quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Bailarina ou dançarina?

A M. descobriu a dança há pouco tempo - abana o corpo para a frente e para trás, dá às pernas, encolhendo-as com ritmo, e justifica plenamente a expressão de "abanar o capacete", parecendo que diz que não violentamente com a cabeça. Para a convencermos a entrar para o carro, sem grande luta, pomos a tocar os CD's de música infantil que arranjei e lá se senta ela na cadeirinha sem grandes refilices, a dar às pernas e sorrindo com ar entendido para nós. É de chorar a rir vê-la presa na cadeirinha, quase sem se mexer, com os ombros a subir e a descer, a cabeça a abanar e as pernas a dar a dar. Ora, o tio Pipe toca guitarra, ou melhor, arranha umas coisas. Um dia à noite, experimentou tocar-lhe uns acordes. Não é que a miúda adorou?! Abanou-se toda, deu à cabeça e já participava à sua maneira com sons divertidos. No dia seguinte, para mostrar a gracinha aos avós, que entretanto tinham chegado, o tio decidiu tocar uma espécie de rocalhada, com "Ié! Ié! Iés!"de rock&roll à mistura. Adorou! Mais ainda do que no dia anterior. Desde então, não pode ouvir uma melodia - começa logo a "dançar" sem parar, sempre com um ar de quem sabe lindamente o que está a fazer. Sairá a mim, bailarina até aos 27 (desajeitada, é certo), ou ao pai, dançarino nato, que deixa as senhoras encantadas com o seu tango?

Uca! Uca! Uca! Uuuuuuuuuuu!

Passou uns dias com o tio 'Pipe. Resumem-se a uma palavra: coboiada. Ela é dançar, ela é saltar no ar, ela é voar, ela é rir à gargalhada. A brincadeira preferida é ser agarrada por detrás, ficando sentada na sua mão, enquanto ele anda a trote e grita "Uca! Uca! Uca! Uuuuuuu!". Ela ri-se imenso, abana a cabeça e o corpo e dá às pernas. Como diz o pai, gosta de andar de rabo abanado. Quando pára o comboio, começa a saltar e a desafiá-lo por mais. O tio acaba sempre com os bofes de fora, com dores nos braços, por causa daqueles 9 kg para cima e para baixo. À conta da brincadeira, ficou a fã n.º 1 deste tio babado, que se péla por uma das suas gargalhadas - quando o vê, estica logo o pescoço na sua direcção e começa-se a rir, como que a chamá-lo para ao pé de si. A continuar assim, temos uma amizade duradoura pela frente...

Férias na casa de praia dos avós paternos. A única praia que a M. conhecia ainda, com um mar revolto e pouco convidativo a banhos, de frio que é, mas com uma extensão de areia fabulosa, frequentada por algumas famílias carregadas de vários guarda-sóis e pára-ventos, que muito juntinhos, para proteger do vento, constituem ilhéus de gente por entre espaços vazios de confusão. Uma casa grande, tão grande que dá para andar a passear o carrinho lá dentro até adormecer, com um jardim de relva e flores, decorado com uma manta enorme que a avó arranjou, à sombra de duas palmeiras e uma rede de pano brasileira que oferecemos à avó quando ela comprou a casa. Muitos miminhos, muitas brincadeiras, muito poucas birras e alguns truques aprendidos...

Prima

Depois de um sábado em Coimbra para visitar a tia do B. que teve um AVC (a vida é por vezes mesmo muito injusta...), começámos por ir a Penedono para visitar quem não pode ir ter connosco - a bisavó da M. e a avózinha Z., de 98 anos, ama do B. em pequenino. A prima M., de 2 anos, passa a vida a perguntar pela M. à avó e à mãe. Associa-a à cama de grades que a avó tem no nosso quarto e à praia, por ser normalmente aí que nos encontramos em família. Tem uma loucura por ela desde que nasceu. Ao princípio, fazia-me muita confusão, porque a M. ainda nem se sentava, já a prima andava de roda dela feita louca para lhe fazer festinhas e dar beijinhos. Convenhamos que uma criança de ano e meio não tem muita noção do que faz, muito menos num bebé de um mês ou dois. Depois, independentemente da ranhoca a sair do nariz por causa das contipações, lá vinha ela para ao pé "da bebé". Agora, que até já sabe o seu nome e a M. já gatinha e se defende um bocadinho mais, já não me complica tanto com o sistema. Quando a prima nos viu chegar, foi a histeria total, mas desta vez, de parte a parte. A nossa M. também já a reconhece e fez-lhe uma festa digna da perdição que a prima tem por ela. Brincaram juntas naquela noite no chão da cozinha em casa da avó, que estava radiante por ter as suas três netas juntas a encher a casa (a B. de 7 anos também lá estava). A sua melhor cena foi a certa altura, as duas primas no chão, ao lado uma da outra, a gatinhar a par e passo com uma alegria que só vista. Pareciam mesmo dois gatinhos a correrem ao lado um do outro!

Acabou-se...

... o leite congelado. No dia de ir embora de férias. Arrancámos no sábado de manhã, depois de lhe termos dado uma papa com o último saquinho de leite, datado de fins de Maio, que ainda resistia no congelador. Contabilizando, o meu leite para papa durou até ao dia 23/08, tendo a M. 9 meses e meio. Nada mau! Nas férias, a papa já foi feita com água. A M. já conhecia o sabor, visto que nos fins-de-semana fora, não levávamos o leite, por não ser prático, e, para variar, adora. Um fim que nada mais é do que um prenúncio de um outro que se avizinha...

Cadeirinha para o carro

Mais uma prova em como cresceu mais um bocadinho... Trocámos o ovo pela cadeirinha do grupo 0. A M. já conseguia soltar os braços e virar-se toda para trás, para se meter com o pai que ia a conduzir. Um verdadeiro perigo! Mesmo comigo ao lado, a insisitir em encostá-la, já nada a demovia. Por isso, apesar de a pediatra aconselhar este meio de transporte até o mais tarde possível (estão homologados até aos 13 kg...), tendo a M. quase 9 meses e quase 9 kg (os limites aconselhados pelos fabricantes para se mudar do ovo para a cadeirinha), lá fomos à loja da sra. amiga em Sintra gastar dinheiro. A Proteste fala na Maxi-Cosi e na Römer, marcas que eu já sabia serem as melhores. Para além disso, o sistema com Isofix é o aconselhado. Na loja, foi-nos explicado o como isso é um verdadeiro processo de marketing... A Maxi-Cosi, a Quinny e a Bebé Confort são da mesmíssima empresa, pelo que dão exactamente as mesmas garantias de segurança. Quanto ao Isofix, é apenas aconselhado a quem tem mais do que um carro e passa a vida a mudar a cadeirinha de um para o outro, porque dá a certeza de que fica bem instalada graças ao botão que só fica verde se estiver segura e por ser mais prático. As outras, só de cinto, são tão seguras quanto aquelas, mas é preciso saber instalá-las realmente bem. Achei que o Isofix era dispensável, visto que quem me a iria instalar era o dono da loja e não vou andar a mudar a cadeirinha de carro, mas o pai teimou naquele sistema por sentir mais confiança. Não insisti, achei que não valia a pena. Quanto à marca, ganhei eu. Optei pela da Bebé Confort por ser a única que reclinava tanto, quando o bebé quer dormir, e que se adapta na largura à criança. Ou seja, tem um botão que se roda para abrir mais ou menos os lados, dando mais ou menos espaço a uma criança que vai crescendo até aos seus 18 kg (limite para o grupo 0). Escolhemos vermelha, por causa do tecido (parece ser menos quente), e encomendámos. Chegou na véspera de irmos de férias, pelo que a M. estreou-a no dia de partida. Adorou o facto de ir de frente para a estrada a ver as vistas e demorou a adormecer. De facto, a inclinação é jeitosa, pelo que não vai com a cabeça ao delindão e como ainda é pequenina, ajeitámos a largura ao seu tamanho. Fica bem presa, sem conseguir inventar muito, mas com liberdade de movimentos. A mim, estando eu habituada a vê-la num ovo feito à sua medida, parecia-me que se perdia naquela cadeira grande. Hoje em dia, já me habituei. A outra diferença é que eu já regressei ao meu posto de co-piloto - já não vou atrás, ao seu lado. Não fazem ideia de como isso é uma tortura! Passo a vida virada para trás a apanhar a Lola ou a chucha, atiradas de propósito para o chão... http://www.bebeconfort.com/collection-2008/PT/voiture_iseos_isofix_modulo.htm

De regresso

Infelizmente acabaram-se... Foram umas férias fantásticas, durante as quais vimos crescer a nossa menina a olhos vistos. Um pai amigo perguntava-me há uns dias se não nos tínhamos apercebido muito mais da sua evolução nas férias. É mesmo isso. De facto a percepção de como a sua aprendizagem se vai aperfeiçoando é muito mais refinada. Gozei a família à séria, na praia, com toda a calma do mundo, sem stresses dos horários. Se desse para ir à praia íamos, se não desse, também não fazia mal. É uma das vantagens de estarmos mentalizados de que a praia é só até às 11h e depois das 17h... Não há aquela ideia de que estamos a perder tempo fora dela. A M. fez de tudo nestas férias - praia, piscina do Ruca, campo, serra, dormir na rede, à sombra da palmeira, ao nosso colo, passeios à noite de carrinho, brincar com cães, com a prima, ver gaivotas e até provar gelatina. Cheguei à conclusão de que para serem férias a sério são precisas 3 semanas - a última sabe mesmo, mesmo bem. Deixo nos próximos posts as memórias de 3 semanas memoráveis, que vão com certeza fazer parte do nosso imaginário em anos futuros, quando a nossa filha já for crescida, para recordar com nostalgia e um sorriso no canto do olho.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

É desta!

Amanhã de manhã vamos-nos pôr a andar de férias por 3 semanas! Agora que estão todos a regressar, vamos nós gozar a nossa pipoca 3 semanas inteirinhas, com muita praia, muita sombra debaixo da palmeira e água quentinha do Algarve no final para rematar em beleza. Dia 15 de Setembro, estamos de volta e, com certeza, com muitas histórias para contar!

Até lá!!!

Super-fãs

Ontem, fomos jantar a casa da tia S. e do tio H. A M. fez um sucesso. Os sorrisos, a simpatia e a esperteza dela estavam imparáveis. A S. ficou delirante - filmou, brincou e fartou-se de observar aquele pequenino ser que descobria o mundo da sua casa. No final, à 1h da manhã, estando a M. ainda acordada e bem-disposta, o H. descobriu uma brincadeira nova: bichanar-lhe ao ouvido muito baixinho. Ela adorou. Pedia mais e mais e dava grandes sorrisos de contentamento. Fomos embora, deixando um casal com um sorriso sonhador e de felicidade genuína estampado na cara e a dizer que podíamos seguir que eles ficavam com a encomenda. Para mim, a parte melhor foi ter ouvido o H. a dizer que se ela tiver aquele sorriso quando for crescida estamos tramados e a S. afirmar convictamente que esse mesmo sorriso é da mãe... A M. definitivamente ganhou dois super-fãs. Obrigada, tia S. e tio H.!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Martinho

Neste preciso momento, o nosso amiguinho vai retirar o stent do rim esquerdo. Como em todas as outras etapas desta sua particularidade, temos a certeza de que vai correr tudo bem e que ainda hoje vai dormir a casa, no meio dos muitos miminhos dos seus pais. Muita força e um grande beijinho da Floquinho!

