mas ao fim de uns minutos, quis regressar à base. Estendi-lhe os braços outra vez, ao que ela respondeu imediatamente da mesma forma. Sorri, contente por não ter perdido o jeito... Mas afinal... Estendeu o braço, agarrou na chucha que eu segurava na minha mão direita e endireitou-se para ficar no colo da sua amiga!... Afinal, era a chucha que ela queria!!! Não bastando, uns dias depois, cheguei a casa e estavam as duas calmamente sentadas no sofá a ler um livro. Perguntei o que faziam e a ama respondeu que estava a acalmá-la para ver se a conseguia depois pôr a dormir! Questionei-a sobre a eficácia de tal truque, convicta de que não teria muitos bons resultados, ao que ela afirmou que não, que resultava bastante bem... Deprimi, só por uns segundos, por não dominar tal arte...

Bengala

Depois da experiência do sobe e desce no Algarve (no recinto da messe, o quarto era o mais em cima possível e a sala de refeições o mais em baixo) e da minha aventura sozinha para o ioga, dei-me por vencida e concluí que o B. era capaz de ter razão: era urgente comprar um carrinho que pesasse menos uns quilos. Assim, sem sequer ter estudado fosse o que fosse (inédito, certo?!), confiei no B. e fomos à loja do Campo Pequeno, que tem umas meninas tão simpáticas e explicadoras, comprar um carrinho-bengala. Optámos por um McLaren, com bastante reclinação de costas e um apoio para os pés rebatível. É o mais leve do mercado e tem um fecho a toda a prova de bebés mais mexidos e curiosos. Só tem um senão: a pala não é propriamente grande, pelo que será preciso comprar uma sombrinha para o ano. É tão leve que por vezes me esqueço e a M. quase que levanta voo ao subir os passeios!... É claro que o pai já ouviu umas quantas vezes a piada inevitável: "afinal teve a filha primeiro um Mclaren do que o pai! Ainda por cima vermelho!"...

Visitas ao e do avô

No domingo de regresso, aproveitei que o B. estava incapacitado com uma violenta dor de dentes, dei-lhe ouvidos, fiz um esforço enorme e meti-me a caminho de Santa Cruz. Sabia que o meu pai e tia estavam lá, e sem avisar, fiz a surpresa. O medo de piadas que originassem discussões era mais que muito, especialmente, tendo em conta os últimos acontecimentos, mas decidida a virar costas no primeiro segundo de guerra, avancei. Afinal, a surpresa foi tão boa e a felicidade daí resultante ainda maior, que correu muito bem. Ficaram ambos tão contentes por ver a M. ali pela primeira vez (foram precisos 10 meses para conhecer a casa de praia do avô...) que nem se atreveram a tal. As minhas conversas com o meu pai limitaram-se ao tempo (tu as bien raison, Virginia!) e até o deixei sozinho com a neta, enquanto fui ao café com a tia. Ficaram a brincar com o quadro dos cavalos e dos cães e ela nem deu pela minha falta. Quando me vim embora, não houve um comentário da parte do sr. coronel de "ainda bem que vieste" ou um obrigado, mas nas entrelinhas do seu olhar, percebi que sim. Depois, nessa semana, a M. teve direito a três visitas do avô - dia sim, dia não. Era uma alegria pegada de brincadeira no jardim atrás das pombinhas quando eu chegava. O meu pai, com receio que o estranhar continuasse (antes das férias, a M. chorou ao ir para o colo dele) e aproveitando o embalo e domingo, evitou tanto tempo de ausência e apostou forte nas visitas em quantidade, para além da qualidade. Ainda bem para a minha filha!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mama mi!

Foi o que ela disse, na segunda manhã, deitada no muda-fraldas, de braços estendidos para mim, enquanto chorava por me ver a ir embora...