Pouca meiguice

Entenda-se: a nossa filha é meiguinha, não é é muito dada a isso. Parece que foi buscar essa característica a mim. Se estiver ao nosso colo, não costuma aninhar-se por muito tempo, preferindo antes observar o mundo com atenção do alto do poleiro. Raras são as vezes em que a M. sossega no nosso colo, apenas e tão só com base no argumento do mimo e das festinhas. Prefere recebê-los por entre tropelias e movimentos, com muitos sorrisos de agradecimento pelo meio. Quando chegamos a casa e de manhã ao acordar, costumamos ser prendados com uns miminhos extra - encosta a cabeça ao nosso ombro e deixa-se ficar um bocadinho, mas é sol de pouca dura. Hoje de manhã, como acordou cedo, tentei convencê-la a ficar na nossa cama com o pai - um objectivo de 15-20 minutos, para eu tomar banho antes de lhe dar de mamar. Em vez de aproveitar e aninhar-se, sentou-se, levantou-se, deu às pernas, sempre com a mesma energia do resto do dia, independentemente das horas de madrugada. O B., a certa altura, ainda deitado, abraçou-a juntinho a si e forçou-a a ficar. Surpreendeu-me e deixou. Ali esteve uns minutos, sossegada, no meio daquele peito grande e protector, rodeada por dois braços que subiam e desciam pelas suas costas. Mas não durou muito - o B., com receio que ela se habituasse, pousou-a na cama. Ela, que já estava quase a adormecer, abriu a pestana, pôs-se de gatas e começou a desafiar-me com brincadeira. Acabei por tomar banho depois.

Procura o sim

Hoje de manhã, tentou. Disse-lhe não a uma asneira e ela parou e olhou para a ama. Esta não se descoseu e insistiu no não. Fez isto duas ou três vezes, por vezes no sentido inverso, sendo evidente que se uma de nós dissesse que sim, a asneira seria praticada. Como disse a Lúcia, já tem a escola toda...

Destapada

Não tem remédio... Desde que saiu do berço e passou para a cama de grades, com 6 meses, que não sabe o que é um lençol. Quando a deitamos, está tão transpirada que nem vale a pena tentar. Ao fim de algum tempo, vamos lá tapá-la, ou melhor íamos, porque agora já desistimos de tal proeza. Em minutos, consegue pôr os pés para fora, nem que isso implique ficar toda torta, com a cabeça enfiada nos protectores ou na cabeceira. Já a apanhei por cima dos lençóis direitinhos, como se nunca tivesse sido deitada por debaixo deles... Antes de nos deitarmos, ainda voltamos à carga por causa do fresco da noite, mas não adianta. Invariavelmente, de manhã está destapada. Quero ver no inverno...

Língua

Descobriu-a ontem. Agora passa o dia com a língua de fora, a molhar o labo inferior até ficar babadíssima. Se abanasse a cabeça violentamente fazia lembrar um Boxer...

Já pede colo

Há já duas semanas que o faz. A imagem que me vai ficar na memória para sempre é aquela bebézona, sentada no chão, de chucha na boca, a olhar para cima com aqueles olhos grandes e pestanudos e aqueles bracinhos rechoncudos esticados para cima. Faz lembrar um cachorrinho fofinho a pedir festinhas.

Por antecipação

Quando a M. fica aborrecida de estar presa, uma das brincadeiras que eu faço é esticar o meu indicador e começar a girá-lo e a abaná-lo, imitando o som de um radar, enquanto o aproximo dela. O som do tut-tut-tut vai acelerando à medida que vai ficando mais perto do ombro, até que o espeto na omoplata para fazer cócegas. As gargalhadas são mais que muitas. Agora, basta eu esticar o dedo e começar a minha ladaínha. A gargalhada fica à porta, já meio engasgada e quase nunca aguenta até o dedo lhe tocar. É de chorar a rir.

Já sabe

Quando a ponho no muda-fraldas e ela não quer, chora. Até aqui nada de novo. Chora, só que a olhar para a porta, à espera do seu salvador. É que por mais do que uma vez, que o B. vem em seu socorro, pegando nela ao colo, para só depois a convencer a mudar a fralda (com a minha ajuda, é claro)... Hoje fez uma mais engraçada. Foi direita às revistas e antes que lhes deitasse a mão eu disse um Não! severo para ela perceber. Ela vai e... olha literalmente para o pai, à espera. Como ele não disse nada, desistiu. Estou tramada!...

Molas

Há duas noites apercebi-me que temos umas molas escondidas no corpo que saiem quando há necessidade. Era 1h30 da manhã, estava em pleno processo de adormecimento, quando ouvi um barulho assustador. A minha mente ainda tentou pensar que poderia ser exagero da minha parte, mas imediatamente a seguir outro som similar saiu do quarto da M. Parecia que lhe estava a faltar o ar. Dei um salto da cama como se tivesse a cauda do Marsupilami e corri para o quarto dela. O B. acordou, não com os sons, mas comigo a saltar e a correr, e sem pensar, saltou atrás de mim. Cheguei ao quarto dela e vi-a a dormir tranquilamente, depois de se ter virado pela enéssima vez. Percebi que os sons tinham sido qualquer engasganço com a chucha que ficou para trás conforme se virou ou algo do género. Com o susto, o B. deitou-se a queixar-se que tinha o coração aos saltos e eu demorei uma hora a adormecer, com o ouvido alerta. Bolas! Assim não vale!

Pasta de zinco

A M. já parece uma enguia no muda-fraldas. Assim que a deitamos, começa a contorcer-se para se virar de barriga para baixo e espreitar para o cesto com as suas coisas. Quer tirar tudo e não tem paciência para esperar enquanto lhe mudamos a fralda. Cada vez mais é um jogo de persuasão que passa por tocar batuque com a caixa das compressas, mostrar-lhe a vaquinha Lola que lá está preparada para a eventualidade, dar-lhe o soro para roer, cantar, dançar, saltar e sei lá mais o quê... No domingo passado, deixei o B. dormir e entretive-a. No acto de mudar a fralda, deixei o boião da pasta de zinco (para pôr numa pequena borbulha do trilhar da fralda que tinha no rabiosque) aberto. No meio dos Não! gorados e das vezes infinitas a virá-la, ela acabou por conseguir ficar de gatas enquanto eu lhe apertava o body. Mas... O boião tinha ficado aberto e a M. sem eu dar conta tinha enfiado a mão toda lá dentro. Era pasta de zinco por todo o lado e dentro da boca. Este creme é excelente, mas tem um grande senão: não sai com água. Eu esqueci-me desse pormenor e segui para a torneira para lhe lavar a mão e a cara. Pior a emenda do que o soneto! A mão dela ficou com pasta ainda mais bem espalhada do que já estava e a minha juntou-se à festa. Agarrei numa toalha e tentei limpar-lhe aquilo tudo. Mas ela não estava pelos ajustes. Pois então aquilo era tão cremoso e agradável ao toque porque raio haveria ela de me deixar tirar aquilo?! Torceu-se, refilou e levou a mão à boca sei lá mais quantas vezes. Estive que tempos a limpar-lhe a língua e o céu da boca com compressas secas, a tentar perceber se ela tinha ingerido muito daquilo por causa das intoxicações. O B. acabou por não dormir com aquela guerra toda, ela ficou com aversão a compressas na boca e ainda hoje sempre que vê o raio do boião começa a logo a tentar alcançá-lo com a mão. E o pior é que já conseguiu mais uma vez, só não chegou foi a tempo de levar a mão à boca - fui mais expedita!...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Botão do volume avariado

Palra, palra, palra. Sons de variadíssimas formas. Só há uma coisa que não muda: o volume. Chegamos a não nos conseguirmos entender muito bem, nós os adultos cá de casa. Mas quando há silêncio, já estranho...

Ler-lhe livros

Já está mais fácil. Dizem os entendidos que se deve ler aos bebés desde sempre, sendo que a a unanimidade das opiniões defende que partir dos 6 meses permite posteriormente uma maior facilidade em adquirir vocabulário. Como eu adoro ler e o B. também não, ambos fruto da educação que tivemos, e acho a leitura o nosso melhor instrumento para sonhar, imaginar e compreender, enquanto assimilamos todo um conjunto de informação indispensável de alguma forma para o nosso ser, esta é uma das minhas preocupações genuínas - incutir-lhe o prazer pela leitura, abrir-lhe fronteiras para mais tarde ela descobrir sozinha o mundo maravilhoso que é um livro. Dizem também os entendidos que para os recém-nascidos é indiferente o que se lê. É importante sim a torrente de palavras diferentes que eles ouvem e o assimilarem visualmente o acto de ler, por isso, até o jornal ou uma receita de culinária serve. A primeira vez que tentei foi com uma revista da sogra em Quiaios. Tinha a M. 6 meses... Em micro-segundos, a revista ficou desfeita em picadinho e o casamento da herdeira de Cadaval foi para o galheiro... Chegada a casa, tentei com livros próprios - de pano. Os sopapos que deu no livro foram tais que não consegui sequer ver as imagens quanto mais as letras. O livro acabou por voar, tal a violência. Hoje em dia, já se consegue. Comprei uns de pano, outros de plástico e ainda uns de cartão grosso. Comigo o que resulta melhor é o de plástico, da Baby Einstein, com o leãozinho e as coisas que flutuam. Nas primeiras 3 páginas fica sossegada, a última já tem de ser invariavelmente alternada várias vezes com as anteriores. Sei que a ama lhe dê durante o dia a história do Capuchinho Vermelho, especialmente para a acalmar, antes da hora da sesta. Positivo. Nunca lhe dei essa orientação...

Menina dos seus olhos

"Deixa a menina!" e "Minha rica menina!..." são as frases que mais me vêm à ideia quando penso no que sai da boca do B. quando me fala dela...

Unhas

Crescem a uma velocidade parva. Ainda por cima a M. não gosta de as cortar porque isso implica estar sossegada mais do que 2 segundos. Hoje em dia, tem de estar a dormir ou então aproveito de manhã, depois de mamar, porque, por uns breves minutos, ainda está a funcionar a meio gás. Não é fácil e por vezes chego a cortar metade num dia e a outra noutro. Ainda por cima, não as posso cortar à frente do B. Faz-lhe tal impressão que nem as dele consegue cortar - rói quando ninguém o está a ver... Começa logo com o "Pára com isso! Pára com isso!", o "Deixa a menina!" e o "Esssss!" arrepiado de quem está impressionado. Não há pachorra!

Cucu!

Uma das suas brincadeiras preferidas: atiro a Lola para a cara a tapar os olhos e depois de perguntar duas ou três vezes onde está a M. puxo de repente e faço Cucu! Ela farta-se de rir. Agora, quando lhe tapo a cara, seja com o que for, ela deixa ficar, mesmo que ponha mão a segurar. Fica literalmente à espera que eu puxe o boneco para o famigerado Cucu! Quando o boneco cai mal e não tapa bem a cara, vêem-se uns olhinhos brilhantes e sorridentes e uma boca semi-aberta, a rir-se por antecipação do que aí vem...

Dá beijinhos

É o novo truque da M. Quando pedimos, quase sempre, abre a boca, encosta na nossa bochecha e deita a língua de fora. Ficamos lambuzados, mas inchados...

Quando nos beijamos

Já não faz cenas de ciúmes, ou melhor, não são tão perceptíveis. Olha para nós com ar malandro e começa-se a rir. Se estiver ao colo de um de nós, a reacção é bem mais sugestiva. Com o mesmo ar malandro, de quem sabe que vai fazer das suas, solta um ahhhhhh! fininho e agudo, enquanto aproxima a cara para junto da nossa (sobretudo do pai), como quem diz "deixa-te disso e dá-me mas é a mim"... Raio da miúda que parece que já sabe mais do que a sua conta! =)

Maus exemplos

O meu pai esteve cá e mais uma vez conseguimos a façanha de ficar de costas viradas. Discutimos, lavámos roupa suja e acusámos-nos. Lamentável. Mas mais ainda porque não soubemos respeitar a minha filha, já que não soubemos respeitar-nos mutuamente. A discussão, os gritos e o choro foram à sua frente e, no final, fiquei sozinha com ela a não conseguir engolir o choro para dentro. À noite, a M. estava eléctrica, impressionada e foi um castigo adormecer. Prometi a mim mesma não repetir. A custo, dois dias a seguir, exigi e acabei por me recusar a responder, apenas e exclusivamente para não entrar no ciclo vicioso do jogo das acusações e daí saltar os poucos metros para os gritos. Tenho mesmo de aprender...

Brincar com a água

Deixamos. Abrimos a torneira e pomos-lhe as mãos debaixo de água, que ela passa e repassa de um lado para o outro, enquanto a seguramos pelo tronco. Está naquela brincadeira até lhe cortarmos o curso de água que tanto a satisfaz. No outro dia, o B. experimentou outra forma: antes do banho, já só de fralda, sentou-a no rebordo do lavatório e pôs-lhe os pés debaixo de água corrente. Foi vê-la encharcada e feliz, concentrnaod-se ora em molhar as mãos, ora em dar às pernas, com o bónus de poder ver o seu reflexo no espelho, outra coisa que ela adora.

Bem mandada

Depois de comer, é suposto limpar-lhe a boca e os dentes. Vou buscar uma compressa molhada e peço-lhe a boca. Ela fecha-a bem fechada e estica a cabeça. Depois pergunto-lhe pelos dentinhos e ela abre prontamente a boca para eu os esfregar, repetindo a proeza uma outra vez, sem se aborrecer. Linda menina!

Resistência

Resiste como gente grande ao sono: atira a chucha, a vaquinha Lola voa, faz de índia, levanta a mão para dar mais cinco, esfrega incessantemente o olho, põe-se de pé na cama até já não se conseguir arrastar... Ontem foram duas horas disto. E depois parece de propósito: os dias em que o pai não está são piores. De vez em quando, o B. tenta o truque do BabyTV - costuma acalmar e parece que hipnotiza. O canal tem músicas boas e programas giros e didácticos, apesar de em inglês. Às vezes acaba por adormecer a custo com aquilo, mas habituar a minha filha a adormecer em frente à televisão, na cadeira de comer, não é sistema... Penso que tenho de ganhar coragem e deixá-la chorar outra vez uns dias até aprender, mas depois lembro-me das amigas Joana e Palmira que adoptaram o sistema contrário, do mimo e do colo, e não é por isso que o Francisco é terrorista aos 2 anos, nem o Quim é mimado aos 20. Que fazer?

Encontrei uma explicação... EM CONSTANTE MOVIMENTO Os bebés de nove meses estão sempre a mover-se. Ponha um bebé de nove meses em frente a uma cadeira virada ou a um carro e em pouco tempo estará encantado empurrando-o por todos os lados. A motivação para pôr-se de pé e mover-se para a frente é forte. Mas, atenção: quando os bebés experimentam mudanças rápidas no seu desenvolvimento motor, muitas vezes retrocedem nas áreas do sono e de habilidades anteriores nessas áreas. Muitos pais estreantes receiam que os seus filhos não recuperem as habilidades anteriores nessas áreas. Portanto, nesta etapa do desenvolvimento, o seu bebé pode parecer desorganizado por que está a esforçar-se por adquirir muitas habilidades novas.

Não! Não! Não!

Acabou-se a fase de ouro da sua vida e começou a da aprendizagem do cumprimento de ordens. O não já é utilizado cá em casa e cada vez mais. E à conta disso, vamos-nos apercebendo da teimosia que se vai começando a revelar. A M. já percebe bem o conceito do Não. Já por várias vezes que ouve a palavrinha maldita e pára. Depois usa uma técnica quase infalível senão estivermos prevenidos. Ao ouvir o "Não!" pára, olha para nós e após uns segundos que parecem de reflexão, sorri com uns "Hum!" engraçados à mistura. Faço um esforço quase sobre-humano para não me desmanchar ali mesmo e continuar a apregoar o meu "Não!". Se não resulta, chega a gatinhar na nossa direcção o suficiente para não se desviar da sua trajectória inicial e para nos fazer cair num sorriso desarmado. Se nada disso resulta, desiste e segue caminho para outra aventura. Óptimo, dirão vocês, têm uma filha excelente. Hum-hum... Não se deixem enganar. Só funciona assim quando lhe convém. Isto de perceber o "Não!" é só quando lhe interessa, caso contrário parece surda ou nós passamos por paredes mudas e caladas. Ontem, deixei-a brincar com uma revista velha. Rasgou, abanou, destruiu, feliz da vida. Deixei até ao momento em que quis comer papel. Disse-lhe que não e nada. Tirei-lho da boca e nada. Tirei-lho da mão e... voltou à carga. Estivemos nisto bastante tempo. Sempre que ela o levava à boca, eu tirava-lho, dizia que não e punha ao lado, tentando depois distraí-la com outra coisa (dizem os especialistas que esta idade deve ser ensinada, dando alternativas). A M. ignorava e num frenesim, tentava chegar ao papel para o pôr na boca. A certa altura, tirei tudo do seu alcance e pus em cima da mesa com um não mais zangado. Chorou como gente grande. Levantou-se, agarrou-se a mim e deitou a frustração cá para fora. Fui-lhe dizendo que já tinha passado, que NÃO podia ser e dando miminhos ao mesmo tempo. Depois de alguma insistência em me demonstrar o seu descontentamento, achei que já estava pronta para outra e comecei a brincar com o ginásio. Riu-se, mas depois lembrou-se porque estava chateada e continuou a chorar. Só ao fim de algumas tentativas de distração é que lhe passou. Feitiozinho torto, o que se avizinha!...

Dá cá mais cinco

Um dia cheguei a casa e a ama, como sempre, fez uma demonstração do novo truque da nossa pipoca. Desta feita, tinha-lhe ensinado o gesto do "Give me 5!", só que com a expressão "Men!". Tal e qual. A lúcia dizia "Men!" e a M. levantava a mão para que aquela lhe encostasse a sua. Depois de se ter ido embora, fui treinando com a M., mas agora com o "dá cá mais 5!" porque não vou na onda dessas linguagens modernas. Em pouquíssimo tempo tinha a lição estudada. Gostou tanto da brincadeira, que agora, mesmo sem lhe pedir, estende a mão, quando não são as duas, para que nós lhe digamos "5!" enquanto encostamos a nossa mão à dela. É de tal maneira, que já parece da juventude hitleriana: qualquer coisa, levanta a mão. Quando está a comer, quando está no carrinho em passeio, quando está na cama a tentar não adormecer e até quando conhece alguém. Se por acaso uma pessoa lhe sorri na rua e se mete com ela, ela vai e puxa do braço para cima. Depois tenho de explicar o porquê e acabar eu o truque, senão fica desiludida. E esta, hein?!

Deitar para o chão

Já chegou a esta fase... Agita os braços com alguma coisa na mão e... atira para o chão. Depois, com um ar muito interessado, inclina-se toda para olhar e ver a dita, como se estivesse a praticar lançamento de peso e estivesse a medir a distância conseguida daquela vez. Não fosse aquele ar, não tinha piadinha nenhuma. Ainda por cima, a maioria das vezes fá-lo da cadeira de comer, que está encostada ao sofá. Julgam que atira para o nosso lado? Nãããããoooooo... É sempre para o outro lado , para nos obrigar a levantar do sofá e fazer exercício (amiga, não?). Faz isto eu sei lá quantas vezes. Mentira. Até sei. Faz as vezes que nós nos predispusermos a apanhar o desgraçado do boneco ou a chucha e a dar-lho uma e outra vez... Uma vez, fartei-me e sentei-me no chão, ao lado da cadeirinha. Assim, era só apanhar do chão e atirar para cima sem ter de me baixar vezes infindas (aprendi no Baby Blues...). O B. nem queria acreditar...

Piscina

Na quinta da tia velha, como lhe chama carinhosamente o B., também há uma piscina. Levei as Little swimmers e estávamos todos desejosos de ver a estreia da M. dentro de água à séria. Para evitar sonecas prolongadas a meio da tarde e digestões por fazer, besuntei-a de creme protector e antes do seu almoço vesti-lhe a dita fralda e o pai cumpriu o seu dever de voluntário: levá-la para dentro de água. Nós não tínhamos dúvidas nenhumas de que ela ia adorar - a banheira é uma perdição e o mar não mete medo, nem frio. Parou tudo lá em casa. Ninguém nadou, ninguém cozinhou, e quando já não faltava ninguém dos convidados para a almoçarada de volta da piscina, o B. teve ordem de entrada. Confirmaram-se as nossas suspeitas: AMOU. Ria-se, olhava para nós à vez, cheia até cá cima de felicidade, dava às pernas e aos braços, eu sei lá. A Z. arranjou uma bóia amarela das netas e então foi a loucura. O B. pôs-lhe a mão nas pernas e deixou-a fazer força com o tronco. Resumindo, ainda foi três vezes com a cabeça à frente e engoliu três pirolitos. Julgam que se atrapalhou? Nada! Cuspiu a água, fez aqueles sons típicos de quem bebeu à força e continuou a dar a dar às pernas e aos braços. Quando foi a minha vez, confesso que não me aventurei tanto e pus-lhe a mão debaixo do peito, para não tentar a sorte... Saiu quando já estava gelada, coisa que não a incomodou nada, aliás. Para a tirar foi um caso sério: chorou, fez beicinho e queria mais. Durante a hora seguinte não se podia estar junto da piscina senão ela chorava. À conta disso, à tarde, já eram 6h e tinha levantado algum vento, mas não tivemos coragem de não a levar outra vez. Chapinhou outro tanto e depois foi para a banheira de água quente. Definitivamente, em Outubro, vai para a natação para bebés.

Animais

Fomos passar o sábado à quinta da tia Z., em Salvaterra de Magos. Lá, têm um gato, o Miau (nome sugestivo, não?), uma cadela, a Dandy, e uma cabrinha. É uma família que adora animais e os trata quase como gente. Para perceberem, o gato parece um cão: quando a dona o manda rebolar, ele efectivamente rebola!!! A Dandy é uma mimada, muito, muito meiguinha e, sobretudo, muito obediente (J., faz-me lembrar um misto de Tiga e Cookie, com os exageros das duas). Com 15 anos, está velhinha e já não parece a mesma de há 8 anos atrás, quando a conheci, tendo inclusive medo de subir escadas. A M. já tinha visto mais vezes cães e reagiu como boa filha de seus pais - amou. Fica excitada quando vê animais, sobretudo cães. Ao ver o Miau começou a dar às pernas e a querer ir para o chão. Ao princípio ainda teve sorte e fez-lhe umas festas de fugida no dorso, mas depois aquele gato preto lindo pôs-se a milhas, não fosse o diabo tecê-las. A seguir, viu a Dandy... Ficou doida. Franzia o nariz, soprava e fazia força para ir para o chão, com um sorriso gigante naquela carinha. A Dandy deixou-se ficar sentada, muito sossegada, enquanto o B. segurava na M. e ajudava com a mão a fazer festinhas. Mas aquela excitação toda era demais para a velhota, por isso acabou por se desviar. A M. ficou no chão e vai de gatinhar na sua direcção. A partir daí, parecia que estavam a brincar ao gato e rato. A Dandy desviava-se uns metros e sentava-se um pouco mais à frente. A M. gatinhava na sua direcção com imensa excitação. Quando estava quase a chegar ao pé dela, a cadela voltava a levantar-se e avançava só mais um bocadinho. A M. sentava-se, olhava fixamente para ela e depois seguia caminho atrás dela, a rir-se, cheia de satisfação. Ainda conseguiu fazer-lhe mais umas festas, mas com a nossa ajuda, porque a nossa amiga, por ter tantos anos, já tem medo destas aventuras. À noite, estava a M. na cadeirinha na cozinha junto da comida dos animais, quando aquela apareceu para comer. Como se chegou para junto da M., esta literalmente olhou para mim e deu inúmeras gargalhadas à séria, alternando o olhar entre a cadela e eu, como se estivesse um palhaço a fazer-lhe cócegas na barriga... Foi um fartote! Ainda bem que sai a nós e não tem medo - costuma-se dizer que gostar ou não de animais diz muito de uma pessoa e eu, sagitariana de gema, acredito piamente nisso.