A nossa ausência

Durante toda a primeira semana, a M. chorou de manhã quando saímos de casa. Assim que percebia que estava a chegar a hora, pimba! Começava o pranto. Queria o pai à força toda, que por sua vez tem dificuldade em negar um colo tão desejado. Acabámos por optar sair sem grande alarido, para que ela não percebesse - só chorava se não estivesse distraída com alguma brincadeira. Damos-lhe o beijinho do até logo, acabamos de nos arranjar e depois saímos. Um dia, estava à janela da cozinha a ver os carros (passatempo preferido desde muito pequenina) e a ama caiu na asneira de lhe mostrar os pais a entrarem no carro. Acenámos um adeus e ficámos a saber mais tarde que, primeiro riu-se imenso, para depois chorar quando nos viu entrar para o carro. O B. no segundo dia, já em parafuso, só me perguntava com ar preocupado, "só gostava de saber porque é que ela chora tanto!...", com cara de desconfiado. Foi preciso uns quantos dias para perceber que era mesmo de tantas férias juntos e de uma "idade" que já implica mais entendimento das coisas... Por mim, foi o argumento para continuar a amamentar: enquanto não parar de chorar por ficar sozinha, não lhe vou dar outro argumento para chorar. Bem basta um choque de cada vez...

Desmame - tentativa n.º 2

A promessa tinha de ser cumprida. Estupidamente, em vez de aproveitar as férias para calmamente a habituar a um novo ritual, esperei pelo primeiro dia de trabalho, três semanas depois de muita festa e miminhos. Não consigo justificar tamanho disparate, a não ser que andei a adiar o inadiável. Segunda de manhã, chegou a Lúcia, já a M. estava acordada. Eu não lhe tinha dado colo para não despoletar reacções desnecessárias. O B. fez a minha vez, passando o testemunho à ama enquanto fazia o biberão. Eu andava nervosamente para trás e para a frente em casa, feita zombi, sem saber o que fazer às mãos. Todo o meu ser me atirava tipo imã para ao pé dela, tendo de me contrariar a cada instante, nas minhas vãs tentativas de racionalização. A certa altura, a M. saturou-se de tanta demora e chorou. Queria-me a mim e tentava saltar do colo da sua amiga para o meu. Escuso de dizer que não correu bem. Acabei por sair porta fora, a chorar, deixando-a a ela a chorar também. O B. ainda me tentou consolar, sem grandes resultados, dizendo que o meu papel estava cumprido, que não sabia o que é que eu ia fazer quando ela saísse à noite pela primeira vez, que eu não a podia ter sempre debaixo da minha saia... Enfim, conversa que nem adianta e que chega a irritar. Só mesmo quem passa pela experiência percebe o quão fundo vai a questão, nem sequer tendo a ver com ser-se homem ou mulher. Fui-me embora de carro a chorar - por ter de ir trabalhar outra vez, por terem acabado as férias, por não poder ficar com a minha filha o dia inteiro. Todas estas razões foram elevadas a um quociente absurdo pelo sentimento que predominava: sentia-me traidora e, acima de tudo, vazia, oca. Não sei explicar melhor. No semáforo vermelho, ainda ao pé de casa, abracei-me a mim mesma para compensar o buraco gigante que se tinha construído e molhei a cara com lágrimas salgadas, com a decisão que ainda não era desta.

Desmame - tentativa n.º 1

O médico já me deu ordem aos 6 meses da M. e a pediatra confirmou - já não faz nada pela M. e faz-me mal a mim. Mas... Primeiro, li que a OMS defende a amamentação até ao ano de idade. Segundo, tenho leite que nunca mais acaba, parece-me um desperdício, para não falar no dinheiro que se poupa. Terceiro... E acima de tudo, ela gosta e eu também... Durante as férias, ainda em Quiaios, tentei mentalizar-me de que estava na altura. Já andava a fazer curativos ao mamilo há mais de um mês e achei que o bom que poderia ter já não justificava o desconforto, que gradualmente evoluiu para a dor outra vez. Por isso, tentei. Só dei de um lado e deixava descansar o outro, dando o B. suplemento para compensar. Durou dois dias. À terceira manhã, a M. chorou desalmadamente ao fim de alguns minutos a mamar. Concluí, junto com o pai, que a fonte estava a secar. Assim, passou ao biberão em exclusividade durante outras duas manhãs. E eu... A encher, a encher, a encher... Tive de tomar banho antes de ir para a praia para, com o chuveiro, aliviar as mimosas, de cheias que estavam, enquanto a ouvia a chorar por a mãe não lhe ligar nenhuma e deixá-la sem o mimo matinal. Ao terceiro dia... Não aguentei e quando ela me estendeu os braços, fiz-nos o gosto ao dedo e dei-lhe de mamar. É claro que estava decidido mentalmente que seria assim. O desconforto do peito cheio não se comparava com o desconforto da minha alma pequenina, por isso, dei o primeiro como desculpa "válida" e resolvi o segundo. Prometi ao pai que no regresso das férias daria razão à razão...