Dançar com o pai

Com os anos de experiência nos bailaricos de aldeia e os ensinamentos da mãe, muito jeitosa por sinal, o B. é um bailarino nato. Por vezes agarra em mim e desata a dançar pela casa, mostrando-me bem a minha falta de jeito apesar dos meus anos de ballet (é inacreditável como uma personalidade impede uns passos de quem flutua - não tivesse eu a mania de controlar tudo, sobretudo o que me diz respeito, e nada disso acontecia!...). Agora, também a filha já entra na dança. Pega nela ao colo, dá-lhe a mão e vai dançando enquanto canta - valsa, pop e até danças populares. A M. deixa-se levar com cara de agrado, deixando a sua pequena mãozinha dentro daquela mão grande e quente do pai. Quando o B. pára, dando o mote para o fim da brincadeira, ela não desarma: sem grandes conversas, levanta a mão e fica muito direita, de braço esticado à espera de mais. Só ao fim de várias danças é que começa a rir e a divertir-se - até lá, parece que está apreciar a fluidez daquele gigante de quem ela tanto gosta.

Negou-se a comer

Tinha de haver uma primeira vez! Ao jantar, depois da sopa, com um ar maroto, sorriu, fechou a boca, e sem mais, não quis comer mais nada. Insistimos um pouco, até que se percebeu que não queria mesmo. Achei que seria do novo regime alimentar - está a mamar às 8h, come qualquer coisa a meio da manhã, almoça às 12h30 e come a papa às 15h30. Como é suposto começar a habituar-se aos nossos horários e a sentar-se à nossa mesa, tem de aguentar até às 19h30-20h, por isso, damos-lhe qualquer coisa outra vez a meio da tarde. Nesse dia, tinham sido bolachas Maria, que ela adooora. No dia seguinte, aconteceu outra vez o mesmo. Sem ai, nem ui, fechou a boca a sorrir e negou-se a comer a fruta. Ficámos com a quase certeza que era do snack das 6h, por isso, no dia a seguir não lho dei. Esperou 4h30 para comer e... Repetiu! A sopa marchou como sempre - lindamente - e a banana não, fruta que se tentava dar pelo 3º dia consecutivo sem sucesso. Foi então que o pai percebeu: banana! Não gosta de banana. Não é falta de fome, mas sim o apurar do paladar, que é próprio por esta altura. O B. foi buscar um boião de fruta, e este marchou todo. Raio de coisa para não gostar!...

9 meses

Percentil 50 com 8700 kg e 69 cm. Parece que normalizou e encontrou o seu patamar. Truques que conhece: dá miminhos a pedido, tira e põe a chucha quando quer, seduz qualquer um com uma estratégia muito sua, gatinha pela casa toda, põe-se de pé sozinha, domina a pinça com os dedos, dança à sua maneira e já começa a controlar alguns dos truques da mesa de actividades, como o virar das asas da borboleta ou andar à roda com as abelhas. São as mais importantes, que enumerei à pediatra, que assentiu com um ar entendido, sem mais perguntas. Já passou à fase seguinte da dieta alimentar: introdução das restantes carnes e do peixe, com excepção dos gordos. O borrego, a vitela e a pescada estão aprovados pela crítica para já. Para mim só tem um defeito: está a crescer a olhos vistos e a deixar a primeira infância a correr... Nem imagino as saudades que vou ter desta bebé tão querida e amorosa, que com certeza se irá tornar numa criança de iguais características.

Dançar

A tia comprou-lhe na Chicco uma mesa de actividades fabulosa (recomendo vivamente), que tem duas funções: música e ABC. Conforme se liga o botão para uma ou para a outra obtém-se excelentes resultados. A primeira é evidente, toca "n" músicas diferentes, a segunda tem os números de 1 a 10 e o abecedário cantados. Para além disso, tem 20 primeiras palavras, uma série de sons diferentes conforme se rega a flor, se dá a maçã à lagarta, se vira as asas da borboleta ou se carrega nos botões dos três animais ao centro. Assim que chegámos a casa, ligou-se a dita e sentei a M. à sua frente. Aquilo começou a tocar e a minha filha começou a abanar o tronco para a frente e para trás toda contente. Depois, com o entusiasmo, pôs-se de gatas e começou a dar ao rabo também. Fez as delícias de todos nós e conseguiu pôr-nos aos três a abanar o capacete da mesma forma para a incentivar. Deve ter sido um filme giro de ver...

1ª carolada

A primeira que me doeu a mim, porque já muitas outras se antecederam a esta. Estava a gatinhar, atrapalhou-se com o edredão da avó, caiu para a frente e, pimba! Afocinhou e fez bonc! com a testa no chão. O colo de consolo que lhe dei a seguir serviu para as duas e depois o pai precisou do mesmo remédio. Somos mesmo maçaricos!...

Em pé

É a sua nova posição preferida. Está nisto tempos infindos: levanta-se, agarra-se ao sofá e ali fica cheia de felicidade por ter descoberto uma nova perspectiva das coisas - mais alta. Por vezes, acaba por cair sentada, mas a fralda ajuda a amortecer, por vezes, cuidadosamente olha para baixo e tenta chegar ao chão devagarinho.

Nojentos

Eramos. O tempo usado está correcto. Antes certas coisas eram impensáveis. Agora? Ele é mudar fraldas que deitaram por fora até ao pescoço sem grandes caretas, ele é lamber os dedos sujos de comida já lambuzada, ele é achar graça à cara toda lambuzada, não interessa de quê desde que seja consequência de um miminho, e ele é até apanhar bolinhas secas de coco que escaparam para fora da fralda. Tanta evolução da sociedade e dos seus parâmetros e exigências éticos e estéticos, para depois uma pessoa se tornar pai e dar nisto... =)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Às cavalitas

É engraçado como ambos gostam de tal coisa... Ela, então, vai dando aos braços e fazendo da cabeça do pai um tambor, quando não se lembra de se agarrar aos cabelos dele e puxar com força. Mais uma vez, ele aguenta-se estoicamente para regojizo da filha.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Vai ser alpinista

Gatinha por todo o lado. Se ficar sozinha por momentos, lá se começa a ouvir ao longe as mãos a baterem no chão na nossa direcção até aparecer uma cara risonha de boneco na boca à porta da divisão onde estivermos. Agora, já se quer levantar e tentar andar. A sua diversão no fim-de-semana de 8 de Agosto foi pedir-nos ajuda para se levantar, olhando-nos fixamente e fazendo força com os pés, para, apoiada em nós, dar passos de gigante para a frente. É uma exagerada! É cada passo que nem dá para acreditar. Depois, caminhava em direcção a qualquer tipo de obstáculo e chegada lá, punha o pé para cima, apoiava nalguma saliência e seguia em frente até trepar tudo até ao cimo. Foi assim com o sofá e com o móvel da sala, os únicos móveis a que tinha acesso directo. Trepava por ali acima quase na vertical, segura por nós, e chegada ao cimo esticava-se toda, com um ar de vitória, como que a pôr a bandeira na sua nova conquista. Se calhar sai a mim - com 15 anos o meu entretém nas férias de verão em Viseu era trepar aos holofotes do estádio do Fontelo, na altura sem guarda nenhuma, e ficar lá em cima ao pé dos passarinhos a ver as pessoas pequeninas, pequeninas a passar lá em baixo, embalada pelo vento que ia abanando a estrutura. Uma coisa é certa: ao pai não sai porque este sofre de vertigens...

Sábados

Parece de propósito! Todos os dias acorda por volta das 8h da manhã, quando não é preciso tirá-la da cama a dormir (cada vez menos é preciso isso pois o seu pequenino cérebro já organizou o seu despertador para aquela hora). Mas... Ao sábado, dia em que podemos dormir até mais tarde, a madame acha giro acordar entre as 7h e as 7h30!... Ainda por cima, quando conto isto a alguém, tudo me vem com a mesma teoria: é assim mesmo, a gente miúda sabe quando é sábado e nesse dia faz questão de acordar mais cedo. Eu não era assim! Eu chorava ao domingo de manhã porque quando acordava, lá para as 11h, já tinham dado os desenhos animados que eu queria ver... Mais valia!...

Pinça

Já a domina quase a 100%, já lá vão umas 3 semanas. Se vê alguma coisa no chão, especialmente aquilo que não interessa nada que ela detecte, dirige-se rapidamente para ela a gatinhar (já quase parece a Vanessa Fernandes!), senta-se ao lado e com um ar concentradíssimo estica o indicador e o polegar e toca de apanhar. Já só falta a parte do a seguir: segurar depois de agarrar. É gratificante vê-la evoluir desta forma - "dentro do prazo" como dizia uma amiga.

Gemidos a comer

Enquanto come faz força com os pés para se levantar, dá aos braços e aos dedos das mãos e geme. Uns sons engraçados, de quem está a saborear a comida com uma satisfação plena e a dizer-nos que está a gostar. É engraçado.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

De que árvore caímos

Tirado da mitologia celta - o meu bate certo e o do pai também. Palpita-me que o dela também baterá. É escorpião e basta...

Nogueira (a paixão) - 24/10 a 11/11- Implacável, é uma pessoa estranha e cheia de contrastes, de reacções inesperadas, sendo agressiva quando necessário. Tem uma ambição sem limites e é pouco flexível, não se comprometendo quando não conhece. Não é egoísta, é amorosa, nobre, de horizontes amplos e espontânea. É uma companhia pouco comum, que nem sempre agrada, mas é admirável, com um génio estratégico, muito zelosa e apaixonada.

A minha

Figueira (a sensibilidade) - 12/12 a 21/12 - Um pouco volátil socialmente, gosta de ociosidade e da preguiça. Muito forte, é uma pessoa voluntariosa, independente, que não permite as contradicções ou discussões, ama a vida, a sua família, as crianças e os animais. Tem sentido de humor, é tímida, mas um pouco extrovertida. Tem um talento prático e inteligência. Pessoa muito sensual e atractiva ao sexo oposto, geralmente com umas costas de grande elegância e porte.

A do pai

Freixo (a ambição) - 25/05 a 13/06 - É impulsivo, ambicioso e exigente, não se importando com as críticas. Pode ser egoísta. É inteligente e cheio de talentos. Gosta de jogar com o destino. É excepcionalmente atractivo, vigoroso e impulsivo. É digno de confiança, sendo um amante fiel e prudente, assumindo as suas relações muito seriamente, apesar de deixar por vezes o cérebro controlar o coração.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Há dias assim!

A M. aprendeu dois novos truques este fim-de-semana: dar turrinhas e miminhos. É só pedir e ela com um ar espertalhaço e de quem sabe o que vai fazer, chega-se a nós - ou com a testa ou com o corpo todo. Sabe tão bem!!! Ontem, o B. pediu-lhe várias vezes as duas coisas alternadamente e ela não se enganou vez nenhuma. Depois, brincou às escondidas com ela: abraçava-a por forma a que não me visse, eu perguntava por ela, ele largava-a para ela espreitar e sorrir-me. Ao fim de uns tempos naquilo, vendo a filha a fazer aqueles truques todos tão bem, o B. virou-se para mim e comentou "há dias que ela parece mais inteligente do que outros, não achas?"...

Transpira

Imenso! Pés inclusive. Em minutos fica com a testa e o cocuruto da cabeça perlados de gotículas de suor. É uma chatice! Então a mamar à noite, fica alagada, ao ponto de escorrerem-me pelo braço gotinhas do seu suor. Não há vez que não vá para cama com a roupa molhada, nem vez que não saia do carro encharcada por causa do calor que tem com o ovo. Podias ter ido buscar coisa melhor ao teu avô A....

Para não ficar augada...

Espanto-me ainda hoje com a data de crendices do antigamente que perduraram, apesar desta nossa sociedade supostamente avançada. Com o crescer da M. vão-me ensinando as correspondentes. É a mãe que não pode pôr o dedo na boca da criança para ver se o dente está a nascer, senão já não cresce. É a criança que não pode passar por entre as nossas pernas porque senão dá azar... E agora a criança não pode ficar "augada" com a comida quando demonstra que quer provar, senão não medra... É... A M. é pouco comilona... Não pode ver nada. Seja o que for, começa a chegar-se, olhando fixamente, como uma ave de rapina pronta para atacar, e a demonstrar com o corpo e a respiração que quer provar. Pão, iogurtes, papa, sopa, fruta e bolachas são um verdadeiro desespero - já conhece, por isso SABE que quer. O resto, é por instinto. Se nós levamos à boca, então deve ser bom, não interessa o quê. Na semana passada foi gelado. Fomos tomar café com a minha tia e tanto ela como eu comemos um Magnum. A M., ao colo do pai, ia balançando violentamente as pernas, enquanto atirava o corpo para a frente e fazia de burrinha velha. De tal maneira, que incomodou. A minha tia escondeu-se atrás do cortinado a comer à pressa o seu gelado e eu, por entre gargalhadas, devorei o meu também. Não teve gracinha nenhuma pois adoro saborear a comida. Gelados então... O pai já não sabia o que fazer mais e foi-se esconder com ela para o corredor, mas... Sempre com a teoria do augar a pairar no ar. Às tantas, já eram os dois a implicar comigo para lhe dar a provar um bocadinho, senão a "menina ainda fica augada"! É... Acabei por ceder, não por isso, mas por achar aquilo uma verdadeira tortura. Encostei o gelado à boca dela e molhei-lhe os lábios - só visto, contado ninguém acredita! Provou com a língua e parecia que os olhos iam saltar das suas órbitas! Abanava-se toda, respirava francamente com força e não largava do seu campo de visão o meu gelado. Provou mais duas vezes e depois engoli-o para acabar com aquilo. Não é que já tenho de comer às escondidas da madame?!

De bruços

A resistência ao sono é tal que normalmente adormece de bruços. Por vezes, canso-a no sofá. Deito-me ao longo daquele para ela não cair e deixo-a à vontade - faz sei lá quantas piscinas para trás e para a frente como se estivesse a treinar para o arrastanço olímpico. Na cama senta-se, afocinha, senta-se, afocinha, abana a cabeça ferozmente, esfrega o olho violentamente, refila, arrasta-se até à outra ponta da cama, tenta sentar-se, já só consegue levantar o rabo, volta a fazer mais um esforço, e... acaba por ficar assim, de bruços, derreada com todo aquele esforço inglório para não adormecer. Ontem, adormeceu de joelhos, com a cabeça enfiada no protector da cama... Depois, só temos de ir lá ajeitá-la e fazer-lhe uma festa na cabeça para deitar um último suspiro cá para fora e deixar-se ficar até de manhã, nada serenamente, pois a agitação durante o sono é mais do que muita. É que nem a dormir pára quieta!!!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Labrador chocolate

A M. agora anda atrás de nós como um cachorrinho contente e traquina. Quando vou para a cozinha, ela segue-me a gatinhar atabalhoadamente e senta-se junto ao tapete enquanto por ali estou. Se não for logo, basta eu baixar-me e chamá-la - "anda! Vem ter com a mãe!" E ela lá vem, com um sorriso enorme e a abanar aquele rabiosque de fralda, tal e qual um cãozinho. Por vezes, até leva um brinquedo na boca, geralmente o Marsupilami, para depois ter com que brincar. Costuma-se dizer que os cães ficam parecidos com os seus donos. Se tivesse ou pudesse escolher um para a M. era um Labrador chocolate - é a cara dela!

Debaixo da cama

Como já se põe de joelhos na cama e a progredir vertiginosamente para se pôr de pé, ontem baixámos o colchão para o máximo. Como não fica sozinha muito tempo, optei por levá-la para o quarto dela e enquanto ela andava por ali, nós fazíamos o que tínhamos de fazer. No final, enquanto fazia a cama e ajeitava os lençóis, ouvi um choro que vinha de debaixo da cama. Espreitei e vi-a sentada no chão, com a cabeça inclinada, sem saber como fazer para sair dali. Enfiar-se conseguiu, mas sair estava mais complicado. O B. espreitou pelo outro lado e deu-nos uma vontade enorme de rir ao vê-la ali enfiada com aquele ar. Agora temos um cãozinho que vai para todo o lado. Um verdadeiro perigo!!!

Banho de pé

Apanhou-lhe a mania - só quer estar de pé, até no banho! O pai vê-se e deseja-se para a sentar e lavá-la em condições. Ela quer é empinar-se para chegar com as mãos a todo o lado. Agora, só o pato ou o livro da estrela a seguram dentro de água. E mesmo assim...

Vestir e despir

Detesta! Assim que percebe que é para titar a roupa, começa logo a fazer cara feia e a choramingar. Então se o processo implicar mangas ainda é pior. Embirra à séria. Num livro, li que quando assim é, se deve tentar aproveitar os movimentos deles para ir vestindo ou despindo as criaturas. Por exemplo, quando passa a gatinhar por nós, enfiar-lhe a camisola pela cabeça, em pleno andamento. Por vezes resulta. Ponho-a em cima da cama, e enquanto ela se vira e revira, levanta e senta, rola e rebola, naqueles meios segundos de pausa, consigo cumprir um pouco mais da minha missão. Mas quase sempre que lidamos com mangas, inevitavelmente, temos choro, ou pelo menos beicinho... Nem que seja porque tem de perceber que nem tudo é como ela quer!...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Polos opostos

Dois dos seus traços mais marcantes são o seu choro e a sua gargalhada. O seu choro aflitivo não tem explicação. Quem já ouviu nem acredita. Como é que uma bebé tão querida e tão sorridente, sempre bem-disposta, chora desta forma? Parece mesmo que a estão a magoar ou mesmo a matar! É impossível ficar indiferente. Já a sua gargalhada é o mesmo no outro extremo: parece a gargalhada de um adulto. Então quando é o pai a brincar com ela, chega a ficar sem fólego. É mesmo de exageros!

Os meus planos para ti

Sempre quis uma menina para fazer com ela o que não fizeram comigo. Por isso, se me deixares e não achares que é foleiro ou que já não se usa, quero:

  • Fazer da casa-de-banho à porta fechada, à falta de melhor, o nosso QG para confidências e segredos;
  • Fazer bolos, doces e depois comida a sério, para não passares vergonha;
  • Levar-te a uma boa esteticista para fazeres a depilação desde logo, para não fazeres asneiras como eu;
  • Oferecer-te um ramo de tulipas e irmos jantar fora só as duas quando te vier o período;
  • Organizar uma festa linda nos teus 16 anos;
  • Escrever-te um texto aos 18, exclusivamente dedicado a ti e à pessoa fantástica em que te irás tornar;
  • Pedires-me a mim para te ajudar a escolher o vestido de noiva;
  • Estar sempre lá quando engravidares e tiveres os teus filhos, para os mimar, mas acima de tudo para te mimar.

O pai quer ensinar-te a dançar fabulosamente como só ele sabe. Não me contou mais nada, mas também ainda é cedo.

Não sossega um segundo!!!

Mas nem um segundo! Não estou a exagerar. Se está no nosso colo sentada, em instantes quer ficar de pé e a tentar chegar a tudo o que nos rodeia. Se está ao nosso colo de pé, vira a cabeça para um lado e para outro sem parar, vergando-se para chegar às coisas. Se está no chão, é um corropio de gatinhar, sentar, deitar, voltar a sentar e regatinhar. Se está na cama acordada, é outro corropio igual, com a diferença de estar mais limitada fisicamente. Se está a dormir, vira e revira e enfia a cara nos protectores e acorda muitas vezes com a cabeça no lugar dos pés e os pés na cabeceira. Lençois é um conceito que desconhece. Se está sentada a comer, empurra com os pés, ergue-se como pode, põe o pé para cima, põe o pé para baixo e o prato tem de sair do seu alcance, senão vai parar ao chão. Resumindo? Aposto que deveria usar trela aos 2 anos, tal e qual como eu. É isso, e pedirmos a bica à vez, para segurarmos nela à vez, senão ou vai tudo parar ao chão ou vai ela parar à rua. Conta o meu pai com um ar cansado apesar de já terem passado tantos anos...

Cheirou-lhe!

A M. faz uma determinada careta engraçada em duas circunstâncias diferentes: quando quer uma coisa ou quando é contrariada. Franze o nariz, faz biquinho com a boca, levantando o lábio superior, e respira com força pelo nariz para fazer barulho. Isto aplica-se à comida - se vir o prato dela, mesmo que vazio, começa logo naquilo e a começar a ficar ansiosa porque não chega o que ela quer. Anteontem, fez uma muito gira. Deixei-a no meio do seu puzzle a brincar e fui tratar da papa para o lanche. Ia espreitando pela porta, para a controlar. De repente, numa fracção de segundos, olhei ao longe para a sala e não a vi. Logo a seguir, ouvi barulho, olhei para baixo e lá estava ela: à porta da cozinha, de gatas, com aquela careta dela, a respirar violentamente e a olhar para o prato da papa enquanto ficava extremamente impaciente. Parecia um cão de caça que tinha descoberto a toca do coelho! O que vale é que a minha gargalhada provocou um sorriso e um breve relaxar...

Um verdadeiro perigo

A M. já calcorreia a casa a gatinhar. Já não se pode deixar no meio do puzzle, no meio da sala, pois em segundos põe-se de joelhos e vai ter connosco. É um facto desde há 2 dias. Acabou-se o sossego...

Malvado João Pestana!

Também já aderiu - birras de sono. Daquelas grandes, inexplicáveis, cansativas. Agora, quando tem sono, resiste como gente grande não consegue. Chega ao cúmulo de dormitar uns minutos e depois fazer um último esforço para chorar e acordar, dando um safanão com a cabeça para espantar o sono. E consegue. Chora, chora, chora, esfrega os olhos, esfrega a Lola na cara, pende a cabeça e continua a chorar. Nunca vi tamanha teimosia (foi somar a minha e a do pai juntas). Já não adormece calmamente na cama dela, mas também não ao colo. Fica num estado de excitação tal, que parece um radar a virar incessantemente para o lado de onde vem uma luz ou um som. Ontem, adormeceu aos soluços ao colo do B. Hoje, tomámos rédeas e por isso adormeceu na cadeira de comer (já tinha quase adormecido na cama) com ar de má, os olhos a revirarem para não se fecharem e com trejeitos na boca de quem ameaça o choro. Para quê tornares a coisa tão difícil, filha?!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Meus amores

Li no outro dia num jornal que está provado que as pessoas que não conseguem dizer "amo-te", "preciso de ti" e outras expressões do género, foram modeladas pela sua própria educação. Ou seja, quando em casa não se exterioriza estes sentimentos por palavras, mesmo que as acções o demonstrem sem sombra para dúvidas, as crianças não aprendem e reprimem essa capacidade. Confirmo. A partir dos meus 12 anos, altura em que a minha avó também deixou a nossa casa, deixou de haver qualquer demonstração do que quer que fosse nesse sentido. O meu pai era e é incapaz de ultrapassar essa barreira, que ele próprio construiu com a viuvez, ao ponto de eu ficar impressionada por o ver despedir-se da neta com um beijinho (mesmo que a fugir). Eu, durante anos, não fui capaz de o fazer. Sou pouco meiga ou carinhosa, e só mesmo o meu marido é que teve direito a exteriorizações orais. Nunca fui de fazer festas às amigas e quando choravam tinha uma dificuldade monstruosa em abraçá-las. Esforcei-me por ultrapassar tal entrave, mas estou consciente que não fui muito bem sucedida. Nasceu a filha. Os sentimentos foram progressivos e não imediatos. Não foi logo que eu afirmei "é minha e muito minha e por isso é a mais linda e a melhor do mundo". Ao ler aquela notícia, em introspecção, revi-me no meu pai e assustei-me ao concluir que provocaria o mesmo nela, como que um círculo que se fecha. Fiquei a matutar no assunto uns tempos. Até que me apercebi. Nunca lhe disse "amo-te muito filha", e garanto que já tentei e não saiu, mas... Passo a vida a chamá-la de "meu amor", "minha pipoca", pergunto-lhe vezes sem conta "quem é a coisa boa da mãe?". Enfim, sem dar por ela, a M. conseguiu mais um pequenino milagre, que não me pensei ser capaz. Por isso, encho-me aqui de coragem e deixo escrito num sítio que nem o mar, nem o vento, nem o tempo apagam - Amo-te muito filha, como algo que doi cá dentro sem fim. Amo-te muito meu querido, sempre mais, apesar do que passou e ainda há-de passar. Pronto já disse. Já só falta dizê-lo em voz alta para que hajam testemunhas.

... o segundo ditado

Disse-mo uma senhora que afirmou que não acreditava em nada disso quando lho diziam em nova - "então alguma vez depois de criados davam mais trabalho do que enquanto pequenos, quando precisam de nós para tudo?!". De facto, é difícil imaginar que todo o trabalho agora preciso seja superado em dificuldade já em adultos. Acredito piamente que sim. Em circunstâncias de desigualdade, pois já não se controla nada, apenas podemos dar o apoio que nos é pedido. Isto quando pedem, o que nem sempre acontece. Daqui, extrapolo de mim para a M. Hoje em dia, a nossa família é composta pelo B., a M. e eu. Não se estende aos nossos pais por vários motivos - uns por causa do orgulho que impede sequer laços de cordialidade, outros pela distância. Hoje em dia, sentimos-nos um tanto ou quanto isolados, abandonados até. Não há o almoço ou o jantar em casa dos pais, não há um baby sitter natural para uma ida ao cinema ou para um dia mais complicado, qualquer favor que seja feito é encarado (pelo menos por nós) como isso mesmo, um favor e não algo normal entre gente que se gosta. É sempre tudo muito difícil. Dou por mim a rebentar de saudades da minha mãe, que já cá não anda desde os meus 10, mas que fantasio, tornaria com toda a certeza tudo isto em algo bem diferente. Por isso mesmo, prometo-te M., do fundo do meu coração, que sempre, mas sempre, estarei lá, seja quando for, porque for ou com quem for. É a minha promessa, com a firme convicção de que aquela senhora tinha toda a razão. E se algum dia me esquecer desta promessa, que quem é hoje minha testemunha mo recorde com toda a veemência na altura.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Dizeres

Aprendi dois com os velhotes de ontem: "mãe deve dar asas para voar e colo para voltar" e "filhos criados, trabalhos dobrados". Dois bons ensinamentos. O primeiro parece-me óbvio, apesar de nada evidente de cumprir. Em algumas circunstâncias, dar asas para voar é algo de intrinsecamente contrário ao que de mais fundo está no nosso ser - o desejo de protecção é enorme... Bem sei que é necessário contrariá-lo permanentemente e com o tempo essa necessidade vai aumentar exponencialmente. No entanto, parece-me a mim que mais ou tão difícil do que dar asas é dar o colo depois. Tantas e tantas vezes que nos irá contrariar, achando que está a fazer melhor, para depois perceber que afinal tínhamos razão. Para alguém como eu, que gosta de impor a sua razão, não vai ser pêra doce, mas fincarei pé contra o meu feitio para ter sempre o meu colo pronto, sem o típico "eu bem te avisei". Parecendo exagero, mas garanto que é uma coisa que já lhe vou prometendo agora baixinho ao ouvido. Farei o meu melhor para não pecar onde o meu pai e outros nessa mesma função pecaram. Quanto ao segundo ditado...

Ser pai é...

Já estou a vê-lo, tal e qual :) (passo a publicidade!!!)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Encontros de 3ª idade

Ontem e hoje a ama da M. ficou doente. Fiquei eu em casa a tomar conta dela. Ontem, o passeio da manhã foi perto de casa, por entre prédios e ruas vazias. Hoje achei que merecíamos melhor e por isso levei-a à Quinta das Conchas, um jardim público simpático e muito verde. Fomos logo cedo, artilhadas para lá passar a manhã até à hora do almoço. Foi engraçado ver o encontro de gerações - maioritariamente, só se viam avós com os netos. Uma data deles, com as brincadeiras e conversas típicas de avós. Uma senhora que mal se mexia, estava a ajudar a neta de um ano a aprender a andar "Ummm, doiiissss, três!" - é fantástico a energia e força que se arranjam quando se trata dos nossos. Passeei por entres as árvores, fazendo metade da Quinta, até que a M. adormeceu. Encostei-me a um banco e folheei uma revista que levava comigo até ela acordar. Parece que ela adivinhou que devia aproveitar aquele bocadinho e antecipou o fim da soneca. Calcei-lhe os sapatos, tirei-a do carrinho e fiquei ali na brincadeira com ela. Sempre que passava alguém, ela metia-se olhando fixamente e sorrindo. A maioria ria-se e seguia, alguns acenavam e outros pararam para se meter com ela. Umas quantas senhoras riram-se, falaram, deram conselhos e acima de tudo recordaram. No fim, iam embora contentes e de cara iluminada a comentar "Mas que simpática", dando uma última olhadela para trás. Assim, ontem, conseguimos fazer uma quantidade de velhotes felizes. Fiquei com a nítida sensação de que a maioria dos que pararam eram solitários sedentos de uma conversa qualquer, quanto mais de uma bebé sorridente que lhes fez a festa por algo tão simples como um olá. Quando viemos embora, vinha babada e cheia. Babada por todos terem adorado tanto a minha filha. Cheia de uma sensação positiva de ter feito a boa acção do dia.

Santa Madalena

É hoje o seu dia. 22 de Julho é o dia em que se celebra a memória de Maria Madalena. Disse-mo uma velhota encantada com os seus sorrisos.

Levantou-se!

Foi ontem, cá em casa, enquanto eu distraída via as notícias na televisão. Quando dei por ela, estava de pé agarrada a mim. Tinha conseguido amarinhar por mim acima até dar um gritinho de vitória por estar de pé. E já não o faz atrapalhadamente!

Areia + terra = delícia

Este fim-de-semana fomos até à Figueira para fazer praia com a M. A experiência anterior tinha sido positiva, com areia pela boca adentro à mistura. Desta vez, repetiu-se. Assim que se apanha em cima da toalha, a M. começa a gatinhar velozmente até à ponta para chegar à areia. Aí, fica deitada de barriga para baixo e vai levando punhados, sim, punhados, de areia à boca. Eu sento-a e ela fica satisfeita a comer e a lambuzar-se com a areia. Ora mete uma mão-cheia dela, ora chucha no dedo, como se a areia fosse açucar. Na manhã de sábado, foi controlado porque o sono era muito e a tentação da água era maior. À tarde, acabámos por vir embora da praia por já não saber o que fazer para a impedir de comer mais. É que o que é demais, é moléstia! Chegados a casa, e por estar um tempo óptimo, estendemos um edredão velho no jardim e pusemo-la à sombra da palmeira. Pior a emenda do que o soneto! Não satisfeita com o lanche de areia, achou que precisava de rematar com um repasto de terra! Gatinhou até à ponta e começou a comer torrões de terra... Foi uma guerra pegada entre mim e ela - ela arrancava relva, apanhava caruma, raízes cheias de terra - tudo para a boca. Acabou à hora do banho com uma M. toda suja, com as unhas pretas e os pés negros, mas feliz.

Pão e bolachas

De manhã, quando iam a sair, a minha sogra deitou cá para fora mais uma das suas sabedorias de avó: se lhe derem uma códea de pão ela fica entretida por um bocado. Por isso, o B. vai e dá-lhe um bocado de pão. Fiquei em casa sozinha com a M. que claro está, no meio de muita chafurdice, foi comendo o pão. Quando acabou, chorou. Só para não variar. Vi-me e desejei-me para a calar... À tarde, na praia, a minha sogra, como verdadeira avó que é, desempenhou bem o seu papel e levava bolachas, leitinho de pacote e iogurtes para toda a gente. A M. viu passar uma bolacha Maria em frente do nariz. Começou a ficar frenética, como sempre que vê comida. O pai deu-lhe uma. Ficou a roê-la pacientemente, com aqueles dois dentinhos dela, até a bolacha desaparecer. Desatou num berreiro logo a seguir. Eu neguei a segunda bolacha e a avó a contra-gosto respeitou, dizendo que não percebia nada destas modernices de agora. Como a M. não se calava, o B. ignorou-me e deu-lhe outra bolacha, enquanto a minha sogra dizia com um ar satisfeito "as avós têm sempre razão!". A terceira e quarta bolachas foram inevitáveis. Depois impus-me e acabaram-se. Para a calar, foi simples - o pai pegou nela e pô-la na piscina de água gelada que o tio tinha enchido para ela e para a prima. Espero que rapidamente percebam que os snacks entre refeições são dos piores hábitos alimentares que podem incutir numa criança. Senão lá vou eu ter de ser a má outra vez...

Domingo com os avós

Foram matar saudades da neta a Quiaios. Já não a viam há um mês, por isso, eram mais que muitas. Ao chegar no sábado à noite, mal se lembraram que também lá estávamos. Foi preciso o B. recordar a mãe com um olá de chateado - filho também se sente! :) Depois andou no colo de um e no colo do outro. Eu passei a pasta e aproveitei para poupar as minhas costas. No domingo, os meus cunhados apareceram com as filhas, assim como 3 irmãs da minha sogra e respectivas familias. Por isso, os meus sogros pouco gozaram a neta. À tarde, fomos à praia. A avó encarregou-se dela e por incrível que pareça, a M. até se esqueceu de comer areia! Fartou-se de brincar com a prima mais nova, que só tem um ano e meio a mais e uma paixão assolapada por ela. E desta vez a M. retribuiu. Quando se vêm é uma loucura! Uma ri-se, a outra corresponde e depois fazem um "mi-mi" uma à outra. Parece-me que vão ser melhores amigas. À noite, a avó para se despedir, pegou nela ao colo (não sem antes tomar um banho a correr porque estava "toda suja e molhada") e ficou distraidamente na conversa comigo. Quando demos por ela, já tinha adormecido de cansaço da azáfama daquele dia de praia e família. A avó passou-a ao pai para a deitar, chamou o marido para dar um beijo à neta, que ele fez a rir de nervoso, e depois despediu-se com um beijinho triste, já cheio de saudades até um próximo fim-de-semana.

Cheia

A M. é boa boca. Não se nega a nada que tenha a ver com comida. Mas nada mesmo. Há uns dias, tentámos ameixa. Era ácida e amarga, por isso o B. experimentou misturar uma banana para adocicar. Eu provei e fiz uma careta. Achei que era desta que ela se ia recusar a comer. Acham? Nem por isso. Comeu tudo! Ou melhor, ficou a meio, mas aquilo era enjoativo e imenso, por isso vai dar ao mesmo. Para saber se já está cheia é preciso saber ler os sinais. Vamos-lhe dando colher a colher, até que começa a mastigar a comida (que está desfeita). Pergunto-lhe se já não quer mais, ela sorri para mim, e se eu lhe mostrar outra colher, ela prontamente abre a boca. Ou seja, mesmo cheia, continua a comer. O sinal definitivo é quando ao engolir faz cara de agoniada. Faz careta e abre a boca para a colherada seguinte. Então, eu já sei que está na hora de parar... Glutona!

Índia

Este fim-de-semana ensinei-lhe um novo truque. Como agora passa a vida a passar a mão em frente à boca enquanto faz barulho, lembrei-me e tentei. Comecei a bater com dois dedos em frente da boca dela, enquanto lhe dizia, "Faz tu! Ahhhhhhh! Faz tu!". Não é que ela percebeu! Começou a fazer "ahhh" e quando viu que aquilo fazia um som diferente achou graça e continuou. Agora basta começar a bater com os dedos na boca e dizer-lhe "Faz M, faz!" E ela faz-nos a vontade. Depois continua sozinha, embora desajeitadamente. Agora temos uma índia cá em casa!

Parece uma tábua

Sempre que a tentamos sentar - no ovo, na cadeirinha de passeio ou na de comer. Pegamos nela ao colo, aproximamos-nos da dita e ela, sem tuge nem muge, estica-se toda. É uma trabalheira para a sentar. Por vezes, engano-a com beijinhos no pescoço enquanto a desço e levanto, mas é uma brincadeira que está a ficar esgotada - ela já antecipa. O normal é uma quantas descidas infrutíferas com ela tipo tábua, até que lá lhe conseguimos dobrar as pernas e sentá-la à força. Escuso de dizer que chora a seguir, certo?

Levou uma esfrega!

O avô e a tia estiveram fora um mês, por isso quando regressaram, a primeira coisa que fizeram foi visitar a M. Liguei de manhã para o meu pai, e durante o telefonema apercebi-me pelos barulhos de fundo que estava ao pé dela. Vieram de manhã, foram almoçar e à tarde, a tia regressou até às 19h. O meu pai deixou-a cá, enquanto tratava do passaporte (vai um mês para Macau em Outubro - sem comentários!) e depois veio despedir-se da M. e buscar a minha tia. De manhã, foram passear com ela à rua. Pensei eu que com o carrinho. Não... Levaram-na ao colo, e foi à vez. Agora pegas tu, agora pego eu... Depois, foi a minha tia que lhe deu a sopa do almoço e o biberão da água - para variar mal e por isso, encharcou-a ao ponto de ser preciso mudar-lhe de roupa. À tarde, quando eu cheguei foi preciso a minha filha ter um ginete para ela perceber que queria dar-me as boas-vindas... Resumindo, não dormiu sesta nenhuma, com toda aquela excitação e estava eléctrica com tanto apaparicanço exagerado. À noite, esteve a chorar 2 horas, com birra de sono, de sobre-estimulada que estava. Tentei de tudo: acalmá-la ao colo, pô-la na cadeirinha, no tapete com os brinquedos, na cama dela com a Lola. Nada resultou. Desisti e pu-la em cima da nossa cama, deitei-me ao lado e deixei-a cansar-se. Rolou, rebolou, sentou-se, deitou-se, vezes infindas, sempre a chorar. Fui-lhe massajando as costas como podia e fazendo festas na cabeça, para a ajudar a acalmar-se. Acabou por adormecer de gatas, a afocinhar no meu peito, e chorando baixinho, de olhos fechados, enquanto recebia as minhas festas na cabeça devagarinho. Foi o cabo dos trabalhos para me levantar e pegar nela para a deitar sem a acordar. Com isto, descobri que as mães também aprendem a ser malabaristas!..

Lágrimas

Pela primeira vez, saltaram-lhe duas bem gordas cá para fora. Foi na 5ª feira passada, quando a tentei pôr no ovo, no carro. Como de costume, começou a chorar porque não queria. Então o colo é tão bom! Ao obrigá-la a sentar-se, no meio do choro, apareceram - uma em cada olho, bem molhadas... Fiquei com mais um bocadinho de remorsos... Limpei-as com o dedo e fiz um miminho extra para recompensar a frustração. Desde então, quando quer chorar, mesmo que por birra, por vezes lá lhe saltam para fora aquelas mesmas duas lágrimas. Ficam-se pelo olho, molhando apenas as pestanas. Ainda não se atreveram a cair.

Gatinhar

Já o faz à séria desde a semana passada. Na praia, para chegar à areia até parece que liga o turbo!...

Dentinhos

Depois de comer limpo-lhe sempre a boca e os dentes com uma compressa molhada. De todas as vezes, pergunto-lhe pela boca ao que ela estica a cara e fecha a respectiva, para eu passar a compressa. Depois pergunto-lhe onde estão os dentinhos. E ela com um ar muito sabido, abre a boca e deixa passar aquela coisa branca e molhada para trás e para a frente. Parece que gosta - menos mal.

domingo, 13 de julho de 2008

Quando chegamos a casa

Quando sou eu, recebo um sorriso enorme e fica num desassosego enorme para vir para o meu colo no segundo a seguir, exigência que se não for cumprida à risca pode comportar algum choro. Agora quando o pai chega... Normalmente, está no chão ou em cima da cama a brincar comigo. Mal o vê, ri-se e faz de burrinha velha. Depois numa agitação só, costuma virar-lhe as costas, esconder a cara em mim, mesmo que para isso tenha de se pôr de gatas para "fugir", e rir-se imenso enquanto espera que o pai se meta com ela. Ele satisfaz e encosta a cara nas suas costas, enquanto lhe diz um "Olé!!!" sonoro. O resultado? Costuma ser uma gargalhada e o desafio para a palhaçada. Nem imagino daqui a uns anos...

Miiiaaaaauuuuuuuuu!

Li num livro que nesta idade se deve estimular imitando os animais. Por isso, alinhei na brincadeira e comecei: "como faz o cão? Ão! Ão! Ão! Como faz o gato? Miau! Miau! Miau!" e por aí afora. Uma vez, lembrei-me de variar um bocadinho, e por isso, ao imitar o cão a ladrar, fiz que a queria afocinhar no pescoço. Como ela gostou, ao fazer de gato, imitei o meu gato Mico que se roçava total e completamente em nós. Assim, que comecei a roçar-me na barriga, vi o deleite na sua cara. Franzia o nariz, sorria, dava guinchinhos, enfim, adorou. A partir daí, como é óbvio, passei a fazer sempre assim. Uns dias depois, o pai viu o como ela gostava. É vê-los aos dois. Um a encolher-se todo, a rir ou mesmo a gargalhar, e o outro feliz a roçar-se pelas suas costas, pela barriga, pelo pescoço, eu sei lá. Hoje em dia, basta o B. fazer "Miiiiaaaauuuuuuu!" com cara de malandro e a M. já está encolhida e pronta para a brincadeira.

Mamar sentada

A M. agora mama e senta-se intermitentemente. Até enerva! Mama, senta-se, puxa-se para o centro, mama mais um bocadinho e senta-se. Está o tempo todo nisto. À conta da brincadeira, ontem, conseguiu uma proeza: estava-me a preparar para a mudar de lado, eis senão quando, a madame já sentada, decidiu não esperar e afinfou-lhe. Resumindo ficou sentada no sofá a mamar e só assim sossegou. E esta, hein?!

Marsupilami

O boneco preferido da M. ainda é a vaquinha Lola - o seu dodo de eleição para dormir. Mas não fosse ela filha de uma fã de BD, especialmente francófona, também escolheu para seu melhor amigo o Marsupilami. Um peluche que me foi oferecido em tempos de faculdade, que sempre ficou, junto com o Daffy Duck, no quarto de visitas, que é agora o seu. Passa horas a roer aquela cauda infinda e adora que eu imite o bicharoco, pondo-o aos saltos à sua frente, enquanto digo "Houba! Houba! Houba!".

sexta-feira, 11 de julho de 2008

De barriga para baixo

Não é suposto, mas é inevitavelmente assim que ela dorme... Quando acorda, a sua posição preferida é pôr-se de gatas. Assim como assim, já está meio trabalho feito!

Atravessada

Passa as noites nisto - destapa-se com os pés e depois vai rodando. Mexe-se e gira, remexe-se e gira mais um bocadinho. De tal forma que as vezes que acorda durante a noite é por ter ficado de cabeça para baixo ou entalada na cama. Entalada no sentido literal: fica perpendicular à cama, com a cabeça enfiada no protector e os pés para cima... Depois, refila, pois está claro!

Em honra ao quintaldascouves...

O mail que me enviaram...

Um dia, a rosa encontrou a couve-flor e disse: "Que petulância chamarem-te de flor! A sua pele é áspera e a minha lisa e sedosa. O seu cheiro é desagradável e o meu perfume sensual e envolvente. O seu corpo é grosseiro e o meu delicado e elegante... Eu, sim, sou uma flor!". Ao que a couve-flor respondeu: "Querida....o que adianta ser tão linda, se ninguém te come..."

8 meses

8,140 kg. Evoluiu menos, mas evoluiu. Vamos esperar pela consulta de rotina dos 9 meses para ver, foi a sentença da pediatra hoje. Para mim, como aliás para a médica, está uma grandalhona e não parece nada que esteja pouco crescida - já veste roupa para 1 ano há mais de 1 mês, e tenho cá um palpite que a meio do verão vou ter de comprar mais roupa...

Espertalhaça!

Continua a tentar saltar a meio da sopa para a fruta. Esta só pode aparecer quando a sopa acaba, senão temos o caldo entornado. Hoje isso aconteceu a 2 colheres do fim do primeiro prato. A M. começou logo a virar a cara. Tentei enganá-la: fiz de conta que punha a colher na taça da fruta e dei-lhe a penúltima colherada. Abriu logo a boca e comeu. Quando percebeu que não era doce, voltou a virar a cara. Tornei ao meu estratagema para a última dose. Saiu gorado - a M. já não caiu na artimanha... Como diz o ditado: à primeira cai toda a gente, à segunda só cai quem quer e à terceira só quem é burro. Parece que se aplica a bebés de 8 meses...

Pai consolado

O B. andava um pouco desgostoso por a M. dar-me preferência em certas circunstâncias. Ela lá deve ter percebido os seus sinais, pois fez-lhe a vontade. Ontem, estava ela no parque, quando o B. se levantou do sofá. Como ele seguiu caminho e não lhe ligou nenhuma, chorou e rabujou de descontentamento. Depois disso, estava ela no meu colo, e de repente quis ir para o pai, com um ar muito satisfeito, deixando o B. encantado da vida e com um ar de "ora toma!" para mim. Hoje de manhã, foi a cereja no cimo do bolo: a ama quis tirá-la do seu colo e a M. chorou. Nem comigo fez isso. O pai, todo ufano, explicou à ama com ar entendido, que agora a M. estava assim, só o queria a ele e que já no dia anterior tinha feito o mesmo. Eu olhei para a cara da ama e estava espelhada a expressão "não me posso rir, não me posso rir". Foi preciso eu brincar com a coisa, para ela se desmanchar...

Não se importa nada!

O tira e põe da chucha de vez em quando tem resultados engraçados: agora põe aquela na boca de qualquer maneira, até com a tetina para fora e a argola para dentro. Julgam que se importa? Nada disso. Fica a olhar para nós com um ar muito feliz, como se tivesse conseguido uma grande proeza, com a tetina a dar, a dar, para cima e para baixo, enquanto ela chucha na argola... É de chorar a rir!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Água versus Chá

O B. está "impedido" de dar sumos "naturais" à M. - um dia liguei à tia enfermeira, que prontamente se pôs do meu lado e quase que o insultou por tamanha tontice. Mas... Deu abertura ao chá - "Água! Se quer dar outra coisa, dê-lhe chá. Daqueles sem açucar da Milupa ou Nutriben", disse ela. É claro, que o seu objectivo era dar água à M. e de vez em quando chá, se ela insistisse em não beber grande coisa de água. A ama já conseguiu dar-lhe a volta, e agora bebe lindamente água, por isso já não são precisos truques. Mas coitadinha da menina, então vai agora ficar só a água?! Obviamente, chegou a casa no dia seguinte com o dito chá - à base de camomila, para ajudar a dormir (como se a M. precisasse de tal coisa...). Ela adorou. Não, amou! Pela-se por um bom chazinho, e assim que vê o biberão vir até se abana toda! Deu jeito com a febre - a ingestão de muitos líquidos é muito importante, e enquanto que a água vai aos bocadinhos, já de chá, marcharam 150 ml de uma só vez...

Está feito o diagnóstico

A febre baixou ontem ao final do dia e hoje de manhã já estava óptima. Fui à pediatra por descarga de consciência, que depois de a examinar identificou o problema. Afinal, a pediatra das urgências tinha acertado com o seu palpite (afirmou que não era vidente, mas que quase que apostava que iam aparecer borbulhinhas pelo corpo inteiro 2 dias depois) - hoje à tarde, antes de entrar para o consultório, fui mudar a fralda e vi uma quantidade imensa de borbulhinhas na barriga da M...

"O exantema súbito, também conhecido por roséola infantil, febre dos três dias ou sexta doença, é uma doença infecciosa aguda típica da infância, causada por um vírus da família do vírus herpes, típica da infância, que ocorre quase sempre entre os seis e os doze meses de idade, com alguns casos mais raros no segundo ou terceiro ano de vida. Tem um início repentino com o aparecimento de febre alta (39.5º/40.5º), diminuição do apetite e irritabilidade associados à febre, sem outros sintomas. A febre alta mantém-se durante três a quatro dias, havendo um contraste entre a intensidade da temperatura e o aspecto da criança que não aparenta estar gravemente doente. Nas crianças predispostas o início súbito da febre e a sua intensidade podem desencadear uma convulsão febril. Ao terceiro ou quarto dia de doença a febre, até aí elevada, desce rapidamente e desaparece, podendo excepcionalmente manter-se por mais um ou dois dias. Coincidindo com a descida ou desaparecimento da febre surge uma erupção na pele, que se espalha do tronco para o pescoço e para os membros superiores, poupando a face e os membros inferiores. A erupção é constituída por pequeninas manchas de cor rosada, por vezes ligeiramente salientes, que se atenuam com a compressão e desaparece um ou dois dias depois de ter surgido, sem deixar marcas."

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Preocupação genuína

A ama antes de ir embora na 2ª deu-me uns quantos recados de mãe para mãe. Não saiu sem lhe garantir que lhe iria dar um banho morno. À noite, ligou para saber da M. Deu-me um toque às 22h e esperou a retribuição. Quando chega de manhã vem com cara de preocupada e ontem achava melhor levá-la ao médico. Hoje já mandou um sms aos dois a dizer para não nos preocuparmos - a M. já está a brincar e apesar da febre se manter, parece estar a querer baixar. É reconfortante saber...

Continuamos na mesma

Na 2ª feira a febre manteve-se, rondando os 38º. Fui trabalhar e a ama ficou a controlar a coisa. Parece que propositadamente, quando cheguei a casa, num ai, a febre subiu para 38,9º. A M. estava no colo da ama e nem parecia a minha filha - prostrada, quase inerte, sem reacção e a fazer queixinhas de mansinho. Partiu-se-me o coração. Não chorei porque a ama estava lá... Liguei para a pediatra, que me disse que já estava muito cheia nesse dia e que de qualquer forma não parecia nada de dramático. Quando insisti e disse que a M. estava irreconhecível, lá me disse para levá-la ao hospital, até porque exames só aí mesmo. Não gostei. Liguei para o B. e disse que me ia pôr a caminho, ao que ele me pediu para esperar por ele. Nos entretantos, lembrei-me de tentar a tia enfermeira. Desta feita, atendeu e acalmou-me. Orientou na medicação e nos banhos tépidos - esperar mais um dia que a coisa ia correr melhor. Um pouco mais descansada, não fui. À noite, continuava igual. Febres altas, à roda dos 39º. Mais nenhum sintoma. Nem diarreia, nem falta de apetite, nem vómitos, nem choro de dores. Só febre. A tia enfermeira voltou a acalmar os dois e aguardámos. Essa noite não foi simpática. Deitei-me às 3h20 depois de ela adormecer (só possível na cama de visitas comigo ao lado) e acordei quase de hora a hora para ir controlar a temperatura. Ontem. Teimosamente, persistiu à volta dos 39º. O pai decidiu levá-la ao hospital, apesar de a pediatra e a tia enfermeira dizerem para aguentarmos até hoje. Por descargo de consciência... Eu já sabia o que iria ouvir: deve ser viral, continuar com o Benuron e o Brufen e aguardar. Dito e feito. Serviu para saber que era melhor reduzir a dose de paracetamol diário, tendo em conta o peso e a idade, mudando-se do supositório para o charope de Benuron. Confesso que fiquei na dúvida se é mesmo assim - ela nem a pesou para fazer contas! Adormecer foi um castigo: dois dias com colo e companhia deixam a sua marca. Berrou na cama 40 min, apesar de ter a minha cara encostada à dela e das massagens nas costas que quase que surtiam efeito, para logo a seguir haver mais uma resistência ao João Pestana, e acabou por se ficar. Hoje, voltou a acordar com febre... Amanhã vamos à consulta com a pediatra - já está marcada.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Febre...

Ontem à tarde, de repente e sem razão aparente, ficou com febre. Senti a cabeça encostada ao meu ombro muito quente, medi a temperatura e... 37,8º... O pai entrou em transe e eu não fiquei lá muito sossegada. Pusemos um Benuron, arrepiámos caminho do passeio da tarde e esperámos. Não melhorou. Liguei para a tia enfermeira, que pela primeira vez na vida estava desligada, por isso liguei para a assistência médica da Multicare (não conheço a pediatra o suficiente para saber se as 10h da noite de domingo é boa hora para telefonemas sobre febre). Estes reencaminharam a chamada para uma médica de um país de leste, que quase ininteligivelmente me disse para alternar Benuron com Brufen e estar atenta à temperatura: se passasse dos 38º levá-la logo para as urgências para pôr a soro, senão podia ter convulsões... O que vale é que não lhe dei importância (a pediatra hoje só fez um comentário a tal conselho: "Disparate! Ignore"). O B. foi comprar o Brufen, pus-lhe o supositório à meia-noite e deixei o charope para as 4h - é mais fácil. Pôr o supositório foi complicado. Quase que chorei com ela... À conta disso, ontem a M. mamou outra vez à noite, antes de se deitar. Já se estava a deixar disso - foram 4 noites seguidas a dormir entre as 9h e as 10h, depois de jantar. Deixei-a no mimo daquele colinho bom, mas não adormeceu, por isso, quando achei que já passava demasiado tempo a mais, tirei-a e ela chorou. Não resisti. Com febre e a refilar de mau-estar, a querer miminhos legitimamente, deixei-a ficar ao colo até adormecer. Quer dizer, não foi bem até adormecer, porque o B. já estava em pulgas para dar miminhos também, por isso, passei-lhe o testemunho e adormeceu-a ele ao colo. Às 3h levantei-me para a virar na cama e às 4h para lhe dar o charope. Hoje de manhã, ainda estava igual...

Burrinha velha

Descobri, ou melhor associei, uma das brincadeiras da ama com uma expressão da M. Já aqui escrevi um post do rir com o nariz. Foi a amiga Lúcia que ensinou a fazer de burrinha velha.

domingo, 6 de julho de 2008

Olhos da avó

A M. é toda pai. Já sei. Não bastasse eu vê-lo a milhas de distância, não há ninguém que a veja e não o confirme imediatamente para satisfação óbvia do pai. Até hoje só a sogra afirma convictamente que a minha filha também tem coisas da mãe (e desde o dia em que ela nasceu). A sua testa alta é indiscutivelmente minha, nem o pai se atreve a dizer que não. Eu acho que os olhos também são. Tudo me nega a ideia, com excepção de algumas pessoas. Estas, a minoria, têm todas algo em comum: conheceram a minha mãe. Quando vêm a M., descobrem nela os olhos risonhos da avó, que por sinal também são os meus. Parece que a M. tem o mesmo traço que eu - em criança tudo me dizia que eu era toda pai, mas havia qualquer coisa da mãe em algumas expressões e apenas nisso. Com o tempo, já de adulta, de repente, tudo me diz que sou tal e qual ela, especialmente nos olhos sorridentes. Ontem, conheci uma antiga colega da Rute, sua grande amiga de há 30 anos, que assim que me viu, a primeira coisa que me disse foi "Eu conheço esses olhos! Como eu conheço esses olhos!". Depois, quando lhe mostrei as fotos da M., na primeira negou - os olhos eram do pai. Na segunda, com a M. a rir, parou, olhou melhor e sorrindo disse-me: "Não. Afinal os olhos sorridentes são da avó...". Fiquei feliz...

Sentou-se depois de mamar

De manhã, o normal é, no final, começar a chorar desalmadamente porque quer mais mimo, no aconchego do meu regaço, a mamar. Hoje foi inédito. Antes do fim do tempo regulamentar, parou de mamar, sentou-se e começou a brincar com o comando de televisão. Dei-lhe a chucha e ela sorriu para mim, continuando com o seu entretém. Está mesmo a ficar crescida....

CD dos Concertos para bebés

http://www.concertosparabebes.com/guestbook/musica.php Já o tenho. De frequência assídua, a M. gosta dos espectáculos, por isso arranjou-se o CD. Pusemos hoje de manhã a tocar pela primeira vez. Assim que começou, parou e ficou muito atenta a tentar perceber de onde vinha o som. Depois, começou a rir-se e a fazer sons de quem estava a gostar. Cantámos para ela (é suposto, segundo-se as orientações do disco) e ela interagiu imenso. Ao almoço, voltei a pôr o CD. Foi a primeira vez que a M. não desesperou entre colheres - estava muito mais calma e nem chorou no final, por já ter acabado. Recomendo. Indicado dos 0 aos 3 anos. Prrrrrrr!....

Já ouvi!

Diz mesmo! "Ma-mã". Quero lá saber se são sons sem nexo! "Ma-mã", "Ma-mã", "Ma-mã"!!!!